Wednesday, April 20, 2005

Entrevista Cult of Luna

PARA ALÉM DO INFINITO

Intérpretes de grande carácter, os Cult Of Luna desenvolvem de forma muito pessoal um metal extremo de orientação ambiental, onde a característica principal é a intensidade. “Salvation” surge no seguimento de uma carreira em crescendo, revelada pelo álbum “The Beyond”. Magnus Lindberg, guitarrista, percussionista e produtor, em estado de lunação.


Bem, os vossos últimos tempos serviram para vos fazer emergir na cena metálica com excelentes críticas um pouco por todo o mundo. O vosso último álbum foi muito aclamado. Alguma vez esperaste por algo como isto?
Bem, quando lançámos o nosso primeiro álbum nunca pensámos, de modo algum, vir a receber excelentes críticas. Após compormos o “The Beyond” nós começamos a pensar que as pessoas poderiam gostar dele, mas nós nunca tivemos grandes expectativas. Agora que lançamos o “Salvation”, é a primeira vez que pensamos que merecemos boas reviews, para ser honesto. Estamos super contentes com ele e acreditamos verdadeiramente que encontramos o nosso som. Isto é nós!

Vocês sentiram alguma espécie de pressão ao compor este novo álbum?
Não, de ninguém, excepto de nós. Nós concentrámo-nos verdadeiramente para que este álbum representasse o melhor que conseguimos fazer nesta altura. E enquanto os nossos sentimentos se mantiverem assim, podemos dizer que conseguimos atingir os nossos objectivos.

Conta-me: o facto da banda estar sedeada num ponto frio e longínquo, no norte da Suécia [Umea], longe das grandes metrópoles, contribui de alguma forma para vos ajudar a encontrar o som singular e único que vocês possuem? Ele inspira-vos de alguma forma?
Hmmm… Bem, eu penso que este retrato de Umea é algo exagerado. Ele não fica tão longe nem é tão frio como algumas pessoas gostam de pensar. Eu posso ir até Londres em 3 horas… Desculpa destruir-vos a ilusão camaradas! [risos] Mas sim, eu penso que o ambiente à nossa volta está a ter o seu impacto na forma como soamos, definitivamente. Seria estranho de outra forma.

Este novo álbum fala de “Salvação”, salvação da sociedade do mundo moderno. O que te preocupa mais nos dias que correm?
A apatia das pessoas… e as decisões inconsequentes feitas pelos políticos.

Musicalmente, vocês procuraram novos patamares com este novo álbum, dando prioridade à simplicidade e às partes mais melódicas. Não obstante, a intensidade continua toda lá, intacta. O que foi que vocês tinham em mente quando partiram para a composição deste álbum?
Eu penso que a questão resume-o muito bem. Nós queríamos ter um som muito mais concentrado do que antes. Nós estávamos fartos da cena da “parede sonora”. Por isso, basicamente demos espaço a cada instrumento para poder progredir, tanto em estúdio como durante a composição. Tu simplesmente não precisas de cem guitarras para pareceres “pesado”. Isto apenas torna as coisas confusas e ofuscadas. Nós fizemos questão de realçar a música desta vez, na minha opinião!

Vocês contam com um novo baterista neste novo álbum. Estão contentes por trabalhar com ele?
Sim, claro! Ele é um super-baterista e um verdadeiro amigo. A bateria é muito importante para a nossa música e ele é provavelmente o melhor baterista com quem trabalhei num estúdio.

A versão promocional de “Salvation” tem menos uma música e até vem numa versão unmastered, tal como a versão que circula na Internet. Eu diria que é uma excelente ideia para manter as pessoas atentas ao trabalho final do disco até ao dia em que este for lançado, bem como, combater a pirataria.
Na realidade não falta nenhuma música no CD promocional. Está apenas sem masterização. Isto não foi nada planeado, foi só uma maneira de manter a data de lançamento intacta uma vez que estávamos atrasados com a mistura do disco. Mas como tu dizes, algo de bom pode vir juntamente com isto. A versão final é muito mais limpa, com o som um pouco mais alto, enfim, a peça de arte que as pessoas deviam ouvir desde o princípio.

Vocês contam com um convidado especial no disco. Trata-se de Lou Tiger. Fala-nos mais dele. Como foi que ele apareceu no disco? Ele tem alguma coisa a ver com o metal?
Sim, é um gajo chamado Rasmus Kellerman (Tiger Lou), de Estocolmo, e é muito bom cantor indie pop. Ficamos a saber que ele era um grande fã nosso, por isso, perguntámos-lhe se ele queria cantar algo connosco. Ele aceitou de bom agrado e veio aos estúdios Tonteknik, em Umea, onde permaneceu durante um dia. O resultado é estupendo, penso eu!

Vocês começaram a vossa tournée promocional com um concerto no dia 4 de Outubro. Como foi que correu?
Foi um espectáculo estonteante!

Após isto seguiram-se já uma série de 15 concertos consecutivos. Agora o que é que podemos esperar? Talvez uma vinda a Portugal?
Esperamos voltar ao sul da Europa em breve. Nós realmente queríamos muito passar por Portugal e penso mesmo que vai acontecer. Mantenham-se atentos amigos!

Nuno Costa

1 comment:

Anonymous said...

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