Monday, October 29, 2007

Live Zone [report]

OCTOBER LOUD
26-27.10.07 - Neurolag / Nableena / In Peccatvm / Zymosis / A Dream Of Poe / Strapping Lucy / Spinal Trip / Hatin' Wheeler - Salão de S. José, Ponta Delgada

Dia I
O passado dia 26 de Outubro, primeira etapa do debutante festival açoriano October Loud, deixou no ar muitas reflexões quanto ao estado actual da música de peso nos Açores, mais concretamente em S. Miguel. A coragem com que este festival se tentava impor nesta fase do ano em que as actividades neste campo são praticamente nulas era um sinal de louvor à partida e o cartaz que apresentava era também mais do que aliciante para obrigar a que a comunidade de peso micaelense se reunisse em massa no Salão de S. José, em Ponta Delgada.

A começar pelos horários, a organização cumpriu à risca aquilo a que se comprometeu. Quanto ao som, ia melhorando gradualmente e a partir de certa altura pouco se sentia os efeitos adversos da acústica da sala e o público… este não foi assim tão pontual, mas assim que soaram os primeiros acordes da primeira banda, os Neurolag, registaram-se imediatamente as primeiras “movimentações” [entenda-se, mosh]. A surpresa podia não ser grande por vermos um público a entregar-se completamente ao som groovy, balançado, potente e, agora, mais técnico dos Neurolag, pois já lhes é reconhecida a força em palco e o grupo de seguidores que são sempre incondicionais a prestar-lhes apoio. A verdadeira surpresa revelar-se-ia aos poucos, ao longo da noite. Mas já lá vamos. Com um Hugo Pimentel cada vez mais demolidor na forma de vociferar os temas deste quinteto, acabou por ser a nota mais positiva da actuação dos Neurolag, atendendo a que o resto da banda levou algum tempo a se soltar, ainda assim nunca atingindo o grau de entrega de outras ocasiões. Relativamente ao alinhamento do seu concerto, teve, como era de esperar, base nos temas do seu primeiro trabalho – “Perception, Memory, Cognition” -, havendo ainda tempo para estrear “4 The Broken Mind”. Percebeu-se com este que a banda está a mudar e a alimentar uma forma mais complexa de compor.

De seguida, esperava-se já que se gerasse o maior tumulto, dentro e fora do palco. Era hora dos Nableena subirem ao palco, banda que não precisou de muitas actuações para se afirmar, veementemente, no cenário local e a prova é que, realmente, a banda tem continuado a crescer e está num nível de topo para o que se pratica na região. O colectivo comandado por Petr Labrenstev [guitarra] e Gualter Couto [bateria] colocou em palco, sem mácula, toda a sua entrega, destreza e talento frente a um público que não perdeu um segundo para “viver” aquele momento e apoiar um projecto que é já um dos maiores casos de sucesso do metal na região. Complexidade, técnica, melodia e muito profissionalismo na forma de tocar marcam o death/doom metal destes ribeiragrandenses que bebem inspiração em bandas como Death, Carcass e My Dying Bride. Com o ambiente propício, notou-se ainda que os próprios músicos estavam mais soltos, enquanto que o público, mais uma vez realçamos, rendeu-se ao seu concerto naquele que foi um dos melhores momentos de todo o festival.

A acarretar quase dez anos de experiência e um estatuto que se lhes impõe que seja preservado em cada aparição ou trabalho discográfico, os In Peccatvm juntaram-se a esse ambiente deveras acolhedor e contagiante para arrancar para uma actuação que o próprio António Neves [voz, guitarra] considerou várias vezes como “o melhor concerto de sempre” da banda. Isto não porque a banda esteve excepcionalmente bem, mas porque o público – mais um vez refiro e já agora acrescento que esta era a surpresa de que falava – esteve irrepreensível. O ambiente que o October Loud trouxe acredita-se ser sintomático de que algo está a mudar – para muito melhor! Os grandes concertos ou festivais fazem-se de grandes bandas, mas essenciamente de ambiente e público alegre, unido, extrovertido e, acima de tudo, predisposto a apoiar os projectos. Isto viu-se do princípio ao fim neste primeiro dia do festival, quer com nu, death, black ou doom metal, situação pouco usual por estas bandas já que o público local vem comprovando há tempos que é mais afecto a correntes contemporâneas do metal. Sendo assim, até com os In Peccatvm se viu mosh e ouviram coros de apoio. Quanto à prestação da banda, ficou patente que ganhou força e dimensão com a entrada de um baterista de raiz e um teclista – que aqui até tocou guitarra perante a ausência de Hélder Almeida. Quanto ao resto, a banda esteve ao nível habitual. Revisitou os seus três trabalhos até à data, para surpresa de todos, com “Regnum Lusitaniae”, mesmo com o seu cheiro a “mofo”, a representar um momento emocionante.

Já com os corpos bastante suados devido ao bafo húmido da sala, e após recuperadas algumas energias nas contiguidades do recinto, os black metallers Zymosis encetaram a sua diabólica actuação, mais uma, de novo de forma irrepreensível. Aliás, começa a ser ponto mais que evidente que uma das virtudes da banda é manter-se sempre regular de concerto para concerto, o que neles é bom sinal. O público manteve-se activo, embora já se notasse um ligeiro abrandamento devido ao cansaço, mas ainda assim público e banda estiveram em sintonia. É curioso verificar como uma banda de black metal, que surge deslocada no tempo atendendo à realidade actual do metal açoriano, acabou por agarrar o respeito do público mercê de uma entrega e crença no seu trabalho que são agora reconhecidas por toda a gente. Uns verdadeiros guerreiros. Para além disso, a banda alcançou já algo que é muito importante: temas populares. É novamente curioso verificar como uma de banda de black metal sinfónico como os Zymosis acaba por ter, neste momento, o seu maior hino num tema com cavadas influências folk - “The End Of The Apocalypse”. O lead de piano de Sérgio Botelho, e que é divisa em toda da música, cria euforia aos primeiros instantes. Percebemos já que é um dos temas mais esperados pelo público e o que maior “festa” causa. Cenicamente a banda também esteve ao nível habitual – a figura da “morte” continua a povoar as actuações dos Zymosis. Em suma, o colectivo de S. Roque acabava com chave de ouro um primeiro dia de festival que superava todas as expectativas. Ou melhor… quase todas. Os presentes foram exemplares, mas temos a certeza absoluta que as pouco mais de duzentas pessoas dentro do Salão de S. José, poderiam ter chegado ao dobro com facilidade. No entanto, a nova geração de “putos” que começa a aparecer nos concertos em S. Miguel está a apresentar uma gana e vitalidade que nos fazem crer que a cena local está a entrar numa nova era. Nessa perspectiva, a qualidade compensa a quantidade.

Dia II
Depois de uma noite de descanso merecida, com algumas nódoas negras potencialmente a dificultar o sono, era hora de regressar ao Salão de S. José, um local habitualmente de práticas “mais católicas”, mas que aqui acolheu um evento “negro” e não de piores intenções, graças ao pároco local que é, de facto, uma prova de mente de arejada dentro de uma sempre tradicionalista Igreja. Um dos aspectos mais notáveis da história deste festival.

Desta feita não tão pontuais, tanto o público como a organização, se bem que para os segundos o atraso terá sido, obviamente, um compasso de espera deliberado a ver se se criavam condições para a primeira banda começar o seu trabalho, a segunda noite do October Loud começou, estranhamente, menos marcante que a primeira, “graças” a um público [ou à falta dele] que parecia não se ter empenhado tanto desta vez para dar continuidade à toada extenuante que se vivera um dia antes. O facto de ser fim-de-semana e se promover normalmente nesta altura o descanso e as práticas familiares podem ter sido motivos para este estranho atraso, para além de que o doom dos A Dream Of Poe também não terá contribuindo, já que se reconhece a pouca simpatia do público micaelense por este subgénero do metal. Contudo, quem estivesse lá, pelo menos pela curiosidade atendendo a que se tratava de uma estreia, não teria de forma alguma ficado desiludido. A Dream Of Poe mostrou-se um colectivo de sobriedade majestosa e muito sabedor dos seus objectivos. As composições do teclista, guitarrista e mentor do projecto, Bruno Santos, demonstram que o músico degusta avidamente este estilo e possui muito bom gosto. Apresentaram-se, como se impunha, numa toada sempre arrastada e monolítica, o suficiente para nos deixar confortavelmente hipnotizados. Os acordes “fundos” e melancólicos embalavam-nos em sentimentos negros, de Outono, gerando um ambiente muito acolhedor na sala. Para ajudar a isso, a visão de Bruno Santos e Paulo Pacheco a brindar e beber vinho tinto durante os intervalos dos temas. É curioso ver como o manancial de bandas nos Açores começa a estender-se a cada vez mais estilos. Uma forma de riqueza que nos apraz verdadeiramente. Ponto alto ainda para a versão de “Pressure” dos Anathema.

Numa noite de estreias, subiram ao palco os Strapping Lucy. Por falar em variedade, os Açores têm também agora um representante na área do death metal de inspiração sueca, directamente influenciado pelos Arch Enemy. Prova cabal disso é o refrão de “Aeon Apocalypse”. Após a primeira actuação da noite já tínhamos percebido que o som não estava nas melhores condições e com os Strapping Lucy a situação agravou-se ainda mais, prejudicando consideravelmente a sua actuação. De um denso som grave éramos quase incapazes de distinguir as notas dos instrumentos. Sendo assim e contando apenas com um som forte de bateria, os Strapping Lucy não tiveram a estreia que se esperava, pelos motivos já apontados, mas também porque, à excepção do frontman Cristóvão, a banda esteve literalmente parada, e na bateria João Oliveira demonstrou muitas dificuldades em manter o tempo certinho. Ainda assim, o potencial de alguns temas, por si só, conseguiu “desordenar” as posições do público mais chegado às grades.

Com os Spinal Trip não se previa nenhuma novidade. Não eram estreantes, mas, no entanto, eram um dos nomes mais esperados do cartaz. Isso é já habitual, pois a banda apresenta cada vez mais carisma e uma identidade vincada. Ainda assim, houve lugar a surpresas na sua actuação. Filipe Dias parece finalmente se ter desprendido e perdido a timidez que se vinha notando há anos nas suas prestações. Podemos ouvir agora, em todo o seu esplendor, o seu registo berrado – carregado de uma raiva e disciplina técnica impressionantes – e um tom limpo igualmente convincente. Ao contrário do que foi acontecendo às bandas que surgiram na mesma altura que os Spinal Trip, o grupo oriundo de Ponta Delgada tem vindo a amaciar o seu som e vai aproximando-o de bandas como Glassjaw e Chevelle, em cruzamento com o balanço de uns Deftones que se vai mantendo há muito no modo de compor da banda. Contudo, a banda é capaz de ter muita personalidade e o seu som não soa a cópia descarada de ninguém. Fica sim a prova de que os Spinal Trip sabem cada vez melhor como construir bons temas. Peso e melodia em doses perfeitas fazem com que as suas actuações nunca falhem os seus propósitos. Destaque ainda para o mimo que foi recordar “Cynical Smile”, o primeiro tema da banda, que foi dedicado ao seu guitarrista André Batista que em breve partirá para o continente.

Por fim, a estreia mais aguardada, ou não tivéssemos nas fileiras dos Hatin’ Wheeler Honório Aguiar, ainda para mais de novo na voz após uma experiência na guitarra com os Trauma Prone, aquele que foi o frontman da banda de metal mais popular de sempre nos Açores – Tolerance 0. Sabíamos à partida que este não era um projecto gerado sob as mesmas características que a sua antiga banda ou mesmo as dos Trauma Prone. Proclamou-se desde o início que este era um projecto mais descontraído, gerado sem grandes preocupações técnicas. Portanto, a atitude e o espírito é que mandavam e isto foi fielmente transposto para a sua actuação. Já sabíamos bem que Honório Aguiar sempre foi uma personagem prolífera, um verdadeiro entertainer que sempre soube marcar as suas actuações com algo de surpreendente. Com os Hatin’ Wheeler isso manteve-se para gáudio de todos. Embora o seu som chegasse, por si só, para satisfazer o público, foi na postura dos seus músicos em palco, forma de comunicar e o pormenor delicioso de oferecer vodka ao público para beber em conjunto que fez do seu concerto um momento inesquecível. O público desinibiu-se ainda mais e foi um final de noite deveras emotivo. O que falta a muitas bandas, os Hatin’ Wheeler têm para dar e vender – a atitude. Foi muito agradável rever um projecto em S. Miguel apostado em reavivar as raízes do punk/hardcore ainda que o balanço do metal mais moderno tenha lugar cativo nas suas composições. Coros simples e directos típicos do hardcore puseram imediatamente o público a cantar e até uma balada soube deliciosamente no repertório variado deste colectivo. Não há nada a registar de inovador na música dos Hatin’ Wheeler, mas o espírito exemplar que este colectivo apresentou promete tornar os seus concertos em autênticos momentos de diversão e partilha. Um regresso destes músicos em grande.

Para finalizar, só resta, de facto, congratular os responsáveis por este evento pela coragem da iniciativa e ao público pela entrega e espírito que irradiou para o recinto do Salão de S. José no passado fim-de-semana. O convívio também foi nota de realce no exterior do recinto, provando que, tanto a comunidade metaleira como os músicos deste género em S. Miguel, começam finalmente a construir o espírito saudável que é preciso para “a cena” local progredir sem obstáculos.

Texto: Nuno Costa
Fotos: Rui Melo [www.metalicidio.com]

Thursday, October 25, 2007

Especial October Loud II

Uma vez próximos da data de estreia do October Loud, o festival outonal que promete dinamizar esta época bastante estéril a nível de concertos nos Açores, apresentamos a segunda parte do “Especial October Loud” agora para dar a conhecer um pouco das bandas que vão subir ao palco do Salão de S. José, em Ponta Delgada, no segundo dia do festival. 26 e 27 de Outubro promete muitos momentos intensos e razões para fazer deste um festival de referência no underground açoriano. Não falte!

A DREAM OF POE
O multifacetado Bruno Santos, teclista ex-Sacred Tears, actualmente nos In Peccatvm, assume em A Dream Of Poe a expressão dos seus sentimentos mais pessoais num formato a solo em que chega a ser responsável não só pelas composições, mas também pelas gravações e execução de todos os instrumentos. Da designação Theatre Of Seven Hells, inicialmente quando formou o projecto, em 2005, passou para a actual e Bruno Santos regista já o lançamento de uma demo, “Delirium Tremens”, em 2006. A estética musical deste projecto é reveladora do gosto reconhecido do músico pelo Doom/Gothic metal. Para além disso, a confiança no seu trabalho assume-se também pelo bom gosto que tem demonstrado no seu desempenho com outras bandas, daí que a marca de qualidade esteja desde logo garantida. No próximo sábado teremos a oportunidade de conhecer, ao vivo e pela primeira vez, esta sua nova criação assegurada pela colaboração de músicos bem conhecidos do panorama metaleiro de S.Miguel [In Peccatvm, Neurolag, Summoned Hell]. Em jeito de prognóstico exclusivo para a SounD(/)ZonE, o músico garantiu que os temas de “Delirium Tremens” não farão parte do alinhamento do seu concerto no festival, assegurando, em vez disso, que estará em destaque “Sorrow For The Lost Lenore”, o novo trabalho do músico, em formato EP, que já se encontra a ser gravado nos seus próprios estúdios.

Line-up:
Paulo Pacheco [voz]
Bruno Santos [guitarra]
António Neves [guitarra]
André Gouveia [baixo]
Stephan Kobiákin [teclados]
David Melo [bateria]

Ano de formação: 2005
Estilo: Doom/Gothic Metal
Discografia: “Delirium Tremens” [Demo CD – 2006]
Site: www.myspace.com/dreamofpoe

STRAPPING LUCY
Na senda das estreias neste festival, temos também os Strapping Lucy, a nova encarnação dos extintos Septic Miracle. Há cerca de um ano o grupo operou uma mudança profunda no seu line-up e na sua forma de tocar, deixando para trás o gothic metal para se dedicar a um death metal melódico baseado na tradição de Gotemburgo. “Defiant”, a demo de estreia do grupo micaelense, composta por quatro temas e lançada no início de 2007, apanhou de surpresa muita gente, surpreendendo pela sua coesão técnica e ao nível da composição. Sendo que nem na altura do seu lançamento a banda contemplou o público com uma actuação ao vivo, a sua presença no October Loud toma ainda mais importância.

Line-up:
Cristovão Ferreira [voz]
Ruben Ferreira [guitarra]
Filipe Farias [guitarra]
Milton Resendes [baixo]
João Oliveira [bateria]

Ano de formação: 2002
Estilo: Death Metal melódico
Discografia: “Defiant” [Demo CD – 2007]
Site: www.myspace.com/strappinglucy

SPINAL TRIP
São um dos nomes consagrados e, consequentemente, mais experientes do cartaz. A par dos Neurolag e Hatin’ Wheeler, representam as vertentes mais modernas do metal, com uma substância musical demarcada pelo balanço e melodia de uns Deftones ou Korn. Embora exista desde 2003, a banda nunca lançou um trabalho. Mesmo assim conseguiu convencer rapidamente o público micaelense e à medida que os anos passam a maturidade faz-se sentir e o seu som começa a tornar-se bastante próprio no universo musical açoriano. Um colectivo que justifica sempre a nossa atenção.

Line-up:
Filipe Dias [voz]
André Batista [guitarra]
Carlos Cabral [guitarra]
Hélder Costa [baixo]
Pedro Dias [bateria]
Luís Garcia [turntables]

Ano de formação: 2003
Estilo: Nu-Metal
Discografia: N/A
Site: www.myspace.com/spinaltrip

HATIN' WHEELER
Fecham o festival October Loud e neles encontra-se um dos maiores motivos de interesse deste cartaz. São também a maior incógnita de todo o festival, pois pouco se lhes reconhece do seu trabalho, confiando-se, contudo, à partida, na experiência que possuem os seus membros de outros projectos importantes da realidade de peso açoriana. A banda caracteriza o seu som como um cruzamento entre o punk, o hardcore e o metal, confessando também já que a natureza deste novo projecto baseia-se, principalmente, no deixar fluir de emoções e criatividade. Hatin’ Wheeler surge aparentemente como um projecto descontraído, um passatempo de músicos experientes que apenas se querem divertir, mas que tendo como líder Honório Aguiar [ex-Hangover/Tolerance 0, Trauma Prone] torna-se indissociável a sua seriedade e firmeza. Uma agradável surpresa pela criação deste colectivo e também a satisfação do momento por podermos, já no próximo sábado, constatar as novas ideias deste grupo de músicos.

Line-up:
Honório Aguiar [voz/percussão]
Carlos [voz/sintetizador]
Zé Preto [guitarra]
André Batista [guitarra]
Mário Cosme [baixo]
Dino Oliveira [bateria]

Ano de formação: 2007
Estilo: Punk/Hardcore/Metal
Discografia: N/A
Site: www.myspace.com/hatinwheeler

Wednesday, October 24, 2007

4º Concurso de Música Moderna de Almada - Este fim-de-semana

Está marcado para os dias 26, 27 e 28 de Outubro a realização da 4ª edição do Concurso de Música Moderna de Almada. Sendo assim, no próximo fim-de-semana teremos em disputa 12 projectos musicais do concelho que retractam uma parte do que melhor que se vai fazendo a nível local, sendo eles os Nucho, Bloco 111, Horyginal, Steelvelvet, New Born Chaos, The Ditch, Eyes On The Sinner, Tsunamiz, Luso, Lostland, Meskaline e Lírio Cão. O evento decorre no Centro Juvenil de Sto. Amaro onde estará também patente uma exposição de fotografia pelo Núcleo de Fotografia das Casas Municipais da Juventude, referente à 1ª e 3ª edição do referido concurso. Mais informações em www.m-almada.pt.

Metal Bit IX - A primeira revista de Metal de sempre dos Açores

Está disponível desde sexta-feira [19 de Outubro] o primeiro número da primeira revista de Metal de sempre criada nos Açores. Chama-se Metal Bit IX e é uma iniciativa nobre da Associação de Juventude Bit 9, de Ponta Delgada, e que tem como alvo, exclusivamente, as bandas açorianas. Sendo assim, neste primeiro número compilam-se cerca de 20 entrevistas, na sua maioria a bandas, mas algumas também a personalidades açorianas ligadas ao meio. Num excelente suporte gráfico, este é um projecto-piloto, mas que já garantiu a sua continuidade semestral. Os interessados em adquirir um exemplar, de fora de S. Miguel, poderão fazê-lo enviando um e-mail para os nossos contactos e os locais poderão fazê-lo dirigindo-se à F.A.J.A. na Rua Eng. José Cordeiro na Calheta, em Ponta Delgada, ou ao Snack Bar Blue Light, também em Ponta Delgada. A revista está à venda por 1,50€.

Halloween em Lisboa - Zombie Walk inédita

Este ano o dia de Halloween em Portugal promete ser diferente com a realização inédita de uma Zombie Walk. Esta iniciativa, a cargo da Everything Is New, consiste num passeio efectuado por pessoas mascaradas de zombies - em que qualquer pessoa pode participar - e que, neste caso, percorrerá a cidade de Lisboa. O seu ponto de partida é na Praça do Comércio no dia 31 de Outubro, às 18h00, e a chegada às Portas de Santo Antão, em frente ao Coliseu de Lisboa, está prevista para as 19h00, altura em que serão seleccionados os dez melhores zombies, por um júri constituído, entre outros, por Fernando Ribeiro [Moonspell], e que ganharão uma entrada para uma grande festa de Halloween no Coliseu de Lisboa em que participarão os Moonspell, Root, Kalashnikov e os Dj’s da Vanity Session a animar o público pela noite dentro. Uma das primeiras Zombie Walk’s foi realizada em Toronto, no Canadá, em 2003, sem grande sucesso. Contudo, o formato foi angariando fãs e, em 2006, este mesmo evento contabilizou 894 zombies, entrando mesmo para o Guinness. Ainda o Hard Rock Café associa-se à festa e vai sortear CD’s e DVD’s dos Moonspell entre quem apresentar um bilhete válido para a festa do Coliseu. Todas as informações sobre a Zombie Walk aqui.

The Chapter e Painted Black - Em Novembro em Alcabideche

Os The Chapter e Painted Black actuam no dia 3 de Novembro no Muralhas Bar em Alcabideche, Cascais. Mais tarde, no dia 24 de Novembro, os The Chapter têm já agendado um concerto no Ponto de Encontro, em Almada. Por sua vez, os Painted Black garantem a sua presença no Birras Bar, na Covilhã, também no dia 24.

Lusitania de Peso Metal Fest II - Site celebra segundo aniversário

No âmbito das comemorações do seu segundo ano de existência, o site espinhense Lusitânia de Peso organiza um festival de metal nos dias 7 e 8 de Dezembro no Timeout Rock Café, em Ovar, com a presença dos Bleeding Display, Deep Cut, Dethmor, Final Mercy, Godog, Necris Dust, Requiem Laus, Revolution Within, Thee Orakle e Underneath. Em breve será conhecido o alinhamento do cartaz, horário dos concertos e preço dos bilhetes. É possível, entretanto, visitar o MySpace do festival.

Thursday, October 18, 2007

II Halloween Metal Fest - Tradição celta comemorada em Ourém

Cumprindo a tradição, a noite de Halloween [31 de Outubro] é celebrada com vários concertos de metal pelo país fora. Para já, está confirmada uma noite de peso para o café “O Painel”, na Lagoa do Furadouro, em Ourém [Torres Novas], na presença dos Sacrilegion, Dead Meat, Ciborium e Raw Decimating Brutality. O espectáculo tem início às 23h00 e o acesso custa 4€.

Monday, October 15, 2007

The Allstar Project - Festa de lançamento esta semana

No próximo dia 22 de Outubro chega aos escaparates o disco de estreia dos post-rockers leirienses The Allstar Project, “Your Reward… A Bullet”. Com selo Rastilho Records, o primeiro longa-duração do projecto foi gravado em Julho deste ano nos NorthAudio Studios, em Leiria, por Eduardo Norte e pelos The Allstar Project, ficando a masterização a cargo de André Neto. A festa oficial do seu lançamento está marcada para o dia 20 de Outubro, com um concerto especial, no Beat Club, em Leiria, com a primeira parte a cargo dos Rodriguez, da Marinha Grande. Entretanto, ainda esta semana os The Allstar Project actuam ao lado dos irlandeses God Is An Astronaut nos dias 18 e 19 no Passos Manuel, no Porto, e no Santiago Alquimista, em Lisboa, respectivamente.

dFX Media - Lança estreias de Concealment e Forgodsfake

“Leak” dos sintrenses Concealment e “Life Or Debt” dos almadenses Forgodsfake são os mais recentes lançamentos da editora dFX, um departamento da moitense More Agency. “Leak” é um trabalho surpreendente de um trio que revela uma capacidade técnica e de inovação capaz de catapultar facilmente os Concealment para a linha da frente das bandas de metal obscuro, experimental e matemático a nível nacional e internacional. Banda aconselhada por Melissa Cross após ter assistido ao seu concerto no #2 Alta Tensão Indoor Tour, no Coliseu Micaelense, em Ponta Delgada, aquando da sua vinda aos Açores para um seminário vocal em Julho passado. “Life Or Debt” marca o regresso dos elementos dos Shrapnel agora sob a designação Forgodsfake e como experiência é coisa que não lhes falta temos aqui um trabalho pleno de consistência na área do hardcore com pitadas de melodia características do metal. Dois trabalhos que prometem constar nas poles dos melhores lançamentos nacionais de 2007.

Sunday, October 14, 2007

Review

BLOOD RED THRONE
“Come Death”

[CD – Earache Records]

Quando se atende a que os membros aqui intervenientes já possuíam uma vasta e ilustre experiência quando formaram os Blood Red Throne já poderíamos supor que deles havia de advir algo com qualidade. Se por outro lado, olharmos para a realidade dos seus primeiros tempos de actividade e constatarmos que começaram por tocar covers de Deicide, Death e Obituary, então ficamos certos de que, para além do sentimento descomprometido que reinava no seio do grupo, o que tínhamos aqui era também um conjunto de músicos noruegueses apostados em fazer uma homenagem às grandes referências do ninho sobre fertilizado que é a Florida em termos de death metal. Ouvindo os seus três primeiros trabalhos – “Monument Of Death”, Affiliated With The Suffering” ou “Altered Genesis” - percebemos imediatamente isso e ficamos também com a certeza de que aqui pouco interesse há em inovar, mas sim desfrutar de ideias que não podiam ser expelidas noutras circunstâncias.

Neste quarto assalto Tchort [Green Carnation, Carpathian Forest, ex-Emperor e Satyricon], Dod [Cobolt 60, Scariot, Zerozonic, Trioxin] & Cª oferecem-nos o que de mais crú e directo o seu death metal possui, não constituindo, aliás, nenhuma surpresa uma vez que a banda já delineou o rumo que quer tomar há muito. “Come Death” aperfeiçoa sim a capacidade da banda em transformar toda a sua brutalidade, ora speedada, ora mais balançada, num produto bastante catchy. Se a qualidade técnica dos seus músicos é um dado inquestionável, na composição a banda sabe perfeitamente como manter as cadências das suas texturas rítmicas sempre dinâmicas e com um groove que inevitavelmente nos contagia. Este representam, na verdade, os fulcrais “balões de oxigénio” na sua música que faz com que esta flua com grande naturalidade. Podemos encontrar exemplos disso em temas como “Deranged Assassin” [em que perto do final deparamo-nos com um riff muito próximo do hardcore], “No New Beginning”, “Come Death”, “Taste Of God” ou “Guttural Screams” que apesar de ser um tema rápido consegue ser bastante orelhudo, ainda que esta seja uma definição bastante atípica neste contexto. Isto fará, por ventura, a grande mais valia deste grupo que não sendo original preserva nos seus riffs e composições uma convicção e força suficientes para garantirem aos Blood Red Throne uma popularidade que lhes é merecida.

Falando em competência técnica, seria um crime não falar do desempenho no baixo [de cinco cordas] de Erlend Caspersen [conhecido por ter trabalhado com bandas como Vile, Deeds Of Flesh e Incinerate]. O músico tem aqui um papel de destaque pela forma irrequieta e quase progressiva como percute o seu instrumento, como podemos verificar no início de “Deranged Assassin” ou na segunda metade de “No New Beginning”, e mais impressionados ficarão se virem os seus vídeos caseiros no Youtube – deliciosos! No que toca às guitarras, o afinco de Tchort e Dod vai mais no sentido de criar ritmos demolidores do que propriamente expandirem-se em solos vistosos, o que acaba por acontecer só em “Slaying The Lamb” e na faixa título. Quanto aos dois estreantes, Vlad [Trioxin, Goatlord] nas vozes e Anders Haave [Ground Zero System, ex-Vain] na bateria, não vieram acrescentar nada ao som dos Blood Red Throne, mas também não retiraram nenhuma da sua classe.

“Come Death” é então mais um item de qualidade inquestionável no seu cardápio de sangue e violência sonora. Estes noruegueses poderão nunca agarrar o trono do seu estilo, mas a verdade é que dá gozo ouvir bandas assim… e que se cuidem as bandas da Florida! [8/10] N.C.

Saturday, October 13, 2007

Metal Terror II - Troca no line-up

A organização do festival Metal Terror II, a realizar no dia 20 de Outubro no El Diablo Club, no Porto, informa que os Alcoholocaust já não farão parte do cartaz ficando a sua ausência rendida pelos Motörpenis. Os Motörpenis são uma banda da Marinha Grande formada em 1997 e que pratica um thrash metal inspirado nas bandas germânicas dos anos 80. Até hoje lançaram uma demo de dois temas intitulada “The Dead Sessions”. Mais informações no Myspace oficial do festival.

Friday, October 12, 2007

Festi'Rock - De volta ao Montijo

A 2 e 3 de Novembro volta à carga o festival Festi’Rock no Parque de Exposições do Montijo. Na sua 7ª edição o festival vai contar com a presença dos Moe’s Implosion, Dogma? [Esp], Hipnoid [Bra] e Kalashnikov, no primeiro dia, e com os Empty V, Hochiminh, My Enchantment, F.E.V.E.R. e Bizarra Locomotiva, no segundo. Para além dos concertos, o público poderá disfrutar no recinto de stands/expositores ligados à música, como editoras, lojas de música, feira do CD, tattoos, revistas, merchandise e um Promo-Hall para entrevistas, sessões de autógrafos, etc. Os bilhetes serão vendidos em opção única para os dois dias, a 10€, e estarão à venda a partir do dia 19 de Outubro no Parque de Exposições do Montijo, Loja Musimusa [Montijo], Loja Fina Estampa [Bairro Alto, Lisboa] e online no site do festival. No recinto haverá também direito a campismo gratuito. As portas do recinto abrir-se-ão às 18h30 e os concertos terão início às 20h00. Esta é uma organização da Feedback Records/Academia JDCR em parceria com a Câmara Municipal do Montijo. Para qualquer informação aceder ao site do festival – www.feedbackproductions.com.

Skypho - Mais datas

Os aveirenses Skypho continuam a percorrer o país a promover o seu mais recente trabalho, o EP “Nowhere Neverland”, e para já prometem levá-lo a mais cinco palcos nacionais até ao fim do ano. Sendo assim, em Outubro, pisam o palco da FNAC – Norte Shopping, em Matosinhos, no dia 25 e o da FNAC – Gaia Shopping, em Gaia, no dia 26. Em Novembro é a vez de se apresentarem no Time-Out Rock Café, em Ovar, no dia 2 e no Improviso Bar, em Espinho, no dia 16. Para finalizar o ano, o grupo tem agendado um concerto para o dia 8 de Dezembro no Salvador Café, em Albergaria-a-Velha, em formato acústico. Para 2008, confirma-se, para já, um concerto no Estaleiro Teatral, em Aveiro, no dia 8 de Maio.

Thursday, October 11, 2007

Review

SONATA ARCTICA
“Unia”
[CD – Nuclear Blast/Compact]

Saber parar, avaliar e tomar a opção certa quando necessário, mesmo quando esta ameaça a ruptura com uma tendência, é com certeza um acto lúcido de quem é audaz e empreendedor. Desde 1999 a fazer um power metal melódico rápido e muito redondinho, sem vermos sinais de ambição numa perspectiva de progresso, começava a ser preocupante. Ainda assim, o presságio de que algo podia estar prestes a ebulir veio com o anterior “Reckoning Night”, de 2004, pois já aí os Sonata Arctica começaram a demonstrar uma ligeira tendência para abrandar o ritmo. Com “Unia” temos a confirmação de que estes finlandeses não andam afinal obstinadamente de “palas nos olhos”.

Neste novo disco, respira-se ar fresco no universo destes senhores do power metal europeu e abre-se espaço para podermos também constatar a capacidade da banda em explorar outras faces musicais. Claro que quem gosta de power metal não prescinde da rapidez alta e constante do duplo bombo ou dos riffs sempre cavalgados e solos ultra-técnicos de guitarra, mas há que manter a mente aberta sob pena de ficarmos parados no tempo a “chafurdar” sempre na mesma fórmula. Haverá uma coisa a preservar em qualquer boa música, independentemente do género: a dinâmica. Não sou obviamente reprovador daquilo que os Sonata Arctica fizeram até hoje, muito menos do power metal, mas certas incursões por este género fazem-se, muitas das vezes, de forma demasiado “séria” – entenda-se, tradicionalista – e acaba-se por perder a oportunidade de inovar.

Relativamente a “Unia”, podemos entendê-lo, decididamente, como uma injecção rejuvenescedora nos princípios de composição dos Sonata Arctica. Vemos aqui o aprofundar de alguns elementos mais pesados e balançados que surgiam, aqui e ali, em “Reckoning Night”. De facto, e apesar de isso chocar certamente os indefectíveis do género e da obra da banda, a velocidade foi aqui remetida quase por completo para segundo plano, à excepção de “The Harvest”, em detrimento de riffs mais concisos, encorpados e alguns até balançados, e a composições mais complexas, progressivas e com ambientes mais dark e até góticos. As melodias e os arranjos vocais continuam soberbos, os pianos são mais contidos mas mais penetrantes – oiçam a entrada de “Caleb” – e, no geral, o ritmo a meio-tempo que predomina no álbum acaba por beneficiar a eficácia dos temas, sem necessariamente significar que o som dos Sonata Árctica tenha ficado mais comercial, pois, afinal de contas, se há algo que sempre marcou o seu som foram as suas melodias muito radio friendly.

Contudo, se por um lado temos um andamento mais fácil de digerir, temos também exercícios capazes de nos obrigar a várias audições para que a sua essência seja assimilada. Talvez o melhor destes casos seja “My Dream’s But A Drop Of Fuel For A Nightmare” com uma dinâmica de arranjos, passagens e ambiências absolutamente absorvente. Aliás, neste tema vem também ao de cima a costela sinfónica do colectivo e um sentimento clássico e teatral, com seus coros à Broadway destacados. Tecnicamente o grupo continua irrepreensível, com um Toni Kakko sempre esplendoroso na voz, ainda que no que toca a solos de guitarra Jani Liimatainen tenha mantido as coisas mais discretas, excepção feita aos excelentes solos de “In Black And White” e “Caleb”.

“Unia” consegue então reunir elementos novos na paisagem estilística do grupo, abonando em favor da salvaguarda da longevidade da sua carreira numa inteligente acção de gestão. Se ouvirmos este trabalhando à distância adequada daquilo que eram os Sonata Arctica há uns anos atrás, seremos capazes de perceber que a sua qualidade continua plena de efervescência. [8/10] N.C.

Círculo de Fogo - Lança terceira compilação

Está já disponível “Círculo de Fogo #3 - Pulsar”, o novo volume compilatório de artistas nacionais da autoria de Luís Filipe Neves e da sua webzine Círculo de Fogo, durante 12 anos em formato programa de rádio e que foi tristemente retirado da grelha da Rádio RV, de Viseu, em Agosto do presente ano. Com o intuito de voltar, Filipe Neves continua, no entanto, activo na sua senda de apoiar o underground nacional e desta feita contempla na sua nova compilação bandas como Assemblent, Blacksunrise, Dr. Zilch, Ethereal, Forgotten Suns, Morbid Death, Namek, Painted Black, Theriomorphic, Witchbreed, The Fire, entre outras, num total de 18 faixas. Faça download, gratuito e autorizado, em http://www.circulodefogo.com/.

Urban Tales - Estreia adiada

Inicialmente agendado para dia 15 de Outubro, o lançamento de “Diary Of A No”, a estreia em disco dos lisboetas Urban Tales, foi adiado para dia 2 de Novembro para a FNAC do Chiado, em Lisboa. Os motivos não foram adiantados pela banda. Contudo, a data internacional do seu lançamento mantém-se no dia 22 de Outubro pela grega Burning Star Records. Quem comparecer no dia 2 de Novembro na FNAC do Chiado poderá também assistir, em estreia absoluta, ao videoclip de “Farewell” que promete rodar em vários canais de televisão dentro e fora do país. Para além disso, haverá oferta de lembranças aos presentes e uma surpresa de “grande valor simbólico” para as primeiras 100 pessoas que comprarem “Diary Of A No”. Em comunicado a banda anunciou também que o seu disco de estreia já não vai ser distribuído em Portugal pela Zona Música e Recital, sendo que uma nova entidade discográfica será anunciada já na próxima segunda-feira. Recorde-se que “Diary Of A No” foi produzido por Bruno Fingers, Ricardo Espinha e Marcos César nos estúdios da ETIC, em Lisboa, e conta com as participações especiais de Melo D, Johny Icon [Icon and the Black Roses], André Brito [Adore], Tiago Hollow [Witchbreed], Jon Van Dave [Shadowsphere], Luís [Enchantya], Marina Caldas [jornalista da RTP2 e RTPN], Claudia Dias, entre muitos outros.

Scorpions - A hora do regresso

Os germânicos Scorpions têm o seu regresso marcado para Portugal para os dias 4 e 6 de Dezembro, no Pavilhão Atlântico e Pavilhão Multiusos de Guimarães, respectivamente. O grupo de Klaus Meine & companhia vem assim apresentar ao público nacional o seu último álbum, 21º da sua carreira, “Humainty Hour I” lançado em Maio passado. O novo disco conceptual do grupo, que apresenta também uns Scorpions com um som mais moderno, tem-se revelado um sucesso e deixou a agenda da banda já lotada para o resto deste ano. Os bilhetes estão disponíveis nas salas de espectáculo em questão, na Ticketline e lugares habituais a 36€ [plateia em pé], 42€ [balcão nível 1] e 29€ [balcão nível 2] para o concerto em Lisboa, e a 30€ [plateia e galeria em pé], 36€ [bancada entrada] e 40€ [bancada palco] para o concerto em Guimarães.

Lost Underground - Site operacional

O site da loja de discos portuense Lost Underground está novamente em funcionamento, após resolvidos os problemas que o assolavam desde a sua criação. A Lost Underground promete agora actualizações frequentes com todo o material em stock [novos e usados] existentes na loja. Entretanto, a gerência aproveita para avisar que a loja se encontrará encerrada para férias entre os dias 17 e 24 de Outubro, sendo que todas as encomendas feitas durante este período serão processadas a partir do dia 25 de Outubro.

Wednesday, October 10, 2007

Enchantya - Amanhã na Moita

Depois de Alcabideche, onde actuaram no passado fim-de-semana, os Enchantya realizam um espectáculo amanhã [dia 11] no In Live Caffé, na Moita, pelas 22h00.

Forgotten Suns - Abrem para Queensryche

Os lisboetas Forgotten Suns são os felizes escolhidos para figurarem como banda suporte do primeiro concerto dos lendários Queensryche em Portugal, a ocorrer no dia 19 de Novembro no Teatro Sá da Bandeira, no Porto. Antes disso, em termos de agenda, os prog rockers nacionais vão estar no dia 9 de Novembro no Santiago Alquimista, em Lisboa, e no dia 29 do mesmo mês no In Live Caffé, na Moita. Em Dezembro, estão para já confirmadas as honras de abertura dos dois concertos lusos de Fish, ex-vocalista dos Marillion, nos dias 5 e 6 de Dezembro na Aula Magna, em Lisboa, e no Europarque, em Sta Maria da Feira, respectivamente. Para além destas informações, regista-se que os Forgotten Suns já trabalham com um novo vocalista, após a saída, em 2006, de Tiago Linx, membro da banda desde a sua fundação. Trata-se de Paulo “Snake” Pacheco, vocalista dos Unified Theory, descoberto pela banda no Youtube. De momento, a banda continua a compor o seu terceiro trabalho, ainda com nome por encontrar. Por fim, a banda convida também a conhecerem o novo layout do seu site, bem como as novas marcas de guitarra e baixo que patrocinam agora a banda.

Tuesday, October 09, 2007

Bal-Sagoth - Sai Mullins

Após o abandono do baterista Dave Mackintosh, em 2004, é a vez de outro baterista, Dan Mullins, dar por concluída a sua ligação com os britânicos Bal-Sagoth. Porém, a banda já restitui a sua posição com o recrutamento de Paul “Wak” Jackson oriundo dos Extreme Maggot Infestation e Decimation Of Truth. Para já, a banda continua a promover o seu último tomo, “The Chthonic Chronicles”, editado em 2006 pela Nuclear Blast.

Napalm Death - Homenageam Mikey "Offender" Donaldson

Em forma de homenagem ao malogrado Mikey “Offender” Donaldson, ex-baixista da mítica banda de punk/hardcore MDC [Millions Of Dead Cops], D.R.I. e The Offenders falecido no passado dia 22 de Setembro, em Barcelona, enquanto dormia, os britânicos Napalm Death lançaram para download gratuito no seu Myspace a cover de “Face Down In The Dirt”, um clássico dos MDC. Esta cover é retirada de “Leaders Not Followers: Part 2”, álbum de 2004 dos Napalm Death. Mikey “Offender” Donaldson parte assim aos 46 anos, mas as causas da sua morte continuam por apurar.

Soilent Green - Assinam pela Metal Blade

Após uma carreira praticamente toda passada na Relapse Records, os sludge grind-metallers norte-americanos Soilent Green assinaram pela Metal Blade para a qual lançarão a sua estreia no próximo ano. O quinto álbum da sua discografia e sucessor de “Confrontation”, de 2005, começará a ser composto a partir do dia 15 de Outubro nos Mana Studios em Tampa, na Florida, com o produtor e engenheiro de som Erik Rutan [Cannibal Corpse, Hate Eternal, Goatwhore, Vital Remains, etc].

Primordial - Em honra dos mortos

“To The Nameless Dead” é o título do próximo trabalho dos irlandeses Primordial a editar, para toda a Europa, no dia 19 de Novembro pela Metal Blade. O grupo veterano de black metal com influências folk já anunciou que este será um trabalho mais “corrosivo e rápido” que o anterior “The Gathering Wilderness” e foi gravado integralmente em sistema analógico com o intuito de preservar as características old school do seu som. O disco será editado em jewelcase e edição limitada em digibook contendo um CD bónus. Este vem com um artwork alternativo, um booklet composto por 40 páginas e o CD contém o concerto dos Primordial no Rock Hard Festival.

Demiricous - Segundo acto de revolução

“Two (Poverty)” é o segundo álbum dos americanos Demiricous, disponível desde o passado dia 5 de Outubro, para a Europa, pela Metal Blade. A banda de death/thrash com espírito punk de Indianapolis formou-se em 2001, mas só em 2006 edita o seu primeiro álbum, “One (Hellbound)”, após uma demo auto-financiada ter captado a atenção da Metal Blade. A partir de 19 de Outubro a banda parte numa intensa digressão americana que, para já, prolongar-se-á até 1 de Dezembro. Para fãs de thrash na veia de Slayer.

Fates Warning - "No Exit" re-editado

No âmbito das comemorações do 25º aniversário da Metal Blade, “No Exit”, o lendário quarto álbum dos americanos Fates Warning, lançado em 1988, que marcou a grande ascensão de popularidade do grupo, foi re-editado pela discográfica alemã contendo três temas bónus e um DVD que mostra actuações ao vivo da banda durante esta digressão com cenas de bastidores, num total de quase uma hora de filmagens, para além de três videoclips retirados a “No Exit”. Em Novembro, a banda do Jim Matheos vai estar na Europa para uma série de concertos na Alemanha e Holanda, onde serão acompanhados pelos Pagan’s Mind, um concerto em Inglaterra com suporte dos To-Mera, terminando esta rota europeia com uma data na Grécia e duas em Espanha.

Monday, October 08, 2007

Especial October Loud

Com o objectivo de contrariar a impassibilidade do período de Inverno nos Açores, a Associação Bit 9 organiza nos dias 26 e 27 de Outubro o festival October Loud, a decorrer no Salão de S. José, em Ponta Delgada, a partir das 21h00. Este evento conta com oito bandas de peso locais e imensos pontos de interesse, tanto pela estreia de alguns, como pela oportunidade excepcional de vermos algumas bandas actuar este ano. Para além disso, os responsáveis do festival promovem no segundo dia do festival, pelas 19h00 no restaurante “O Avião”, um “Headbangers Dinner” que visa cultivar o sentido de união entre os metaleiros locais. Para o "after hours" está programada a actuação do DJ Paulo Jorge Sousa no Bar Académico. As entradas para o festival custam 2,5€ para um dia e 4,5€ para os dois. As receitas de bilheteira reverterão para a paróquia de S. José. A SounD(/)ZonE apoia o October Loud!

NEUROLAG
Os Neurolag, oriundos do Livramento, no concelho de Ponta Delgada, são o primeiro grupo a subir ao palco do festival October Loud. Formados em 2004 pela fusão de elementos dos extintos Sedative e Torment, popularizaram-se com um nu-metal agressivo, na veia de uns Slipknot, ficando desta forma justificada a agitação que provocam nas suas actuações vivo. De resto, é por esta razão que a banda tem angariado fãs de espectáculo para espectáculo e, mesmo não praticando um som original, a energia que irradiam em cada aparição ao vivo fazem destas momentos a não perder. No mês de Julho estrearam-se em disco com a edição da demo “Perception, Memory, Cognition” composta por sete temas, registados e produzidos nos Spell Productions Studios, em Ponta Delgada.

Line-up:
Hugo Pimentel [voz]
José Oliveira [guitarra e voz]
Paulo Santos [guitarra]
Eurico Silva [baixo]
David Melo [bateria]

Ano de formação: 2004
Estilo: Nu-Metal
Discografia: “Perception, Memory, Cognition” [Demo CD – 2007]
Site: www.myspace.com/neurolag

NABLEENA
Castigados pela falta de vocalista ao longo dos primeiros anos de existência e pelas contingências recorrentes de um line-up raras vezes reunido, os Nableena, formados em 2003 na cidade da Ribeira Grande, chegaram mesmo a dar por finda a sua existência um ano depois de arrancarem com as suas actividades. Porém, em 2005, o colectivo decidiu reacender a "chama" e já recorrendo aos préstimos do baixista Rui Anjos e do guitarrista Pedro Couto abraçaram uma nova sonoridade e uma nova fase na sua carreira. Deixaram a vertente mais experimental dos primeiros tempos em que a banda explorava temas longos, cruzados por electrónica e sons étnicos, passando para um som mais rasgado com influências de Carcass, At The Gates, Dark Tranquility, Death, My Dying Bride, Enslaved, entre outros. O que marcará certamente as composições dos Nableena é o seu psicadelismo, no sentido de que oferecem um vasto leque de influências na forma de mudanças injectadas sempre de modo imprevisível, bem como o frio nórdico do seu peso. Hoje, chegado o fim do “calvário” [entenda-se, busca de vocalista], os Nableena encontram-se numa fase estável e até com dois [!] elementos na voz – Luís Franco [ex-Carnification] e João Melo [ex-Bizarre Attitude]. Se já antes disso a banda havia suscitado enorme curiosidade, agora, com a sua formação encontrada, faltar-lhe-á pouco para se afirmar como um dos projectos mais importantes do panorama de peso açoriano.

Line-up:
Luís Franco [voz]
João Melo [voz]
Petr Labrentsev [guitarra]
Pedro Couto [guitarra e samples]
Miguel Bernardo [baixo]
Gualter Couto [bateria]
David Ross [samples e guitarra acústica]

Ano de formação: 2003
Estilo: Death/Black/Doom progressivo
Discografia: N/D
Site: www.myspace.com/nableena

IN PECCATVM
A par dos Morbid Death, são a banda de metal mais antiga ainda no activo nos Açores. Os In Peccatvm nasceram em 1998 e tiveram o seu baptismo ao vivo no concurso Novas Ondas do mesmo ano. Pouco faltou para que gravassem a sua primeira demo-tape, “In Beauty”, com a qual granjearam os primeiros galanteios do público e imprensa nacional e internacional. Depois disso seguiu-se-lhe a demo-tape “Just Like Tears”, mas é com o MCD conceptual “Antília” que os In Peccatvm afirmam definitivamente o seu potencial na área do doom/goth metal. No ano transacto ingressou na banda Bruno Santos como teclista e, mais recentemente, João Oliveira como baterista sendo que a banda deixa o formato trio até hoje adoptado, abrindo assim também a possibilidade de Hélder Almeida se ocupar somente da guitarra. O sucessor de “Antília” já está a ser registado nos estúdios Global Point e promete estar disponível no próximo ano, justamente a comemorar os dez anos de existência da banda. No October Loud poder-se-ão ouvir alguns temas deste novo trabalho que sairá em formato EP.

Line-up:
António Neves [voz e guitarra]
Hélder Almeida [guitarra]
André Gouveia [baixo]
Bruno Santos [teclados]
João Oliveira [bateria]

Ano de formação: 1998
Estilo: Doom/Goth Metal
Discografia:
“In Beauty” [Demo-tape 1998]
“Just Like Tears” [Demo-tape 1999]
“Antília” [MCD 2001]
Site:
http://www.inpeccatum.com/
www.myspace.com/inpeccatum

ZYMOSIS
A fechar a primeira noite deste festival que promete agitar o Outono micaelense, marcam presença os Zymosis. O colectivo de S. Roque já goza de um respeitável estatuto tanto pelos anos de existência como pelas suas duas maquetas editadas [“Welcome To The Devil’s Lair – Live Beside The Church” e “Disharmonical Shymphony Of Black Dimensions”] e pelo DVD+CD ao vivo do seu concerto na primeira edição do festival açoriano Roquefest [“Puritanical Live War”]. Para além disso, são inegáveis as expectativas que se geram sempre que este sexteto sobe ao palco pela surpresas teatrais a que já nos habituaram. Sendo cabeças-de-cartaz espera-se dos Zymosis um concerto ainda mais especial.

Line-up:
Hélder Medeiros [voz]
Rui Arruda [guitarra]
Bruno Carreiro [guitarra]
Bruno Dias [baixo]
Sérgio Botelho [teclados]
Flávio Medeiros [bateria]

Ano de formação: 2001
Estilo: Black metal melódico
Discografia:
“Welcome To The Devil’s Lair – Live Beside The Church” [Demo CD 2003]
“Disharmonical Symphony Of Black Dimensions” [Demo CD 2004]
“Puritanical Live War” [DVD+CD 2006]
Site: www.myspace.com/zymosisband

Nota:
Dentro de dias segue a segunda parte do especial October Loud.

Sunday, October 07, 2007

Eddie Vedder - Vocalista de Pearl Jam lança disco a solo

Após 17 anos a liderar os Pearl Jam, o vocalista e guitarrista Eddie Vedder estreia-se a solo com “Into The Wild” que é nada mais nada menos que a banda sonora do filme de Sean Pen adaptado ao best seller com o mesmo nome, de Jon Krakauer [“Under The Banner Of Heaven”, “Into Thin Air”]. A convite do realizador, Eddie Vedder compôs 11 temas de sua autoria, maioritariamente baladas, inspiradas pela história verídica do filme. “Into The Wild” conta a história de Christopher McCandless, um jovem idealista desempenhado por Emile Hirsch [“Alpha Dog”, “Girl Next Door”] que troca todos os seus bens materiais e a sua vida pela paisagem selvagem do Alasca. O novo trabalho de Eddie Vedder está já disponível nas lojas e o filme estreia nos cinemas a 29 de Novembro. Fiquem aqui com o single "Hard Sun" e o trailer do filme.

The Allstar Project - A recompensa certa

“Your Reward... A Bullet” é o título do primeiro longa-duração dos leirienses The Allstar Project a lançar no dia 22 de Outubro com selo da Rastilho Records. O projecto post rock, algo psicadélco e rico em ambiências evolventes, constrói a sua música com base em bandas como Mogway, Explosions In The Sky e Godspeed You Black Empreror e atingiu grande destaque em revistas e sites com os anteriores EP’s “Berlenga Connection” [2003] e “Something To Do With Dead” [2006]. Para além de samples de filmes, este novo trabalho conta também com as falas dos “Anntenas To Heaven”, um grupo de Newcastle. Para o dia 20 de Outubro está marcada festa de lançamento de “Your Reward... A Bullet” no Beat Club, em Leiria.

Friday, October 05, 2007

Mata-Ratos - 25 anos comemorados com disco

Este ano os lendários Mata-Ratos comemoram 25 anos de carreira e com isso decidiram marcar esta efeméride com o lançamento de um novo trabalho de originais. “Novos Hinos Para A Mocidade Portuguesa” é assim o título do sexto álbum dos punk/rockers lisboetas, gravado nos Black Sheep Studios, em Portugal, com o reconhecido produtor Makoto Yagyui [If Lucy Fell]. Este disco promete algumas novidades, como instrumentos pouco usuais nos temas da banda, para além de que conta com a presença de Jorge Bruto [Capitão Fantasma] como convidado. O artwork apelativo deste novo trabalho é da autoria de Alexandre Bacala. “Novos Hinos Para A Mocidade Portuguesa” chega às lojas no dia 29 de Outubro, com selo da Rastilho Records, e dois dias antes a banda vai apresentá-lo no Cine-Teatro de Corroios, a partir das 21h00, acompanhado pelos convidados The Hellspiders e Braço de Ferro. A entrada custa 5€.

Review

BOYS NIGHT OUT
“Boys Night Out”

[CD – Ferret Music]

Hoje é um dado adquirido de que a acentuação pop no mercado do punk/rock tem ganho força, nomeadamente dentro de algumas editoras que até oferecem propostas bastante extremas como, por exemplo, a independente Ferret Music. Será esta, certamente, uma clara maneira de equilibrar as contas... De Ontário, no Canadá, chega-nos o terceiro disco dos Boys Night Out, um grupo que até começou por mostrar garra e espírito hardcore, controlado é certo, no seu disco de estreia, mas que, progressivamente foi discorrendo para um punk/rock cheio de melodia orelhuda daquela de apelar desavergonhadamente aos airplays das rádios e televisões. Ainda assim, são mais “negros” que uns My Chemical Romance ou Panic At The Disco, mas os propósitos acabam por estar sempre muito próximos.

O grande problema dos Boys Night Out é que pecam neste disco precisamente pelas características porque brilham outros nomes do género na cena actual. Os temas, mesmo pop, não grudam da mesma maneira que os das bandas atrás referidas ou mesmo como de outras que o próprio grupo tem como influência como The Get Up Kids, Taking Back Sunday, Knapsack ou Third Eye Blind. Sendo assim, falha-se um objectivo fulcral neste género, já que aqui, de resto, pouco há de peso para apelar a facções mais extremas.

O disco corre sempre a um ritmo muito amorfo e contido, sendo “The Heirs Of Error” o único tema que rasga à punk, chegando mesmo Connor Lovat-Fraser a esboçar a sua agressividade vocal. As restantes dez faixas apresentam algumas texturas melódicas interessantes, mas poucas conseguem ficar na memória para além da sua escuta, assegurando que, embora a “maciez” do seu som, os temas de “Boys Night Out” não possuem um potencial declarado para se tornarem hits. Quando isto falha numa estrutura como os Boys Nigh Out não se sabe muito bem que mais de positivo podemos esperar de um lançamento seu – isto já que decidiram mudar de rumo. Tudo apresenta uma flagrante falta de fibra, a interpretação vocal é muito cinzenta, os riffs de guitarra não convencem e a secção rítmica não faz mais do que cumprir a sua tarefa muito “desinteressadamente”, diria...

De facto, só parece haver uma razão para “Boys Night Out” soar-nos tão desinteressante – a falta de imaginação deve ter falhado redondamente na composição deste álbum e parece que não houve também muito esforço para contrariá-la. É punk/rock “mainstream” que aqui nem chega para isso, mas que, ainda assim, ouvido despretensiosamente deve agradar aos fãs do género. [4/10] N.C.

www.boysnightout.com
www.myspace.com/boysnightout

Thursday, October 04, 2007

Enchantya - Este fim-de-semana no Muralhas Rock Bar

Os Enchantya, liderados pela conhecida Rute Fevereiro [Black Widows], actuam no próximo sábado [6 de Outubro] no Muralhas Rock Bar, em Alcabideche [Cascais]. O colectivo lisboeta conta com suporte dos Mons Lvnae que lançaram recentemente a sua terceira demo, “Seven Winds”. O espectáculo tem início às 23h00.

Lacuna Coil - Concurso para remistura de "To The Edge"

Em conjunto com a plataforma online Digitalmusician.net, criada pelos fundadores da companhia Steinberg para músicos e produtores, os italianos Lacuna Coil estão a dar a oportunidade a todos os interessados de fazerem uma remistura do tema “To The Edge”, presente no seu último trabalho, que vale a oportunidade ao vencedor de ver a sua remistura editada num trabalho do grupo, bem como um conta profissional gratuita de um ano no site Digitalmusician e ainda um amplificador de guitarra da Line6 no valor de 2.500€. Os seguintes três classificados receberão também um Line6 Floor POD Plus e um pedal Tonecore Echo Park. Para se habilitar, só tem que criar um perfil pessoal no site Digitalmusician, fazer download do material a remisturar e seguir todas as restantes instruções. Esta competição decorre até ao dia 31 de Outubro de 2007.

Thrashmania 3 - Ganhe um bilhete

A Loud Like Devil Prod. informa que está a online no seu site o passatempo que oferece a segunda entrada para o Thrashmania 3, a decorrer no dia 13 de Outubro, no Cine-Teatro de Corroios com os ingleses Onslaught à cabeça e os convidados Pitch Black, Headstone e Deathland. Relembramos que o espectáculo tem início às 21h00 e os bilhetes custam 16€ [venda antecipada] e 18€ [no dia, na porta].

Mudvayne - Novo álbum com artwork dos fãs

Os norte-americanos Mudvayne vão lançar a 27 de Novembro o álbum “By The People, For The People”, uma colectânea de temas ao vivo, raridades, demos, que comporta ainda dois novos temas sendo um deles o single “Dull Boy” e o outro uma cover inédita de “King Of Pain” dos The Police. Segundo a banda, “esta é uma forma justa de retribuir a entrega e dedicação dos seus fãs durante todos esses anos de carreira”. Por esta razão, “By The People, For The People” entrega também a autoria do seu artwork às mãos dos fãs dos Mudvayne que poderão concorrer para este estatuto através de um concurso que a banda está a promover no seu site e Myspace. Entretanto, Chad Gray e Greg Tribbet continuam em digressão pela América com os Hellyeah, mas um novo álbum dos Mudvayne já foi apontado para 2008.

Review

NOCTURNAL RITES
“The 8th Sin”

[CD – Century Media/EMI]

É sempre curioso olhar para as reacções dos fãs de bandas que operaram metamorfoses profundas no seu som ao longo das suas carreiras. Muitos se sentem ultrajados, outros ficam indiferentes e até percebem a atitude das bandas e, porque nem tudo é mau, há sempre novos fãs que se atraem. Olhando para as origens dos Nocturnal Rites, o death metal, podemos facilmente perceber porque isso ainda acontece a cada álbum que lançam, não houvesse ainda tanto preconceito pela parte dos amantes de sonoridades mais extremas. A banda foi gradualmente virando o seu som para o power metal melódico na vertente de uns Helloween e Gamma Ray e esta sonoridade, aliás, vem acompanhando-a desde o seu primeiro disco, “In A Time Of Blood And Fire”, de 1995, sendo que o seu passado mais pesado fica assim somente ligado a uma demo e uma promo.

“The 8th Sign” pode até ser a estocada final para quem gostava dos antigos Nocturnal Rites, isto porque, de facto, o quinteto oriundo de Umeä amaciou relativamente o seu som comparativamente com os seus últimos trabalhos. Contudo, pensar assim é algo insensato, pois, por outro lado, temos aqui provavelmente algumas das melhores composições saídas do cardápio destes nórdicos. Asseguramos também que o peso presente nos riffs do último “Grand Illusion”, de 2005, continua a passear-se por aqui intacto, mas em doses mais equilibradas com estruturas directas, eficazes e refrões muito mais pegajosos. No fundo, sente-se este disco como o seguimento lógico do seu antecessor e um estender do rumo que começaram a tomar a partir de “Afterlife”, de 2000.

Pesados e ao mesmo tempo mais melódicos, a ideia que fica é que com isso os Nocturnal Rites ganharam ainda mais classe. “Call Out The World” e “Never Again” serão indiscutivelmente dois dos pontos marcantes deste conjunto de 11 temas, para além da surpreendente balada ao piano, com Jonny Lindqvist acompanhado por uma voz feminina, que resulta como um momento muito intenso e tocante. É verdade que aqui está tudo muito mais “espremido”, as composições são mais curtas e com apetência para single, mas com a mestria de um grupo de primeira linha como os Nocturnal Rites tudo isto acaba por resultar com o maior sucesso.

Outra das grandes atracções dos seus últimos trabalhos vem sendo, sem dúvida, o som moderno de produção que assenta como uma luva nos riffs potentes de Fredrik Mannberg e Nils Norberg. Esta característica, é de resto, algo que torna a sua escuta tão aliciante e os retira de um leque de bandas que teimam em manter-se, rigidamente, presas às tradições.

Fazendo um balanço deste oitavo trabalho dos Nocturnal Rites chegamos igualmente à conclusão de que, no meio de tão boa música que escreveram ao longo de 17 anos, poderá estar ainda para vir o seu disco perfeito uma vez que, muito longe de conter momentos maus, “The 8th Sin” passa por momentos menos efusivos – o desafio após se conseguirem temas tão bons é manter o nível sempre tão intenso. Ainda assim, ficam lá perto e o mediano de um grupo como este é já tão soberbo que para quem aprecia power metal com grandes guitarradas e linhas de voz arrebatadoras vai ficar invariavelmente agarrado a estes temas. Aos 17 anos de carreira é mais uma vez ocasião para lhes darmos os parabéns por manterem um trabalho tão coeso e uma elegância invejável. [8/10] N.C.