Wednesday, May 31, 2006

Live Zone [report]

IN PECCATVM
29.05.06 - Estúdios RDP Antena 1 Açores, Ponta Delgada

A assinalar os 65 anos da RDP, os açorianos In Peccatvm subiram ao “palco” dos estúdios da Antena 1 Açores, em Ponta Delgada, no passado dia 29 de Maio, para uma actuação em formato unplugged. Uma das mais antigas e emblemáticas instituições do metal nos Açores envergou, pela segunda vez na sua história, essa roupagem e provou mais uma vez o quão coesa é a sua estrutura... e que agradável foi este serão! No programa “A Noite” da responsabilidade de João Goulart (aqui também convidado para a percussão) e com o apoio do site Metalicídio, Neves (voz, guitarra), Almeida (voz, guitarra e bandolim), Gouveia (baixo), Rui Oliveira (convidado - bateria) e Ana Almeida (convidada – vozes e flauta transversal), estiveram em directo para todo o país e um pouco por todo o mundo, abrindo a sessão com o excelente “Watery Portrait”. Passeando-se quase na íntegra pelo seu último trabalho, o MCD “Antília” (2003), os In Peccatvm apresentaram uma surpreendente abordagem onde “Autumn”, pela presença do bandolim e “Everlasting Delicacy”, com as congas e a flauta transversal, que conferiram uma impressionante (nova) alma a este tema, fazendo destes os momentos mais altos da noite. A graciosidade, diria eu, extraída directamente das idílicas paisagens açorianas que o som dos In Peccatvm sempre transportou, ganhou ainda mais dimensão neste formato e fez com que quem os escutasse se sentisse, inevitavelmente, absorvido e embalado pelas suas etéreas ondas hertzianas. Para além destas, executaram “Till’ Daylight Comes”, “With Splendour” e a novidade “Sombras Difusas” – um tema apelativo onde se mostrou preservada toda a reconhecida identidade da banda. Para ajudar ao sereno mas electrizante ambiente que se vivia nos estúdios da Antena 1, reinou ainda a boa disposição dos músicos e público. Talvez por o ambiente ser quase “caseiro”...

Para evitar falar em números, apenas me sinto forçado a dizer que bem se podem arrepender aqueles que não estiveram presentes neste espectáculo... Da nossa parte, orgulhosamente, menciono a nossa felicidade por termos feito parte deste memorável momento. Para os In Peccatvm, é redobrável este sentimento e estes bem se podem continuar a orgulhar por serem um dos maiores estandartes da música de peso nos Açores.

Nuno Costa

Monday, May 29, 2006

Chrome Division - Boémia sueca

Os Chrome Division, banda onde pontua o vocalista dos Dimmu Borgir – Shagrath [aqui nas guitarras], tem programado o lançamento do seu primeiro álbum, pela alemã Nuclear Blast, para o dia 27 de Julho. Com o título “Doomsday Rock’n’Roll”, os autores do disco vão entretanto reunir-se com o mago Patric Ullaeus [In Flames, Soilwork), nos próximos dias 3 e 4 de Junho, para a gravação do videoclip para o tema “Serial Killer”.

Nile - Em novas catacumbas

Um dos expoentes máximos do death metal técnico actual – os norte-americanos Nile – são a nova aquisição a juntar à parada de estrelas que é o catálogo da germânica Nuclear Blast. Segundo Karl Sanders [vocalista, guitarrista e mentor da banda] a editora está muito orgulhosa por apresentar esta nova contratação, bem como os Nile entusiasmados com as possibilidades e potencial deste seu novo parceiro. “Estamos muito ansiosos por começar a compor o próximo álbum dos Nile e continuar, destemidamente, a trazer o estilo único do nosso brutal death metal aos fãs”, afirma Karl Sanders. O sucessor de “Annihilation Of The Wicked” tem previsto o seu lançamento para o próximo ano.

Review

HYUBRIS
"Hyubris"
[CD - Recital]

Da pequena localidade do Tramagal, no concelho de Abrantes, sai-nos uma das maiores surpresas do rock/metal português dos últimos tempos. Anteriormente sob a designação Lupakajojo, Lulla, Jorge, João e Panda decidem partir definitivamente à “aventura” e criam os Hyubris, em 2001, após a saída de Kaiser e a entrada de Filipa para as vozes e flautas. Esta tornou-se rapidamente num dos talismãs deste quinteto, ou não tivesse ela um dos timbres mais peculiares e potentes de que tivemos conhecimento ultimamente [algo entre Teresa Salgueiro e Maria João].

Com produção a cargo de Luís Barros e masterização de Tommy Newton, o mundo fantástico de lendas, deuses e fadas que reza as letras dos Hyubris e a abordagem folclórica e medieval que brota dos instrumentos destes cinco músicos, encontram neste suporte sonoro o leito perfeito para ganhar toda a imponência que as suas texturas exigem. Quase nos sentimos a viajar em outras épocas ao som de “Fadas”, a flutuar com a magnífica versão de “Canção de Embalar”, original de Zeca Afonso, ou no centro de um campo de batalha medieval onde "roça-nos" a cavalaria do exército em “Andromedae”. Do ambiente festivo de “Persifeu”, onde quase conseguimos cheirar o vinho e as iguarias ancestrais que acompanham as noites em que duendes e humanos dançam em volta do fogo, ao profundo “Mulher do Rio”, onde a guitarra portuguesa nos comove com o seu “choro” e mostra todo o sentimento do ser-se português. E assim se desenrola este disco: uma autêntica tela de imagens onde existem argumentos mais do que suficientes para que nos descolemos do tempo e viajemos nas asas da imaginação. Por estas faculdades, este é um disco cheio de potencial e o mérito vai todo para a ousadia, criatividade, alma, irreverência e inteligência dos Hyubris.

Apenas no campo técnico esperava mais desta banda, mas a nível de arranjos o resultado é notável e talvez esta relativa sobriedade das guitarras e secção rítmica sirva para focar ainda mais os propósitos desta banda que, acima de tudo, funciona como um colectivo e um imaginário. Fazendo jus ao seu nome [Hyubris, do latim “Hybris” – desafio aos deuses] este quinteto do Tramagal já ganhou o desafio de conquistar Portugal com o seu som ímpar... agora é uma questão de esperar para ver o quão alto as “fadas” os vão fazer voar por esse mundo fora. [8/10] N.C.

Saturday, May 27, 2006

Agenda 29 Maio - 04 Junho

Após um último fim-de-semana muito agitado nos palcos nacionais, a semana que se segue promete continuar esta senda de bom entretenimento musical que normalmente se inicia nesta época pré-veraneante em Portugal. Após as presenças de peso de Korn, Soulfly, Tool, entre outros, no Act 1 do SBSR, e dos Guns’N’Roses no Rock In Rio Lisboa 2006, o famoso festival brasileiro tem agendado para o próximo fim-de-semana o regresso dos The Gathering a Portugal, no domingo, último dia do festival, mas também, ainda que noutras toadas mas igualmente com propensão a grandes emoções, os espectáculos de Rogers Waters, na sexta, e Red Hot Chilli Peppers, no sábado. Ainda no sábado, no Hot Stage, destaque para as presenças dos Tara Perdida e dos Fonzie. Um pouco por todo o país, o underground também mexe e aí se destacam as actuações de Lux Ferre, Frozen Cruelty, Vittrah, Revage, Bleeding Display, The Ransack, Encephalon, Reptile, Shattered e Dreams, em dois dias de muito peso na Pista de Gelo de Guimarães e a continuação da digressão dos Hyubris pelas Fnacs do país, desta vez em Gaia e Porto. Por cá, insularmente falando, temos já segunda-feira uma actuação a não perder, em formato unplugged, dos In Peccatvm, nos estúdios da Antena1, e no próximo domingo os veteranos Morbid Death actuam com os Zymosis no Bairro da Levada, ambos os espectáculos em Ponta Delgada.

29.05.06 – In Peccatvm – “Unplugged”, Estúdios Antena 1, Ladeira dos Pinheiros, Ponta Delgada (23h00)

02.06.06 – Ashram [Ita] / Trobar de Morte – “Ciclo Medusa I Primavera 2006”, Famalicão, Casa das Artes (22h00 – 5€)

02.06.06 –Lux Ferre / Frozen Cruelty / Vittrah / Revage – Pista de Gelo, Guimarães (5€ - 8€ 2 dias)

02.06.06 – Veinless / Teatrum / Prison Flag / NWF – Ginásio Clube de Corroios, Seixal

02.06.06 – Hyubris – Fnac Gaia Shopping (22h00)

02.06.06 – Xiu Xiu [E.U.A.] / The Allstar Project – Teatro Miguel Franco, Leiria (22h00 – 10€)
02.06.06 – Spitout – Concentração Motard, Viseu (22h00)

02.06.06 – Roger Waters [Ing] / Carlos Santana [E.U.A.] – Rock In Rio Lisboa 2006, Palco Mundo, Parque da Bela Vista (16h30 – 53€)

02.06.06 – Civic / Dollar Llama / Marbles – “SB Live”, Parque das Nações (23h00)

03.06.06 – Bleeding Display / The Ransack / Encephalon / Reptile / Shattered / Dreams – Pista de Gelo, Guimarães (5€ - 8€ 2 dias)

03.06.06 – Ashram [Ita] / Trobar de Morte – “Ciclo Medusa I Primavera 2006”, Famalicão, Casa das Artes (22h00 – 5€)

03.06.06 – Hyubris – Fnac Sta Catarina, Porto (17h00)

03.06.06 – Hyubris – Fnac Norte Shopping (22h00)

03.06.06 – Spitout – Nyktos, Figueira da Foz

03.06.06 – Red Hot Chilli Peppers [E.U.A.] - Rock In Rio Lisboa 2006, Palco Mundo, Parque da Bela Vista (16h30 – 53€)

03.06.06 - Tara Perdida / Fonzie – Rock In Rio Lisboa 2006, Hot Stage, Parque da Bela Vista (16h30)

03.06.06 – Simbiose / Sick Maniacs / Sideffects / Project Six – “Dark Ritual III”, Centro da Juventude, Caldas da Rainha (21h00)

03.06.06 – Grimlet / Congruity – Azrael Bar, Beja (23h00 – 2€)

03.06.06 – Seven Stitches – Infante, Grândola

03.06.06 – U-Clic – Bambi, Marinha Grande (23h00)

03.06.06 – Blind Charge / Chemical Wire – Uptown, Porto

03.06.06 – RCA – “Concentração Motard Mentes Perigosas”, Alenquer (23h00)

04.06.06 – The Gathering [Hol]– Rock In Rio Lisboa 2006, Hot Stage, Parque da Bela Vista (16h30)

04.06.06 – Morbid Death / Zymosis – Bairro da Levada, Ponta Delgada (22h00)

04.06.06 – Grimlet / The 7th Circle / My Enchantment / Utopia / Confront Hate – Concurso “Loud Metal Battle” (1/4 final), Ilha das Estrelas, Loures (18h00)


Tuesday, May 23, 2006

Entrevista Project Creation

MUNDOS PARALELOS

O multi-instrumentista Hugo Flores, conhecido pela sua enorme dinâmica de trabalho e, essencialmente, pelos Sonic Pulsar, arremessa-nos agora o primeiro capítulo de um bombástico projecto intitulado Project Creation. Seguindo as suas linhas mais características – o prog rock e a música ambiental -, Hugo apresenta-se como compositor de uma autêntica odisseia futurista e orquestrador de um ilustre leque de músicos, onde se destaca Linx [vocalista dos Forgotten Suns], Paulo Chagas [saxofonista, flautista dos Miósotis], Alda Reis [voz], Carlos Bateras [baterista ex-PLI], entre outros. Com um enredo envolvente e um som majestoso, Project Creation não é susceptível de passar despercebido aos ouvidos de ninguém e, por isso, foi com muito prazer que a SounD(/)ZonE falou com o seu responsável.

Hugo, já é legítimo apelidar-te de “workaholic”... Em apenas dois anos lançaste o segundo álbum dos Sonic Pulsar e o primeiro capítulo do “Project Creation”. Como consegues arranjar tempo e criatividade para fazer face a todos os teus projectos?
(risos) Concordo contigo, mas se pudesse trabalharia ainda mais na música! É verdade que em dois anos saíram dois álbuns, mas o “Out of Place” teve um atraso de cerca de um ano, o que significa que, na realidade, quando terminei as misturas para esse álbum, continuei depois o Project Creation. Criatividade e ideias é o que não me falta. Por vezes tenho dificuldade em manter uma música com menos de 15 minutos ou manter um álbum num CD, pois as ideias vão surgindo sem parar, seja um som, uma ambiência, ou uma melodia. Se me soa bem, tem de ficar embutido numa música existente ou criar uma faixa totalmente nova. Quanto ao tempo, eu acho que quando se tem vontade ou um compromisso, neste caso com a música, tempo existe sempre. É preciso é ter sobretudo vontade. A música faz parte de mim, preciso dela, e todos os dias necessito de ouvir e de fazer música. Se passo um dia sem compor algo, para mim é um dia que sabe a pouco. Mas tens razão, nem sempre é fácil ter tempo para tantos projectos!

Fala-nos um pouco do teu passado musical.
Antes do meu primeiro CD a solo –“ Atlantis” – trabalhava essencialmente sozinho no meu PC, com sintetizadores e um teclado Roland. Fazia a música que bem entendia e aos poucos percebi que aquilo era bastante sinfónico e épico, com múltiplas melodias e estruturas rítmicas. Ao mesmo tempo adorava o chamado Heavy Metal, sobretudo Iron Maiden. Depois veio Steve Vai, Joe Satriani, e o meu gosto pela guitarra acentuou-se. Deste modo, senti que faltava algo à música que ia fazendo, ou seja, a componente eléctrica e acústica. Tal só seria possível gravar com equipamento profissional e, aos poucos, fui conseguindo adquirir o essencial para mim. Tive também aulas de guitarra, de música e de piano e durante esse tempo toquei com o Carlos Mateus no liceu, e até cheguei a fazer música electrónica/techno. Nesse tempo também usava muito o antigo Commodore Amiga, computador que ainda hoje recordo com saudade! Fiz também alguns spots para rádios no passado e para um jogo de computador.

Li algures que o “Project Creation” é realmente o projecto que te deixou mais realizado até hoje. Porquê?
Boa pergunta, e não sei bem porquê. Mas vou pensar nas primeiras palavras que me aparecem ao pensar no álbum…. Hmm, poderoso e melódico. Muito trabalhado e cheio de talentos. “Floating World” é o álbum que mais gozo me dá a ouvir. Não sei, mas é mais acessível que Sonic Pulsar. Aliás, tenho noção que este álbum vai atingir um leque muito maior de pessoas, pelo som mais tipificado que apresenta. Sonic Pulsar apresenta aspectos semelhantes mas é mais difícil de se ouvir, sendo mais progressivo mas menos épico e melódico. Claro que este “difícil de se ouvir” é muito relativo, pois o pessoal mais prog adora o género. Quando digo mais difícil será no âmbito do mainstream. O facto de tantos músicos terem participado contribui também para esta minha satisfação, é mesmo algo em grande! Também me satisfez porque percebi que era capaz de fazer algo com um leque grandioso de pessoas e sair do meu casulo Sonic Pulsariano! Estou mesmo muito orgulhoso do projecto e o facto da Progrock Records ter pegado nele ainda me entusiasmou mais, pois a divulgação atinge quase todos os países.

Onde colocas os teus projectos a nível criativo? Onde é que um te concede possibilidades que outros não te concedem ou sentes liberdade para experimentar tudo em qualquer um deles?
Olha, Sonic Pulsar é quase o “vale tudo”. O que me passa pela cabeça está lá, mas assume uma postura mais de prog metal. Project Creation é diferente, mais uniforme no som. O engraçado nisto tudo é que quem ouvir a faixa 1 ou 8 de Project Creation – “Floating World” – e ouvir Sonic Pulsar – “Out of Place” -, vai pensar que são do mesmo projecto, mas se ouvirem a faixa 5 ou 13 de Project Creation, pensam que se trata de um álbum electrónico ou de World Music. Project Creation tem imensos estilos musicais ao longo do CD. Sonic Pulsar tem muitos estilos também, mas dentro de cada faixa. Por isso tem faixas de quase 11 minutos e Project Creation não. Na música “Moving Engines” do álbum “Out of Place” dos Sonic Pulsar, apresentamos uma civilização que alia organismo a mecânica e que vive em harmonia com a natureza criando eles próprios outros seres. Esta ideia foi o ponto de partida para o Project Creation, onde nos focalizamos na civilização que parte no Mundo Flutuante. Esta civilização está mais preocupada com os outros e com a criação de vida e possui poderes que possibilitam a viajem através de dimensões. Esta ideia parte da vontade que tenho em melhorar, não apenas como ser humano, mas também de melhorar a sociedade. Estamos num processo de evolução com coisas más, mas também com outras positivas. Resumindo e concluindo, a necessidade de criar um projecto à parte de Sonic Pulsar prendeu-se com a minha vontade de fazer algo de diferente, a nível sonoro. Queria fazer um projecto só de música ambiente, mas achei que não seria o que mais me satisfaria. Daí, fiz algo de semi metálico e ambiental.

Como começaram a surgir os primeiros trechos para o Project Creation?

Surgiram quando estava a terminar o “Out Of Pace” dos Sonic Pulsar. Comecei a trabalhar nas ideias no meu sintetizador e as músicas começaram a assumir uma grandiosidade difícil de resistir, mas que saíam fora do âmbito de SP, pelo que já disse, o tal aspecto mais electrónico e ambiental, mas com um sentido metálico forte. Queria também trabalhar com mais músicos… Era um desafio para mim. Será que consigo coordenar tudo isto? Será que músicos de jazz, de rock, de pop ou prog vão gostar deste género? E a verdade é que foi fenomenal e todos adoram o projecto. Era um desafio! Finalmente, surge também pela minha necessidade em fazer uma historia épica, de ficção cientifica e de continuar o que comecei no “Out of Place”.

Em que foi que te baseaste para criar esta autêntica odisseia “científica”? Já agora, faz-nos um resumo do seu conceito.
Baseei-me sobretudo nas minhas ideias para uma história de ficção e na vontade de explorar o desconhecido. De qualquer das maneiras, penso que apesar de todos nós termos ideias originais e que estão dentro de cada um, todo esse pensamento é constituído por diversas correntes. Uma delas a escrita, e tenho por influencia o livro Solaris. Numa outra corrente podemos colocar os filmes de ficção, tendo como influencia o “Dark City”. Também te posso dar como referência outros filmes que influenciaram esta epopeia, como o “Star Trek I” e “2001 Odisseia no Espaço”. Relativamente ao conceito, resumidamente trata de uma nave gigantesca com capacidade de se auto regenerar e ter os seus próprios recursos naturais. Dentro desse mundo flutuante, humanos coabitam com engenhos voadores, chamados de libelinhas mecânicas, que utilizam as suas cordas vocais para dar energia ao mundo deserto que vão encontrar. Um símbolo é colocado nesse planeta, uma pirâmide que tanto quer representar o antigo Egipto como um possível futuro Egipto. Neste caso querendo dizer que o passado e o futuro se unem. Mas nada melhor que ouvir todo o álbum e não desvendar todo o enredo!

Será que existe algum paralelo com a situação actual do mundo ou uma visão profética nesta história?
Sim, em todos os meus CD há sempre uma crítica muito forte, mais ou menos explícita. A faixa 4 do “Floating World” é exemplo disso, onde refiro um Mundo sem empresas, concorrência e religião. Não gosto do termo profético, foi simplesmente o gosto pelo mistério, pela ficção e por uma boa historia que reflicta essas ideias futuristas com crítica forte à sociedade. O facto de abordar, tanto em “Out of Place” como neste álbum, a destruição do Mundo Natal dos ocupantes da nave, significa também uma realidade que pode, infelizmente, vir a acontecer mais depressa do que o desejado.

Já me foi dado a perceber que tu tens uma grande inclinação pela escrita. Tens algum trabalho editado ou planos para tal?
Editado não, mas estou a escrever curtas histórias que gostaria de colocar em livro quando tal for oportuno. As historias da “Solitary Star” [faixa 8 do “Out of Place”] que estão a ser desenvolvidas por mim e pelo Carlos Mateus, também dariam um possível livro. Mas só para daqui a muito tempo e se for possível, claro!

Neste disco trabalhas com vários artistas. Uns são mais conhecidos que outros... Queres apresenta-los e falar um pouco do seu background?
Sim. Já há algum tempo que achava que os músicos desta onda se deviam unir num grande projecto. Linx foi o elemento em que pensei de imediato, pois admiro muito o trabalho dos Forgotten Suns, e Linx tem um timbre de voz que aprecio imenso e que encaixa muito bem no estilo da música. Em menos de dois dias estava tudo gravado! Paulo Chagas, grande saxofonista e flautista, tendo inúmeros projectos, como os Miosótis. Alda Reis com uma óptima voz suave e lírica, Carlos Bateras que era dos PLI, em grande na bateria, Nuno Silva dos PLI em violoncelo e alguma guitarra baixo, Ptrocker também dos Miosótis, nos belos solos de guitarra, Fred Lessing em percussão (Chimes) e baroque recorder, Allen Vasconcelos na guitarra acústica [faixa 11] e Carlos Mateus, dos Sonic Pulsar, na letra da última faixa deste álbum. Fui falando com os músicos, apresentando o tema do projecto, extractos das músicas, e todos quiseram alinhar nesta aventura e espero contar com eles para o segundo.

O facto de estares a trabalhar em quase todos os teus projectos com editoras estrangeiras tem te sido muito benéfico, acredito...
Acredito que sim, mas também não tenho base de comparação pois não tenho, nem nunca tive, contrato com editoras Portuguesas. Tenho a certeza de uma coisa, a editora do Project Creation faz uma promoção bestial, um pouco por todo o Mundo, e contrariamente a qualquer editora portuguesa, o álbum chega mesmo a todos os cantos do Mundo. Nestes aspectos, é sem dúvida benéfico.

Nunca apareceram editoras portuguesas interessadas no teu trabalho? Faz-nos já agora uma análise da situação do prog rock em Portugal.
Sim, já me chegaram propostas de 3 ou 4 editoras mas, ou chegam tarde ou não são minimamente aliciantes. A Progrock tem a força necessária para promover o álbum. Por cá não há interesse neste género de música, pois querem o que é “fácil” e apostam pouco acho eu. Em Portugal temos as bandas de sempre. As novas que surgem desaparecem em poucos anos. São poucos os que ficam. O rock progressivo começa a surgir aos poucos, mas apenas surge pela vontade e pelo esforço das bandas. Forgotten Suns é exemplo disso, Miosótis é outro, até os Tantra já editam os seus próprios álbuns. Porque é que as rádios [as grandes] não passam o que de facto acham que tem qualidade? Têm as suas playlists definidas, é quase como que um leilão. E depois temos os locutores a dizerem coisa como: “e agora aqui vem uma das minhas músicas favoritas!”.... Enfim, é fácil “engolir” o que nos impingem. Mas acredito que quem quer ouvir boa música não está à espera das rádios e vai certamente à procura de música. Ela está à vossa espera!

Quanto a reacções a este novo mega-projecto que nos tens a apontar?
A reacção tem sido excelente. As críticas são muito boas. É um álbum arriscado, porque tem 72 minutos de música sendo muito extenso e a história está contada ao longo do CD. Por vezes, o facto de um CD ter essa totalidade de tempo pode ser prejudicial, mas no caso deste “Floating World” a variedade é tanta e as surpresas que ocorrem destroem qualquer monotonia e a pessoa que compra o álbum fica com o seu dinheiro bem empregue. Ao nível de rádios, o álbum passa um pouco por todo o lado, mas o difícil é chegar às grandes como referi. O que é óptimo saber, é que pessoas que não ouvem deliberadamente progressivo, mas sim rock e pop, gostam do álbum e compram-no. Isso é excelente, e lá está, não gosto de catalogar a música por isso mesmo.

Este é um projecto apenas de estúdio ou tens em perspectiva apresentá-lo ao vivo?
Project Creation é sobretudo um produto final, uma criação de estúdio, apesar de eu já ter pensado a sério apresentar o álbum ao vivo, o que se revela muito complicado devido às várias sonoridades apresentadas, requerendo um tempo e logística muito complexos. Além de que para me dedicar a PC ao vivo, não teria certamente tempo para mais nenhum projecto. É uma escolha a fazer. Sinceramente, gosto de estar fechado no meu Mundo, no meu estúdio, a compor e a absorver informação e depois compor e ir até ao meu limite em termos de composição e de criação. De qualquer maneira, não está colocada de parte uma actuação a vivo… Logo veremos. Sigo um pouco as pisadas de Ayreon ou de Henning Pauly baseados na criação de um produto final e bem conseguido. No caso do PC, estamos a produzir também o filme/clip que está a ser algo de espantoso para mim e inovador em Portugal. Espero que o pessoal em Portugal goste! Podem ver o teaser em www.progrockrecords.com/shop/view.php?id=82

Que nos podes adiantar sobre os próximos capítulos de “Project Creation”? Consegues pelo menos nos dar uma ideia de quando serão lançados?
Estou já na fase de composição do segundo álbum, no entanto, é cedo para apresentar uma data. Prevejo, no entanto, que deva sair, o mais tardar, para meados de 2007. Em relação à historia, até há pouco tempo estava indeciso entre duas abordagens, mas já decidi em qual pegar. Vamos observar um pouco a evolução do novo planeta, a comunhão entre as diversas espécies, vamos revisitar a pirâmide de Queops e vão acontecer várias mudanças à volta da pirâmide! O álbum vai sobretudo focalizar-se numa das libelinhas, aquela que necessita constantemente de viajar. Posso adiantar que duas musicais vão falar sobre uma fantástica cidade num planeta distante. Mais detalhes para quando eu os souber! (risos)

E os teus outros projectos como estão?
Com a composição do PC parte II, vão avançando um pouco mais lentamente, mas um terceiro álbum do Sonic Pulsar já está idealizado, bem como uma regravação do meu primeiro álbum “Atlantis”. Tenho também já algumas gravações para um álbum, que sai fora de todos estes projectos, muito mais vocacionado para o metal puro e de nome Dimensions. Será uma viagem por várias dimensões ou estados de espírito. Vai ser mais agressivo, muito bipolar, ou seja, depressivo e eufórico. Vai ser sobretudo guitarra, baixo e ritmo. Será o álbum mais pessoal até hoje. Já tenho boa parte das guitarras gravadas, falta agora a organização do que gravei, a conjugação com a bateria, e o baixo. Por último, uma novidade, Sonic Pulsar vai participar num tributo a Santana, à semelhança do que aconteceu com os Moody Blues, a ser editado pela Mellow Records.

Para terminar, alguma mensagem?
Quero agradecer-te por esta entrevista e agradecer a todos fãs, sobretudo aos que desfrutem do álbum na sua plenitude. É um álbum para ouvir e re-ouvir! É preciso mesmo viver a história e a música.

Nuno Costa

Saturday, May 20, 2006

Agenda 22 - 28 Maio

Esta é a semana em que começam as grandes produções de Verão a nível de espectáculos em Portugal. Nos próximos dias 25, 26 e 27 de Maio arrancam os primeiros dias do Rock In Rio Lisboa e Super Bock Super Rock. A azáfama é grande para voltar a ver os Guns'N'Roses em Portugal (embora já só com o frontman Axel Rose) no Rock In Rio Lisboa, mas também para os Korn, Within Temptation, os nossos Moonspell (acabadinhos de lançar o excelente "Memorial") e, ainda, os geniais Tool a estrear ao vivo em Portugal o bombástico "10 000 Days" na 12ª edição do festival Super Bock Super Rock, que este ano se apresenta em formato XL. Motivos mais que suficientes para garantir um próximo fim-de-semana pleno de emoções fortes... e excelente música!

22.05.06 – Projecto 103 / Ho-Chi-Minh – Parque de Exposições, Portimão (22h00)

23.05.06 – The Dresden Dolls [E.U.A.] / Thomas Truax [E.U.A.] – Casa das Artes, Famalicão

24.05.06
– Chemical Wire / MAU / (…) – Semana Académica, Fafe

24.05.06 – Kronos Quartet – Casa da Música, Porto (21h00 – 15€)

25.05.06 – Korn [E.U.A.] / Within Temptation [Hol] / Soulfly [E.U.A.] / Moonspell / Ramp
– 12º Super Bock Super Rock XL, Parque Tejo, Loures (18h00 – 38€ 1 dia/50€ 2 dias)

25.05.06 – Bizarra Locomotiva / Cinemuerte / TwentyInchBurial / Devil In Me – 12º Super Bock Super Rock XL, Palco Quinta dos Portugueses, Parque Tejo, Loures (18h00 – 38€ 1 dia/50€ 2 dias)

26.05.06 – Tool [E.U.A.] / Placebo [Ing] / Deftones [E.U.A.] / Alice In Chains [E.U.A.] / Primitive Reason – 12º Super Bock Super Rock XL, Parque Tejo, Loures (18h00 – 38€ 1 dia/50€ 2 dias)

26.05.06 – The Vicious Five / X-Wife / If Lucy Fell / Dapunksportif – 12º Super Bock Super Rock XL, Palco Quinta dos Portugueses, Parque Tejo, Loures (18h00 – 38€ 1 dia/50€ 2 dias)

26.05.06 – Dazkarieh – Ponto de Encontro, Almada (22h00)

26.05.06 – Hunting Cross – Excalibur, Loures (23h30)

27.05.06 – Guns’N’Roses [E.U.A.] – Rock In Rio Lisboa, Parque da Bela Vista, Lisboa (16h30 – 53€)

27.05.06 – Decrepidemic / The Ransack / Daemogorgon / Endamage – Bunker, Braga (6€)

27.05.06 – Shadowsphere / (...) – Culto Bar, Almada (22h00)

27.05.06 – Crushing Sun – Azenha, Vila do Conde

27.05.06 – Chemical Wire / (...) – “Juve Fest III”, Sanguedo, Feira (23h30 – 5€)

27.05.06 – Remédio Santo / Karma – Lótus Bar, Cascais

28.05.06 – Apotygma / Berzerk [Nor] / The Ultimate Architects – Hard Club, Gaia (21h00 – 18€ / 15€ ant.)

28.05.06 – Veinless / The Chapter / Pubkrawl / Unreflected / Artworx – “Loud Metal Battle”, Ilha das Estrelas, Loures (18h00)

Tuesday, May 16, 2006

Entrevista The Symphonyx

SINFONIAS INVERNAIS

Excerto de "Concerto n.º 4, em Lá menor" - “O Inverno” -, da obra-prima “As Quatro Estações”, de Antonio Vivaldi, a marcar presença em “Winterfall”... Assim se apetrecha o refrão do single de apresentação da banda. Aliás, como o seu próprio nome indica, os The SymphOnyx procuram na música erudita o condimento perfeito para fundir o seu rock/metal de características sinfónicas. A operar desde 1995, este [agora] quarteto chega finalmente ao seu álbum de estreia e “Opus 1: Limbu” é a prova de que temos aqui um projecto muito ambicioso e com uma ideologia muito interessante. Martinho Torres, guitarrista e um dos membros fundadores do projecto, esteve à conversa com a SounD(/)ZonE.

Já se passaram alguns meses desde o lançamento de “Opus 1: Limbu”. Consegues fazer-nos já uma análise aos seus resultados? Alguma reacção do estrangeiro nomeadamente?
Além da distribuição assegurada na Rússia, temos recebido imensas solicitações, via e-mail, de envio do nosso trabalho, desde o Brasil, México, França, Alemanha, Indonésia, EUA, etc. Fazemos um balanço muito positivo destes primeiros meses, pois temos apresentado o nosso CD ao vivo em alguns auditórios e há, ainda, vários concertos marcados até ao fim do Verão.

Este ano comemoram o vosso 11º aniversário... Certamente, muita coisa ficou para contar desse período. Que recordações guardas?
Foram excelentes anos e foi acumulada uma preciosa experiência, muito válida para enfrentar as dificuldades de um mercado curto, mas que conseguimos contornar com muita dedicação. Estamos orgulhosos do nosso percurso.

No entanto, só ao vosso 10º ano de existência é que gravam o vosso primeiro álbum. Que explicação tens para isso?
A procura do equilíbrio certo entre todos os elementos que compõem o espectro musical The SymphOnyx – esta terá sido a principal razão de tão grande demora no lançamento do nosso primeiro longa-duração. Isto aliado às dificuldades financeiras...

Realmente, uma das maiores dificuldades que atravessaram ao longo desses anos foi a mudança de elementos. Ainda agora li no vosso site que mais um elemento saiu... O que se tem passado para essas ocorrências terem lugar tão frequentemente?

Não saiu só um, mas sim dois. Julgo que tal facto se deve a essa constante busca do line-up mais equilibrado e que dê mais garantias de qualidade. Prezamos, acima de tudo, um ambiente favorável à consecução dos objectivos a que nos propomos. Quando esses objectivos diferem, temos de salvaguardar, acima de tudo, os interesses do projecto. De qualquer forma, não me parece que cinco mudanças, ao longo de dez anos, sejam um exagero.

Musicalmente, vocês procuram realmente algo de imponente! Todo o cariz da vossa música e as orquestrações que usam tornam o vosso som, de facto, quase numa odisseia clássica. Dá-nos a tua perspectiva sobre o vosso som e de onde vem essa inclinação pelos elementos clássicos.
A nossa música é uma busca de intemporalidade, uma fixação no tempo através da fusão de elementos que convergem no momento presente. O caminho que trilhamos parte de uma base segura, construída em volta de uma componente rock, que depois se transforma numa complexa rede de linguagens e estilos, com alguma incidência na música erudita. Não se pode dizer que esta influência percorra, indubitavelmente, todo o CD, mas a mensagem que procuramos transmitir tem na perspectiva clássica o seu mais forte aliado, pois muitos dos ambientes criados situam-nos nos séculos XVIII/XIX.

Nomeadamente, convidaram um quarteto de cordas para vos acompanhar nas gravações, bem como nos concertos. Fala-nos deles! Apesar de tudo, eles já não vos têm acompanhado ao vivo, certo? O que é uma pena...
É, porventura, neste particular que temos feito maiores investimentos. O nosso espectáculo é edificado em volta de uma equipa de trabalho que envolve os músicos da banda (seis no total), o quarteto de cordas “Sarasate”, uma dupla de actores, uma dupla de figurantes e três elementos da equipa técnica. Já não é mais possível ver actuar o projecto The SymphOnyx em espaços que careçam de condições. A nossa evolução passa por formalizarmos uma série de exigências que possam garantir a qualidade do nosso espectáculo e a plena satisfação de quem nos vê actuar. Temos vários elementos cénicos que complementam um todo envolvente e que tornam o concerto num momento irrepetível. Também neste aspecto procuramos a marca da intemporalidade e do misticismo. A reacção ao concerto tem sido excepcional, mesmo surpreendente. A opinião divide-se entre o extasiante e o transcendente. É uma experiência única.

Alguma razão em especial para terem escolhido o Daniel Cardoso para produzir o vosso álbum, uma vez que tem um background muito diferente do vosso, pelo que sei...
A escolha do Daniel Cardoso deveu-se, essencialmente, a conversações que tiveram lugar, ao longo de algumas semanas, e que passaram pela confluência de objectivos e ideias para chegarmos a conclusões claras sobre o produto final desejado. Ficamos todos bastante satisfeitos com o resultado obtido.

Que teor lírico acompanha as vossas canções?
Existe, no álbum, uma perspectiva conceptual que abrange cinco dos dez temas. Centrando a questão nesses temas, podemos dizer que retrata a história de dois jovens apaixonados que têm de se separar por razões patrióticas – a guerra. Ao longo do disco, pressagiam-se várias fatalidades e o desfecho acaba por ser um segredo bem guardado que terá de ser desvendado pelos ouvintes. No que diz respeito aos restantes temas, são diferentes visões do mundo e da vida, sempre vividos pelo lado do imaginário e do fantástico.

Relativamente ao vosso videoclip, tiveram já possibilidades de o pôr a rodar na TV?
Essa fortaleza é inexpugnável. Por indicação de vários iluminados da nossa praça, dá-se preferência a produtos de qualidade duvidosa, em detrimento do esforço e dedicação de pessoas sérias e competentes. Mas não desistimos e havemos de ver o nosso videoclip a rodar, nem que seja num canal independente…

Para breve, esperam-se concertos... Algo mais em mente? Algum concerto em particular pelo qual estejas ansioso?
Encaramos todos os concertos com a mesma dedicação e entusiasmo e estamos sempre ansiosos pelo próximo. Temos quatro datas na nossa agenda: Moreira de Cónegos, a 16 de Junho; Chaves, a 22 de Junho; Penafiel, a 22 de Julho e Santa marta de Penaguião, a 12 de Agosto.

Algum comentário final?
Descubram o nosso projecto em http://www.thesymphonyx.com/ e continuem a apoiar a boa música nacional. Um bem haja a todos os leitores da Sound(/)Zone!

Nuno Costa

[entrevista actualizada com fotos do actual line-up da banda]

www.thesymphonyx.com

Sunday, May 14, 2006

Agenda 15 - 21 Maio

Semana de mais boas propostas a nível de peso "live" no nosso país. O concurso Loud Metal Battle torna-se cada vez mais entusiasmante à medida que se aproxima do fim. Dia 21 desenrola-se mais uma sessão dos quartos-de-final. A não perder! Do Tramagal para as Fnacs de Almada, Cascais e Algarve vão passar essa semana os ímpares Hyubris, prometendo envolver-nos em muita música e... "fantasia"! Ainda esta semana, o mítico Hard Club abre as portas aos sons nacionais, desta vez aos Anonymous Souls e Pestifier. Bons motivos para desfrutar de uma boa estada em frente a um palco essa semana.

15.05.06
Hyubris – Fnac Almada (21h00)

19.05.06 – Spitout – Casa da Cultura, S. C. Dão

19.05.06 – Hunting Cross / Chemistry – Ritmus Bar, Seixal

19.05.06Anonymous Souls / Pestifier – Hard Club, Gaia (22h00 – 2€)

20.05.06 – Spitout – Augaciar, Tondela

20.05.06 – Fullmoonchild / Insaniae – Casa da Juventude, Sintra (17h30)

20.05.06Hyubris – Fnac Cascais (20h30)

20.05.06 – The Ladder / Bloodrealm / Undersave – Culto Bar, Almada (22h30 – 4€)

20.05.06 - Urban Tales - O Lado Negro Bar (22h00)

20.05.06 – Subculture / Perfect Sin – Azrael, Beja (23h00)

20.05.06 – Spitout – Augaciar, Tondela

20.05.06 – Dapunksportif / Kyoto / The Wage /Raven Soul – “Festival Makapé” Recinto Festival Tapada, Leiria

21.05.06Hyubris – Fnac Algarve (21h00)

21.05.06Skeptik / Arte Sacra / Biolence / Dpotion / Crushing Suns – Concurso “Loud Metal Battle” (1/4 final), Ilha das Estrelas Bar, Loures (18h00)

21.05.06 – Thee Orakle – Semana Académica (23h00)

Saturday, May 13, 2006

Entrevista Exilia

METAL SEM AMARRAS

Decorria o ano de 1998 quando a forte amizade gerada entre a vocalista Masha e o guitarrista Elioalien se haveria de tornar o mote para a criação dos italianos Exilia. Juntando-se mais tarde a Random [baixista] e Ge [baterista], lançaram o seu primeiro trabalho intitulado “Rightside Up” [2000], acabando por se destacar numa cena Nu-metal onde os Guano Apes pareciam ser a sua maior influência. No entanto, com uma atitude mais agreste, os Exilia desfrutaram do considerável sucesso de singles como “Stop Playing God” e “Starseed” e em 2004, com o lançamento de “Unleashed” partiram à conquista da Europa como banda suporte dos Rammstein. Por cá, ainda se devem lembrar da sua poderosa actuação na edição de 2005 do Festival Angra Rock, na ilha Terceira... Neste momento, já têm o sucessor de “Unleashed” gravado e a SounD(/)ZonE tentou, por isso, saber mais pormenores sobre este novo trabalho e dar a conhecer o simpático e novo baterista da banda - Ale.

Como mais recente membro dos Exilia, conta-nos como foi a ingressar na banda e partilhar a sua maneira de pensar e trabalhar.
Para mim foi uma oportunidade muito importante, porque aqui na Itália é muito difícil ser-se músico. Mas trabalhar com os Exilia é muito fácil, somos pessoas com mentalidades muito parecidas e estou muito feliz por estar com eles!

E como foi que eles te descobriram e convidaram para fazer parte da banda?
Aconteceu num período um bocado conturbado, a Masha estava a pensar mudar de baterista... E como que por milagre, durante uma tarde normal com um amigo, estava a ver televisão, mais propriamente o video de “What About” dos Addiction Crew [a minha antiga banda], e disse: “este é o baterista que precisamos!” (risos) Se ainda fores a http://www.addictioncrew.com/ podes ver o vídeo. Após alguns dias contactaram-me para fazer parte da banda. Claro que a minha resposta foi positiva e quatro dias mais tarde eu estava em palco com os Exilia a servir de banda suporte para os Dog Eat Dog, em Bologna, em frente à minha ex-banda... Uma situação caricata, mas foi um grande concerto!

Quais são as tuas influências musicais?
Eu gosto de muitos tipos de música, desde The Police a Sepultura... Eu creio que o meu “tio” na música é o Rob Zombie. Gosto também de The Union Underground, Machine Head... A nível de bateria aprendi a tocar ouvindo Pantera e Sepultura. Oiço também Konkhra, Fear Factory, Metallica, Megadeth, Korn, Deftones, Limp Bizkit...

Então podemos dizer que o Vinnie Paul e o Igor Cavalera foram as grandes inspirações que te levaram a querer ser baterista...
Não propriamente. Eu comecei a tocar bateria com 14 anos, mas eu estava sozinho, nenhum dos meus amigos ouvia rock! Por isso, nos primeiros anos toquei sempre completamente sozinho e estava acabando de conhecer Metallica. Eu gosto de rock em todas as suas vertentes. Para mim é uma questão de atitude... O rock é um estilo de vida! Eu não me importo com o dinheiro, o meu primeiro pensamento é sempre relativo aos meus amigos... Sem amigos não és ninguém! Para mim amigos é o mesmo que dizer: são os meus “espelhos”! Se ouvires a “Education In Rebellion” dos The Union Underground, podes ver pelas suas letras que eles sao verdadeiros “rockers”!

Seguindo agora até tempos mais recentes, “Unleashed”, último álbum dos Exilia, teve um feedback muito positivo na Europa, o que vos proporcionou uma longa digressão com os Rammstein em 2004. Conta-nos como foi essa experiência...
Não posso responder a isso porque a última digressão ainda foi com o nosso antigo baterista... A digressão terminou em Dezembro de 2004 e eu entrei para a banda em Março de 2005.

Mas provavelmente a Masha deve ter comentado sobre essa digressão...
Toda a banda me falou dessa digressão como uma grande situação, tanto para o bem como para o mal... A pressão da grande “maquina” da indústria musical fez-se sentir dessa vez. Os problemas com as organizações foram muitos mais dessa vez... Nos hotéis, nas viagens.... A banda estava a viajar num autocarro e as vezes acontecia que se enganavam nas estradas ou então certas estradas estavam cortadas. Por exemplo, na Rússia o Shaky foi controlado como se fosse um terrorista! Mas de qualquer forma, a digressão com os Rammstein foi quando os Exilia entraram nas grandes lides do mundo da música! E o que interessa mesmo foi os milhares de pessoas que estiveram frente a Masha & Co. nos concertos.

Recentemente, vocês estiveram no Texas para fazer 3 datas e, segundo li no vosso diário, foi uma viagem muito “maluca”! Antes de mais, como foi a reacção do público americano à vossa primeira presença nos Estados Unidos?
Eu preferia dizer Texas, não E.U.A., porque os texanos são realmente muito diferentes do comum americano. Eles demonstraram um nível enorme de respeito por nós só por sermos italianos. O Texas fica muito perto do México e talvez por haver muitos latinos lá a relação foi muito boa. Também no México a música é muito importante para todas as pessoas. Ao segundo refrão as pessoas já cantavam contigo! Eles são a verdadeira “fábrica” do rock do mundo! Existem imensas bandas, boas bebidas, boa música, miúdas giras! (risos) Não é o suficiente? (risos) Estou ansioso por voltar lá! Aquilo é o paraíso dos músicos! Tu encontras cordas de guitarra e baquetas a vender em supermercados convencionais, numa loja normal de comida, em tudo o que é sítio! É incrível! Ah, e estivemos também no famoso “Coyote Ugly Saloon”! (risos)

Conta-me lá: porque decidiram alugar um Chevy para fazer 2000km de Atlanta até ao Texas?
Bem, o pessoal tem muito medo de voar... E quando chegámos a Atlanta o pessoal estava branco como neve! (risos) Então o nosso técnico de som sugeriu que alugássemos um carro. Eu aceitei prontamente, a viagem foi muito boa, mas por mim não tenho problemas de ir de avião. Isso fez com que passássemos por Georgia, Alabama, Mississipi e Lousiana. Fomos até parados por um “verdadeiro” xerife, daqueles com grandes chapéus e óculos de sol e a famoso estrela de metal doirada, como se fosse um filme! (risos)

Respectivamente ao vosso novo trabalho, sei que já o estão a gravar...
Sim, aliás o álbum já está gravado. Estamos apenas a experimentar diferentes processos na fase de masterização. Provavelmente, o álbum vai ser masterizado em França, mas toda a fase de gravação e mixagem já está feita.

Já tem nome o disco?
Ainda não sabemos o título definitivo do disco... Talvez seja retirado do título de alguma canção ou então terá um nome que resuma o argumento de todas as músicas. Não temos pressa para decidir, ainda temos um mês, porque o primeiro lançamento vai ser do single “Kill Me”.

Claro, é bom trabalhar sem grandes pressas. E numa perspectiva musical como defines este novo material?
É mais agressivo, com diferentes abordagens nas guitarras, batidas mais rápidas. Mas contem também algumas baladas e alguns temas mais estranhos que tenho dificuldade em descrever... Talvez “nervosos”! (risos) Aliás descrevo esse álbum como “nervoso”, lembrando as pessoas que vivem nas metrópoles!

E consegues prever-nos a data de lançamento do álbum?

Provavelmente, estará nas lojas em Agosto/Setembro, mas os singles serão lançados em Junho.

E continuam a trabalhar com a mesma editora?

Sim, a Gun que é uma divisão da Sony/BMG alemã. Trata-se da parte pesada da editora. A nossa agência de management é a Contra Promotion, alemã também.

Tive a consultar a vossa agenda e reparei que vocês já têm uma preenchida agenda até Agosto. Têm já conhecimento de alguma oportunidade de virem a Portugal?
Estamos precisamente a trabalhar nisso com a Contra Promotion! Vamos tentar ir a Portugal, Espanha, Holanda, Dinamarca, etc. Existem muitos sítios onde precisamos tocar de novo, porque após a digressão com os Rammstein os Exilia fizeram muitos fãs novos.

Sim claro! Para terminar Alessandro, não podia deixar passar essa oportunidade sem te perguntar o que achaste do vosso concerto nos Açores, no Festival Angra Rock do ano passado?
Para nós foi estupendo! Ficamos muito contentes de tocar para vocês, eu gosto de pessoas que vivem junto ao mar, são muito parecidas connosco! A situação foi muito fixe, tudo estava em condições... O palco, o som, o público , as outras bandas... Para mim, foi o melhor concerto que demos o Verão passado!

Ruben Bento

www.exilia.de

www.myspace.com/exiliamusic

www.gunrecords.de

Agenda

Dia 20 deste mês os Insaniae, a promover o álbum “Outros Temem Os Que Esperam Pelo Medo Da Eternidade”, e os Fullmoonchild, acabados de lançar o EP “Nothing Lasts Forever”, marcam presença em Sintra, mais exactamente nas Mercês, pelas 17h.

Thursday, May 11, 2006

Civic - Nos Açores

Os Civic, vencedores do concurso "Rock In Rio Lisboa 2004", vão estar na Freguesia de Pedro Miguel, Horta, Faial, no dia 20 de Maio para um concerto único. Este fará parte da fase de promoção a "Ghosts And Shadows", álbum de estreia da banda lançado o ano passado. A não perder.

Monday, May 08, 2006

Passos - Novo álbum

No próximo dia 12 de Maio, sexta-feira, às 21h30, os micaelenses Passos (ex-Passos Pesados) lançam o seu quinto álbum de originais na sua já longa e marcante carreira nos Açores. Chama-se “O Que Mudou...” e será apresentado pela banda, na respectiva data, no Ala Bote Bar na cidade da Ribeira Grande, S. Miguel. Este promete mais uma dose de rock característico da banda, cantado em português invariavelmente, e com gravação e misturas a cargo do seu líder – Toni Pimentel.

Switchtense - no SBSR?

Os portugueses Switchtense, que lançaram recentemente o EP “Brainwash Show”, estão apurados para a 2ª fase do concurso “Preload” inserido no festival Super Bock Super Bock, que traz este ano a Portugal os Korn, Deftones, Tool, Within Temptation, Soulfly, Moonspel, entre outros, nos dias 25 e 26 de Maio. Para a banda se apresentar no palco “Quinta dos Portugueses” terá então que passar esta eliminatória, apelando assim ao vosso voto possível através do endereço http://www.superbock.pt/preload2006/.

Saturday, May 06, 2006

Caminhos Metálicos - 15º Aniversário

O programa de rádio Caminhos Metálicos – transmitido todas as quintas, das 22h às 24h na frequência 92.0 FM da Rádio Globo Azul, Espinho – apresta-se a comemorar o seu 15º aniversário no próximo dia 13 de Maio. Das comemorações desta efeméride farão parte os In Solitude, Cycles e Dethmore que subirão ao ao palco do Porto Rio Bar (Barco Gafunde, junto ao Rio Douro, Porto) a partir das 22h. Para além destes, estarão presentes nessa noite também os Dj’s José Rodrigues, Nelson Santos, Carlos Guimarães, entre outros.

Seether - Concerto acústico em CD/DVD

Os sul-africanos Seether preparam-se para lançar esse Verão um álbum acústico gravado no Grape Street Club, de Filadélfia, no dia 22 de Fevereiro. O álbum chama-se "One Cold Night" e sairá com selo da Wind-up Records no dia 27 de Junho, em formato CD/DVD. No CD estarão presentes músicas dos álbuns "Disclaimer", "Disclaimer II" e "Karma & Effect" e uma cover de "Immortality" dos Pearl Jam. O DVD traz uma entrevista à banda, o vídeo do single "The Gift", cenas de bastidores e algumas fotos da banda. Aqui fica a tracklist do álbum: "Gasoline" "Driven Under" "Diseased" "Truth" "Immortality" "Tied My Hands" "Sympathetic" "Fine Again" "Broken" "The Gift" "Remedy" "Plastic Man" "The Gift" (Alternate Mix).

Friday, May 05, 2006

Urban Tales - Apresentação de nova demo

Após o concerto em S. Miguel no Festival Coliseu ANIMA Rock, os lisboetas Urban Tales preparam-se para voltar aos palcos, desta feita para a apresentação das músicas da sua nova demo. O espectáculo tem data marcada para próximo dia 20 de Maio, pelas 22 horas, no "O Lado Negro" Bar.

Wednesday, May 03, 2006

Entrevista Sworn Enemy

DE PUNHOS CERRADOS

Fruto da génese do hardcore – Nova Iorque - e formados em fins de 1997, os Sworn Enemy imergiram ao longo dos últimos anos na cena underground americana graças ao bem sucedido EP “Negative Outlook” e ao seu álbum de estreia “As Real As It Gets”. Acumulando a isso a experiência das inúmeras datas com Madball, Six Feet Under, Hatebreed, entre outros, permitiu-lhes agora apresentarem-se em 2006 com um álbum ainda mais coeso e potente. “The Beginning Of The End” é o curioso título do terceiro trabalho dos Sworn Enemy, que marca a estreia com a camisola da Century Media, e apresenta uma abrasiva mistura entre metal/thrash e a atitude hardcore, só mesmo ao alcance de uma banda natural de Nova Iorque. Aqui ficam as palavras que a SounD(/)ZonE trocou com o vocalista Sal LoCoco.


Com cerca de dez anos de existência, como se sentem por se terem demarcado no meio de tantas bandas por este mundo fora? Sentes que muita coisa mudou, como músicos e pessoas, desde 1997?
Para ser sincero, eu sinto-me exactamente como a mesma pessoa que era há uns anos atrás. Não penso que muita coisa tenha mudado. Mas é apenas a minha opinião. A única mudança que sinto desde então é na quantidade de digressões que temos feito e no som dos Sworn Enemy.

Uma vez que já estiveram juntos em digressão com os Hatebreed, God Forbid, Unearth, DRI, entre outros, para além de uma presença no Ozzfest 2003 ao lado de bandas como os Madball e Six Feet Under, quais são as vossas perspectivas, a nível de concertos, para 2006? Já há algo em concreto para este verão?

Eu tento não pensar muito nisso porque às vezes deixas-te levar por isso. Depois o que começas a fazer é apenas preocupares-te com qual é a tua próxima digressão, com quem e onde vai ser... Eu apenas tomo a excitante consciência do quão sortudo eu sou por poder fazer digressões. Não estou bem dentro do que nos pode acontecer este verão, mas tenho a certeza que vai ser muito bom.

Uma vez que vocês conseguem misturar tão bem o metal com o hardcore, podemos dizer que vocês representam perfeitamente o conceito metalcore. Também és da mesma opinião ou tens uma perspectiva diferente em relação ao vosso som?
Sinceramente, eu detesto que nos metam este ou aquele rótulo. Se me perguntarem qual é o estilo de música que tocamos, eu simplesmente respondo que tocamos o nosso próprio estilo! Porque não nos parecemos com a maioria das bandas de metalcore que por aí andam e nem queremos porque, sinceramente, acho a maioria delas terríveis!

Desde a altura em que vocês se formaram o metal mudou um bocado, incutido novas tendências. Consideras que vocês também acompanharam essas tendências? Por exemplo, o vosso primeiro álbum era muito mais directo e cru do que o novo “The Beginning Of The End”…
Eu penso que é apenas um sinal normal de progresso na nossa sonoridade que está presente neste novo trabalho. Também é preciso ter em conta que “As Real As It Gets” foi gravado apenas em seis dias, por isso, se tivessemos o mesmo tempo para gravá-lo como tivemos para este novo disco as coisas teriam, certamente, soado diferente. Este novo disco era disco que estávamos à procura de fazer no nosso último trabalho, mas que não foi possível devido às circunstâncias.

Como decorreram as gravações de “The Beginning Of The End”? Na faixa escondida que contém, parece-me perceptível o quão divertido foi gravar este novo disco...
Foi, de facto, muito divertido gravar este novo álbum. Nos viajámos até San Diego e estivemos uns dias com o pessoal dos As I Lay Dying. O Tim é que foi o produtor, por isso, foi muito fixe trabalhar com ele diariamente. Eu acredito que tenha sido por isso que nos tenhamos divertido e então decidimos gravar aquela faixa escondida para que as pessoas pudessem também perceber que somos uma banda divertida.

O vídeo de “Scarred Of The Unknown” foi gravado num cemitério. Existe algum motivo especial para isso ou acharam simplesmente um sítio fixe para gravar o vídeo?
Penso que todos achámos que se tratava de um sítio fixe para filmar. Para além disso, encaixa perfeitamente com as letras…

Podes falar-nos sobre a base contextual das vossas letras? O título “The Beginning Of The End”, por exemplo, refere-se a quê? Será por causa do caos que se vive actualmente no mundo?
Eu não tento fazer nada demasiado complexo com as letras, apenas tento escrever curtas histórias sobre qualquer coisa que me prenda a atenção, seja esta sobre guerra ou religião... Desde que ache que valha a pena. Quanto ao título do disco, deixo em aberto para cada um interpretar à sua forma.

Provavelmente, vocês têm agendados muitos concertos para os próximos meses. Estão eventualmente a pensar gravar alguns para edição de um futuro DVD?
Eu penso que neste momento ainda não somos “grandes” o suficiente para gravarmos um DVD. Mas quando atingirmos este nível e nos for permitido, iremos sim gravar um.

Para terminar, gostarias de deixar alguma mensagem ao metalheads portugueses?
Adquiram o novo CD de Sworn Enemy quando este sair e esperamos, sinceramente, poder ir ao vosso país e para estarmos com vocês, seus sacanas malucos!! (risos)

Angrarock 2006 - Inscrições abertas

Já estão abertas as inscrições para a edição 2006 do Concurso Angra Rock, a efectuar nos dias 8, 9 e 10 de Junho, pelas 21h30, no grande auditório do Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo. As inscrições para o Concurso Angrarock 2006 decorrem até ao dia 31 de Maio, sendo efectuadas as inscrições apenas através da Internet através do site www.angrarock.com. O Concurso Angrarock 2006 está apenas aberto a projectos musicais dos Açores que preencham as condições estabelecidas no seu regulamento. Os projectos musicais participantes serão agrupados em duas eliminatórias. Os cinco projectos mais pontuados no conjunto das duas eliminatórias serão apurados para a final e apreciados por um Júri constituído por cinco elementos. Serão atribuídos aos três primeiros classificados os seguintes prémios: 1º classificado: um troféu e 1.500€; 2º classificado: 1.000€ e 3º classificado: 500€. Os três primeiros classificados serão convidados a participar no Festival Angrarock 2006, que terá lugar a 1, 2 e 3 de Setembro, no Recinto do Bailão, em Angra do Heroísmo.

Para este já foram adiantadas as presenças dos Deep Insight Finlândia), Expensive Soul (Portugal), Ramp (Portugal), Pluto (Portugal) e Stream (Terceira), faltando ainda confirmar uma banda internacional e os três projectos premiados no concurso. Esta trata-se de uma iniciativa da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo com produção da ARADO - Produções Musicais com o objectivo principal de promover a criação musical na área da música moderna, estimulando o surgimento de novos projectos nos Açores. Para além disso, é importante dar continuidade a um evento que já é uma referência a nível regional e nacional. De seguida, fica a lista de todas as bandas que já participaram no festival Angrarock, bem como as que já foram premiadas no concurso:

FESTIVAL ANGRAROCK

Império dos Sentados (Portugal), Woodstone (Portugal), Kit (Portugal), Clã (Portugal), The Dismal (Espanha), Gene Loves Jezebel (Inglaterra), Pólo Norte (Portugal), Morbid Death (Portugal), Moonspell (Portugal), Fonzie (Portugal), Killer Barbies (Espanha), João Pedro Pais (Portugal), Oratory (Portugal), Tarantula (Portugal), Killing Miranda (Inglaterra), Paradise Lost (Inglaterra), GNR (Portugal), The Temple (Portugal), Flowing Tears (Alemanha), Star Industry (Bélgica), Rádio Macau (Portugal), Reamonn (Alemanha), Eeasyway (Portugal), Exilia (Itália), Blasted Mechanism (Portugal), Charon (Finlândia) e Los Hermanos (Brasil).

CONCURSO ANGRAROCK

Enuma Elish, Manteiguinha Mafiosa, Outrage, Bat n’ Avó, Trust, Strëam, Lithium, Hiffen, Penumbra, Volcanik, VelvetStone e Stampkase.

Tuesday, May 02, 2006

Review

JORN
“The Duke”
[CD – AFM/Recital]

Nascido no coração da Noruega – Rjukan – e impulsionado pela carreira musical do seu pai, Jorn Lande foi desenvolvendo o seu talento inato ao sabor dos aromas hard rock da década de 70, até ao ponto actual em que se tornou um incontornável músico de incomensurável magnitude artística. Vocalista dos Masterplan (o seu principal projecto), Jorn sempre demonstrou uma autêntica postura workaholic arranjando sempre tempo para compor e participar em inúmeros projectos, entre os quais os Vagabond (pelos quais lançou o seu primeiro disco em 1993), Nostradameus, Millenium, Beyond Twillight, Ark, The Snakes, para além de ter já trabalhado com artistas como Yngwie Malmsteen, Joe Lynn Turner, Don Airey (Ozzy, Rainbow, Deep Purple), Uli Jon Roth (Scorpions) e Ronni Le Tekro. Perante tão abastado currículo já não há certamente quem duvide do potencial deste vocalista. Talvez por isso mesmo, em 2000, tenha decidido arrancar numa carreira em nome próprio na qual este “The Duke” é já o seu quarto tomo.

Da elegância das suas composições, sobressaí o timbre único da sua voz – sempre melódico mas com um travo arranhado delicioso – misturado com a capacidade invulgar de se expressar em arrebatadores refrões e letras tocantes. Apesar de David Coverdale e Ronnie James Dio parecerem influências mais que óbvias para Jorn, este norueguês continua a possuir um cunho muito próprio constatável na alma com que se expressa. Rodeado, uma vez mais, por grandes estrelas como é o caso de Morty Black [baixista dos TNT], Willy Bendiksen [baterista dos Company Of Snakes] Tore Moren e Jorn Viggo Lofstad [guitarristas de Carnivore e Pagan Mind, respectivamente] e ainda Don Airey, Jorn apoia-se num ilustre elenco para dar cor a excelentes composições hard rock cheias de atitude e magnetismo. “Stormcrow” e “End Of Time” são daquele tipo de temas que promete facilmente se tornar em hinos com refrões autenticamente “enfeitiçantes”. Ao longo destas novas oito malhas [sendo que “Are You Ready” é uma cover de Thin Lizzy e “Starfire” uma versão de um tema do seu álbum de estreia a solo] o interesse vai crescendo à medida que somos inevitavelmente levados nas texturas das suas melodias orelhudas. Apesar do virtuosismo dos músicos intervenientes, este é um trabalho onde não predominam os exibicionismos técnicos [ou já não tivessem os Ark terminado a sua carreira], mas sim na elegância concisa dos seus temas hard rock, aliás como é tradição neste tipo de música. Apesar deste já ter demonstrado que não consegue assinar um álbum mau, “The Duke” pode, apesar de tudo, ser considerado um álbum mais pálido em relação aos seus antecessores, uma vez que peca por alguma variedade. Aqui o ritmo é muito linear o que talvez não torne este trabalho tão empolgante quanto “Out To Every Nation”, por exemplo.

De qualquer maneira, é de irrefutável classe o hard rock deste trabalho, o que comprova, mais uma vez, que Jorn é um dos artistas mais dinâmicos, talentosos e emblemáticos da última década. [8/10] N.C.