Wednesday, February 28, 2007

Review

TRAIL OF TEARS
"Existentia"
[CD - Napalm Records/Recital]

Os Trail Of Tears são um daqueles casos em que dá realmente gosto ver como crescem a olhos vistos de disco para disco. Aliás, nesta altura já nada têm a provar, pois já com a edição de "A New Dimension Of Might" [2002] se percebeu que esta banda tem um certo talento inato e carisma muito próprio. O sucessor de "Free Fall Into Fear" [2005] surge numa fase muito conturbada da vida desta banda norueguesa que viu a sua vida por um fio, no final de Novembro passado, quando se deparou com um "rombo" financeiro, concluída que estava a sua tournée no México. O vocalista Ronny Thorsen é o grande responsável por "Existentia" ter chegado, em Janeiro passado, aos escaparates, pois nem voluntariado-se para pagar todas as dívidas os restantes elementos do grupo recuaram na decisão de abandonar o colectivo. Qual "guerreiro" ou visionário, a verdade é que Thorsen devia estar verdadeiramente convicto das capacidades deste disco e, felizmente, para nós, conseguimos ter acesso a mais estes dez temas dos Trail Of Tears que constam do melhor que estes noruegueses já fizeram.

A sonoridade do grupo já não é estranha a ninguém, mas todos também saberão que não é algo puro que possamos digerir facilmente se tivermos algum tipo de preconceito. É de metal gótico profusamente ligado ao death e dark metal que aqui tratamos, mas com um certo declínio para a experimentação. Para além da sua [já habitual] primazia na hora de compor, os Trail Of Tears apresentam neste álbum, novamente, uma voz feminina que acaba por ser uma das maiores surpresas desta novidade. A francesa Emmanuelle Zolda é senhora de uma capacidade vocal absolutamente faustosa, que atinge tanto registos barítonos como [alguns] sopranos. Mas realça-se a doçura e a envolvência da sua voz que, em casos como "The Closing Walls" ganham ainda mais afectividade pelo seu sotaque francês. Agora imaginem isso com a voz agressiva e gutural de Ronny Thorsen e a voz limpa, também tremenda - por vezes quase tenor -, de Kjetil Nordhus e acharão uma das melhores simbioses vocais da actualidade.

Poderíamos destacar ainda alguns elementos electrónicos que subtilmente se passeiam por "Existentia", os teclados sempre presentes e tão fulcrais, as guitarras muito pesadas e com uma sonoridade muito moderna ou ainda o baixo que aqui tem uma produção particularmente cuidada e que lhe dá uma saliência contagiante, mas os Trails Of Tears representam, acima de tudo, uma unidade consistente e sólida como uma parede de cimento.

Contudo, apesar de ainda não se ter percebido bem em que situação interna a banda se encontra, a verdade é que Thorsen se recusa a reclamar o seu fim e, para além disso, Cathrine Paulsen, vocalista da banda entre 2000 e 2003, voltou às suas fileiras recentemente, mais precisamente no início de Fevereiro. Se isto for um indício de que a banda está a reencontrar a sua estabilidade, só temos motivos para sorrir, pois estes noruegueses são um dos projectos mais interessantes na actual cena death/dark/goth. [8/10] N.C.

Peste & Sida - Ao vivo

Nos próximos dias 2, 3 e 9 de Março, os veteranos punk-rockers nacionais Peste & Sida vão voltar aos palcos para actuações no Culto Bar [Cacilhas], In Live Caffé [Moita] e Excalibur [Sta. Iria], respectivamente. Estes concertos servirão para apresentar alguns dos temas que farão parte do seu próximo disco. Para mais tarde, estão também já confirmadas as actuações no Pombal, dia 21 de Abril, na Semana Académica de Ponta Delgada, dia 24, e nas Festas da Lousã, Castelo Branco, no dia 18 de Maio.

Ethereal - Encontram novo baixista

Carlos Santos [ex-Drakkar, Artworx] é o substituto de Jorge Bentes nos setubalenses Ethereal que se viram recentemente privados do seu baixista de longa data por alegados motivos pessoais e vontade de explorar outros caminhos musicais. Entretanto, os autores de "Towers Of Isolation" estão agora a concentrar-se nos ensaios e na integração de Carlos Santos, de forma a que possam regressar aos palcos o mais rápido possível. A banda promete ainda uma remodelação visual e informativa no seu site oficial para breve.

Tuesday, February 27, 2007

Passatempo 13º Mangualde Hard Metal Fest

A SounD(/)ZonE em conjunto com a Rocha Produções tem para oferecer dois ingressos individuais para a 13ª edição do Mangualde Hard Metal Fest, a decorrer no Centro Cultural Santo André, em Mangualde, no dia 31 de Março, a quem responder acertadamente à seguinte pergunta:

"Que bandas fizeram parte do cartaz da primeira edição do Mangualde Hard Metal Fest?"

Envie a sua resposta acompanhada de nome completo e morada para o e-mail: nuno_soundzone@yahoo.com.br. O prémio será atribuido aos dois concorrentes que responderem mais rápido ao passatempo.

Review

SOLITUDE AETERNUS
"Alone"

[CD – Massacre/Recital]

Talvez a par dos Candlemass, um dos maiores símbolos do Doom Metal, os veteranos texanos Solitude Aeternus presentearam os seu fãs com um regresso aguardado, em finais do ano passado, na forma de "Alone". A operar desde 1987, muito graças à persistência e dedicação do guitarrista John Perez, os Solitude Aeternus são um daqueles casos de culto que, embora as tremendas adversidades que enfrentou – quer seja por trocas de elementos, troca de nome no início de carreira, problemas de produção ou até mesmo neste último álbum em que alguns nomes das faixas saíram trocados na primeira edição – sempre conseguiu, no entanto, sobrepor o seu talento e personalidade perante todas as forças negativas que se lhes iam deparando pelo caminho.

Libertos de um jejum que se prolongou desde 1998 – altura em que tinham acabado de lançar "Adagio" – até à edição deste "Alone", este colectivo comprova neste novo trabalho que continua a comportar uma classe distintiva e própria de quem já trilha um caminho que conhece muito bem há muitos anos. Apesar de termos presente que será muito difícil superar a excelência de "Through The Darkest Hour", "Alone" é um disco que não desilude os fãs mais acérrimos dos Solitude Aeternus ou do Doom Metal na veia de uns Candlemass. Aliás, e como muitos já saberão, o vocalista Robert Lowe vai render Messiah Marcolin, o carismático frontman dos suecos, que abandonou a banda há alguns meses por irremediáveis divergências. O que podemos dizer é que, certamente, os Candlemass ficarão bem servidos. Robert Lowe continua a cantar como poucos neste disco, senhor de uma ampla e verstátil entoação, cheia de emotividade e melodia, que lhe vale uma marca característica.

Para além dele, Perez é, no campo da composição, o grande pilar desta banda de Dallas, capaz de riffs com um arrastanço extremamente contagiante e solos de enorme categoria. "Is There" pelo seu peso viciante, "Tomorrow Deads" pelo sua melodia mais orelhuda e "Sightless" pela forma como injecta elementos Heavy e Thrash no seu Doom Metal são três dos melhores momentos deste regresso [digno] que serve também de apresentação dos seus dois novos elementos - James Martins no baixo e Steve Nichols na bateria.

Esta é mais uma etapa importante na já longa e respeitosa vida deste grupo que continua a ser um dos actos de maior referência no panorama Doom mundial... merecidamente. [8/10] N.C.

Sanctus Nosferatu - Álbum de estreia no Verão

Os Sanctus Nosferatu, banda death/black metal açoriana que lançou em Novembro passado a promo track "Revelation", estão já em estúdio, novamente com Ruben Moniz [A Different Mind] nos Neburrecords, a registar aquele que será o seu primeiro álbum a editar no Verão de 2007. Entretanto, a banda conta com um novo elemento. Trata-se de Bruno "V", actual baterista de Oppressive e ex-Blasphemy, que vem render a saída de Nuno Pereira. Por agora pode aceder ao recém inaugurado Myspace da banda através do endereço www.myspace.com/sanctusnosferatuband.

Stream - Chegam ao Brasil

Os terceirenses Stream continuam estender as suas formas de promoção e a consolidar o lançamento do seu mais recente single - "Another Story". Desta vez os Stream conseguiram uma representação em solo brasileiro através da editora Menon Produções. Para além disso, o quarteto açoriano fechou um contracto com a marca de vestuário Maudlin Clothing que passará a cuidar da imagem da banda ao vivo. Na comunicação social os Stream vão também passar, no próximo dia 9 de Março, pelo programa do escritor Joel Neto na RTP Açores. Ainda em outras notícias cuida-se que a banda vai renovar por mais dois anos, com outros dois de opção, com a Angra Music Agency. Relembra-se também que o single "Another Story" vai ter lançamento nos Estados Unidos no dia 24 de Março pela Cutiepop Records.

Blumen - Hoje na Best Rock FM

A banda de rock alternativo, degenerativo e fusão Blumen vai estar hoje (27), pelas 10h00, a apresentar o seu disco de estreia homónimo na Best Rock FM, no "Programa da Manhã" com Miguel Peixoto. Entretanto, o disco de estreia da banda de Almeirim já se encontra disponível para venda (directa ou online) nas lojas Carbono (Lisboa), CDgo (Porto) e portal CDBaby ou pelo site www.blumen.home.sapo.pt.

Jazz Ao Norte - Empresa promove Jazz em Portugal

A Jazz Ao Norte, LDA [JAN] é uma empresa situada no Porto, criada no final do ano passado, com o principal objectivo de apoiar, promover e enraízar o Jazz em Portugal. Para isso desenvolve vários meios e projectos, entre os quais uma escola intitulada Escola de Jazz Ao Norte [EJAN], aberta desde 11 de Setembro de 2006 na Boavista, junto à "Casa da Música", por trás da estação de metro, uma actividade de agenciamento de bandas e músicos e uma loja onde pode adquirir desde discos a instrumentos musicais e material de som para gravação e espectáculos. Obtenha mais informações no site www.jazzanorte.com.

Monday, February 26, 2007

Review

HILLS HAVE EYES
"All Doves Have Been Killed"

[EP - Punk Nation/I Scream/Recital]

A experiência e o talento são duas características essenciais para que se alcance um bom produto artístico. Quanto à primeira, parece realmente de um peso fundamental e originário da coesão que se testemunha em "All Doves Have Been Killed", o EP de estreia dos setubalenses Hills Have Eyes. Aliado a isso está um senso estratégico inteligente e perspicaz, ou não estaríamos perante uma formação composta por Pedro Pais [baterista ex-More Than A Thousand] e Gonçalo Xavier "China" [ex-Hands On Approach] que fez com que esse colectivo já soubesse muito bem como agir na hora de conceber, gravar e lançar o seu primeiro trabalho. Por este motivo, "All Doves Have Been Killed" foi "cozinhado" e aprimorado meticulosamente durante oito meses em estúdio, em conjunto com o produtor Ricardo Espinha [More Than A Thousand, Icon & The Black Roses] de forma a que preservasse uma qualidade que fosse para além do medianismo ou amadorismo de muitos lançamentos de estreia. E é precisamente aí que este disco surpreende.

Musicalmente, "All Doves Have Been Killed" soa à primeira escuta um mero preseguidor de vendas e massas, mas conseguem-se vislumbrar aqui momentos mais rebeldes e pesados que nos fazem crer que o punk/pop rock dos Hills Have Eyes não precisa cair no rídiculo e na lamechice para ser apelativo e equilibrado. A sonoridade dos Hills Have Eyes está longe de ser inovadora, soa, antes pelo contrário, a muitos projectos do género e causa até, em certos momentos, uma sensação de dejá vu. Falamos aqui de um produto na mesma linha de uns Easyway, Fonzie, The Starvan ou de uma série de outros projectos internacionais que apoiam o seu punk num plano declaradamente melodioso e de facil digestão.

Porém, este colectivo de Setúbal tem a audácia de demonstrar raiva, tanto na voz como em algumas batidas, nomeadamente em temas como "Those Birds Won't Bother Us Anymore" ou "For You It's A Bloody Day", o que nos deixa mais descansados quanto à consciência e intenções que envolvem os músicos deste projecto. A voz é maioritariamente limpa mas consegue ser verdadeiramente hardcore quando é preciso e as guitarras são capazes de oferecer riffs com um poder e balanço característicos do metal. O pedal duplo também marca presença em algumas passagens destas sete composições. Embora a melodia seja o factor predominante no estilo dos HHE, a forma como os elementos atrás mencionados se envolvem, ainda que de forma subtil, com a harmonia deste quinteto confere-lhes algumas particularidades. Destaque ainda para o tema "Tombstone" - a balada do disco - executada parcialmente em violão acústico, com a participação de Vasco Ramos, vocalista dos More Than A Thousand.

Se no universo musical dos HHE é inegável que a concorrência é enorme e "selvática", num estilo, até de certa forma, limitado, em que nem se espera grandes novidades ou rasgos de génio, podemos, no entanto, garantir que esta banda portuguesa não fica nada a dever a tantas outras que circulam pelo mundo fora. Por aí, e se para além de continuaram com a sua gestão sustentada, alguma sorte lhes sorrir, pode ser que tenhamos futuramente mais uma banda portuguesa a conseguir façanhas agradáveis além-fronteiras. [8/10] N.C.

Ekxtaktika - Apoia o underground em Corroios

A Ekxtaktika [Associação Artistas Underground Unidos] convida todas as bandas do distrito de Setúbal interessadas em promover o seu trabalho, a enviarem para Ekxtaktika, Rua Trás-os-Montes nº9 2º Esquerdo, Cruz de Pau, 2845-091 Amora, os seus álbuns, EP's, demos, DVD's, t-shirts, etc, a fim de figurarem na bancada de merchandise que a associação vai montar nos recintos das cinco últimas sessões do XII Festival de Música Moderna de Corroios. Qualquer dúvida deverá ser esclarecida através do e-mail ekxtaktika@gmail.com ou pelo número de telemóvel 912 160 903 (entre as 10h00 e as 17h00).

SLAMS - Aniversário e descontos

A comemorar os seus 10 anos de existência, o site de merchandise SLAMS (www.epreciso.com) está a promover descontos para quem efectuar encomendas no valor igual ou superior a 35 euros (s/ portes incluidos). Para além disso, oferece como brinde um CD surpresa e uma t-shirt à escolha a partir da seguinte lista.

Mangualde Hard Metal Fest - Rotting Christ encabeçam 13ª edição

O Mangualde Hard Metal Fest vai efectuar a sua 13ª edição no próximo dia 31 de Março no Centro Cultural Santo André, em Mangualde, com as actuações dos Azagatel, Process Of Guilt, Cycles, Angriff, Enthrallement, Rotten Sound, Malevolent Creation e Rotting Christ, como cabeças-de-cartaz, vindo os gregos apresentar pela primeira em Portugal o seu novo disco - "Theogonia". Os espectáculos terão início às 17h30. Esta é uma produção Rocha Prod. e Câmara Municipal de Mangualde. Para reservar o seu bilhete ou esclarecer qualquer dúvida, contacte hardmetalfest@hotmail.com ou rocha_produções@hotmail.com.

Dark Fortress - Jejum quebrado

19 de Março marca o regresso aos palcos dos Dark Fortress, com uma actuação na sua terra Natal - Landshut - no Alte Kaserne, ao lado dos germânicos The Vision Bleak, Dark Age e Crom. Este espectáculo tem a nuance de ir ser registado profissionalmente para a eventual edição de um DVD.

Pitch Black - "Hate Division" apresentado em Março

A 31 de Março os Pitch Black apresentam oficialmente o seu novo disco, intitulado "Hate Division", com um espectáculo a decorrer na Sociedade Filarmónica Estrela Moitense, na Moita. integrado no Moita Metal Fest 2007. A seguir a este prevê-se uma série de espectáculos inseridos na "Hate Tour", cujas datas serão anunciadas brevemente. Está ainda prevista uma "Listening Party" que representará, para além de um tributo ao Thrash e ao Death Metal, uma oportunidade de ouvir, na íntegra, o novo disco dos portuenses. Uma vez que a banda ainda não encontrou substituto definitivo para Pedro Gouveia, Hugo Andrade [Switchtense] será o vocalista convidado para as datas que se avizinham.

Angriff - Novo guitarrista e concertos

António Batista é o novo guitarrista dos Angriff que se viram privados, recentemente, de Hugo Mendonça, membro que pontificava há muitos anos na banda de Mangualde e que decidiu sair por motivos pessoais. Sendo assim, os Angriff ficam aptos a realizar uma série de concertos que se iniciam já no mês de Março, entre os quais se destaca o de dia 25 ao lado dos Sepultura, Painstruck e Molestia no Cine-Teatro de Corroios. Antes disso, já esta semana, é editado "Under The Decadence", o seu novo disco, via Recital Records.

Próximos concertos:
10 Março - Augaciar Bar, Tondela
16 Março - B.A. Bar, Viseu
25 Março - c/ Sepultura, Painstruck, Molestia no Cine-Teatro de Corroios
31 Março - 13º Mangualde Hard Metal Fest c/ Malevolent Creation, Rotting Christ, Enthrallement, Rotten Sound, Process Of Guilt, Azagatel, Cycles em Mangualde
14 Abril - c/ Voidmaze no Gramado Bar, Sta Comba Dão
12 Maio - Thrashmania 2 c/ Sodom, Alcoholocaust no Cine-Teatro de Corroios
1 Junho - c/ Voidmaze, Unbrideled na 2ª Concentração Motard "Os Mabecos", em Viseu

"Ao Vivo N'a Noite" - Metal na RDP Açores

No dia 28 de Fevereiro os Zymosis vão actuar nos estúdios da RDP Açores - Antena 1, em Ponta Delgada, em directo para o programa "A Noite" da autoria de João Goulart, emitido semanalmente, às quartas-feiras, a partir das 22h00. Esta data marca o arranque de uma série de concertos que irão realizar-se neste espaço todas as últimas quarta-feiras de cada mês. Para além dos Zymosis, está também já agendada a actuação dos veteranos Morbid Death para o dia 28 de Março. Esta é uma iniciativa da PJ - Prods & Management/Agency, com o apoio da RDP Açores - Antena 1 e Metalicidio.com. A produção do evento aproveita, no entanto, para alertar que os interessados em assistir ao vivo aos concertos deverão fazer as suas reservas o mais rápido possível, uma vez que a capacidade da sala é muito limitada. Para isso só terão que enviar o seu nome completo, idade e nº de BI para paulojsousa@gmail.com.

Friday, February 23, 2007

Entrevista Strapping Lucy

DESAFIOS ATADOS

A 3 de Fevereiro foi editada aquela que bem pode já ser considerada uma das grandes surpresas do ano nos Açores a nível de Metal. "Defiant" é a demo de estreia dos Strapping Lucy, um projecto resultante de um anterior com o mesmo nome e que executava covers, em intercepção com os Septic Miracle, uma banda de metal gótico formada em 2002. Revestidos de uma nova consistência e roupagem sonora, os músicos dos Strapping Lucy oferecem em "Defiant" quatro temas de death metal melódico bem executado e com um sólido trabalho de composição. Para desvendar este novo nome promissor do underground açoriano, a SounD(/)ZonE entrou em contacto com o guitarrista Ruben Ferreira.

És o mais recente membro dos actuais Strapping Lucy... Contente por estar neste projecto?
Muito!

Como surgiu o convite para ingressares na banda?
Foi muito simples: o Cristóvão [vocalista] chegou junto a mim e insistiu para que eu me juntasse à banda! [risos]

Ao contrário do que muita gente ainda pensa, os Strapping Lucy não são uma nova encarnação do projecto com o mesmo nome, mas sim um novo formato dos Septic Miracle. Porque decidiram adoptar o nome Strapping Lucy e não um novo para este projecto?
Desde que me juntei à banda que comecei a notar, entre o Cristóvão e o Filipe [guitarrista], uma certa "conspiração" em relação ao nome. Penso que o nome Septic Miracle não os satisfazia, principalmente ao Cristóvão que já havia comentado comigo o seu desagrado. Até que um dia o Cristóvão e o Filipe sugeriram a mudança do nome num ensaio. Surgiu então a ideia de usarmos o nome que havia sido criado para o projecto de covers que tínhamos, mas que se encontrava estagnado na altura. Todos concordaram desde que fosse expresso na biografia da banda o legado Septic Miracle, considerando este como o ponto de origem deste novo projecto. Assim evitava-se o desígnio de "nova banda", o que não fazia muito sentido uma vez que os elementos e seu espírito continuavam os mesmos, à excepção de mim que entrei por último… Mas já me sinto adaptado.

Desta forma, os Strapping Lucy anteriores "desaparecem"...
Os Strapping Lucy anteriores permanecem pelas minhas mãos e pelas do Cristóvão. Claro que o projecto de covers extinguiu-se com a mudança de membros para os ex-Septic Miracle, mas pelo que já tínhamos falado, os Strapping Lucy anteriores iriam acabar por se tornar no que são agora. Estou com isso a referir-me à sonoridade. Foi como o Cristóvão disse: "vamos acabar em Septic o que começamos em Strapping". Sendo assim aceitei logo a proposta.

Já agora, que significado tem o nome Strapping Lucy? Parece-me um nome curioso...
Pelo que o Cristóvão me contou, uma vez que foi ele o criador, "Strapping" tem dois sentidos: pode significar "amarrar à força", o que confere uma certa brutalidade ao nome da banda, e também "forte", "grande", "alto"… Quanto a "Lucy" ele só me disse que podia ter uma série de sentidos e que devíamos também deixar lugar às pessoas para as suas próprias interpretações.

Musicalmente, quando e porque decidiram deixar o vosso lado gótico para começar a explanar um death metal melódico e tipicamente sueco?
Isso acabou quando eu e o Cristóvão entrámos na banda! [risos] Quanto ao death metal, julgo ter sido o Cristóvão a trazer o "vírus". [risos] Já há algum tempo que ele tentava desenvolver isso nos Slith e essas influências são muito notórias nos refrões que compõe.

A questão das bandas mudarem abruptamente de som regista-se maioritariamente nos casos mais jovens. É este um processo normal pela busca dificil de encontrar a sua personalidade?
Acho que, no nosso caso, não foi uma questão de encontrar uma personalidade, mas sim de criar uma em colectivo. Não foi ao acaso que dicidimos mudar, foi pré-estabelecido, planeado. Simplesmente queríamos enveredar por este género musical. Quanto às bandas mais jovens, sim, por vezes dão a sensação de serem um pouco "inconstantes" no que toca a personalidade. Mas isso é bom, significa evolução, nalguns casos, acho eu...

Relativamente à consistência dos line-ups, também nos últimos tempos se têm verificado bastantes entradas e saídas de elementos em projectos açorianos. É este mais um indício de que se encontram a crescer e a desenvolver a sua personalidade ou demonstram falta de maturidade?
Na minha opinião, essa instabilidade resulta do simples facto das bandas procurarem um som que agrada à maioria mas não vai de encontro ao que o resto da banda quer. Isso muitas vezes acaba por gerar demasiados conflitos. Outro problema é, sem dúvida, a falta de tempo que muitas pessoas dispõem para ensaiar.

Como se podem solucionar estes problemas? Não se tratará de um problema de mentalidade, acima de tudo?
Em muitos casos sim, noutros é preciso apenas que se encontre as pessoas certas para trabalhar.

"Defiant" é uma demo gravada no recentemente criado Spell Productions Studio [SPS]. Como se desenvolveu o trabalho com o Bruno Santos, uma pessoa que, para além de produtor, já foi teu colega de banda?
[risos] Sinceramente, no início foi muito estranho, mas acabou por se tornar bastante agradável voltar a trabalhar com ele.

O resultado é o que pretendiam?
Estamos satisfeitos, mas creio que ainda vamos atingir o que pretendemos no futuro com a SPS.

Existe algum conceito em "Defiant"?
Pelo que sei, o conceito está na própria música. "Não é dificil de perceber", foi o que o autor me disse! [risos]

Em que sentido têm ido as reacções que, eventualmente, já receberam?
Têm sido bastante positivas.

Com o aparecimento dos Strapping Lucy e com o lançamento de "Defiant", quase já podemos falar num certo resurgimento de um estado mais pesado e extremo do metal em São Miguel. Bandas como Nableena, Sanctus Nosferatu ou mesmo Summoned Hell servem para comprovar isso. Como vês essa situação?
Acho muito bom, já era altura...

Já prevêem alguma data para apresentar "Defiant" ao vivo?
Ainda não. Talvez na Maratona de Rock, se for possível...

No geral, como vai ser feita a promoção a "Defiant"? Tencionam abordar editoras ou apenas alguma imprensa?
Depositámos a nossa fé totalmente no Bruno Santos para esta tarefa. Por isso, ninguém melhor que ele para poder enunciar os planos de promoção para "Defiant".

Apesar de não ser muito agradável, em certos casos, remexer no passado, que nos podes dizer em relação à situação actual dos Sacred Tears?
Neste momento a banda está parada. Só espero que futuramente as coisas corram melhor...

Para terminar, fala-nos das vossas próximas metas. Pelo que sei, já estão pensando em registar novos temas. Trata-se de mais material para uma demo ou algo mais?
Sim, a prioridade é registar mais temas, mas não posso ainda adiantar nada...

Nuno Costa

www.strappinglucy.com
www.myspace.com/strappinglucy

Monday, February 19, 2007

Review

BELOW THE LINE
“Ode To St. Chris”

[MCD – Casket Music/Copro/Recital]

De quando em vez surgem projectos apostados em prestar homenagem a estilos que se foram desfragmentando ao longo dos anos. Muitos rituais revivalistas se têm propagado actualmente, nomeadamente em relação ao rock clássico dos anos 70 e 80 – os Wolfmother são um desses casos.

Contudo, não é de rock retro que vamos aqui falar mas de uma moda que floresceu no início dos anos 90 e que, para quase todos, foi enterrada em 1994 com o desaparecimento de Kurt Cobain. Falamos do grunge, como é óbvio, no caso dos Below The Line mais inspirado em Bush e Pearl Jam do que propriamente em Nirvana. Contudo, este quinteto britânico aplica ao seu grunge um metal moderno característico da segunda metade dos anos 90, sem que isto corresponda a rap metal na onda Limp Bizkit.

Instrumentalmente, o que encontramos em “Odes To St. Chris” é um som sempre compassado, com guitarras simples e até minimalistas, e uma melancolia adjacente próxima de uns Chevelle. De qualquer maneira, a forma como os seus riffs se estendem sem oferecer variações torna-o demasiado monótono. A produção também não ajuda muito e a maneira como a voz de Andy Hutton se assemelha à de Gavin Rosdale e Eddie Vedder tornam ainda as coisas mais difíceis de serem encaradas. Sentimos ainda mais o sobrolho a franzir quando Hutton exercita o seu [frágil] registo berrado... Talvez devesse mesmo ficar-se só pelo limpo e passar a tarefa a outro com maior capacidade.

Resumidamente, os Below The Line até se podiam tornar mais interessantes se tivessem surgido noutra época, mas a palidez e desinspiração que envolve as cinco composições de “Ode To St. Chris” obstrui-lhes logo à “nascença” a propensão para apelar a qualquer ouvinte mais exigente. [5/10] N.C.

ThanatoSchizO - Em estúdio em Março

Os transmontanos ThanatoSchizO vão regressar a estúdio no próximo dia 7 de Março para registar o sucessor de “Turbulence”. O produtor será uma vez mais Luís Barros e o álbum registado nos estúdios Rec’N’Roll. Um grande secretismo continua a rodear a orientação musical do novo disco dos ThanatoSchizO, mas aos poucos poderá ser desvendado através do studio report, em vídeo, que a banda vai começar a publicar no seu site oficial e página do MySpace. Relembram-se os mais curiosos, em notícia divulgada recentemente, que foi feita uma cover ao vivo de “Suturn”, da banda portuguesa, por parte dos argentinos Gauchos de Acero, conhecidos por executar covers de Sepultura e Iron Maiden. Este vídeo pode ser visualizada aqui.

Friday, February 16, 2007

Review

THE AWAKENING
"Razor Burn"

[CD - Massacre Records/Recital]

Apesar de não conhecer os trabalhos anteriores desta banda que já conta com 11 anos de actividade, sabendo à partida que este é o oitavo trabalho destes sul-africanos, no mínimo, espera-se algo consistente, produto de um desenvolvimento gradual. Uma banda que não consegue esta evolução, quase de certeza não consegue gravar oito álbuns!

A primeira impressão não é boa… Sente-se um misto de várias influências que vão desde o rock mais alternativo dos anos 80, obscuro, as raízes, afinal, do movimento gothic. Pode-se caracterizar, desde já, esta como sendo uma banda de gothic/industrial. Mas há algo que não encaixa muito bem, conforme se vai ouvindo este CD.

Nota-se facilmente a depressão, obscuridade e melancolia, características deste género musical [os temas "Bleeding" e "Oblivion" são um bom exemplo disso], quando levado a sério, mas a musicalidade e a composição são algo simplistas. Depois da intro "Outside the Asylum", o tema "Arrow" contem riffs poderosos, vozes dramáticas e um complemento bem regado de sintetizadores, mas realmente o pecado está na simplicidade da música. É um pouco banal e parece que já foi feita várias vezes por muitas outras bandas europeias. Não o designaria por falta de originalidade, mas talvez falta de criatividade. Ainda assim, existem momentos bons neste CD que nem sequer é enfadonho! O tema que dá nome ao álbum "Razor Burn", "Descent", "Oblivion" e "Halo" deverão ser os melhores temas e com os refrões mais apelativos, embora em todo o álbum os temas incitem para momentos de uma certa descontracção…

Julgo que para quem gosta de gothic é só questão de ouvir repetidamente este "Razor Burn". Comigo está a funcionar e cada vez se torna mais aceitável. Se calhar, se fizesse esta review daqui a uma semana a nota já seria outra! Mas prefiro ficar-me por aqui… [6/10] Miguel Linhares

XII Festival de Música Moderna de Corroios - Concorrentes vêem "fumo branco"

Já são conhecidos os dez finalistas de um universo de 163 projectos que concorreram ao XII Festival de Música Moderna de Corroios 2007, para além dos três grupos suplentes. Aqui ficam os nomes:

Finalistas:
- One Man Hand (Esmoriz)
- Tape Loading Error (Lisboa)
- Meskaline (Corroios)
- Split (Coimbra)
- The Wage (Marinha Grande)
- Dioz (Gaia)
- The Guys From Caravan (Lisboa)
- The Doll And The Puppets (Torres Novas)
- Skalibans (Almada)
- The Cynicals (Coimbra)

Projectos suplentes:
1º Loops (Barcelos)
2º PMDS (Lisboa)
3º Noiserv (Lisboa)

O concurso será disputado em duas eliminatórias a decorrer entre 24 de Fevereiro e 24 de Março com o alinhamento e agenda que se segue:

1ª Sessão * 24 de Fevereiro
- One Man Hand (Esmoriz)
- Tape Loading Error (Lisboa)

2ª Sessão * 3 de Março
- Meskaline (Corroios)
- Split (Coimbra)

3ª Sessão * 10 de Março
- The Wage (Marinha Grande)
- Dioz (Gaia)

4ª Sessão * 17 de Março
- The Guys From Caravan (Lisboa)
- The Doll And The Puppets (Torres Novas)

5ª Sessão * 24 de Março
- Skalibans (Almada)
- The Cynicals (Coimbra)

A final está marcada para o dia 31 de Março, no Cine-Teatro do Ginásio Clube de Corroios, com a presença dos três projectos mais bem pontuados, bem como dos Bunnyranch que actuarão como convidados.

Thursday, February 15, 2007

Review

HE IS LEGEND
“Suck Out The Poison”

[CD – Century Media]

Dos autores de “Suck Out The Poison” pouco sabia até me chegar às mãos este segundo tomo da sua carreira. Olhando para a insígnia da editora encarei, no entanto, com algum optimismo prévio o seu conteúdo, confiando na qualidade habitual do seu catálogo.

Posto em rotação “Suck Out The Poison” senti de imediato uma dinâmica invulgar e ao terceiro tema já estava deliciado com a sua variedade. O segundo trabalho deste quinteto de Wilmington, Carolina do Norte, apresenta-nos um som pesado e simultaneamente melódico ou mesmo comercial se preferirem. Mas tudo aqui foi concebido e misturado com uma tremenda elegância e perspicácia, percebendo-se que não se trata de um exercício atabalhoado de quem quer forçosamente parecer eclético. É também notável a forma destemida como a banda empregna aos seus tons pesados – com guitarras bem down tuned e distorcidas – um sentimento retro e uma melodia moderna e mediatista que confere aos He Is Legend uma expressiva capacidade para apelar às grandes massas.

Ainda assim, e apesar da banda ter um passado mais ligado ao metalcore, não podemos considerar que a sua nova abordagem represente a “venda” da sua alma ao diabo. Aqui, principalmente, temos um conjunto de músicos de mente aberta que conseguiu suavizar o seu som sem o tornar enfadonho. É deveras aprazível verificar o enorme ecletismo das composições de “Suck Out The Poison” que atinge um rock à Foo Fighters – verifiquem o refrão de “Dixie Wolf (The Seduction Of…) -, comporta um tom vocal muitas vezes próximo de uns Nonpoint – mais visível em “Attack Of The Dungeon Witch” -, um balanço à nu-metal nas guitarras de “Mushroom River”, momentos mais metalcore em “Serpent Sickness”, hard rock clássico em “Electronic Throat” e um lado emo em “The Pot Belied Godess”. Ainda para baralhar mais as contas, a banda convidou Laura Sweeny - uma vocalista soul - para cantar em “(((Louds”. Tudo isto torna os He Is Legend numa banda quase de extremos, numa deliberada manifestação para tentar escapar aos rótulos.

Contudo, as mais valias deste trabalho estão mesmo nas suas contagiantes linhas de guitarra e na eficácia das suas composições, cirurgicamente doseadas e transformadas num autêntico cocktail musical de fina casta. Por tudo isto, “Suck Out The Poison” é um excelente item para quem quer ouvir rock moderno e versátil de uma banda que tende facilmente a ganhar o nosso respeito pela valentia e personalidade que demonstra. [8/10] N.C.

Wednesday, February 14, 2007

Agenda - Cannibal Corpse em Corroios

Os lendários Cannibal Corpse vão marcar presença de novo nos palcos portugueses no dia 24 de Fevereiro, no Cine Teatro de Corroios. O espectáculo está marcado para as 21h00 com as actuações dos Bleeding Display, Urkraft e Disavowed e os bilhetes custam 20€, antecipadamente, e 23€, no dia. Estes podem ser adquiridos na Division House, Piranha [Porto], Xaranga [Lisboa] e Shoppe Bizarre [Lisboa]. Pela Division House – promotora do evento – o pagamento dos ingressos deve ser efectuado por transferência bancária através do NIB 0079.0000.10649359101.37 (BPN). Podem ainda ser feitas reservas pelo telefone 256 681 061, pelo número de telemóvel 969 010 451 ou pela Internet através do e-mail divisionhouse@hotmail.com. Para a reserva ser processada deverão fornecer os seguintes dados: nome completo, nº BI, email e telefone. Só serão consideradas as reservas após a cobrança do respectivo valor do bilhete e só serão aceitas reservas até dia 22 Fevereiro. Para rumar ao festival pode ainda reservar o seu lugar na excursão levada a cabo pela Underworldmag a partir de Braga, Porto e Coimbra, pelo número de telemóvel 965 529235 ou pelo e-mail eventos@underworldmag.org.

Naglfar - Colheita de ódio

Os Naglfar vão lançar “Harvest”, o sucessor de “Pariah” [2005], no próximo dia 26 de Fevereiro pela germânica Century Media. Antes disso, e como aperitivo, a banda de black metal sueca vai publicar no seu site um studio report dividido em duas partes, em que a primeira estará disponível no dia 16 e a segunda no dia 23. O disco será lançado também em edição limitada com um DVD bónus que inclui quatro faixas ao vivo gravadas no Party San Open Air Festival, em 2006, o clip promocional para “The Perpetual Horrors” [retirado de “Pariah”] e uma entrevista com o vocalista Kristoffer Olivius. O artwork de “Harvest” foi concebido por Travis Smith [Death, Katatonia, Opeth]. Entretanto, já é possível ver um trailer do novo álbum aqui.

Dark Tranquility - Realidade ficcionada

Os suecos Dark Tranquility voltam às edições no próximo dia 23 de Abril com o novo álbum “Fiction”, a editar pela Century Media. O sucessor de “Character” [2005] foi misturado por Tue Madsen [Himsa, The Haunted] e é descrito pela editora como uma versão moderna dos clássicos “The Gallery” e “The Mind’s I”. Em Março, a banda arranca com uma tournée norte-americana em que será cabeça ao lado dos The Haunted e Into Eternity, voltando à Europa, no Verão, para participar em alguns festivais e fechar o ano com uma intensiva rota de concertos.

Tuesday, February 13, 2007

Rock Your Day - Novo blog de metal

www.rockyourday.blogspot.com é um novo blog generalista dedicado ao metal. O seu autor é João Arruda, proprietário do site açoriano www.metalicidio.com, e conta, para já, com notícias e algumas reviews, mas para breve chegarão também as entrevistas. Pela qualidade do seu trabalho até agora, este torna-se também um sítio de visita obrigatória.

Review

DEAD POETIC
“Vices”
[CD - Century Media]

Os norte-americanos Dead Poetic apesar de serem uma banda recente, formada em 1997, já passaram por grandes peripécias nestes dez anos de actividade. Depois do álbum de estreia lançado em 2002, “Four Wall Blackmail”, em 2004 sai à rua “New Medicines”, este já um trabalho mais criticado e menos consistente. As sonoridades passeavam-se consistentemente entre um hardcore moderno, emo, feito à medida dos putos do novo milénio, anti-sistema e rebeldes. Se calhar não era bem isso que o grupo queria mostrar.

Mudanças radicais no line up foram feitas depois do desmembramento da banda em 2004 e, actualmente, Brandon Rike (voz), Zach Miles (guitarra), Dusty Redmon (guitarra), John Brehm (baixo) e Jesse Sprinkle (bateria) conseguiram realizar um trabalho mais pensado, trabalhado e, possivelmente, mais variado. Pode-se encontrar temas a roçar o trash, como o tema de abertura “Cannibal vs. Cunning”, hardcore em “The Victim”, alternative em “Crashing Down” ou mesmo mais pop/punk new school em “Pretty Pretty”. Mas na maioria dos temas destaca-se, apesar das influências musicais variadas, muita melodia, um rock bem cozinhado, ancorado ao melhor que se fez durante a década de 90. Não esperem grandes solos de guitarra e passagens de cortar a respiração. Isso não acontece! Acontece, sim, riffs poderosos, cativantes e acompanhados por um trabalho vocal que deverá ser o que merece mais destaque em “Vices”.

Nas faixas “Paralytic” e “Crashing Down” de realçar a presença na composição de Chino Moreno, dos Deftones, para além de emprestar também a sua voz. Em resumo, são 14 temas a que vale a pena dedicar algum do nosso tempo, de uma banda que conseguiu atingir uma maturidade que lhes poderá trazer benefícios. [7/10] M.L.

Dr. Zilch - Entre os dezasseis do Arena Rock

A comemorar a passagem aos dezasseis-avos de final do concurso Arena Rock, os amadorenses Dr. Zilch apelam ao apoio do público para a eliminatória que se segue, na 5ª Arena do concurso, a decorrer em concerto no dia 24 de Março no In Live Caffé, na Moita. Recorde-se que em disputa, entre outros prémios, está a presença na edição deste ano do Festival Vilar de Mouros.

Monday, February 12, 2007

Review

PROFUSIONS
“Paradigma”

[CD – Edição de Autor]

De Lisboa chega-nos um dos grandes portentos de talento que o underground nacional nos ofereceu no ano que agora findou. Eleitos como uma das maiores promessas do nosso cenário musical por uma grande porção da opinião pública ligada ao metal, os Profusions, curiosamente, conseguiram em tão pouco tempo instalarem-se confortavelmente numa posição que normalmente só é alcançada com mais insistência nestes meandros. E, ainda mais curioso, é constatar que não é por “Paradigma” ser uma demo perfeita, muito longe disso, mas, acima de tudo, por ser um trabalho que vale pelas grandes ideias e pelas grandes canções. Se, em alguns casos, as grandes produções de estúdio podem atirar-nos “poeira para os olhos” e dissimular um produto que pode não ser tão virtuoso quanto parece, neste caso os Profusions contam única e exclusivamente com o seu talento, pois a gravação de “Paradigma” apresenta grandes deficiências e limitações.

Sob batuta do guitarrista André Afonso, os Profusions formaram-se em 2004 e gravaram, inclusive, uma demo chamada “The Place Of My Angel”. Contudo, numa altura em que os Profusions eram, acima de tudo, um projecto a solo do seu guitarrista e que contava com músicos de sessão que, naturalmente, se iam trocando, por uma questão de direitos de autor e pela a orientação musical que a banda tomava na altura os Profusions acabaram por não lançá-la. Mais recentemente André Afonso fez-se rodear de um line-up fixo e levou em frente a gravação de “Paradigma”.

O que temos nesta demo é um rock alternativo, muito melódico e com um certo pendor progressivo. Como já foi dito atrás, esta demo esbarra com enorme impacto nos nossos ouvidos pela enorme eficácia das suas canções. Quando temos um vocalista como Xisto a debitar refrões como “Utopia” – deveras arrebatador – e “Away With You” é difícil não gostar dos Profusions. Só ficamos a imaginar como soariam com uma produção à altura… Ainda assim, sendo instrumentalmente sóbrios, pelo menos quando se tenta empregar-lhes o termo prog, os Profusions, mais concretamente na pessoa de André Afonso, conseguem remeter-nos, inteligentemente, para vários universos. “Away With You” faz-nos lembrar o trip hop de uns Portishead pela melancolia do seu wha wha e em “Vanish Traitor”, uma belíssima faixa em guitarra acústica, transmitem-nos um certo sentimento tradicional brasileiro.

Apesar da primeira parte de “Paradigma” ser bem mais interessante que a segunda, esta é uma colecção de temas, no geral, de enorme bom gosto e superior apelo harmónico. Após esta experiência passamos a compreender melhor o entusiasmo que rodeia a banda neste momento e consentimos perfeitamente que tenham um futuro muito próspero à sua frente. [8/10] N.C.

Sunday, February 11, 2007

Festival de Música Moderna de Corroios - Afluência em massa

Em comunicado, a organização do Festival de Música Moderna de Corroios anunciou que fecharam, na passada sexta-feira, as inscrições para a edição deste ano do evento. Os seus responsáveis descrevem a adesão a esta fase do certame como uma autêntica "avalanche musical que se abateu sobre a Vila de Corroios" traduzida em 163 maquetas que chegaram à Junta de Freguesia da localidade vindas de todas as zonas do país. Neste momento estão a ser escutadas e analisadas e prevê-se que seja divulgada a lista dos dez projectos aprovados para concurso, bem como os três suplentes, já no início da próxima semana.

Thursday, February 08, 2007

Review

GOD DETHRONED
"The Toxic Touch"

[CD - Metal Blade/Recital]

Existem grupos que nunca conseguem alcançar um estatuto e mediatismo que possa ser relacionado com sucesso de vendas e aceitação do público-alvo. No entanto, mesmo vivendo no limite do underground e conseguindo alguns airplays em rádios de todo o mundo, cativam milhares de fãs em todos os continentes e tornam-se ícones. Os God Dethroned são um desses grupos.

Formados em 1990, na Holanda, foram precisos alguns anos até conseguirem lançar um CD em condições e com um contracto minimamente proveitoso. Em 1997 juntavam-se à Metal Blade e lançaram 6 trabalhos de estúdio, para além de um remastered do primeiro álbum "The Christhunt" de 1992. Este sétimo disco da sua carreira, "The Toxic Touch", foge um pouco ao passado do grupo que se cataloga no mais puro e extremo black/death metal. Embora não conheça todos os trabalhos deles, posso afirmar que este disco é um pouco mais melodioso do que os seus antecessores. Não deixa de ser death metal, só que é mais inteligente.

Actualmente com Ariën Van Weesenbeek na bateria, Henri na guitarra e voz, Henk Zinger no baixo e Isaac Delahaye na guitarra, os God Dethroned fazem aqui um trabalho quase perfeito no que concerne a death metal, com muitos traços de bom trash, daquele dos anos 80 que já quase não se faz! Basta ouvir a fabulosa "2014", ou a contagiante "Falling Down"… Na verdade é difícil escolher ou catalogar cada música deste álbum. Está tudo muito bem conseguido e fiel a um metal coeso, poderoso e melodioso senão – e não resisto a mencionar mais uma – ouçam a faixa 6 "The Day You Died". Para além de serem temas que nos entram muito bem no quarto ou na sala, é só imaginá-los ao vivo…

Definitivamente, um dos melhores álbuns que ouvi nos últimos anos e de uma banda que nem surpreendia tanto assim. É bom ver quando as bandas evoluem e não se deixam presas ao mesmo som toda a sua carreira. Maturidade – neste caso – é sinal de qualidade. [9/10] Miguel Linhares

Crystalic - Visões de deterioração

"Watch Us Deteriorate" é o nome do primeiro álbum dos finlandeses Crystalic para a francesa Thundering Records a lançar no final deste ano. A banda, praticante de um death metal melódico, já divulgou a lista de temas do seu novo trabalho: 01. Blackened Image; 02. Severe Punishment; 03. Defiance Of Supremacy; 04. Faith Redefined; 05. Host Machine; 06. Dead Cold Emotion; 07. Soulstabbed; 08. Worlds Collide; 09. Existence Terminated. Entretanto, o vocalista da banda - Jarno F. Moberg - pode também ser escutado na faixa título de "Circus Of Fools", o novo álbum dos também finlandeses Machine Men, onde participa como convidado. O álbum já está disponível já pela Century Media.

Wednesday, February 07, 2007

Review

TWELVE TRIBES
"Midwest Pandemic"

[CD – Ferret Music]

Se "As Feathers To Flowers And Petals To Wings" não foi suficiente para arrancar os Twelve Tribes do anonimato, o salto para a Ferret Music e subsequente edição, em 2004, de "Rebirth Of Tragedy" serviram para dar o devido mérito e visibilidade a esta banda de metalcore de Daytona, Ohio.

Hoje em dia, e passadas várias digressões, a maior parte delas com nomes de topo como Killswitch Engage, Lamb Of God, Soulfly ou Machine Head, os Twelve Tribes parecem registar um crescimento cada vez mais acentuado tanto a nível de carisma como de personalidade. Produzido por Andreas Magnusson, "Midwest Pandemic" é o somatório de todos os atributos porque os Twelve Tribes são conhecidos, mas, cada vez mais, a banda americana parece habilitada a incutir mais complexidade nas suas composições. Para comprovar isto, "Midwest Pandemic" apresenta compassos mais complexos, riffs muito intensos e a melodia é menos preponderante, pelo menos em comparação com o seu antecessor, mas igualmente requintada.

O início do álbum com "National Amnezia", Muzzle Order" e "Televangelist" é extremamente intenso e partilha uma cumplicidade que quase nos faz sentir como se estivéssemos a ouvir uma só peça. Sem mais demora, chegam os temas com os refrões mais orelhudos do disco – "Pagan Self Portrait" e "History Versus The Pavement", respectivamente -, onde a voz imponente de Adam Jackson atinge uma dimensão melódica idêntica à de Howard Jones [Killswitch Engage]. A veia hardcore de "Verona", a pesada mas não menos emotiva "Nine Years Time" ou o épico final "The Recovery In Three Parts", são mais alguns dos muitos pontos fortes deste trabalho.

Tanto em universos pesados como melódicos, os Twelve Tribes são responsáveis por um cunho que, apesar dos tempos de correm, é bastante pessoal e representativo, por estranho que isto pareça. A sua técnica não se aproxima de muitas das bandas de metalcore que militam no cenário actual de peso, nem mesmo se reclama um génio ímpar da parte dos Twelve Tribes, mas a verdade é que são senhores de um potencial acima da média para criar bons riffs, refrões e... temas, claro está.

Em suma, este é mais um passo em frente na sua carreira e uma ajuda para fazerem-se rodear de mais uma série de opiniões que, se outrora eram meras suposições, hoje em dia são certezas irrefutáveis. [8/10] N.C.

Tuesday, February 06, 2007

Review

SUFFOCATION
"Suffocation"
[CD – Relapse/Recital]

Se a euforia foi imensa quando começaram a circular os rumores, em 2002, de que os norte-americanos Suffocation iriam regressar ao activo, esta ainda se fez sentir com maior intensidade quando a banda voltou a pisar os palcos em 2003, e, um ano depois, lançou "Souls To Deny". Este lendário grupo de Nova Iorque, por muitos responsabilizado por ter mudado a face do death metal injectando-lhe uma outra profundidade, técnica e complexidade, nomeadamente com a edição de "Effigy Of The Forgotten", o seu álbum de estreia de 1991, operou assim o seu regresso e pôs fim a um hiato de cerca de meia década motivado por um estado de divergência interna que os manteve em "branco" desde o lançamento do EP "Despise The Sun", em 1998.

Num cenário muito recorrente hoje em dia, a banda juntou-se - no seu formato original - e reacendeu a chama, ou pelo menos foi essa a promessa, de um movimento que ela própria ajudou a fundar. Tanto para os fãs como para os críticos, o regresso em 2004 com "Souls To Deny" honrou o legado da banda, ainda que seja sempre difícil recriar o sentimento, na totalidade, que acalentavam nos tempos áureos do estilo e do início da sua carreira. Até porque os tempos são outros. "Suffocation" é o segundo tomo deste regresso e desta nova era na sua carreira, bem como um manifesto de talento inato, pois a essência dos Suffocation permanece intacta. Ainda assim, consegue-se sentir um certo "sangue" novo a brotar das composições deste quinteto liderado por Frank Mullen, sem que isto represente, como já foi dado a entender, um amaciar do seu peso ou qualquer tipo de processo de mediatização. "Suffocation" é um álbum pleno de fúria e tatuado com a marca indefectível dos seus autores, mas ligeiramente mais "límpido" do que os seus primeiros álbuns. Tecnicamente a banda também continua competente, mas mais uma vez sente-se alguma vulnerabilidade para alcançar a sublimidade do seu fundo de catálogo.

De qualquer forma, as composições são apelativas e este disco homónimo está longe de constituir uma desilusão para os fãs de Suffocation ou qualquer outro apreciador de death metal. Porém, sendo uma barreira psicológica ou não – circunstância discutível - continua a saber a pouco em relação a obras primas como "Effigy Of The Forgotten", "Breeding The Spawn" ou "Pierced From Within". [8/10] N.C.

SBSR Preload III - Inscrições abertas

Já estão abertas as inscrições para a terceira edição do concurso "Preload" inserido no festival Super Bock Super Rock que dá a oportunidade às bandas de garagem de tocarem no festival entre muitas outras regalias. Para se inscrever só terá que se registar no site www.superbock.pt, ir à página do concurso "Preload" e enviar uma demo ou tema pela internet acompanhada de fotografia e uma breve história da sua banda. A decisão da passagem de cada banda à segunda fase do concurso será dada pela votação do público.

Os prémios para o vencedor são os seguintes:

1. Tocar no Super Bock Super Rock
2. Gravar um vídeo da sua performance
3. Assinar um contracto discográfico com a EMI
4. Actuar no concerto Preload III antes do Super Bock Super Rock

As restantes bandas habilitam-se a:

1. Actuar em Vilar de Mouros
2. Actuar no concerto Preload III
3.Ganhar quatro passes por banda para o Super Bock Super Rock

Consulte as regras de participação aqui e inscreva-se até dia 15 de Março.

Anti-Clockwise - "No One To Follow" na próxima segunda-feira

Ao contrário do que havia sido anunciado pela banda recentemente, a data de lançamento do seu novo álbum "No One To Follow" deixa de ser dia 26 de Fevereiro e passa para dia 12 do presente mês [próxima segunda-feira]. O disco vem acompanhado por um DVD e será editado pela Som Livre. "No One To Follow" estará disponível em quase todas as lojas do país, mas pode também ser encomendado directamente através do site www.anti-clockwise.net ou através do MySpace www.myspace.com/bandanticlockwise.

Ancient Rites - Raf abandona

No passado mês de Janeiro, os Anciet Rites oficializaram a saída do guitarrista Raf Jansen ao fim de dois anos na banda e de ter gravado o álbum "Rubicon". Em comunicado, Raf explica que os Ahryeph, o seu cargo de produtor e o seu trabalho do dia-a-dia consomem muito do seu tempo, por isso decidiu abandonar os Ancient Rites. Como mensagem de apoio e gratidão, Raf diz que "os Ancient Rites já provaram que conseguem superar qualquer obstáculo, portanto, a minha saída não vai prejudicar em nada o seu futuro. Eles continuam sólidos como sempre. Desejo-lhes o melhor para o seu futuro, enquanto continuarei a procurar o melhor também para os meus Ahryeph". Neste momento, Raf está na fase final da produção do álbum de estreia dos Ahryeph que terá o título de "Marooned On Samsara" e deverá ver a luz do dia no final do presente ano.

Monday, February 05, 2007

Review

DEAD HEARTS
"Bitter Verses"

[CD – Ferret Music]

Uma abertura com uma intro bastante simples, mas com uma carga emotiva capaz de tocar o mais insensível dos mortais, logo seguida de um tema curto e compassado, de certo não revelam a verdade deste disco. Daí que a surpresa seja grande, e a confusão também, à medida que avançamos em "Bitter Verses". A única coisa que se impõe como consensual à primeira vista é o lado sensível – sim, até podem chamar-lhe emo – desta banda. Berros de revolta mas sempre envoltos numa agonia e angústia latentes caracterizam o desempenho vocal de Derek Doile que é suportado por uma secção instrumental sóbria mas muito competente.

Se já apelamos ao lado emo dos Dead Hearts, é também preciso que se reclame o lado hardcore deste quinteto que é, ainda assim, o denominador principal na sua equação criativa. De qualquer forma, este é um disco rodeado por uma certa "estranheza", estruturalmente falando. De entre os seus 14 temas, que em média não chegam aos três minutos, encontra-se uma divisão quase homogénea entre canções de andamento intermédio, outras rápidas e vincadamente hardcore e alguns interlúdios que, vistas bem as coisas, têm um poder articulador fantástico e contribuem enormemente para que "Bitter Verses" percorra o éter com alguma fluidez. Isto porque a maior parte deste material não é suficiente, independentemente, para nos captar a atenção e acaba por chegar ao seu leito sem deixar muito por recordar. Faltam aqui refrões e riffs verdadeiramente memoráveis.

Muito sinceramente, e apesar de acreditar que este disco possa apaixonar muitos fãs de hardcore, "Bitter Verses" deixa a sensação de prometer algo no início que nunca o chega a ser. Falta, essencialmente, substância às suas composições, apesar de contarem com a honestidade dos seus intérpretes. Estamos, no entanto, convictos que a banda pode corrigir estes aspectos no futuro a não ser que a "estranheza" de que falávamos há pouco seja um acto voluntário. Por este prisma, é inegável que a banda ganha uma certa identidade própria, mas perde alguns trunfos para chegar a uma plateia mais vasta. [7/10] N.C.

Friday, February 02, 2007

Pearl Jam - De regresso a Portugal

8 de Junho marca o arranque da digressão europeia dos Pearl Jam com honras de abertura em Portugal. A banda de Seattle vai actuar nesta data no Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras, num recém-criado festival de Música e Arte. Esta digressão insere-se ainda na fase de promoção de "Pearl Jam", lançado a 2 de Maio de 2006, e contempla ainda países como a Espanha, Dinamarca, Alemanha, Polónia, Itália, Áustria, Holanda, Bélgica e Inglaterra.

Hellyeah - Boémia de volta

Em Abril chega às lojas, via Epic Records, o trabalho do novo grupo-sensação da actualidade. Hellyeah, para além de marcar o regresso muito aguardado de Vinnie Paul [baterista ex-Pantera e Damageplan] às edições discográficas, junta ainda uma parada de estrelas composta por Chad Gray e Greg Tribbett [vocalista e guitarrista dos Mudvayne] e Tom Maxwell e Jerry Montano [ex-guitarrista e baixista dos Nothingface]. Para promover o seu disco de estreia homónimo, a banda americana já tem previstas digressões para os Estados Unidos e para a Europa. Entretanto, visite o seu MySpace em www.myspace.com/hellyeah.

Review

PROBATION
"Sick Sounds Of Disorder"

[MCD – Edição de Autor/No Records]

Se fossemos tentar descobrir quem são os Probation ou ajuizar sobre o seu estatuto recorrendo ao layout e à produção de "Sick Sounds Of Disorder", de certo estaríamos longe de pensar que esta seria uma banda muito jovem do nosso underground e a lançar a sua primeira maqueta. Mas é precisamente isto que esta banda de Alenquer é e está fazendo, embora tudo aqui tenha um aspecto muito cuidado, moderno e profissional. Uma produção acima da média, responsabilidade de Ricardo Espinha [que já trabalhou com More Than A Thousand e Icon & The Black Roses] e as participações de David Rosado [vocalista dos Prime] em "Way Home" e "Wakening Mind" fazem-nos, no entanto, crer que esta é uma banda que sabe muito bem o que quer e detém o respeito de alguns.

No entanto, e partindo daquilo que conhecemos dos Probation, este não deixa de ser um nome novo para nós e talvez para muitos. Isto acresce, é verdade, o factor surpresa, mas devemos aqui centrar-nos no mais importante – a música. Aí os Probation não surpreendem. Aqui talha-se nu-metal balançado, com groove e com alguma melodia. Os clichés estão aqui todos presentes e revelam alguma incapacidade da banda em se reinventar, revigorar e se desprender da camada de mofo que cobre o estilo há muito. A intenção pode até nem ser essa, mas pelas premissas deste género musical, de fronteiras criativas limitadas, deparamo-nos com riffs na sua maioria muito previsíveis e que, consequentemente, esgotam rapidamente o interesse do ouvinte em repetir a dose.

Contudo, é preciso que aqui se sublinhe que os Probation não soam a cópia descarada de nenhum símbolo do nu-metal. É verdade que, por breves instantes, as abordagens vocais de Tiago Pedro nos faz pensar em Ill Niño ou alguns riffs soem a Soulfly ou Deftones, mas as composições de "Sick Sounds Of Disorder" erguem-se muito coesas e suficientemente bem estruturadas para não as julgarmos oriundas de um mero grupo de "putos" wannabes. Toda a forma como este trabalho nos é apresentado e contabilizando os factores que enunciámos no início desta escritura, faz-nos olhar para este quinteto com respeito, pois nota-se profissionalismo na maneira de encarar o trabalho e o papel de uma banda. A hora para terem surgido é que talvez não tenha sido a mais feliz, mas com toda a certeza fica aqui um testemunho de credibilidade de uma banda que parece ter consistência para voos mais altos. [7/10] N.C.

Thursday, February 01, 2007

Bunnyranch - No Festival de Música Moderna de Corroios

Os Bunnyranch vão encerrar a edição de 2007 do Festival de Música Moderna de Corroios e do Março Jovem. Os conimbricences estão neste momento a promover o seu segundo álbum de originais - "Luna Dance" -, que conta com as participações vocais de Cláudia [Micro Audio Waves] e do saxofonista Gui [Xutos e Pontapés]. São 11 temas daquilo que banda já nos habituou a ouvir - rock'n'roll com misturas de garage, psychadelic, soul, punk rock, entre outros. A produção é da responsabilidade da banda e de Flak [Rádio Macau, Micro Audio Waves]. Quanto ao concurso, relembra-se que a sua final está marcada para 31 de Março no Cine-Teatro de Corroios onde, para além dos Bunnyranch, vão também actuar os três projectos finalistas da edição deste ano.

Disillusion - Baterista sai

Os autores de um dos discos mais refrescantes e excêntricos de 2006, anunciaram que perderam o seu baterista original. A militar nos germânicos Disillusion há seis anos, Jens Maluschka confessa que é hora de parar para se dedicar mais à sua vida privada. "Vou ser pai em Junho e nesta altura desejo dedicar-me mais à minha família. Com certeza que a minha vida musical vai continuar, mas ainda não consigo apontar em que formato. Para o Andy e para o Rajk desejo o melhor para o seu futuro e muito sucesso para os Disillusion", sublinha o baterista. Contudo, Jens vai completar as datas que a banda tem marcadas até o último concerto, a 13 de Abril, em Leipzig, na Alemanha.

Hate Eternal - Mudam de "casa"

A partir do dia 23 de Janeiro, os norte-americanos Hate Eternal passaram a representar os quadros da Metal Blade. Em relação a este contracto, o presidente da editora germânica - Brian Slagel - comenta: "Sinto-me muito honrado de estar agora a trabalhar com os Hate Eternal. Eles são uma banda lendária e estou muito feliz por lhes poder dar as boas vindas à família Metal Blade. Da parte da banda, os comentários de satisfação estendem-se: "Assinar pela Metal Blade é para nós a reconfirmação de que todo o trabalho árduo, sangue, suor e lágrimas que despendemos com a banda valeu cada minuto. Este contracto é fantástico. Sabemos que vamos contar com todo o apoio e confiança que uma banda pode esperar de uma editora", salienta o guitarrista Erik Rutan. Neste momento, os Hate Eternal já compõem o seu novo disco que sucederá a "I, Monarch", lançado em 2005 pela Earache Records. Este será registado nos Mana Recording Studios, do próprio guitarrista Rutan, e tem edição apontada para Junho ou Julho deste ano.

Impious - Baixam a máscara

Já está disponível no mercado o novo disco dos suecos Impious. "Holy Murder Masquerade" foi lançado no passado dia 26 de Janeiro pela Metal Blade e é caracterizado pela banda como sendo "diferente do seu antecessor, feito com objectivo de comportar músicas mais simples e memoráveis". Este novo trabalho foi gravado quase na sua totalidade nos estúdios Deadline, do guitarrista Valle Adzic, à excepção da bateria que foi registada no Studio Mega. O artwork do disco foi confiado aos trabalhos do cartoonista italiano Andrea Cavaletto, que cria banda desenhada de horror. Desta forma, a banda complementa o visual de "Holy Murder Masquerade" com o seu conceito lírico. Por outro lado, a capa do álbum ficou a cargo de Justin Kamerer que já concebeu artworks para Slayer, Slipknot, Mudvayne, Black Sabbath, etc. A faixa "Bloodcraft" já pode ser escutada aqui.

Pitch Black - "Hate Division" quase pronto

Os portuenses Pitch Black anunciaram que as gravações de "Hate Division" estão quase terminadas. O sucessor do aclamado "Thrash Killing Machine" está a ser registado por Rui Danin, nos estúdios Trigger, sendo depois masterizado por Jacob Hansen [Destruction, Aborted, Hatesphere, Communic], nos Hansen Studios, na Dinamarca. Entretanto, enquanto a banda não encontra substituto para o vocalista Pedro Gouveia, Hugo Andrade [Switchtense] será o músico de sessão convidado. Para além disso, os Pitch Black asseguram que vão apresentar datas ao vivo exclusivas para a promoção do seu novo trabalho muito em breve. Quanto ao alinhamento de "Hate Division" já é conhecido e é o seguinte:

01-Unleash the Hate
02-Hunted
03-One of Them
04-Enemy Siege
05-Without Fear
06-Change Nothing
07-Over the Deadline
08-Thrash Metal Elite
09-And The Killing Ends