Thursday, April 21, 2005

TOKEN
“Punch”

[CD – MTM Music/ Recital]

Se já ninguém dá nada pelo hard rock/AOR melódico, a editora alemã MTM parece pouco interessada em dar ouvidos a estas indicações. A editora tem lançado vários trabalhos dentro do género nos últimos tempos e, seguindo esta tendência, surge agora “Punch”, dos suecos Token. Um álbum que não vai para além daquilo que temos escutado dentro do género nos últimos tempos. Aliás, tendo cada vez mais a crer que este é dos géneros mais limitados e estagnados a nível criativo que existe dentro do hard’n’heavy. Enquanto que nos outros estilos se tenta fundir, recriar, misturar várias sonoridades, no hard rock tudo se mantém exactamente o mesmo de há muitos anos para cá. Talvez por isso só mentes de fãs incondicionais do género consigam ainda dar atenção a este tipo de trabalho. Só mesmo para gente que quer ouvir música agradável, despretensiosamente, sem se preocupar muito com o seu desenvolvimento, progresso ou complexidade. Apenas ouvir boa música. Ora bem, isto este estilo é capaz de fazer. Malhas acessíveis, muito bem construídas, feitas à medida para agradar a gregos e troianos, com o equilíbrio perfeito entre peso e melodia e com um magnetismo tremendo graças às suas estruturas catchy e refrões orelhudos. Formados em 1990, entretanto pararam durante algum tempo por imposição da vida, do trabalho e dos estudos. Regressaram mais tarde num verão qualquer para gravar uma demo que lhes valeu um contracto com a MTM, e consequentemente lançaram o seu primeiro álbum, “Tomorrowland”, em 2002. Após isto regista-se a mudança de um vocalista e de um baterista e as coisas parecem não ter ficado muito diferentes. É hard rock simples e directo que os Token querem fazer, e é isto que conseguem, efectivamente… E bem, diga-se. O problema é que os habituais clichés do género estão todos lá, incluindo a balada obrigatória que desta vez chega mais tarde [na nona faixa] como que a esconder-se para tentar camuflar o óbvio. A verdade é que todos os tiques estão lá bem patentes ao longo das 14 faixas, salvando-se algumas guitarradas e riffs mais pujantes como em “The Sin” ou “Turn Back The Time”, para satisfazer um pouco da “sede” de quem procura verdadeira adrenalina. Os solos bem aprumadinhos também estão lá… Bons executantes, óptimos compositores, excelente produção. No entanto, onde fica a irreverência, onde fica a originalidade? [6/10] N.C.