Wednesday, June 08, 2005

VISIONS OF ATLANTIS
"Cast Away"
[CD - Napalm Records/Recital]

Num campo musical onde a exigência já é grande e onde se tem obtido resultantes notáveis nos últimos tempos, tanto a nível de popularidade como de vendas, os Visions Of Atlantis tentam agora entrar num círculo onde já dominam, com larga vantagem, bandas como os Nigthwish, Within Temptation ou Epica. Falamos claro de um power/goth symphonic metal onde dominam as vozes femininas, geralmente em registo soprano, e onde a musica se faz de bombásticos coros e melodias penetrantes. No caso destes austríacos, nota-se algumas claras fragilidades, normais de uma banda que, apesar de já estar a lançar o seu segundo trabalho, só agora está a ser conhecida [“fatalidades” de um primeiro contracto menos feliz]. Será ainda assim preciso dispor de maiores orçamentos para que se crie a imponência musical e orquestral exigida neste tipo de trabalho, bem como dissipar algumas influências que, não obstante muito mais ofuscadas, continuam ocasionalmente presentes. Falamos das previsíveis semelhanças a Nightwish e Epica, essencialmente a nível das vocalizações femininas, apesar do registo de Nicole Bogner ser muito mais tímido tecnicamente que os de Simmone Simons e da veterana Tarja Turunen. Para além de que o próprio som dos Visions Of Atlantis será, eventualmente, muito mais “rock” que o dos Nightwish – muito mais apetrechado a nível de peso, potência de guitarras e profundidade orquestral. Aqui as coisas funcionam muito mais directas e apontadas ao potencial de cada canção, em vez do brilhantismo técnico que sempre acompanha este tipo de lançamentos. Sendo assim, temos no single “Lost”, no inicial “Send Me A Light”, “Realm Of Fantasy” e na bonita balada “Winternight” os momentos mais altos e atractivos do disco. Convém dizer que, para além da voz soprano de Nicole, temos ainda um vocalista masculino – Mario Plank – que, não sendo apenas uma voz de suporte [pois divide quase por igual as vozes com Nicole] e por cantar em registo limpo, evitando assim a previsível dicotomia bela-monstro, acaba por representar uma das maiores inovações do grupo. Todo o resto precisa ser ainda bem alinhavado pois, apesar de estarmos perante um agradável disco de metal melódico, falta claramente à banda alguma postura e coesão para se afirmar como um pilar dentro do género. No entanto, seguem pelo bom caminho e acreditamos no florescer do seu talento. [7/10] N.C.

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