Wednesday, August 19, 2009

Live Zone

VAGOS OPEN AIR
07-08.08.09 - Lagoa do Calvão, Vagos

O Vagos Open Air é o resultado da parceria entre a Prime Artists e a Ophiusa Eventos que anteriormente organizaram o Alliance Fest e o In Ria Rocks. Agora na Lagoa do Calvão, na vila aveirense, as promotoras disponibilizaram as melhores condições possíveis para quem se deslocou ao festival; as indispensáveis casas-de-banho, área de comes-e-bebes, tenda de merchandise, etc. Apadrinhando esta primeira edição do Vagos Open Air, a SounD(/)ZonE esteve presente, falhando, infelizmente, algumas actuações no primeiro dia devido ao trânsito e à inconveniente hora do seu início [16h00], a que os compromissos profissionais não deixaram corresponder. Ainda assim, aqui fica um olhar amplo sobre o que se passou nestes dois dias de celebração metaleira.

KATATONIA

A banda liderada por Jonas Renkse baseou a sua actuação no álbum “The Great Cold Distance”. Em destaque estiveram temas como “Dead House”, “My Twin”, “Evidence”, bem como composições do seu mais recente trabalho, “Night Is The New Day” a lançar em Outubro próximo. Em palco podemos testemunhar um vocalista mais comunicativo do que o habitual, mas nunca perdendo a concentração naquilo que estava a fazer. A mística e toda uma atmosfera de encanto e beleza estiveram presentes. Um bom espectáculo.

THE GATHERING

Este foi o primeiro o concerto da banda holandesa em Portugal com a vocalista Silje Wergland. A magia das músicas do grupo mantém-se bem presente e a sucessora de Anneke Van Giersbergen é detentora de uma bela voz, de timbre muito próximo do da antiga “cara de proa” da banda. Contudo, existe um aspecto em que são muito diferentes – na presença em palco. A dado momento, durante o concerto, Silje olha para a lua e pede que a fotografem e lha mandem por e-mail. Confessou que nunca tinha visto uma lua cheia tão bonita. Para além do peculiar do momento, serviu bem para aliviar um pouco a tensão face à sua estreia em solo português. Entretanto, “Saturnine” foi o ponto alto do concerto, com um público a acompanhar a letra com entusiasmo. Em suma, foi uma boa prestação da banda neste primeiro capítulo do Vagos Open Air, mas uma coisa manchou um pouco o quadro: a fraca adesão de público. À medida que o concerto se ia desenrolando notava-se que muitas pessoas iam abandonando o recinto, quem sabe pela falta daquilo a que Anneke nos havia habituado – uma garra e um amor ao cantar inconfundíveis. Ficamos a aguardar por novos trabalhos da banda… e quem sabe um novo rumo.

ECHIDNA

Num "dia dois" em que houve um acréscimo significativo de público, a banda de Vila Nova de Gaia mostrou-se muito bem em palco, aproveitando a ocasião para dar por terminada a sua “No Lenience Tour” que suportou durante vários meses a estreia “Insidious Awakening”. Tratou-se de um concerto cheio de energia onde não faltou mosh. Os Echidna centraram o seu repertório, precisamente, no seu mais recente trabalho, do qual destacaram-se “Purifier” e “Ephemera”. O vocalista Pedro Fonseca esteve sempre muito comunicativo com a assistência, notando-se já que a banda arrasta consigo um número significativo de fãs. Um bom concerto para abrir este segundo dia em Vagos.

THEE ORAKLE

Este septeto de Vila Real aproveitou, mais uma vez, para dar a conhecer o seu primeiro longa-duração – “Metaphortime”. O contraste entre as vozes de Pedro e Mika funcionam na perfeição. O grupo tem bons músicos e bons temas, mas com o passar do concerto, começa a sentir-se algum desinteresse pelo que vem a seguir. Contudo, dentro do género que praticam, os Thee Orakle são uma banda que nos pode surpreender muito no futuro.

DAWN OF TEARS

Revelou-se uma agradável surpresa estes espanhóis – um concerto que cativou toda a assistência. A cada música que terminava, notava-se no ar o público a pedir mais. Uma actuação pujante. O vocalista J. Trebol várias vezes agradeceu o apoio da audiência. Esta é uma banda que não tem contrato discográfico, apenas se dão a conhecer gratuitamente no Myspace. O seu visual levou também muita gente, que não os conhecia, a pensar que se tratavam de uma banda de Black Metal… Death Metal Sinfónico é, sim, o aplicativo mais correcto. Por vezes, os concertos de bandas menos conhecidas são os que nos proporcionam os momentos mais memoráveis de um festival… este contribuiu para isso!

CYNIC

Havia muita gente à espera desta actuação que marcou também a primeira apresentação desta lendários da Flórida em Portugal. Entretanto, sabia-se que algumas pessoas que estiveram em Vagos já os tinham visto em Vigo. A banda liderada por Paul Masvidal é composta por excelentes músicos que ofereceram uma actuação muito concentrada e determinada. Praticam um Rock Progressivo muito bem oleado.

DARK TRANQUILITY

E eis que chega a hora de uma das bandas mais aguardadas deste festival. Entre outros aspectos, destacamos desde logo a excelente actuação do vocalista Mikael Stanne. Ficou claro que não lhe pesa os já vinte anos de carreira. A banda sueca tocou temas como “Focus Shift”, “Final Resistance” e “The Treason Wall”. Curioso foi o momento em que o guitarrista deu o chamado grande “prego”, mas tiveram a humildade suficiente para perguntar ao público se queria que repetissem o tema. Uma excelente interacção entre Stanne e o público.

AMON AMARTH

E para finalizar uma grande noite de um grande festival, estiveram em palco os poderosos Amon Amarth. O seu Death Metal Melódico incendiou a plateia e levou-a ao rubro. Johan Hegg, com o seu corno viking à cintura, presenteou o público com “Twilight Of The Thunder Gods”, “Death In Fire”, “Victorious March” e “The Pursuit Of Vikings”, uma ementa composta tanto por temas recentes como por êxitos antigos. De notar que esta banda trouxe ao último dia do festival um grande número de fãs, onde se destacou a presença do pequenote Henrique “The Baby Rocker” que já segue os Amon Amarth com cerca de um anito de vida e o ano passado já marcou presença, ainda na barriga da mãe, num dos festivais que deu origem ao Vagos. O semblante do público em geral era de satisfação e já de alguma nostalgia. Sendo esta a primeira edição do Vagos Open Air, o balanço é muito positivo e esperamos que para o próximo ano este nos faça sentir em casa novamente.

Texto: Miguel Ribeiro
Foto: Paula Martins

1 comment:

Anonymous said...

Os Echidna não são de Vila do Conde, mas sim do Porto/Gaia