Tuesday, December 26, 2006

Review

FIREBIRD
“Hot Wings”

[CD – Rise Above/PHD/Recital]

É extremamente deleitoso depararmo-nos de quando em vez com trabalhos como este. Os Firebird são um autêntico volume compilatório do que foi o rock e a sua génese mais pura. Por outro lado, estaríamos longe de pensar ver um músico como Bill Steer, um dos pilares de bandas tão emblemáticas [e extremas] como Napalm Death e Carcass, pegar na sua guitarra para recriar riffs e sons tão retro e que nos levassem numa autêntica viagem de cerca de 40 anos atrás, bem ao coração do blues e do rock. Bandas como Cream, Mountain, Johnny Winter ou mesmo Led Zeppelin e Deep Purple são aqui invocadas e todo um espírito nostálgico embebe este trabalho com um sabor muito peculiar.

Formados em 1999, os Firebird interrompem um hiato de três anos para nos oferecer mais um trabalho de originais, já o quarto, na forma de dez temas em que a sua honestidade fala por si. “Misty Morning”, “Horse Drawn Man”, “Bow Bells” ou “I Wish You Well” são apenas alguns dos exemplos de força e espírito rockeiro que Steer [guitarra, voz, harmónica], Al Steer [baixo] e Ludwig Witt [bateria] expelem dos seus imaginários. Os ritmos e solos de guitarra figuram o verdadeiro sentimento deste trabalho, para além da voz de Steer que se impõe com um tom deveras convincente. A harmónica em “Misty Morning” e o carácter funk de “Overnight” conferem brilhantismo e dinâmica a um trabalho onde tudo parece ter sido feito com as “vísceras” e onde a “cabeça” parece ter ficado arredada completamente do seu processo criativo. Basta dizer que este é um disco gravado ao vivo em estúdio, em apenas oito dias, e onde “não foram precisos clicks ou auto tunnings” – os “desnecessários truques de estúdio”, segundo Steer.

Que dizer perante toda esta vontade de expelir um sentimento que vive entranhado em quem ainda olha para as suas raízes com a maior paixão e respeito? “Hot Wings” não é um disco para quem tem o olhar posto no futuro e espera avidamente inovações, mas sim para quem ainda tem tempo de parar um pouco e prestar homenagem a quem gerou tudo o que consideramos ser hoje o nosso “som eterno”. Um disco que, neste sentido, não desapontará. [8/10] N.C.

Saturday, December 23, 2006

Heavy Christmas

A SounD(/)ZonE deseja a todos os seus leitores e pessoas afectas ao Heavy Metal um bom Natal e um próspero ano novo.

Friday, December 22, 2006

Comunicado

Face à recente notícia num fórum local que denuncia o plágio de um artwork num trabalho dos Zymosis, Paulo Jorge Sousa, manager da banda, divulgou o seguinte comunicado:

Hell ! O People

Devido a declarações menos boas de uma pessoa que só quer a todo o custo manchar o nome dos Zymosis no http://www.canalacores.com/ , os mesmos vêm publicamente esclarecer o sucedido:

Numa terra tão pequena em que todos deviam dar as mãos e trabalhar juntos para fortalecer a música que por estas nove ilhas se faz, parece haver pessoas apostadas em fazer o contrário. Esta pessoa com o nick “ porco infernal “ no fórum do http://www.canalacores.com/ está com muito empenho em desmoronar e construir críticas ao trabalho dos Zymosis, que tanto têm dado a conhecer o nome dos Açores um pouco por todo o mundo.

Muito profissionalmente anda a estudar tudo o que é material dos Zymosis e chegou à conclusão que a capa do registo “Disharmonical Symphony of Black Dimensions", de 2004, é parte de uma capa de um álbum dos Cradle of Filth. De facto, é verdade, mas o que é preciso ter em atenção e que fique bem claro, é que nem a banda, nem quem executou o layout do registo era possuidor da imagem em questão. A mesma utilizada foi proposta e fornecida pela já extinta editora DMK Records que editou o disco, numa fase de planeamento entre banda e editora.
Como tal, não foi detectado tal pormenor na altura por ninguém e o trabalho correu normalmente.

Este registo correu meio mundo, entrou em diversas compilações, foi distribuído por várias entidades de vários países e nunca ninguém actuou de tal forma, porque de certeza que mais ninguém reparou neste pormenor. Mas quem quer tramar seja quem for faz tudo por tudo.

As declarações desta pessoa não se ficam por aqui. A violência verbal é constante, isso para não falar na falta de respeito e desonra aos elementos dos Zymosis.

Contudo, não querendo guardar rancor a esta pessoa, os Zymosis bem pelo contrário, têm imensa pena, porque pessoas assim não são felizes e quando alguém tem algo que elas não têm ou não conseguem, acontece o que nestas linhas foram escritas. É triste, mas é verdade.
Para quem conhece os Zymosis, sabe que são pessoas de bem e solidárias e só lamentam o que se está a passar. Infelizmente está a acontecer com eles mas podia ser outra banda qualquer. Por isso, bandas açorianas, mantenham-se unidas.

Os Zymosis agradecem a todos o tempo disponível.

Ponta Delgada, 21 de Dezembro de 2006

Paulo Jorge Sousa
[Zymosis Management]
PJ – Prod´s & Management

Thursday, December 21, 2006

Phazer - Lançamento e contracto mundial

Os Phazer, vistos como uma das grandes revelações do ano nos meandros do rock nacional, vão celebrar o lançamento do seu primeiro CD-EP “Revelations” a 5 de Janeiro de 2007 no In Live Caffé, na Moita. Entretanto, a banda já desfruta de um contracto de promoção mundial em virtude da assinatura de contracto com a agência alemã AMK Legacy Music.

Machine Men - Circo de metal

Os finlandeses Machine Men vão lançar em Fevereiro do próximo ano “Circus Of Fools”, o seu novo álbum. Para já a banda terminou as gravações do seu primeiro vídeo referente à faixa “No Talk Without The Giant”. A 17 de Janeiro de 2007 a banda lança o single do respectivo tema que incluirá duas faixas exclusivas. Até agora a banda já tem cerca de 30 datas europeias confirmadas para a promoção de “Circus Of Fools”, incluindo a participação na Earthshaker Roadshock Tour que decorrerá entre Abril e Maio de 2007 com nomes como Finntroll, Tarot, Die Apokalyptischen Reiter e After Forever.

Aborted - Enigmas revelados

“The Chondrin Enigma” é um dos temas a figurar no próximo álbum dos Aborted e encontra-se já disponível no myspace da banda: www.myspace.com/g0remagedd0n. A estreia pela Century Media dá pelo nome de “Slaughter & Apparatus: A Methodical Overture” e tem data de lançamento agendada para 19 de Fevereiro de 2007.

Wednesday, December 20, 2006

Review

TERRORIZER
“Darker Days Ahead”

[CD – Century Media/Recital]

Quase como um prenúncio nos surge o novo disco dos Terrorizer. É quase motivo de arrepio na espinha olharmos para o título do disco sabendo hoje do trágico desaparecimento de Jesse Pintado, guitarrista e principal mentor desta lendária banda. Cinco dias depois de ser lançado "Darker Days Ahead", o ex-Napalm Death e Lock Up faleceu de doença no fígado num hospital holandês, criando grande choque na comunidade metaleira.

Embora ninguém esperasse que a banda regressasse ao activo 17 anos depois do seu último álbum, foi com agrado que os fãs de uma das bandas percursoras – os próprios pais para alguns – do grindcore receberam esta notícia. Apenas com metade do seu line-up original, os Terrorizer ensaiaram o seu regresso nas pessoas de Jesse Pintado e Pete Sandoval [Morbid Angel], recorrendo ao baixista e guitarrista Tony Norman [Morbid Angel, ex-Monstrosity] e ao vocalista Anthony Rezhawk [Resistant Culture] para fazer renascer este nome. Se os receios de que um período de interregno tão grande pudesse provocar qualquer tipo de “desgaste” nos conceitos musicais destes músicos, ou mesmo que o espírito já não fosse igual, havendo ainda o peso de uma referência histórica como “World Downfall” – o seu disco de estreia -, “Darker Days Ahead” revela aos primeiros temas que a essência está lá mas as pretensões são outras. Voluntário ou não, talvez nunca saberemos, a verdade é que os Terrorizer incutiram uma grande insígnia Death e Thrash metal neste trabalho, sendo já confirmadas as repercussões negativas que esta mudança provocou nos fãs mais antigos da banda. De facto, este é um trabalho diferente. As velocidades são, no cômputo geral, mais compassadas – embora Sandoval nunca “amoleça” a sua forma de percutir a bateria -, os riffs são algo minimais mas sempre venenosos e a voz de Anthony Rezhawk é uma digna sucessora da de Óscar Garcia, plena de garra em todas as palavras e refrões que cospe. De entre as mais-valias deste disco apontam-se “Crematorium”, “Mayhem” e “Victim Of Greed”, indo ainda um dos grandes destaques para “Death Shall Rise V.06”, uma versão do tema clássico do seu debuto.

Para alguns é notória a incapacidade de romper com o passado e a nostalgia parece fechar um pouco os horizontes, principalmente dos fãs incondicionais da banda. Mas seja pelo longo tempo que passou e que transforma naturalmente as pessoas, é compreensível que este disco soe diferente. Mas pensando bem, quem sabe se este disco não poderia ter saído da mesma forma um ou dois anos após o lançamento de “World Downfall”? Como mentes criativas e muito sui generis que são as de Jesse Pintado e Pete Sandoval, a ideia aqui poderia ser exactamente a de não repetir a mesma fórmula do passado. Admiro por um lado a ideia que os Terrorizer deixam de não querer viver às custas de um passado musical glorioso, mas, por outro, admito que este também não é um disco brilhante. [7/10] N.C.

Tuesday, December 19, 2006

O Natal é na SounD(/)ZonE

Caros leitores

Este ano a SounD(/)ZonE diligenciou meios para que este Natal tenha um sabor especial. Já há algum tempo que desejávamos comemorar esta data com um evento deste género, mas, por um motivo ou outro [falta de tempo na maior parte das vezes] isto ainda não se tinha consumado. Dentro dos possíveis conseguimos, e com o louvável apoio de várias entidades e bandas, constituir um Cabaz de Natal para oferecermos aos nossos leitores. Para isto, terão que cumprir ou melhor, tentar ajudar-nos a encontrar as melhores bandas e trabalhos de 2006 dentro do cenário de peso. Este era outro dos itens que também já tencionávamos abordar há algum tempo – os tradicionais balanços de fim de ano. Mas para que se convença os leitores a participar e se contorne alguma “preguiça” que às vezes reina nos frequentadores do blog, falo em termos de interacção, este Cabaz de Natal será sorteado aleatoriamente SOMENTE a quem responder aos tópicos que abaixo mencionamos. Portanto, o que têm a fazer é apenas enviar as vossas escolhas anuais para nuno_soundzone@yahoo.com.br, adicionar nome, morada e contacto telefónico e esperar que a sorte vos "bata à porta".

Só nos resta endereçar um enorme e sincero agradecimento a todos os que tornaram este passatempo possível e que muito brevemente terão uma faixa lateral no blog com os seus respectivos logotipos. É uma forma de terem mais visibilidade e, sem dúvida, o mínimo que podemos fazer. Por outro lado, é já de adiantar um agradecimento também muito sentido a todas as pessoas que continuam a visitar este tímido recanto cibernético ao longo desses dois últimos anos, para além dos outros dois em que a SounD(/)ZonE ainda era uma fanzine em papel. Espero que possamos continuar a corresponder às vossas expectativas e a oferecer cada vez mais e melhor informação.

A entrega das respostas decorre até 31 de Dezembro. Para além disso, alertamos desde já que não haverá espaço para segundos e terceiros lugares pois, apesar de o Cabaz ser minimamente recheado, não nos sobrava material para contemplar outros vencedores sem prejudicar o formato cabaz. Portanto, acresce o desafio! Segue então os tópicos do passatempo e a composição do Cabaz. Muito bom Natal e… boa sorte!

PASSATEMPO

- 5 melhores discos internacionais
- 5 melhores discos nacionais
- 3 melhores DVD’s musicais do ano
- Melhor banda internacional
- Melhor banda nacional
- Banda revelação internacional
- Banda revelação nacional
- Melhor músico internacional
- Melhor músico nacional
- Concerto do ano em Portugal
- Acontecimento musical do ano
- Acontecimento menos positivo do ano

CABAZ DE NATAL


- Kronos – “Kronos”
- Urban Tales – “Demo 2006”
- Misery Signals – “Mirrors”
- Twelve Tribes – “Midwest Pandemic”
- The Awakening – “Razor Burn”
- Comity – “… As Everything Is A Tragedy”
- Psychopathic Terror – “Fucker”
- Stream – “Another Story”
- Anomally – “Demo 2006”
- Sacred Tears – “Whispers Of Loneliness”
- Pitch Black – “Thrash Killing Machine”
- Izumi – “Demo 2003”
- Requiem Laus – “For The Ones Who Died”
- Requiem Laus – “Through Aeons”
- Requiem Laus – “Promo 2006”
- Probation – “Sick Sounds Of Disorder”
- Forgotten Suns – “Snooze”
- Morbid Death – “Unlocked”
- Dust – “Dust”
- Profusions – “Paradigma”
- Zymosis – “Puritanical Live War” [DVD]
- Compilação Listenable Records
- Compilação AFM Records
- Compilação Raging Planet
- T-Shirt Moonspell
- Pins Moonspell
- Bolsa CD’s Metallica
- 6 edições fanzine Arauto Metálico [#4 - 6 c/ CDR]

PATROCINADORES:
Recital, Ferret Music, Massacre Records, Appease Me, Plastichead, Serpent’s Eye, Firebox, Angra Music Agency, PJ – Prods & Management, No!Records, Radical Records, Listenable Records, AFM Records, Raging Planet, LMM – Licensed Merchandisemania, Kronos, Urban Tales, Sacred Tears, Izumi, Requiem Laus, Profusions, Arauto Metálico.

Headstone - Nova baixista

Os portuenses Headstone contam com um novo elemento. Vera Sá [Cycles] é a nova baixista de serviço em virtude da saída de Henrique Loureiro.

Agenda

Os Kronos actuam amanhã no In Live Caffé, na Moita.

Agenda

A 7 de Abril de 2007, o site www.vilametal.web.pt promove mais um espectáculo, desta feita com os Web e os Headstone no Marc Burger, em Vila Real, às 23h00. Os bilhetes estarão disponíveis a 4 euros, com direito a uma bebida. Após o concerto, o DJ Relapse oferece música aos presentes.

Monday, December 18, 2006

Review

DISTRICT
“Great Exit Lines”

[CD – Golf/PHD/Recital]

A simplicidade da capa de “Great Exit Lines” talvez não seja o factor mais favorável para atrair o consumidor/ouvinte para esta rodela. Mas como em muitos casos, as aparências podem iludir. De brutal já esperávamos que nada tivesse e esta realidade constata-se imediatamente ao pôr-se a rodar “Air”, o primeiro tema propriamente dito e que antecede uma curta [e até desnecessária] introdução.

Quanto ao trabalho dos District propriamente dito, à medida que o vamos escutando, vai ficando a ideia de que, apesar de ser uma banda de rock britânico, daquele de pendor predominantemente orelhudo e virado para as massas, a verdade é que este quinteto de Brighton não soa, por estranho que pareça, enfadonho. É verdade que não oferece nada de revolucionário nem com grandes aspirações dentro de um estilo preenchido por uma imensidão de bandas, mas as malhas são “redondas” e perspicazmente construídas para que tenhamos algum respeito por elas. Rock tradicionalmente britânico com raízes nos anos 80 e 90 e com uma destacada nomenclatura pop, diga-se de passagem. Ora isso já poderá servir de cartão vermelho para os adeptos do metal puro e duro que não admitem trabalhos como este no seu leitor. Também não será menos verdade dizer que este tipo de trabalho não demonstra à partida grande longevidade, face à sua natural superficialidade, mas em determinadas ocasiões até nos soa agradável e descontraído... Tudo dependerá das ocasiões.

Melodia e refrões apaixonados são a marca de relevo destes 12 temas, alternando com um ou outro riff mais duro. Mas tudo aqui é declaradamente dirigido ao coração... Sim, é um disco emo! Não obstante ser esta a realidade deste trabalho, a coesão ressalva-se e atingi-nos na cara com toda a convicção, ocultando de todo o facto desta banda ter apenas ano e meio de existência. Com a experiência angariada pelos seus membros nos Hiding With Girls, senhores de vendas consideráveis e tournées ao lado de nomes como os Alexisonfire, Coheed And Cambria, Alter Bridge e The Bled, não seria de esperar outra coisa. A produção de Jonh Mitchell também ajuda muito a que este disco soe como um trabalho de um nome firmado, daqueles que passam insistentemente na MTV. Ora se este para lá não for confinado, tem todo o seu perfil e até potencial. Um disco interessante para os amantes do género que não deixa nada a dever aos seus directos competidores. [7/10] N.C.

Saturday, December 16, 2006

Threshold - No Prog Power 2007

Os Threshold confirmaram a sua participação na 8ª edição do festival Prog Power a decorrer em Atlanta, em Outubro do próximo ano. Para já o cartaz conta com as confirmações dos Sonata Arctica, Virgin Steel, Redemption, Raintime, Firewind, Communic, Vanden Plas e Freak Kitchen. Entretanto, a banda prossegue as misturas do seu novo álbum nos Thin Iced Studios, em Inglaterra, com Karl Groom. O álbum será lançado no dia 23 de Março.

Dew Scented - Incineração sonora

“Incinerate” é o nome do novo trabalho dos Dew Scented a lançar em Março de 2007. Entretanto, enquanto o produtor Andy Sneap [Arch Enemy, Nevermore, etc] termina as misturas do álbum, a banda de thrash alemã recebeu a confirmação da sua participação no No Mercy Festival 2007 ao lado de bandas como Behemot, Napalm Death, Moonspell entre muitos outros.

Sonata Arctica - Abrem "portas" do estúdio

Os Sonata Arctica encontram-se já em estúdio a registar aquele que sucederá a “Reckoning Night”, de 2004. No site da banda, passa agora a haver disponível um diário de estúdio com todos os desenvolvimentos das gravações que, segundo adiantou o teclista Henkka, já tem as faixas de bateria e algumas pistas provisórias de guitarra e baixo gravadas. Leia toda a reportagem de estúdio aqui.

Tarot - Voo negro

Os finlandeses Tarot aprestam-se a lançar o seu novo álbum no dia 19 de Janeiro de 2007. Intitulado “Crows Fly Black” o novo trabalho da banda do baixista Marko Hietala [Nightwish] tem já, em exclusivo, um avanço dos seus temas no site da Nuclear Blast. Escuta a amostra aqui. Após o seu lançamento a banda vai cumprir algumas datas em Fevereiro na Alemanha, voltando mais tarde para uma extensa digressão europeia.

Friday, December 15, 2006

Review

DEAD MAN IN RENO
“Dead Man In Reno”

[CD – Abstract Sound/PHD/Recital]

É deveras surpreendente a rapidez com que certas modas se desgastam… Acho que já se chegou à plena consciência de que o metalcore perdeu a força que tinha há escassos anos e que hoje, ao contrário do que se assistia anteriormente, gerou-se uma certa repulsa e um certo “medo” quando nos chega às mãos um novo disco do género. No caso dos Dead Man In Reno podíamos até sentir esta análise inconclusiva se olhássemos só para o seu percurso. Afinal de contas a banda gozou de um sucesso considerável na plataforma MySpace, o que a empurrou para um contracto com a Abstract Sound. Posto o seu disco de estreia a rodar no leitor, rapidamente nos apercebemos que este sucesso deturpa, na realidade, o verdadeiro potencial desta banda. Sentimo-los quase como um caso inflacionado onde o aparição deste quinteto neste momento e neste patamar transmite, nada mais nada menos, do que uma jogada pensada e segura de uma editora que, no fundo, tenta tirar partido de uma moda.

Mas atenção: escutado “Dead Man In Reno”, sejamos honestos, a sensação não é má. A banda revela, esquecendo todos os clichés ou lobbies que se criaram à volta deste estilo, uma força relativamente contagiante. Também é verdade que sem a majestosa produção de Jamie King [Between The Buried And Me, Through The Eyes Of The Dead] este material nunca poderia causar o impacto que ainda assim provoca. Existe competência nas guitarras, complexidade nos ritmos, algumas melodias interessantes, mas o problema continua a ser o de muitas outras bandas que chegaram tarde a esta realidade: limitam-se a recriar quase copiosamente o que uma série de bandas já fez. As estruturas não vão para além do mais óbvio e previsível que possam imaginar. Nem mesmo as características comerciais que este estilo possui escapam à mira dos Dead Man In Reno. Inadvertidamente, até quando o disco começa de forma brutal, surge uma espécie de interlúdio acústico – “She’s Tugging On My Heartstrings” – e, mais tarde, vão inserindo refrões e passagens com voz limpa plenos de fulgor emo. As guitarras acabam por ser a maior valia deste trabalho, mostrando-se irrequietas e com rasgos técnicos interessantes. Contudo, a orquestração em “Cursed” é, de facto, o momento mais categórico e chamativo do disco. Certamente, muito pouco para uma banda que pretende ainda apanhar um comboio que há muito já começou a descarrilar e no qual só as carruagens [leia-se bandas] basilares conseguirão persistir.

Em suma, seria inconsciente e injusto dizer que os Dead Man In Reno são uma má banda. Mas como se consegue atribuir demasiada importância a um disco em que tudo nos soa a algo que já ouvimos em centenas de projectos e onde não se testemunha a preocupação de incutir absolutamente nenhuma característica própria? Acredito, ou melhor, tenho a plena consciência, que é tarefa tremendamente difícil inovar-se musicalmente hoje em dia mas, por uma ou outra razão, abstracta com certeza, ainda há músicos que o conseguem fazer... Mas este não é o caso. [6/10] N.C.

Thursday, December 14, 2006

Review

COMITY
“...As Everything Is A Tragedy”

[CD – Appease Me/PHD/Recital]

Lançado em meados deste ano, o segundo álbum dos franceses Comity dá mostras de que por terras gaulesas se começam a explorar cada vez mais tipos de sonoridades e a criar uma nata de músicos cada vez mais empenhada em extravasar, sem quaisquer temores, as tendências mais comuns e/ou mainstream da música actual. Se bem que França já nos brindou com nomes importantes da cena europeia, como são exemplo os Scarve ou mesmo os Pleymo, mas ainda assim são em número insuficiente para tornar este num dos países reconhecidamente mais prolíferos a nível de sons pesados. No caso dos Comity as tendências declinam-se e investe-se numa abordagem extrema e muito experimental que, embora não seja a aposta teoricamente ideal para tirar este país de um certo "anonimato", ajuda a vê-lo como um local onde os músicos são ousados e excêntricos.

Os Comity têm já dez anos de existência mas só agora chegam ao seu segundo trabalho, tendo gravado, ao longo de todo este tempo, uma demo, um split CD com os [também] franceses XII intitulado “The Catharsis Syntax Project” e o álbum de estreia – “The Deus Ex-Machina As A Forgotten Genius”. Nome pertinente e complexo, hein? Pois como toda a obra dos Comity a sonoridade da banda é algo quase bizarro, embrulhado num envólucro metalcore, mas que é insuficiente para definir o que realmente fazem. Só referindo o esquizofrenismo de The Dillinger Escape Plan ou Isor para terem uma ideia do que este quarteto, destemidamente, produz. Ainda assim, consegue ser muito mais obscuro, extremo e alternativo do que os nomes atrás mencionados. Aqui tudo corre a uma velocidade vertiginosa, até as 99 faixas do álbum que, no fundo, não são mais do que uma única peça musical interligada. Os riffs matemáticos cruzam-se com investidas que poderiam estar no trabalho mais necro de uma qualquer banda de death ou black metal mais primitivo. Isto acaba por resultar, como já devem ter percebido, num trabalho muito exigente para as nossas mentes e ouvidos.

A vontade de desnortear o ouvinte é, diria, o principal objectivo dos Comity e isto eles conseguem com toda a facilidade. Porém, a forma como todo os temas foram criados não deixam dúvidas acerca da intencionalidade e maneira cerebral como a banda trabalha. Embora isto seja difícil assumir em alguns momentos... O caos [controlado, lá está] é aqui, sem dúvida, a linha orientadora, mas podemos ainda encontrar alguns momentos mais calmos na segunda metade do disco. Alguns bastante melódicos até mas, na maior parte, sempre decadentes e impregnados de dissonância. Quererão os Comity atingir algo mais do que o underground? Provavelmente não, mas é certo que, pela sua valentia, coragem e ousadia ganham aqui o nosso respeito. [8/10] N.C.

Asrai e Salem - Nova casa

Os holandeses Asrai acabam de assinar um contracto com a Season Of Mist. A banda de rock gótico já prepara o seu próximo álbum, terceiro da sua carreira, e que sucede a "Touch In The Dark". Também dos quadros da Season Of Mist farão agora parte os Salem. A banda israelita prevê a sua estreia com o selo da editora para a primeira metade de 2007 na forma de "Necessary Evil".

Cycles - Novo vocalista encontrado

Sérgio Martins [In Solitude] é o novo vocalista dos Cycles. Após ter anunciado na última terça-feira a saída de Henrique Loureiro, apenas um dia bastou para que a banda portuense voltasse a emitir comunicado a anunciar o seu novo elemento. Os autores de "Phoenix Rising", de 2006, vão assim prosseguir normalmente a preparação de novos espectáculos e a composição do seu novo álbum.

Wednesday, December 13, 2006

Review

AHAB
“The Call Of The Wretched Sea”

[CD – Napalm Records/Recital]

O impulso que nos leva a apreciar um trabalho é muitas vezes conduzido pelo sentimento que este nos proporciona. Independentemente das preferências pessoais ou da rotatividade com que ouvimos certos estilos musicais, há trabalhos que nos conseguem de forma quase visceral ou cinéfila [no caso dos Ahab], agarrar os sentidos e forçar a vivenciar momentos que dificilmente esqueceremos. Os Ahab são um desses casos.

Dirigidos por Christian Hector [guitarrista dos Midnattsol], Daniel Droste [voz, guitarra, teclados] e Stephan Adolph [baixo, guitarra, voz], os Ahab são autores de uma teia densa e absolutamente claustrofóbica assente num funeral doom metal do mais vagaroso e obscuro que possam imaginar. A abrilhantar tudo isto temos a ligação desta trilha sonora com a trama do célebre romance de Herman Melville – “Moby Dick”. Ora, isto poderá fazer-nos pensar imediatamente em Mastodon, mas este facto apenas se constata se olharmos para a capa, porque todo o restante contexto musical é diferente. E motivos não há para “crucificações”, pois tudo aqui soa personalizado e a recorrência a esta estória para servir de base a este trabalho acaba por resultar de forma fabulosa. Desde os horripilantes momentos iniciais de “Below The Sun” passando por momentos de alguma “luz” com a melodia inicial de “Old Thunder”, tudo aqui se arma com a imponência de um animal gigantesco e com a força de derrubar tudo o que se lhe deparar pela frente.

A viagem mental que percorremos ao longo dos 67 minutos de “The Call Of The Wretched Sea” é completamente tenebrosa e promete deixar marcas em quem os ouve. E é disto que vive os grandes discos – sensações. Ainda assim, esperem muita dinâmica, pois o trabalho deste trio não se confina a momentos de puro arrastanço. Há aqui a preocupação de não maçar o ouvinte e as variações que lhe são incutidas só o torna mais sublime. Á mesma velocidade que nos espantamos por ver Christian num projecto tão diferente daquele em que o estamos habituados a ver, sentimo-nos reconfortados por perceber que esta foi, definitivamente, uma aposta ganha. Para além do mais, acreditamos no potencial deste trabalho para agradar a ouvintes que não estejam muito familiarizados com o género... logo que tenham um mente minimamente aberta. [9/10] N.C.

Monday, December 11, 2006

Agenda

Os portuenses Cycles vão actuar juntamente com os Amor-te no Marc-Burger bar, em Vila Real, no dia 17 de Fevereiro. O espectáculo inicia-se às 23h00 e os bilhetes estão disponíveis a 4 euros, com direito a uma bebida. O DJ Relapse animará o resto da noite. Esta é mais uma produção Vila Metal (www.vilametal.web.pt).

Festival de Música Moderna de Corroios - Inscrições abertas

As inscrições para a edição 2007 do Festival de Música Moderna de Corroios já estão abertas. O evento organizado pela Junta de Freguesia desta localidade vai submeter a avaliação dez projectos pré-selecionados que vão demonstrar as as suas capacidades ao longo de cinco sessões ao vivo. Uma das novidades da próxima edição do concurso é a inclusão de uma banda convidada em cada sessão do evento. As inscrições estão abertas até ao dia 2 de Fevereiro. Mais informações em www.festivalmusica.jf-corroios.pt.

Entrevista Misery Signals

SINAIS REFLECTIDOS

O percurso dos Misery Signals foi tudo menos sereno. Os 7 Angels 7 Plagues e os Compromise, as bandas que lhes deram origem, tiveram que superar inúmeros abandonos inesperados e até mesmo a morte de dois elementos, no caso dos Compromise, num acidente de viação. Para além disso, a banda teve que se sujeitar durante algum tempo a uma viagem de 24 horas para se juntar, compor e ensaiar. Entretanto, um primeiro sinal de prosperidade manifestou-se quando, em 2004, membros da Ferret Records os viram actuar e quiseram imediatamente assinar contracto. O primeiro grande momento dos Misery Signals veio depois então com o lançamento do seu primeiro álbum – “Of Malice And The Magnum Heart” – [gravado com Devin Townsend] despertando grandes reacções por parte da imprensa especializada. Em 2006 chega-nos o seu segundo tomo, intitulado “Mirrors”, que mostra um acentuar inteligente de melodia em contraste com a usual força musculada do metalcore. Ryan Morgan, um dos membros fundadores da banda, fala-nos sobre este novo trabalho que nos traz também em estreia o vocalista Karl Schubach.

Acabados que estão de vir da digressão com os Dead To Fall, como se sentem?
A digressão com os Dead To Fall foi muito boa. Divertimo-nos imenso. Nós conhecemo-los há muito tempo, por isso passámos tempos muito bons nesta tournée.

O público tem reagido melhor ao vivo a “Mirrors” em relação ao anterior “Of Malice And The Magnum Heart”?
Sim. Por outro lado, o disco saiu há pouco tempo e os putos ainda estão a aprender os temas, mas a resposta tem crescido rapidamente.

“Mirrors” fala dos vários lados da personalidade humana e de como as pessoas se encaram umas às outras. Eu quase me assustei quando virava as páginas do seu booklet! Muito simples, mas muito revelador...
(risos) Eu sinto que não te consigo explicar bem o conteúdo do disco, mas o “Mirrors” foca a avaliação de cada personalidade e os efeitos que as suas acções têm nas outras pessoas e coisas.

Hoje em dia, creio que vocês apresentam uma sonoridade mais diversificada. Quais foram as intenções, propriamente ditas, com esta mudança?

Bem, em cada disco que compomos gostamos de melhorar em relação ao seu antecessor. Estamos constantemente a crescer como músicos, personalidades e como grupo. Eu penso que é uma espécie de progresso natural para os Misery Signals.

Já agora, que bandas vos inspiram? Efectivamente, após visitar a vossa página no MySpace, fiquei a compreender algumas ligações com certas influências que apontam, como é o caso dos Deftones ou Shai Hulud, mas uma grande parte delas não achei assim tão explícitas. Eu situo-vos muito mais no plano de bandas como os Zao, Twelve Tribes, Mastodon ou Converge...
Quer dizer, existem influências sólidas no nosso som, mas ao mesmo tempo somos influenciados por um leque muito vasto de bandas, as quais creio que nem nos apercebemos. Os Converge, por exemplo, foram uma das bandas que nos “empurraram” para o mundo do metal. Bandas como os Zao ou Twelve Tribes, que estiveram ao nosso lado ao longo de várias digressões, acabaram por incutir o seu som no nosso subconsciente sem que nos apercebêssemos disso.

Há quanto tempo o Karl Schubach [vocalista] está na formação dos Misery Signals?
Neste momento, está a fazer um ano...

Consta que ele era guitarrista e, no entanto, nunca tinha cantado. Eu não acredito nisso... (risos)
(risos) É verdade. É difícil de acreditar que alguém com tanto talento para cantar nunca tenha cantado, mas é uma realidade! Os Misery Signals são a primeira banda em que o Karl é vocalista.

E porque foi que o Jesse abandonou a banda?
Existem várias razões. Um deles foi que ele queria passar mais tempo em casa. Por outro lado, ele também tinha pontos de vista e ideias diferentes das nossas em relação à banda e o seu futuro. De qualquer forma, ele já não se estava a dedicar devidamente à banda, por isso a sua saída foi o melhor para ambas as partes.

Qual foi o sentimento ao compor “Mirrors”?
Dá-nos sempre um grande prazer compor um novo álbum. Tu acabas por te fartar tanto do teu material antigo e aprendes tanto à medida que o tempo passa relativamente à forma como podias ter feito melhor que, quando chega essas alturas, não queres desperdiçar a oportunidade de fazer o melhor possível!

Esta foi a primeira vez que estiveram em estúdio com o Ben Schigel. Gostaram da experiência?
Sim, o Ben é um gajo muito fixe. Tivemos um mês e meio a trabalhar com ele e tudo correu muito bem.

Quais foram as maiores diferenças que sentiram nos métodos do Ben em relação ao Devin Townsend?
Bem, o Devin é único! É um individuo cheio de talento e tem muito boas ideias. Eu não diria que foi melhor trabalhar com ele, mas tinha, definitivamente, as suas vantagens.

Já agora, têm se mantido em contacto com ele? Eu li recentemente que o Devin andava muito cansado e que provavelmente iria congelar as actividades dos Strapping Young Lad por tempo indeterminado...
Nós mantemo-nos em contacto com o engenheiro dele que normalmente vem aos nossos espectáculos quando tocamos perto da sua zona. Ele mantém-nos informado sobre, mas em relação aos seus planos profissionais não sei nada.

Quais são as vossas ambições para o futuro?
Bem, eu penso que o principal é continuarmos a fazer o que temos feito e conseguir viajar pelo maior número de sítios possível para forjarmos a nossa inspiração. Queremos escrever música criativa!

Algum comentário final para os portugueses?

Obrigado a todos os nossos fãs pelo apoio e não percam um concerto nosso quando passarmos por aí!

Nuno Costa

www.miserysignals.net

www.myspace.com/miserysignals

Thursday, December 07, 2006

Agenda

O site www.vilametal.web.pt continua a apoiar inúmeras datas na zona de Trás-os-Montes e arredores. Segue-se o cardápio para os próximos meses, a começar já amanhã com uma data por conta dos nacionais The SymphOnyx no Auditório Municipal de Santa Marta de Penaguião, a partir das 22h00.

08.12.06 - The SymphOnyx (+ Quarteto "Sarasete") - Auditório Municipal, Santa Marta de Penaguião, 21:30h

08.12.06 - Holocausto Canibal + Web - Zona +, Bragança - 22h

23.12.06 - Invisible Flame-Light + Shattered Dreams - Marc-Burger, Vila Real, 23h

13.01.07 - tba - SWR Barroselas Metalfest Warm Up Session, Marc-Burger, Vila Real, 23h

16.02.07 - Amor-te + triVial Y - Zona +, Bragança - 22h

17.02.07 - Cycles + Amor-te - Marc-Burger, Vila Real, 23h

23.02.07 - Thee Orakle + Klanghor (SP) + Hotz (SP) - Festival Metaltotal 2007 - Zamora, ESPANHA - 22h

03.03.07 - Seven Stitches + Jesus on Fire - Marc-Burger, Vila Real, 23h

16.03.07 - Shadowsphere + Thee Orakle - Zona +, Bragança, 22h

17.03.07 - Shadowsphere + Thee Orakle - Marc-Burger, Vila Real, 23h

Amor-te - Novo tema no MySpace

Os Amor-te disponibilizaram o tema "Minotauro do Sono" no seu recém-criado MySpace (www.myspace.com/riscodecal). A banda de Chaves aguça assim as expectativas em relação ao seu primeiro EP - "Ecos de Solidão" - a lançar em Janeiro de 2007 pela Big Foot Records.

Cruxshadows - Hoje no Culto Club

Hoje actuam no Culto Club, em Cacilhas, os norte-americanos Cruxshadows e os nacionais Dead Poets a partir das 21h00. A banda de synth pop e new wave vem apresentar o álbum "Dreamcypher" a Portugal, com o epíteto de melhor colectivo do género da actualidade, considerado pela imprensa germânica. Os ingressos estão à venda a 17 euros.

Review

SEVEN STITCHES
“The Face Alone Does Not Reveal The Man”
[EP – Recital]

Apesar de hoje representarem um dos nomes importantes do panorama de peso nacional, a afirmação dos Seven Stitches não se fez de um surto repentino de popularidade. Ao contrário de alguns nomes que surgiram na altura em que se formaram, em 2002, a banda de Grândola só se começou a implantar verdadeiramente quando atingiu a solidez, nomeadamente com a entrada do baixista Pedro Paulo, em 2004. Um ano depois a banda grava “While We Don’t Take Over Death”, a sua primeira demo, e a partir de então começa a mostrar a sua verdadeira força, tanto em disco como nos concertos ao vivo que aumentaram de número. Com o contracto com a Recital a banda entrou de novo em estúdio no início de 2006, com Miguel Cristo sentado na cadeira de produtor, e, em conjunto, gravaram o seu primeiro E.P. nos Adrenalina Studios, em Tarouca.

Ao pormos a rodar “The Face Alone Does Not Reveal The Man”, com o auxílio de uma produção sólida, os seus primeiros instantes soam como um potente coeficiente em que as parcelas sustentam-se em guitarras muito densas e num ritmo acentuado que o torna contagiante. O empenho técnico nota-se ao longo dos temas, quer em alguns solos, quer em alguns compassos compostos, conferindo desta forma uma imprevisibilidade interessante ao trabalho. Sem serem demasiado exuberantes na sua abordagem, os Seven Stitches assumem-se como uma oleada engrenagem movida a ritmos rápidos e com um poder de “ataque” incisivo, onde feitas as contas finais, não há muito espaço para vagarosidades. Este quarteto, apesar de dividir as suas velocidades inteligentemente e de forma muito equilibrada dá-nos a sensação de nunca querer dar tréguas ou tirar o pé do acelerador. As linhas distorcidas são impetuosas e a sua sonoridade, algo entre o thrash, o death e uma miscelânea de vertentes mais modernas, acaba por tornar este disco agradável. É verdade que a banda não mudou quase nada os métodos que guiaram a sua música no passado, mas nota-se um certo extremizar de atitude. Para além de que sabe bem ver a honestidade, convicção e obstinação com que a banda trilha, fielmente, o seu caminho sonoro. Entretanto, sentem-se ainda alguns momentos de ingenuidade ao nível da composição que naturalmente serão corrigidos com o tempo e a experiência.

Em suma, “The Face Does Not Reveal The Man” é um trabalho atraente, embora não traga nada de novo, mas a força e o ritmo que emprega tem um particular sentido de nos empurrar contra a parede. Como bónus, a banda oferece três temas da sua primeira demo para quem ainda não conhece o seu passado musical. [7/10] N.C.

Agenda

Hoje [7], o Cine-Teatro de Corroios abre as portas para receber os Vinyl, Plageo, Witchbreed e My Enchantment, num espectáculo com início às 21h00 e o ingresso no valor de 5€ [com direito a um fino].

Tuesday, December 05, 2006

Review

PSYCHOPATHIC TERROR
“Fucker”

[CD – Serpent’s Eye/Firebox/Recital]

O álbum de estreia dos Psychopathic Terror traz-me à baila o eterno dilema de dissertar sobre bandas que, declaradamente, estão pouco interessadas em inovar. O caso destes finlandeses insere-se precisamente neste parâmetro e a nós, críticos ou pseudo-críticos, resta-nos a hipótese de tentar compreender ou ignorar simplesmente aquilo que uma banda está a tentar transmitir. Ora, para Pete Ilvespakka [voz, guitarra, baixo], fundador dos Psychopathic Terror e igualmente mentor dos Diaboli, criar este novo projecto foi, acima de tudo, um acto de canalizar ideias para a direcção correcta. Segundo o press que acompanha “Fucker”, o músico criou esta banda porque algumas das suas ideias não se encaixavam com o black metal do seu outro projecto.

Olhando para este disco vemos um conjunto de oito temas, totalizando uns efémeros 32 minutos, no qual se serve, da forma mais old school, crua e directa, um death/thrash inspirado em actos como Dismember ou Carnage. Este duo, completo pelo baterista Matti Johansson [Korpiklaani] e auxiliado por Toni Tie [Crystalic] na guitarra e Torsti nas vozes de alguns temas, é o pragmático modelo de banda underground e totalmente seu devoto. O próprio artwork da capa [necro e sangrento] bem o ilustra. Creio que não restam dúvidas que as ambições artísticas aqui são nulas e que o duo finlandês não procura re-inventar nada, mas simplesmente atingir satisfação pessoal e, acima de tudo, destilar raiva e ódio.

“Fucker” é, no entanto, um disco consistente, com temas rápidos e compassados, alguns com verdadeiro espírito punk/hardcore [como é o caso do final “Fuck The Police”], e que evitam que este se torne enfadonho. Toda a força tradicional do death/thrash está presente, de forma vigorosa e robusta. Contudo, tudo se resume a uma questão de critérios. Talvez por isso percebamos agora porque os Psychopathic Terror levaram tanto tempo a arranjar contracto e colocar nos escaparates um disco que já foi gravado em 2003. [7/10] N.C.

Monday, December 04, 2006

Chimaira - Novo vídeo e álbum

Os Chimaira vão estar a gravar o seu novo videoclip nos próximos dias 6 e 7 de Dezembro, em Los Angeles. O tema em questão chama-se “Ressurection” e é, aliás, o tema-título do seu novo álbum, gravado em Outubro passado com Jason Suecof e Andy Sneap [Machine Head, Arch Enemy]. O disco prevê-se que esteja disponível no mercado no início de Março de 2007. Entretanto, a banda colocou no seu myspace um tema que ficou de fora do set list de “Chimaira” e que se chama “Threnody”. Aceda aqui.

Sunday, December 03, 2006

Himsa - Assinam contracto com Century Media

Os norte-americanos Himsa são neste momento membros do catálogo da Century Media. Após um período de três anos em que lançaram “Courting Tragedy And Disaster”, a estreia em 2003, e “Hail Horror”, o disco da afirmação em 2006, pela Prosthetic Records, a banda assinou recentemente um contracto com a editora alemão, o qual já descreveu como “o passo mais correcto a dar neste momento como indivíduos e banda”. Neste momento, a banda também festeja o regresso do guitarrista Sammi Curr à banda. Em 2007 prevê-se a estreia dos Himsa pela Century Media.

Friday, December 01, 2006

Review

HALO OF SHADOWS
“Manifesto”

[CD – Massacre Records/Recital]

Os finlandeses Halo Of Shadows são uma jovem banda de power/death metal melódico formada no início de 2005. Ao arremessar este rótulo aos Halo Of Shadows é preciso que se tenha em consciência que esta é uma abordagem sucinta ao som que brota do imaginário de Antti Matilainen [voz] Teemu Hänninen [guitarras] Teemu Anttila [teclas] e Jari Huttunen [bateria]. Confesso que quando peguei neste disco, estava à espera de mais um fascículo de “warrior” power metal característico da germânica Massacre Records. No entanto, o peso das guitarras do [pálido] tema de abertura e a austera voz de Anti Matilainen cedo vieram dissipar esta ideia. Mesmo assim, quando as coisas parecem muito lineares, os Halo Of Shadows são capazes de nos surpreender, ora com temas mais compassados, ora com investidas furiosas de bateria, ora com acordes frios característicos do black metal e teclados dinâmicos que, por vezes, conferem um ar progressivo aos temas.

Influências são muitas nos cerca de 50 minutos de música de “Manifesto”. Logo no segundo tema ficamos com a certeza de que os Arch Enemy são uma das maiores musas inspiradoras dos Halo Of Shadows, principalmente do vocalista Antii Matilainen [sempre muito próximo do registo de Ângela Gossow], bem como os Children Of Bodom, Amorphis, Dimmu Borgir [escutem o final de “Burn In Depths”] ou mesmo Symphony X nas partes em que a banda envereda por campos mais clássicos. Os Halo Of Shadows revelam-se bons executantes e alguns temas conseguem-nos pôr de ouvido atento como, por exemplo, o tema-título ou o mais experimental e progressivo “Drowned In Ashes”. Por outro lado, algumas passagens ou riffs incorpóreos e com pouco carácter e alma [“Whore” ou “Follow And Fall” são exemplos disso] fazem-nos alguma espécie e repelem-nos inevitavelmente para fora do eixo deste trabalho.

O que se pode e deve enaltecer relativamente nos Halo Of Shadows é a sua postura. Estes quatro finlandeses ao menos fizeram questão de mostrar alguma ousadia e extrapolar o seu trabalho para além de um único sentido musical. Apesar de não ser um grande disco, “Manifesto” consegue ser minimamente diversificado ao ponto de nos manter curiosos em relação ao seu desenrolar. Porém, todos os pormenores de composição que isto implica terão ainda que ser muito bem delapidados, pois tão repentina chegada ao primeiro álbum foi insuficiente para os Halo Of Shadows granjearem a consistência ideal. [6/10] N.C.