Monday, August 10, 2009

Entrevista AngelSinAgony

AGONIA? ARTE!

AngelSinAgony é um projecto luso-francês de dark wave/doom que vimos dar a descobrir pela seguinte conversa que tivemos com o multi-instrumentista e único responsável por este projecto, Elu Elessar.

Desde quando é que começou a sentir necessidade de criar? Digo isto porque todo o sentimento que expressa na sua música não é algo que se adquira… é algo que já nasce com a pessoa, certo?
A minha necessidade de criar música surgiu desde muito cedo, devido a em minha casa haver música a tocar a toda a hora, e muito boa música, como, por exemplo, Pink Floyd, música clássica, cantores franceses dos anos 70, etc. No meu entender o apetite pela criação musical desenvolve-se a partir do momento em que o ouvido humano começa a entender a linguagem melódica de cada canção, de cada nota, a apreender uma mensagem ou várias. Todas as pessoas o desenvolvem de maneira diferente consoante vários factores do dia-a-dia. No meu caso, a partir do momento em que os meus pais descobriram esta minha paixão, colocaram-me em aulas de órgão aos nove anos. E a partir daí comecei o meu caminho exercitando os meus ouvidos na parte da criação.

Qual a razão dos AngelSinAgony serem apenas uma pessoa?
A razão pela qual os AngelSinAgony são só uma pessoa é apenas uma e muito simples: o facto de tudo depender de mim em todos os aspectos.

Sinceramente, quando ouvi pela primeira vez o seu trabalho fiquei impressionada pela dimensão da sua sensibilidade e talento… ainda mais vindo apenas de uma pessoa! O que o inspira?
A minha inspiração é algo que vem do interior. Procuro os lugares mais obscuros [no aspecto de estarem bastante escondidos] ou os mais claros. Todos os que nunca se conseguem relatar por palavras.

É responsável pela composição, produção e execução dos temas em AngelSinAgony. Sente que assim todo o trabalho é mais coeso e preciso do que o que resultaria de uma banda?
Nestes anos todos tive bastantes projectos musicais, várias bandas em que tive, por vezes, um papel diferente, tocando um instrumento diferente ou cantando e, na verdade, nunca consegui ir tão longe como agora. Como todos sabemos, numa banda com mais do que uma pessoa [basta serem duas] se falha uma, falha tudo. No meu caso este projecto só depende de mim.

As suas influências são variadas, assim como o seu trabalho. Onde encontra, no meio de tudo isto, o seu ponto de partida?

O meu ponto de partida acaba por ser o improviso em “tempo real” quando pego num instrumento e me sai uma melodia que transmita um estado de espírito…

Tudo começou em 2005, mas pelo nome de Sweet Tales For The Dead. Depois mudou de designação para Scream Of Divinity e agora para AngelSinAgony. O que o fez mudar tanta vez de nome?
A frequente mudança de nomes deu-se devido a serem ou muito fortes ou muito complicados ou então não tão perfeitos para a minha criação, para além de que descobri outras bandas já com o mesmo nome ou parecido.

Quando acha que as pessoas podem ver todo o seu trabalho ao vivo? Dê-me um cenário perfeito para o seu primeiro concerto como AngelSinAgony!

Ao vivo, hmm… quando imagino o meu projecto ao vivo, imagino uma imensa orquestra, uma bateria, um guitarrista e um pianista atrás de mim em palco com um projector de imagens, algo muito complicado de se conseguir. Por agora não penso muito nisso, embora pudesse criar as minhas faixas musicais sem voz e cantar em palco com o meu computador. Mas não gosto muito dessa ideia para uma actuação ao vivo. Prefiro esperar. Teria que ser tudo muito teatral.

Quem gostaria de ter como convidado especial no seu primeiro CD editado?
Convidados? Adorava ter uma excelente voz lírica feminina! Encontrei várias pessoas com muito potencial, mas ou estão muito longe ou sem vontade de lutar. E falo de vozes escondidas, com muito mais potencial do que algumas que já vi ao vivo.

Já existe alguma proposta de editoras?
Editoras para já não, embora tenha tido há dois anos a oportunidade de participar como banda-sonora num filme suíço com várias outras bandas já bem conhecidas no campo do darkwave. Mas a dificuldade de deslocação foi muita.

Algum comentário final?
Agradeço pela possibilidade que me deram de dar a conhecer um pouco o meu trabalho, embora algumas perguntas sejam-me difíceis de responder, pois, basicamente, eu faço o que sinto e para isso não há palavras, apenas instinto.

Paula Martins

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