Thursday, December 31, 2009

Revista do Ano

Num acto de assumida previsibilidade, apresentamos nas próximas linhas uma retrospectiva do que foi o ano “metálico” nos Açores. Para além de que recordar é viver, será saudável [ou não; indiferente até consoante a percepção do “freguês”] olhar para as incidências de mais um ano que esquivou-se e correu rapidamente para o seu fim, quase sem darmos por isso, não só como efeito do ritmo frenético da vida “moderna” mas também, temos em crer, como um sinal de que estivemos entretidos [com qualidade] durante grande parte do tempo. Antes de passarmos ao concreto, queremos apenas expressar as nossas desculpas por este artigo não ter um alcance maior. Embora tenhamos estado atentos ao que se passou em Portugal continental e até no mundo, não nos consideramos à altura de avaliar convenientemente o panorama à margem insular. Lamentamos, assim, não conseguir também retribuir para com a nossa plateia de “outsiders”.

Assim sendo, o ano começa com o anúncio da participação dos Anomally em duas interessantes compilações – “30 Bands Unleashed Vol. 1” da responsabilidade da webzine Hell On Fire e “Círculo de Fogo #7” do mítico programa de rádio de Luís Filipe Neves. No primeiro caso, destaque especial para o seu prospecto internacional, perfilando os Anomally ao lado de bandas oriundas de vários pontos da Europa entre as quais os Agathodaimon, actualmente figurantes no catálogo da Nuclear Blast. Aliás, este é apenas o primeiro apontamento de mais um ano referencial para o grupo terceirense.

Também no que concerne a lançamentos, o ano foi fértil para os Açores e manteve-se uma interessante média para uma área geográfica tão restritiva. Os primeiros a apresentarem-se foram os God’s Fall, projecto muito jovem oriundo da Vila do Nordeste, área periférica e sem grandes tradições no Metal. Numa demo intitulada “Warning! Metal Inside” demonstram dois temas com alguns apontamentos de interesse e que despertam alguma curiosidade em relação ao futuro do grupo. Contudo, a banda não conseguiu dar o seguimento que se impõe em termos promocionais, tendo, pelas nossas contas, aparecido apenas uma vez ao vivo durante o ano.

Ainda que não identificável como uma banda açoriana, o facto de João Arruda, criador do site Metalicidio.com, fazer parte dos Morning Lenore [Lisboa] e estes terem feito a sua primeira apresentação no split-CD comemorativo do terceiro aniversário do blog Daemonium, ao lado dos Insaniae, não podia deixar de ser nota de registo. Para além da qualidade do seu doom/gothic, é uma honra ver o espírito colonizador de uma pessoa que sempre tanto lutou pelo movimento metálico açoriano. Praticamente na mesma altura, anunciam a gravação de um longa-duração em Dezembro de 2009.

Sob o lema de “ajudar financeiramente as bandas de Metal açorianas” é anunciado o Band Aid. Este serve também para apresentar à comunidade uma nova entidade na área da promoção de espectáculos – a M9Events. Todavia, o Band Aid acaba por ficar ligado a um dos momentos mais negativos do ano, como será exposto mais à frente.

Ainda em Janeiro é dado a divulgar a entrada dos Summoned Hell e Spank Lord em estúdio para a gravação dos seus primeiros discos, enquanto os Crossfaith arrancam para um ano glorioso com o lançamento do EP “Mixed Emotional”. Para além das várias aparições em palco, a qualidade do seu trabalho não deixou ninguém indiferente e foi devidamente reconhecido quer em concursos quer pelos meios de comunicação.

Em Fevereiro é consumado o projecto pioneiro “Echoes Of A Morbid Death”. Trata-se nem mais nem menos do que um disco tributo à mais importante banda de sempre do Heavy Metal regional, os Morbid Death. A sua autoria é da Associação de Juventude Bit IX com o apoio da Direcção Regional da Juventude e dos SPS Studios, para além do fundamental empenho e dedicação das 12 bandas que fizeram versões notáveis de clássicos do grupo liderado por Ricardo Santos.

Ainda antes disso, a 7 de Fevereiro, decorre o concerto de apresentação do Band Aid, já nessa altura envolto em alguma polémica. Na base disso: os critérios de escolha das bandas e o regulamento do evento. Todavia, não era expectável que o público se afastasse tanto de uma noite que oferecia boa música – Spank Lord, Crossfaith e One Second. Nessa altura havia também de ser anunciado o cabeça-de-cartaz da segunda sessão do Band Aid, não fosse a vulnerabilidade do sistema de votos online, o agudizar da polémica e, ao que parece, alguns problemas com a sala de espectáculos, terem posto termo ao projecto.

Março é um mês de boas notícias. Os Morbid Death confirmam uma nova mini-digressão pelo continente, com paragens no SWR, Santiago Alquimista e Metal Point, e, ainda que não oficial, era dada como certa a presença dos Paradise Lost no transfigurado Live Summer Fest. O anúncio do lançamento de “Sorrow For The Lenore”, o primeiro EP dos A Dream Of Poe, para 16 de Maio, caia também na graça dos amantes de doom açorianos, embora o lançamento viesse a adiar-se.

Abril não é um mês de menos fortunas. A notícia de que estava de regresso a Maratona Rock, em primeira instância, não podia deixar mais optimista grande porção de jovens projectos regionais que vêem sempre nesse evento uma oportunidade para uma primeira apresentação. Contudo, a mudança no regulamento deixou de fora muitos projectos com suposto menor crédito. Se é verdade que o formato ganhou em termos de espectáculo os restantes aspectos não livraram a organização da dicacidade do povo.

Pouco depois chega também a nota da vinda dos Switchtense a Ponta Delgada. O pretexto: o VI Aniversário SounD(/)ZonE que já vem consagrando um contingente “continental” aos seus espectáculos. Com um álbum de estreia contundente, aguardava-se uma noite intensa na Baía dos Anjos.

Talvez em jeito de conveniente hipocrisia, a XXII Semana Académica de Ponta Delgada confirma um dia dedicado aos projectos Rock e Metal locais. Sendo mais uma estratégia orçamental do que um gesto de boa vontade em promover o produto local, a verdade é que ainda assim foi positivo termos os Crossfaith e Summoned Hell a actuarem no seu programa.

Gesto bonito foi na verdade o espectáculo de solidariedade “Ajude o Antero a Viver Melhor”. No Coliseu Micaelense um considerável número de artistas locais, de onde fizeram parte os Morbid Death, desfilaram para recolher fundos para o pequeno Antero que aos três anos viu um atropelamento transformar-lhe a vida.

Embora lhe tenha sido dado pouca importância, o lançamento da segunda edição de “Echoes Of A Morbid Death” é um marco distinto no mês de Maio. O registo torna-se mais completo e interessante com um DVD que inclui depoimentos dos músicos participantes e as actuações das bandas no dia do seu lançamento. A segunda edição deste projecto é difundida oficialmente em pleno XII SWR Barroselas Metalfest.

Marco incontornável na agenda de espectáculos açoriana é o Angra Rock. Por esta altura a agência responsável, Azor Waves, anunciava uma edição especial comemorativa dos dez anos de existência do festival. A ideia era reviver momentos do passado. Assim, foi disposta uma votação online com todos os artistas que por lá já passaram e que ditou o regresso a Angra do Heroísmo dos The Temple, Charon, The Dismal, entre outros.

Com euforia é recebida a confirmação da presença dos Paradise Lost em S.Miguel. Os Everyneed, Cinemuerte, Morbid Death, One Second e Anomally ajudaram o Live Summer Fest a assumir-se como o maior e mais arrojado evento do ano. Faziam ainda parte do menu os workshops de guitarra e bateria de Paulo Barros e Gualter Honrado.

No plano das promessas, brota no término de Maio “Lo-Fi Experiments From A Dying Supernova”, o EP de estreia de A Lone Variant. O one-man-project do puto Diogo Lima expressa uma discreta interpretação stoner/sludge/post-rock mas que nos faz pensar num futuro muito interessante face à sua enorme margem de progressão. Personalidade parece aqui não faltar até porque o músico sabe que no plano em que se insere está claramente a lutar contra a corrente. Parece pouco importar-se com isso.

Entrávamos na segunda metade do ano e começava a perspectivar-se a época festivaleira. O emblemático October Loud já “mexia”. A M9Events apresentava um novo formato [quatro dias] e prometia uma autêntica maratona de espectáculos com cerca de 16 artistas. Nestes moldes, adivinhava-se a edição mais completa e rica no seu percurso e em que dificilmente alguém sairia desiludido.

Ao mesmo tempo, os pequenos espectáculos iam surgindo. A primeira [e derradeira] edição das Garage Inc. Sessions teve lugar no Bar Académico, um espaço soturno que acabou por gerar um ambiente condicente com o som dos Summoned Hell, Neurolag e Sanctus Nosferatu… e com a forte chuva que se fazia sentir.

Noutra divisão, o Live Summer Fest salda-se positivo embora muitos saíssem, surpreendentemente, desiludidos com a prestação algo apática do colectivo de Nick Holmes. Terá sido assim tão negativa? As condições eram as melhores e o público apareceu em bom número. Valeu a pena, com certeza, e aguarda-se com ansiedade uma segunda edição.

Junho não terminava da melhor maneira sem o anúncio oficial do regresso dos Carnification. A mítica banda açoriana dos anos 90 regressava ao fim de cerca de oito anos de paragem e com a garantia de uma actuação no October Loud.

E se a recta final de 2009 já se previa animada, mesmo que só pela intervenção do October Loud, a oferta ilustrou-se pelo anúncio do Metalicídio On Stage. O festival de dois dias com quatro bandas continentais e quarto regionais surpreendeu tudo e todos e acentuou a importância de um projecto como o Metalicidio.

Descendo à terra, a fraca adesão de concorrentes no IV Concurso de Música Moderna da Ribeira Grande deixava [ou pelo menos devia] a organização apreensiva. A descredibilização dos júris e do formato tem sido, aparentemente, determinante para o afugentar dos músicos. O prémio monetário, estranhe-se ou não, na terra do “fundo perdido”, deixou de ser uma aliciante. Primeiro está a honra de se ser julgado justamente…

Em grande plano, para além dos seus explosivos concertos ao vivo, estavam e continuam a estar os Hatin’ Wheeler. A 18 de Julho lançam o seu EP de estreia, “From The Core”, que vem saciar os acérrimos seguidores do colectivo, há algum tempo ansiosos por poder ouvir também nas suas aparelhagens os já populares temas da banda. Aguardam-se coros em uníssono a partir de agora. Nessa altura, também os Glicerina começavam a querer dizer alguma coisa. O punk tinha, finalmente, um representante em S. Miguel. O sangue na guelra e a humildade destes jovens garantiram rapidamente a simpatia do público local.

Agosto, época do ócio e do sol intenso [sempre que o esquizofrénico clima local permite]. Espera-se sempre um esfriamento nas hostes “negras”. Os festivais mais coloridos e mediáticos lideram as opções culturais e sempre acabam por convencer muitos metalheads a aliviar a obsessão [e suas “dores”] de viver o Heavy Metal. Porque não? Mesmo assim, o Metal Roque mantém a tremular o agradável aroma a “underground”. Os indefectíveis agradecem.

E com um sorriso nos lábios damos as boas-vindas a mais um trabalho regional. Os Anjos Negros mostram todo o seu sentimento em “Loving Angel”. Ternura a mais, talvez, para a barbaria local que procura “choque” e rudeza sónica. A banda será talvez a primeira a assumir que está fora desse campeonato e espera-se que encontre a plateia certa [e justa] para os seus concertos.

Apesar do concerto no after-hours do Live Summer Fest sem Marco Lote, passa a ser oficial a saída do guitarrista solo e segunda-voz dos Anomally. A surpresa não deixa de ser grande para uma banda que parecia de “aço”. Contudo, um teste que eles, talvez melhor que ninguém, saberão ultrapassar. Tudo não passa de uma mera trivialidade.

E qual prenda antecipada de Natal, em Setembro estreia o primeiro programa Açores Underground. Inovador e arrojado no seu conceito, pelo menos nos Açores; extremamente útil no seu pressuposto. Filipe Vale, João Botelho, Rafael Rijo e Paulo Santos são os iluminados criadores deste programa de informação difundido na internet. Os metaleiros locais já têm o seu Broadcaster.

Um pouco antes, mais um bar citadino aposta no Metal. O XL Metal Fest ofereceu potencial, mesmo que tenha ficado o gosto amargo da desistência dos Psy Enemy, particularmente aguardados por andarem muito afastados dos palcos nos últimos tempos. Numa época de voraz desenvolvimento da capital açoriana, onde, finalmente, se pode falar num ainda que rudimentar circuito de bares, este parece ter sido mais um tiro inconsequente de um proprietário comercial simplesmente a apalpar terreno [com pouca fé e demasiadas cautelas].

O apogeu do ano metálico dá-se, indubitavelmente, em Outubro. Quase duas dezenas de bandas em dois fins-de-semana consecutivos – October Loud e Metalicídio On Stage. – tiram de misérias muitas barrigas. Vaticinou-se o fartote e a congestão… Valeu a pena.

Ao mesmo tempo que o Metalicidio On Stage decorria era lançada a terceira edição da revista Metal Bit IX. As melhorias são notórias desde o primeiro número, mas o caminho ainda é longo a percorrer. Porém, seria cruel atirar pedras a um projecto que vive, essencialmente, da boa vontade e da grande luta [e corrupio] de meia dúzia de pessoas para ter cada número pronto e disponível ao público. Com maior ou menor categoria, é irrecusável a sua importância e apesar de anual já ninguém se esquece de lhe deitar a mão.

Prossegue também, sob o mesmo estigma de que já falámos, os Prémios Açores Música. Hélder Machado [A Different Mind], Artur Rocha [RIP] e Crossfaith são os vencedores que representam o prolífero movimento rock local. E ainda bem. Sobre a validade do projecto a discussão cai num tremendo cliché. Ressalva-se a promoção que confere, indiscutível, até pela emissão em diferido que teve, pela primeira vez, no canal de TV regional.

Depois de já Sanctus Nosferatu e Nableena terem divulgado amostras dos seus discos de estreia, são os Summoned Hell a deitarem cá para fora uma rough mix de um tema novo, captado pela própria banda. Dos Sweet Misery, Zymosis, Stampkase, Spank Lord, Carnifcation, Morbid Death e certamente mais alguma banda que nos escapa, esperam-se também desenvolvimentos dos respectivos trabalhos, actualmente em preparação.

Quem soube esperar e nunca baixou os braços foi Bruno Santos. “Sorrow For The Lost Lenore”, o primeiro EP da banda doom/gothic A Dream Of Poe, chega aos servidores gratuitamente ao fim de dois anos de gestação. Apesar já ter manifestado que é inglório o seu esforço para tentar propagar um trabalho e estilo tão pouco populares na região, já poucos se convencerão de que o projecto nunca mais voltará a pisar um palco.

Novembro. “MDLXIII” traz de volta aos discos uma das mais emblemáticas bandas de Metal açorianas. De difícil parto, acaba por chegar-nos o quarto trabalho [segundo EP] dos In Peccatum, a recalcar uma carreira de 11 anos com vários pontos marcantes.

E se alguém ainda tinha dúvidas de que o underground açoriano possuía uma força invulgar, o renascer das cinzas do site Armageddon vem provar exactamente isso. O “poder de fogo” promocional gerado entre-portas já não deixa espaço para que fique na sombra o produto local e este tenha cada vez mais eficácia no processo de se fazer chegar mais longe. Em boa hora o jovem Tito Bettencourt tomou a decisão de voltar com o projecto. E “irrequieto” como aparenta, não tardou a oferecer-nos um espectáculo - o Armageddon Metal Clash - e uma compilação online. Assim somos mais fortes.

E parecia tudo dito, correcto? Pois. O ano fecha ainda com a cerimónia de entrega dos Prémios Metalicídio, abrilhantada com a actuação de três bandas. Apesar do decréscimo de actividade nos últimos tempos, o projecto agora liderado por Mário Flores continua a mostrar-se extremamente válido também fora do seu espaço cibernético.

Posto tudo isso, podemos falar num balanço francamente positivo para a “cena” açoriana. Renasceram sites e bandas, estrearam-se novos festivais e veículos promocionais e a nata artística rendeu nove lançamentos. Nada disso valerá a pena se a comunidade não se desenvolver em número e qualidade. É preciso consumir-se o produto local e este, por sua vez, tem a responsabilidade de subir de nível. Entretanto, será sempre de louvar quem ainda arrisca desenvolver projectos numa área tão melindrosa.

Olhando para dentro de “casa”, a SounD(/)ZonE dá-se por contente por ter sobrevivido a mais um ano. E é esse mesmo o termo que espelha bem a nossa mentalidade actualmente. É preciso viver-se um dia de cada vez, pois nunca sabemos até quando será possível levar avante o “capricho” de dedicar tanto tempo e esforço a uma causa com o “único” retorno de sentirmos que estamos a contribuir para a propagação de uma arte e estilo de vida, apaixonantes, sem dúvida.

Foram 57 reviews, 31 entrevistas, vários especiais, crónicas e reportagens ao vivo publicadas e ainda a estreia das nossas emissões podcast e um espectáculo de aniversário. A satisfação não poderia ser maior. Há um grande sentimento de dever cumprido mesmo que nem sempre consigamos ser tão úteis em termos de informação como desejaríamos. Mesmo assim fomos distinguidos como “melhor meio de divulgação” açoriano de 2009 pelo site Metalicídio, prémio muito simpático que nos deixa honrados e profundamente agradecidos. Deixamos também de estar tão sozinhos na nossa senda. Miguel Ribeiro e Paula Martins, acederam a colaborar connosco na cobertura de alguns eventos que decorrem pelo continente. Um obrigado a eles.

Ficam também as notas para “Confrontation Of Souls” [Switchtense], “Cosmogenesis” [Obscura], “With Echoes In The Movement Of Stone” [Minsk] e “Existence Is Futile” [Revocation], todos com a cotação de 9/10. São estes, presumivelmente, para a nossa “redacção”, os melhores de 2009.

Não poderíamos deixar de referir ainda o gozo que foi entrevistar Peter Dolving, o frontal e excêntrico vocalista dos The Haunted, que promete “violar e espetar uma bandeira no cu” de Axl Rose “tal como os astronautas fizeram quando chegaram à lua”. Já os depoimentos de Digby Pearson, o respeitoso responsável pela Earache Records que teve o instinto de resgatar e dar ao mundo bandas como Napalm Death e Morbid Angel, foi outro dos pontos altos das nossas publicações. Diz que continua a fazer exactamente o que fazia há 20 anos atrás, com a diferença de que já não vive num apartamento e não tem discos guardados nos armários da cozinha [tal era a dimensão da sua colecção].

E quando se pensa que a SounD(/)ZonE assume talvez um certo elitismo, não podíamos ser mais sinceros ao dizer que os especiais a “Echoes Of A Morbid Death” e do October Loud foram os trabalhos jornalísticos mais prazerosos de consumar.

Mas por agora, o tempo é de comemorar a entrada no novo ano, regado a preceito e com muita animação, como convém. Concluímos assim a nossa revista [o mais completa possível] de um ano que, de certo, deixará saudades. Sem mais meias palavras – muito obrigado por continuarem desse lado.

Votos de um Feliz Ano Novo!

Nuno Costa

Monday, December 28, 2009

Tour Report I

CILICE
"Os nossos passaportes foram feitos em casa"

Num país conhecido pelo seu espírito independente e liberal, acaba por ser normal surgirem bandas como os Cilice. Oriundos da Holanda, mais concretamente da cidade mais “à parte” do mundo, Amesterdão, este quarteto tem sido uma das recentes sensações europeias no contexto do metal experimental e matemático ao que lhes ficam a dever rasgados elogios pelo álbum de estreia “Deranged Headtrip”, lançado no mercado em Fevereiro do presente ano pela PMM Records. Com pouco mais de quatro anos de existência têm já um calo notável ao vivo, contando-se às centenas os espectáculos que completaram entre Holanda, Alemanha, Brasil, Reino Unido, República Checa, entre muitos outros países onde se inclui Portugal por intermédio da última edição do Metal GDL. Foi pressupondo peripécias interessantes destes habitués palmilhadores do asfalto que propusemos a Theo Holsheimer [guitarrista] um retrato da última digressão dos Cilice pela Rússia e Balcãs. Foram dez dias de grande corrupio que publicamos em dois capítulos.

29/09/2009- Terça-feira, 23h00
Estamos de partida para a Rússia. A polícia faz-nos parar logo após passarmos a fronteira alemã. Vemos um sinal de stop e lanternas a apontar-nos. Abrem-nos a bagageira e fazem a pergunta do costume: "Haben Sie drogen?" [Têm drogas?]. Que obsessão... Nessas alturas um charro vinha mesmo a calhar!

30/09/09 – Quarta-feira, 08h00
Já nos encontramos em Berlim. Nada mau pensámos. Porém, isto era comemorar muito cedo. Logo tivemos que cruzar a Polónia durante o dia e a Lituânia durante a noite. Apanhámos ruas "abandonadas" sem iluminação, chuva, luzes do trânsito que incandeavam.... Subitamente, pelas 4 da madrugada, um sinal de stop deparou-se-nos no caminho. Aparentemente tínhamos excedido os limites de velocidade. Corruptos... os polícias receberam 40€ em dinheiro "vivo". Uma boa receita extraordinária, o voucher oficial de 80€ não é emitido.

01/10/09 - Quinta-feira
Percorremos a Letónia. Às 19h00 chegamos à fronteira russa. Depois de passarmos uma fila enorme composta por camiões alcançamos uma outra fila com dezenas de carros. Será que a fronteira estava fechada? Abriria em breve? Reparamos que a fila se movia, embora a passo de caracol...

Posto fronteiriço #1 - Uma mulher de aspecto carrancudo fiscaliza os passaportes, visas e documentos da viatura. Todos nós temos que preencher um formulário.

Posto fronteiriço #2 - Fiscalização dupla - passaportes, visas e formulários são averiguados minuciosamente. Quase apetece-nos dizer: "Hey, os nossos passaportes foram feitos em casa!". O Matthias [nosso engenheiro de som] continuava a rular. Conseguia ver o lado divertido da situação. Com esta forma exagerada de fiscalização diria que são "espertos": assim convidam ao turismo, à entrada da moeda estrangeira, ao suporte da economia interna... Eventualmente, conseguimos os muito aguardados carimbos e pudemos avançar mais um pouco.

Posto fronteiriço #3 - A nossa carrinha é inspeccionada, incluindo o capot e a bagageira. Pudemos ver uma expressão de reprovação da parte de um dos oficiais. Pensaram: muito equipamento. Preparados que estávamos, mostrámos a nossa lista de equipamento e seus respectivos números de série. Mesmo assim, não foi o suficiente. Tivemos que preencher o mesmo formulário duas vezes listando bagagem de mão, equipamento pessoal, instrumentos e respectivos valores e números de série. "Ok, seja como quiserem". Entretanto, olhámos para o relógio e já se tinham passado seis horas. O tempo escasseava para o nosso primeiro concerto. Estávamos ainda a quatro horas de carro de São Petersburgo. Era já tarde para o teste de som. Neste instante, um homem fardado entra num veículo e conduz-nos a outro posto. Lá dentro tivemos que descarregar e abrir o material todo - flightcases, sacos de bateria e guitarras. Nessa ocasião os cães farejavam a nossa bagagem em busca de droga. Para além disso, o equipamento foi fotografado. Devem ter acabado de receber uma câmera nova... É muito divertido fazer música, não é? Carregamos então todo o material e somos mandados de volta para o sítio inicial. Mais espera... Recebemos cópias das fotos que tinham acabado de ser tiradas e a indicação de que quando deixássemos a Rússia tínhamos que apresentá-las. Perspectiva animadora sabendo que nos íamos submeter a todo esse processo no caminho de regresso.

Ao fim de oito horas vamos em direcção ao norte, ao mar Báltico. O plano era: chegar ao sítio do concerto, descarregar às corridas, fazer line-check e tocar. Parecia surreal. Às 23h30 chegamos a São Petersburgo, uma cidade que costumava ser conhecida como a capital mas que agora é a cidade "europeia" mais ocidental da Rússia. Praças iluminadas, canais, estradas rectilíneas e largas, parques e palácios.

Os fãs esperavam-nos no clube Zocolo. Um bom cenário não fosse o espectáculo ter sido cancelado! O toque de "recolha" soava às 23h00. Chá e tostas pareciam não satisfazer a nossa fome... Ah pois, eram tudo pessoas de pensamento positivo, como nós. Acabávamos de ter uma nova experiência. Submetíamo-nos a novas regras. Tivemos uma conversa com o promotor do espectáculo antes de subirmos para a carrinha e conduzir de madrugada para Moscovo...

02/10/09- Sexta-feira, 11h30
Agitação matinal; centro de Moscovo; estacionamento gratuíto. A Praça Vermelha, coração da cidade. Os Cilice eram uma atracção? Os turistas japoneses pareciam gostar de nos tirar fotos. Porque não? Pessoas bem aparentadas como nós! Ahahah.

Conhecemos o promotor, Vitali. O alojamento que nos proporcionava era o apartamento da mãe; grande hospitalidade novamente. Dá-nos uma perspectiva sobre a habitação que data da era comunista. Dois quartos -de-cama, um duche, uma casa-de-banho e um balcão. A pequena cozinha é também uma sala-de-estar. Era hora de comer, tomar um duche e relaxar.

Às 17h00 dirigimo-nos à sala do espectáculo com o Vitali e a sua parceira Denise. O Aktovity costumava a ser uma fábrica, agora está transformada numa plataforma para música alternativa. Há três semanas os moscovitas The Absolute Reign abriram para os Textures. Hoje é a vez de abrirem para nós. Fomos informados de que os nossos compatriotas saudaram-nos durante esse concerto. Fixe! Foi um primeiro espectáculo excitante... sem o nosso vocalista. Devido a circunstâncias menos felizes o Daniel teve que abandonar a digressão. Durante as nossas viagens o Remko [guitarrista] transformou as suas vozes originais em samples e aplicou-as sobre o instrumental. Eu próprio também acabei por fazer samples com um Roland SP40. Isto é improviso: a guitarra funcionou à esquerda e os samples à direita. Como vão resultar as coisas a seguir? Não sabemos!

Subimos ao palco sob olhares curiosos. Ficamos loucos e "arruinamos" a casa! O meu pedal MIDI da Engl estava avariado. Vai acabar no lixo depois do concerto. Continuamos a rockar! As pessoas aplaudem. No fim do concerto muitas pessoas se acercaram da nossa bancada de merchandise. Existia interesse em volta da banda. Conseguimos; sucesso! Sentimo-nos aliviados por termos começado bem. Tirámos fotos com fãs e bandas que nos cumprimentaram e demonstraram o seu respeito por nós. Quando é que voltamos? Já perguntávamos... Acabámos no apartamento onde bebemos, comemos e dormimos.

03/10/09 - Sábado
O concerto em Piskov, no clube TIR, foi cancelado - dia de folga. A Denise e o Vitali apanharam-nos para conhecermos sítios interessantes em Moscovo. Fomos até à Praça Vermelha, ao Kremlin, ao mausoléu do Lenin e à catedral Pokrov. O Remko e eu fizemos uma sessão fotográfica para a versão holandesa da revista "The Guitarrist". Estávamos num lugar popular para os turistas e vimos muitos casais em lua-de-mel. Nessa altura contei pelo menos dez limusinas.

Sparrow Hills, a sudoeste de Moscovo, observado do estádio Luzhniki [1980] e através da linha do horizonte da cidade. Vimos carrinhos com recordações absurdas. Podíamos comer panquecas com recheio à nossa escolha, entre eles salmão e caviar tipicamente russos. Para o Vitali a questão era: "De que é que a Rússia se pode mais orgulhar?" Resposta: "Da sua rede subterrânea com cerca de 200 estações". Relembramos de que Moscovo é uma cidade com 18 mil desalojados. A esta altura o que nos surpreendia era as senhoras de sensuais pernas à mostra.

Visitámos um monumento de guerra de 1940-1945. Uma avenida com fontes de luz vermelha adornavam a praça principal. No seu extremo encontra-se um pilar enorme, esculpido com imagens de todo o desenrolar da guerra, incluindo cidades russas. Impressionante!

Precisávamos, desperadamente, de usar a internet. Tal foi possível na primeira filial da McDonald´s na Rússia, no centro da cidade. Contudo, agora existe um restaurante McDonald's em cada canto da capital, bem como outras marcas e retalhistas ocidentais. Se quiserem gastar dinheiro, não há problema. Existem casas de câmbio e multibancos por toda a parte.

04/10/09 - Domingo, 00h00
Partida para Novgorod. De regresso ao noroeste russo. A viagem deve demorar seis horas. Hora de reabastecer. A primeira estação de combustível que encontramos está fechada. Está cheia de prostitutas. Vamos apanhar a próxima estação. Tivemos sorte - gásoleo a 0.50€ por litro. Dois taxistas bêbedos, encantados com a nossa presença, voltam aos seus táxis depois de nos apertarem a mão várias vezes. Imaginem que são um dos seus clientes...

De regresso à estrada. Não encontramos muito trânsito, nem estradas sem luz. Aproximamo-nos da entrada para uma vila e controlamos a velocidade. Habitualmente há polícia nas estradas e não queremos confrontos com eles. 06h00, chegamos a Novgorod. Estacionamos e dormimos.

Acordei pelas 10h00 e constatei tempo chuvoso. Saí para explorar a área. Fui a um centro comercial. Vi roupa, chapéus de pêlo, peixe... Então, numa secção de áudio de uma outra loja, deu-me vontade de rir: era tudo gay ali ou ninguém falava inglês? O "alarme" era dado por uma batida techno alegremente acompanhada pela frase "estou orgulhoso por ser gay"!

Segunda "metade"; era tempo de ir, mas não muito rápido. Temos uma surpresa: o pneu esquerdo traseiro está meio vazio. Os pneus acabam sempre por ser afectados com esse tipo de viagem em estradas que mais parecem queijos suiços. Não demoramos a encontrar um compressor. Tudo volta ao normal.

Assim que chegamos procuramos o Stereo Bar que fica localizado numa antiga área industrial. A fazer o nosso suporte estão bandas de punk e hardcore melódico. Os putos ficam doidos com elas. Nós ficámos passados durante a nossa actuação também e o público correspondeu bem.

Tal como em Moscovo e São Petersburgo existem aqui muitas lojas 24 horas. Hora das panquecas! Ficámos acomodados em mais um apartamento típicamente comunista. Acediamo-lo através de um código. A entrada estava em decadência. Situava-se numa pequena zona residencial. Eu e o Matthias pensámos o mesmo: "Vamos dormir na carrinha. É muito mais seguro sendo que o nosso material está lá dentro".

Theo Holsheimer [Cilice]

Thursday, December 24, 2009

A SounD(/)ZonE deseja Boas Festas

A todos os nossos leitores e simpatizantes do Heavy Metal desejamos um Feliz Natal. Que a "força" esteja connvosco!

Prémios Metalicídio 2009 - Lista de vencedores

Decorreu ontem a primeira cerimónia de entrega dos Prémios Metalicídio, responsabilidade do reconhecido site dedicado exclusivamente ao Metal açoriano. Para além das actuações dos Summoned Hell, Zymozis e Carnification saldaram-se os seguintes vencedores: Melhor voz - Camila "Mortícia" [Sanctus Nosferatu]; Melhor guitarrista - Nelson Félix [Sanctus Nosferatu / Spank Lord]; Melhor baixista - Ricardo Santos [Crossfaith]; Bateria - Gualter Honrado [Morbid Death / Nableena]; Melhor teclista - Stefan Kobiákin [Summoned Hell]; Meio de divulgação - SounD(/)ZonE; Melhor banda - Anomally; Banda revelação - A Lone Variant; Melhor álbum - "MDLXIII" [In Peccatum]; Melhor banda em palco - Hatin' Wheeler

A SounD(/)ZonE endereça os seus respeitosos agradecimentos pela distinção atribuida.

Monday, December 21, 2009

Entrevista Revocation

QUANDO A ALMA NÃO É PEQUENA…
"Quanto mais exposição alguém tem mais pessoas te vão odiar"

São precisas apenas três mentes bem inspiradas para criar uma das recentes sensações do death/thrash metal técnico e progressivo. De Boston, os Revocation exaltam uma criatividade e destreza assinaláveis e para a sua ainda curta existência não podia deixar de ser assinalável a sua intensa actividade tanto ao vivo como em disco. Ao fim de quatro anos lançam o seu segundo disco de originais sem precisarem de continuar numa luta solitária e mais dura pela firmação de um nome. É por um excelente “Existence Is Futile” e pela capacidade promocional da Relapse Records que este trio efervescente tem os alicerces para se pôr na órbita dos amantes de música técnica, desafiante... mas profunda. Numa breve pausa de Natal, tivemos a oportunidade de contactar o vocalista e guitarrista do grupo, David Davidson.

Têm estado a tocar intensivamente desde que o vosso novo trabalho foi editado. Trata-se de uma situação nova ou já se passava antes de entrarem para os quadros da Relapse?
No passado fizemos algumas digressões por conta própria que cobriram grande parte dos Estados Unidos. No entanto, a nossa próxima digressão, em Janeiro, será a mais extensa que alguma vez fizemos. Estamos muito entusiasmados por irmos tocar em sítios onde nunca tocámos. Depois desta digressão pelos Estados Unidos estaremos disponíveis para “conquistar” o resto do mundo.

Estão já um pouco cansados de estarem tanto tempo num autocarro?

[risos] Gostava muito que fosse um autocarro. Na verdade, fazemos as nossas digressões na nossa carrinha que até é fixe mas pode tornar-se desgastante quando temos que passar oito ou dez horas seguidas em viagem. O nosso programa é conduzir o dia inteiro, actuar, carregar o material e à noite conduzir para ver se encurtamos metade do caminho em direcção ao próximo concerto. Com isso ficamos muitas vezes com as cabeças em brasa!

Entretanto, como fazem para relaxar ou queimar tempo? Compõem, dormem ou apenas fazem disparates?
Realmente pode haver muito tempo morto durante as viagens mas, normalmente, ocupamo-nos a ver um filme ou a ir a um espaço agradável. Também é frequente irmos a clubes de strip. O tempo voa quando temos mamas e cerveja à nossa volta! [risos]

Em termos de composição, os Revocation têm um elemento principal encarregue disso ou trabalham em democracia?
Eu escrevo todos os riffs e faço a maior parte dos arranjos mas para ficarmos totalmente satisfeitos temos que fazer umas jams e só depois damos as músicas por completas. O mesmo acontece com as letras. No último álbum elas foram escritas por mim e pelo Anthony mas ele acabou por escrever a maior parte delas.

Acha que três pessoas a trabalhar numa banda é melhor do que quatro ou cinco? Será este um factor de aproximação e estabilidade no seio dos Revocation?
Sim, isto pode ser um dos factores a nosso favor. Eu acho que connosco as coisas já têm a tendência de sair muito naturalmente, pois tocamos juntos há bastante tempo. Acontece normalmente eu sugerir um riff e as batidas que o Phil toca são exactamente o que imaginava. Portanto, nós todos acabamos por ter uma forma de pensar muito semelhante no que diz respeito à composição.

“Existence Is Futile” acaba por ser um disco mais diversificado e até ligeiramente menos agressivo do que o seu antecessor. A ideia era construir um disco mais eclético?
Sabíamos que este disco seria mais diversificado do que o “Empire Of The Obscene”. Todos os novos temas têm um sentimento épico que realmente faltava ao trabalho anterior, para além de que os elementos progressivos foram muito mais explorados. Quanto à agressividade, acho que continua lá mas agora tem outro espaço para respirar e gerar contraste com os outros aspectos do nosso som.

Acha que o death metal extremo e técnico está a ganhar novo fôlego com a emergência de bandas como, por exemplo, os Obscura ou até mesmo as de deathcore que acabam por tornar o som mais extremo em algo trendy?
Sim, estão sempre a surgir bandas que dão uma nova aragem ao género. Por exemplo, é recorrente eu ficar aborrecido com muitas das bandas de death metal técnico de topo que existem, porque a composição é muitas vezes comprometida pela vontade premente de se superarem tecnicamente. Já no caso dos Obscura, eu penso que conseguem equilibrar perfeitamente técnica e composição.

Estou quase certo de que é grande fã de Necrophagist e Death. Terá sido com essas bandas se sentiu impelido a tocar guitarra da forma virtuosa como o faz?
Quando ouvi Necrophagist pela primeira vez fiquei absolutamente estupefacto! Foi muito inspirador. Quanto aos Death, são uma das minhas bandas preferidas de todos os tempos. O Chuck era um excelente compositor e uma máquina a escrever riffs. Até num certo dia de Halloween demos um espectáculo só de covers dos Death. Executámos um tema de cada um dos seus álbuns e foi fantástico prestar essa homenagem a uma banda tão boa. O público adorou!

Muitas vezes se alega que o excesso de técnica revela uma atitude fria e pouco emotiva na forma de compor. O que lhe reserva dizer sobre isso?
É uma análise absurda. Contudo, a técnica não me impressiona se for a única qualidade de um músico. O virtuosismo pode fazer de alguém um grande executante mas não, necessariamente, um grande compositor.

Sendo os Revocation uma banda jovem podem sentir-se muito curiosos sobre o que os fãs acham, o que é normal. Contudo, o que lhe leva a pensar as pessoas que não digerem bem o vosso som pelo facto de ser tão variado e não se parecer objectivamente com isto ou aquilo?
Eu penso que ter um som variado é uma característica positiva. Acho que a nossa música é capaz de manter as pessoas atentas, pois todos os nossos temas têm uma personalidade muito própria e subsistem cada um por si. Porém, quanto mais exposição alguém tem mais pessoas te vão odiar e se as pessoas pretendem pôr-nos de lado porque somos muito diversificados então é porque é assim que as coisas devem acontecer.

Agora que são apoiados por um grande selo podemos dizer que estão extra-motivados?
Nós sempre nos sentimos muito impulsionados, mas é verdade que o apoio adicional da editora foi uma grande inspiração para nós. Já não acontece sermos só nós a trabalhar para criarmos nome mas sim uma rede de pessoas nas nossas costas que gera em nós uma sensação muito boa.

Acha que a música no vosso próximo trabalho será influenciada por o que se está passando agora à vossa volta?
Nós já escrevemos muita música para o nosso futuro trabalho, portanto ainda não sei que influências exteriores poderão afectá-la. Nós escrevemos música que, primeiro, gostamos de ouvir. Portanto, tentamos manter-nos verdadeiros para connosco antes de que com qualquer outra pessoa.

Nuno Costa

Friday, December 18, 2009

Christmas Rock - Com Anomally e Resposta Simples

Também na ilha Terceira o Natal não é passado sem uma noite dedicada ao som de “peso”. Anomally e Resposta Simples, duas bandas locais de prestígio, sobem ao palco do antigo cine-clube de Angra do Heroísmo [ao lado do Akustik Bar], a partir das 22h00 do dia 26 para um espectáculo inserido no convívio de Natal da associação juvenil Jaçor.

Wednesday, December 16, 2009

W:O:A Metal Battle Portugal - Encontrados apurados para as eliminatórias

Já estão apuradas as 20 bandas que vão disputar, em Janeiro próximo, as várias eliminatórias regionais do W:O:A Metal Battle Portugal, evento a realizar-se pelo primeiro ano em solo nacional. Os apurados desta fase, filtrados a um universo de 53 concorrentes, passam à final nacional a decorrer no SWR Barroselas Metalfest XIII e o vencedor participa na grande final internacional no Wacken Open Air junto com mais de 20 bandas de todo o mundo. Estão assim habilitados os Angriff [Mangualde], Antichthon [Coimbra], Artworx [Almada], Birth Signs [Loulé], Coldfear [Barcelos], Cryptor Morbious Family [Grândola], Decrepidemic [Braga], Endamage [Braga], Face Of A Virus [Portimão], Final Mercy [V. N. Famalicão], Gates Of Hell [Porto], Humanart [Santo Tirso], Karnak Seti [Funchal], Prayers Of Sanity [Portimão], Reltih [Loures], Simbiose [Estoril], Suffochate [Matosinhos], Suprah [Camarate], Urna [Guimarães], VRT139 [Lourinhã]. Entretanto, ficam ainda por anunciar os locais e datas para as eliminatórias regionais.

Zymosis - Revelam detalhes sobre disco de estreia

Os Zymosis, “última” banda de black metal açoriana, encontra-se a trabalhar no seu disco de estreia. Depois de algumas movimentações em estúdio, a banda encontra-se provisoriamente parada devido à ausência, por motivos profissionais, do baterista Flávio Medeiros. Contactado, Ruben Medeiros, baixista fundador que regressou recentemente à banda, expressa o desejo do grupo voltar aos discos no segundo trimestre de 2010, depois de “Puritanical Live War”, um DVD+CD, ter sido editado 2006. Para além disso, afiança que “as pessoas vão ouvir uns Zymosis um pouco diferentes, mais próximos do passado, quando praticavam um som mais pesado. Estamos a regressar às origens ao que ajuda também o facto do line-up ser o mesmo que iniciou a banda. De resto, a nível de som, este disco não terá nada a ver com os registos antigos. Terá o mínimo de condições, nunca estando abaixo daquilo que já fizemos”, garante. Para isso, a banda natural de S. Roque, em S. Miguel, e formada em 2001, conta com Hugo Almeida e Stephan Kobiakin para registar este novo trabalho o qual desejam que a “relance” no ano que se avizinha.

Loud! - Edição #106 brevemente nas bancas

A findar as edições de 2009, a Loud magazine presenteia os seus leitores com os Overkill em grande destaque na sua edição #106. Para além das entrevistas ao seu líder, Bobby “Blitz” Ellsworth, podemos conferir conversas com membros dos Pelican, Dark Funeral, Anneke van Giersbergen, Shrinebuilder, Oceansize, Leafblade, Three, Redemption, Revolution Within, Armed For Apocalypse, Annotations Of An Autopsy, Skitliv, Rudra, Onirik, Crucifist, The Few Against Many, Contradiction e Milking The Goatmachine. Respectivamente aos últimos acontecimentos ao vivo, a Loud reporta os concertos nos festivais Bracara Extreme Fest, Progtugal Fest, Ghouls Night Out, Rastilho Metal Night IV e os espectáculos dos Rammstein, D-A-D, Porcupine Tree, Isis, Buried Inside, Zu, Pg. Lost e K2. Na sempre recheada secção de críticas a discos, podemos ficar com a opinião do staff sobre os novos trabalhos de A Storm Of Light, At Vance, Baroness, Brainstorm, Dark Funeral, Manowar, Mnemic, Oblique Rain, Oceansize, Paradox, Pyramids With Nadja, Rammstein, Sacred Steel, Shrinebuilder, Slayer, Sonata Arctica, Swallow The Sun, The Tangent, The Red Chord, Three, Thrice, Whiplash, Within Temptation, entre outros. Nas reedições temos Lääz Rockit e duas pérolas da Displeased Records, enquanto que nos Tesourinhos Pertinentes os holofotes são apontados para os Mad Season. Como já é tradição, é neste derradeiro número que os leitores da Loud deverão enviar as suas escolhas sobre os melhores de 2009 e habilitarem-se a um farto cabaz promocional.

SounD(/)ZonE Podcast - Sétima emissão online

Fortemente dedicada ao black e progressive metal, a sétima emissão do nosso podcast encontra-se já disponível no nosso media player. Lux Ferre, Maninfeast, Oblique Rain, Secrecy e Factory Of Dreams são as propostas lusas enquanto que apresentamos também os novos trabalhos de Dream Evil, Dark Fortress, Horncrowned, Angmar e Aspera. Esperamos que sejam motivos de sobra para espreitarem mais esta hora de música compilada.

Monday, December 14, 2009

Review

A DREAM OF POE
“Sorrow For The Lost Lenore”

[EP – Edição de autor]

Esta é mais uma edição digital do sombrio e singular projecto doom/gothic metal açoriano da responsabilidade de Bruno Santos, também conhecido pelo seu passado ligado aos Sacred Tears e mais recentemente por ter ingressado nos In Peccatum, isto para além de manter um estúdio e organizar eventos. Temos por aí uma das pessoas mais activas do cenário de peso local e daí as ressalvas do devido respeito. Tendo como intrínseca a vocação para o teclado, neste projecto Bruno Santos aventura-se nas cordas e até na voz, na demo de estreia “Delirium Tremens” editada em 2006, onde, honestamente, os seus guturais foram ponto fortemente penalizador.

Com colaborações na bateria, segundas guitarras, baixo e vozes, o músico de S. Miguel leva a cabo o terceiro lançamento com este projecto, “Sorrow For The Lost Lenore”, ficando antes registado um disco ao vivo, “For A Glance Of The Lost Lenore”, da suposta última actuação do grupo no festival October Loud 2008. Este trabalho, anunciado já há dois anos, chega finalmente aos escaparates “virtuais” e, diga-se, demonstrando um projecto amadurecido. Se aqui Bruno aboliu o seu trabalho vocal e o atribuiu a Paulo Pacheco, um vocalista de raiz, também na forma de criação de melodias e ambientes soturnos e depressivos a banda subiu alguns degraus de qualidade.

O som tardígrado e mórbido destes cinco temas [que incluem versões de My Dying Bride e Morbid Death] transmite, de facto, um ambiente degradante e capaz de nos arregoar a alma. Contudo, ao nível da composição os clichés são discutíveis. Se não se pede que o doom seja rápido, já não tem que ser premissa aguentar-se um ritmo até à exaustão ou manter a música tecnicamente rudimentar. E quando temos uma voz com um timbre até muito adequado ao género, mas que apresenta graves falhas ao nível da afinação, vemos o impacto de alguns momentos esbater-se e um talento vocal a ser mal aproveitado. É fácil perceber e aceitar a influência que a banda de Aaron Stainthorpe tem no mundo de A Dream Of Poe [tanto como a vida e obra do escritor Edgar Allan Poe], mas não é razoável a forma como a voz tenta soar dissonante e assombrosa de forma puramente casual. O resultado em momentos como “The Loss Of The Lost” chega a ser deveras desagradável. Para além disso, a alternância com registos guturais só faria esse material ganhar.

Sendo que o cérebro deste projecto é pessoa bastante interiorizada com o movimento doom/gothic é de esperar que comece a aplicar outra dinâmica às suas composições, mesmo que isso passe por um grande esforço para se aperfeiçoar no domínio técnico das guitarras, aqui demasiado arcaicas e até escondidas na mistura. Nota, porém, muito positiva para a emoção expressa em algumas passagens e na prestação de Paulo Pacheco, bem como das versões absolutamente revolucionárias de “For My Fallen Angel” e “Gentle Whisper”. [5/10] N.C.

Estilo:
Doom/Gothic Metal

Discografia:
- “Delirium Tremens” [Demo 2006]
- “For A Glance Of The Lost Lenore” [CD ao vivo 2008]
- “Sorrow For The Lost Lenore” [EP 2009]

www.myspace.com/adreamofpoe

Fields Of The Nephilim - Estreiam-se em Portugal

A lendária banda inglesa, uma das maiores referências ao nível do gótico vanguardista, tem estreia marcada para Portugal no dia 6 de Fevereiro. O concerto acontecerá no Coliseu do Porto onde haverá a possibilidade de ver o colectivo o londrino de novo em forma depois de uma percurso de quase de 20 anos com muitas paragens pelo meio. O último disco da banda dá pelo nome de “Mourning Sun”, editado em 2005. O concerto está agendado para as 21h00 e os bilhetes [já à venda nos locais habituais] custarão 25€.

Promethevs - Em digressão nacional

De Viseu, os Promethevs encontram-se em plena “The Uncensored Tour” que arrancou no passado dia 5 de Dezembro e terminará no final do mês de Janeiro. Nestes concertos tem ressoado o mais recente single do colectivo, “A Dark Cloud Lies In My Existence”. Depois de Aveiro e Benavente, os Promethevs têm datas agendadas para Lisboa [Casa de Lafões – 23 de Janeiro] e Viseu [Hangar – 29 de Janeiro]. Estão ainda por confirmar mais duas datas.

Fu Manchu - No Santiago Alquimista

Os californianos Fu Manchu actuam em Lisboa no dia 5 de Fevereiro, segundo adiantou hoje a Everything Is New, promotora do evento. Em questão está a vinda de uma das bandas precursoras do stoner rock e a apresentação do seu nono álbum de originais, “Signs Of Infinite Power”. O espectáculo tem início às 21h30 e os bilhetes estarão à venda a partir de amanhã, nos locais habituais, por 20€.

Thursday, December 10, 2009

Review

REVOCATION
“Existence Is Futile”

[CD – Relapse / Major Label Industries]

Há felizes actos artísticos que nos levam à sensação de estarmos perdidos e nunca sabermos bem o que esperar a seguir. Se bem que este estar perdido, neste caso, não tem nada de desconfortável. É a adrenalina que transmite que o torna tão aliciante!

Ora bem, o que os norte-americanos Revocation confeccionam neste segundo trabalho [o primeiro para a “sedutora” Relapse] é uma mistura clínica de estilos que só pode ser classificada de progressiva, embora o rótulo extremo lhes fique bem na fachada. Não são os novos Death ou Necrophagist, até porque estão demasiado disseminados na sua filosofia criativa, mas a técnica que empregam nas suas composições fazem-nos aproximar da atitude dos seminais nomes citados. Temos o thrash cavalgante e demolidor a adornar os ritmos, riffs e solos de vários temas aqui alinhados, bem como os blastbeats frenéticos, as rajadas de pedal duplo asfixiantes e as [muitas] mudanças rítmicas do death metal mais técnico. A voz é sempre agressiva, com uma ou outra tonalidade mais hardcore, e o baixo tem a perceptibilidade que deveria sempre ter, neste caso perfeitamente adequado a salientar os dotes de Anthony Buda. Se a isso tudo juntarmos leads melódicos arrebatadores e alguns riffalhanços próprios do black metal, temos qualquer coisa de promissor entre mãos – um exemplo de grande mestria no acto de compor.

Numa banda composta por apenas três elementos em que todos são altamente dotados criativa e tecnicamente podemos conjecturar um futuro muito risonho aos Revocation. “Existence is Futile” é um poço de detalhes para serem esmiuçados ao longo de muitas e muitas audições. Viciante. [9/10] N.C.

Estilo: Death/Thrash/Progressivo

Discografia:
- “Summon The Spawn” [EP 2006]
- “Empire Of The Obscene” [CD 2008]
- “Existence Is Futile” [CD 2009]

www.myspace.com/revocation

Prémios Metalicidio 2009 - Site destaca artistas açorianos

O site açoriano Metalicidio promove no dia 23 de Dezembro os Prémios Metalicidio 2009 que visam galardoar os músicos regionais em destaque no ano que agora finda. São 30 os nomeados em dez categorias. Esta cerimónia, a realizar na sede do agrupamento 80 dos escuteiros [Rua Mãe de Deus], em Ponta Delgada, será acompanhada pelas actuações dos Carnification, Zymosis e Summoned Hell. Veja a lista completa aqui.

Metallica - Regresso em 2010 em palco de 360 graus

Os Metallica têm assegurada a sua quarta presença em anos consecutivos para Portugal. Esta informação foi divulgada esta madrugada pela Everything Is New que promove este novo espectáculo dos The Four Horsemen em solo nacional no dia 18 de Maio de 2010 no Pavilhão Atlântico. Entretanto, esta data tem a particularidade de contar com um palco inédito de 360 graus que, certamente, proporcionará uma nova experiência para os fãs da banda norte-americana. Os bilhetes para esta data da World Magnetic Tour 10 serão colocados à venda nos locais habituais no próximo sábado, dia 12 de Dezembro, variando entre os 35€ e os 50€.

Wednesday, December 09, 2009

Assassinner - Levam pecado ao Metal Point

Os portuenses Assassinner não passam esta quadra natalícia sem subir ao palco. É no próximo dia 18 que actuam no Metal Point, no Porto, e assim prosseguem o giro de promoção a “Other Theories Of Crime”, o seu mais recente trabalho. Os Gates Of Hell e Weird Blend são outros dos atractivos desta noite. O evento tem início pelas 21h00 e o entrada custa 3€.

Tuesday, December 08, 2009

Waste Disposal Machine - Apresentam novo álbum em Leiria

Na próxima sexta-feira os Waste Disposal Machine, banda de electro/industrial metal de Tomar, actuam no Bar Alfa [A-do-Barbas], em Leiria. Esta data segue-se à do passado sábado no Side B, em Benavente, onde arrancou a segunda fase de promoção ao seu disco de estreia, “Interference”, lançado pela Thisco a 1 de Novembro último. Os convidados nesta noite são os Mikroben Krieg, projecto electrónico da autoria de Nelson Brites, que começam a actuar pelas 22h00.

Switchtense - Confrontour prossegue este fim-de-semana

Já vai em quase um ano de concertos. A Confrontour, digressão de promoção ao álbum de estreia dos Switchtense, “Confrontation Of Souls”, tem mais duas datas agendadas para o próximo fim-de-semana, respectivamente no dia 11 [sexta-feira] no Festirock, no Montijo, e 12 na Warm Up do Hard Metal Fest no Side B, em Benavente. Entretanto, a banda da Moita tem já várias datas marcadas para o próximo ano. Confira a sua agenda aqui.

Monday, December 07, 2009

1º Meet@Aeminium - Foco de expressão alternativa

Receber várias pessoas de todas as partes do país para um encontro de culturas ligadas ao underground nacional e cultura gótica, bem como para a promoção de locais de cultura, diversão e lazer de Coimbra, é o grande mote para o 1º Meet @Aeminium. Este evento decorrerá no dia 12 de Dezembro na discoteca Via Latina, na cidade dos estudantes. Quem quiser participar terá apenas que se deslocar ao referido espaço pelas 15h00. À noite haverá convívio com a presença dos DJ’s Demon Crown [Shades Of God] e Dj Dementia [The Black Planet].

Versus Magazine - Nova edição online

Está já disponível para download e leitura online a quinta edição da revista Versus Magazine. Nesta edição de Dezembro os destaques vão para as entrevistas a Men Eater, Revolution Within, E.A.K., Simbiose, The Spiteful, Morbid Death, Cryptor Morbius Family Bell Witch, Godvlad e Owl Pit. Toda a informação aqui.

Pearl Jam - Primeira confirmação no Optimus Alive!10

Um caso sério de popularidade em Portugal e ícones do grunge, os Pearl Jam são o primeiro grande nome confirmado o Optimus Alive!10. O evento decorrerá de 8 a 10 de Julho no Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras, onde o grupo de Seattle encerrá o evento e a tournée europeia de promoção a “Backspacer”, o seu mais recente trabalho. O grupo liderado por Eddie Vedder regressa assim ao palco do Optimus Alive!10 onde se destacou na primeira edição do evento, em 2007.

Seven Stitches - Primeiro single de álbum de estreia online

Às 00h00 de hoje ficou disponível no Myspace dos Seven Stitches o primeiro single de “When The Hunter Becomes The Hunted”, a estreia em álbum desta banda alentejana. Chama-se “From The Sky” e abre o apetite para aquilo virá no primeiro trimestre do próximo ano. Para já está tudo a postos, o disco concluído e apenas a aguardar lançamento.

Vagos Open Air 2010 - Carcass e Kamelot confirmados

Pela edição do ano passado e pelo caminho que parece tomar a edição 2010 do Vagos Open Air, este promete tornar-se numa das grandes referências na rota nacional de festivais de Metal. Para já são os Kamelot e os lendários Carcass a serem confirmados para o próximo capítulo deste festival aveirense realizado na Lagoa do Calvão, em Vagos. Esta foi uma notícia avançada pela Ticketline Magazine, na passada sexta-feira, e que cita Carlos Marreiro da Play It Again a confirmar a intenção da organização em investir mais no evento tanto a nível de infra-estruturas como de artistas. O evento terá lugar nos dias 6 e 7 de Agosto e os bilhetes custarão 30€ [um dia] ou 50€ [dois dias com direito a uma t-shirt do festival para as primeiras 500 pessoas a comprarem o pack duplo].

Sunday, December 06, 2009

Crónica

EM APNEIA

Quando tudo está bem não há grande estímulo para comentários mas apenas a sensação de paz e harmonia. Esta é uma das reacções. A outra é, circunstancialmente, o elogio e o incentivo quando merecido.

Ainda o outro dia convidava uma pessoa que muito admiro e ilustre combatente do nosso underground a escrever um texto para o nosso espaço. Ou devia já dizer "ex-combatente"? Pois é, o convite foi-me prontamente negado com a justificação de que havia coisas muito mais interessantes do que escrever sobre Metal e de que nunca mais voltaria a escrever sobre o assunto. Pois é, continua a ser cada vez mais recorrente vermos veteranos impulsionadores do movimento metálico a atirarem a toalha a chão e procurarem outros caminhos, potencialmente mais produtivos. Dirão os mais picuinhas de que se trata de birras de meninos mimados e snobs, mas a verdade é que santo ninguém é e a paciência tem limites, para além de que chegar ao ponto de comprometer a vida pessoal ou até profissional em prol de uma causa movida a gente ingrata é um erro, um tremendo erro, um desperdício de tempo e até de inteligência. E por mais que os outros, que estão por fora, tentem, não conseguem imaginar os sacríficios que por vezes se fazem.

Óbvio que um ataque desses não visa atingir todos. É lógico que há gente que ama o "som eterno" com verdade e consciência, mas a maioria, continua equivocada e prejudica seriamente o progresso da "cena". Quantidade nunca foi sinónimo de qualidade. Engane-se quem pense que tudo vai bem. Não vai e o cheiro é cada vez mais nauseabundo, pútrido. Já essa personalidade que convidei falava muito, nas suas excelentes crónicas, nas "palmadinhas nas costas". É apenas um dos males perpétuos, não há hipótese. Quando juntamos a isso a ignorância o "prédio" desmorona-se. Ora andamos todos felizes a incentivar o amigo, porque é amigo, que se torna cego com isso e estagna nas suas faculdades, porque o mercado é pouco exigente e culto (ou então cínico), ora dançamos ao ritmo dos faits-divers que de profícuos não têm nada mas entretêm a pequenada... e "vendem".

Há quem confunda frustração com indignação e tente passar uma imagem apaziguadora. Os problemas só existem na cabeça de alguns;"Não façamos polémicas, porque o underground tem que ser unido"; Vamos ser touros mansos, atirar pós para os olhos e levar essa cruz às costas. Talvez seja o melhor!? Que se lixe a paz neste caso. Antes perder a guerra com dignidade do que render-se à conformidade e viver na ignorância. Não estamos aqui para agradar a ninguém mas zelar pelo principal: a integridade artística da música, em geral, e do Heavy Metal, em particular.

Nuno Costa

Saturday, December 05, 2009

Floyd Fest - Leva 20 bandas ao Revolver Bar

Uma dose farta de música é o que o Floyd Fest vai proporcionar a quem visitar o Revolver Bar, em Cacilhas, nos dias 12 e 19 do presente mês. Na primeira data o contingente é composto pelos Arentius, Drakkar, Iron Made, Black Tooth Grin, Vitruvian, Crush Eleven, New Born Chaos, Heaven Down, Hate In Flesh, N’Obliez e na segunda pelos Tsunamiz, Broken Toilet, Mindskill, Beyond The Nightmare, The Skrotes, Geração Rasca e Mitús. Do punk ao metal e rock, das 16h00 às 02h00, por 5€ cada sessão.

Friday, December 04, 2009

Kill Christmas IV - Este sábado

A saga Kill Christmas tem a sua quarta edição a realizar-se já amanhã no Cave Bar, na Marinha Grande [Sede das Figueiras], a partir das 22h00. Os protagonistas são os Obscurii Lunae [black metal experimental], Mass Brutality [grind/death metal], Undersave [death metal] e Motörpenis [speed/thrash metal]. Tudo isso por 4€ e finos a 0.50€.

Thursday, December 03, 2009

Jello Biafra And The Guantanamo School Of Medicine - Fundador dos Dead Kennedys em Portugal

É já no dia 11 de Dezembro que o mítico vocalista dos punkers Dead Kennedys visitará Portugal para um espectáculo no Cine-Teatro de Corroios. Com 51 de anos e de seu nome verdadeiro Eric Reed Boucher, o interventivo norte-americano exibirá o seu novo projecto que tem em “The Audacity Of Hype” o seu primeiro trabalho. Jello Biafra And The Guantanamo School Of Medicine é ainda composto por Andrew Weiss [Rollins Band, Ween, Butthole Surfers], Kimo Ball [Freak Accident], Ralph Spight [Victims Family] e Jon Weiss e lida com um som entre o punk e o metal. A acompanhar esta constelação de estrelas estarão os nacionais Gazua e Anti-Clockwise. Saiba mais sobre o evento aqui.

Wednesday, December 02, 2009

W:O:A: Metal Battle Portugal 2010 - Divulgados os concorrentes

São 53 as bandas concorrentes ao W:O:A: Metal Battle Portugal que disputarão numa série de classificativas, a partir do próximo dia 9 de Janeiro, um lugar na final nacional no XIII SWR Barroselas Metalfest, a decorrer de 30 de Abril a 2 de Maio. O grande vencedor deste evento representará Portugal na final internacional no festival Wacken Open Air. A destacar a presença dos insulares Anomally e Karnak Seti que representam assim os Açores e Madeira, respectivamente. Fica aqui a lista completa dos concorrentes. Brevemente serão divulgadas todas as datas, locais e bandas das classificativas regionais.

Christmas Party 09 - No Music Box

No dia 7 de Dezembro, próxima segunda-feira, actuam no Music Box, em Lisboa, os projectos nacionais Humble, Triplet e A Armada. Neste evento organizado pela Sons Urbanos e Xuxa Jurássica estará em destaque o rock, o punk e o ska num serão musical que arranca às 23h00. O bilhete custa 6€ [venda antecipada] ou 8€ [venda no dia].

Tuesday, December 01, 2009

Hiata - Ao vivo no próximo domingo

Os oeirenses Hiata actuam no dia 6 de Dezembro no Mercado Mundo Mix no LX Factory, em Lisboa, pelas 20h00. Este é um evento multicultural que reúne moda, artes e multimédia. A entrada é livre. De momento está já disponível a reedição do primeiro EP da banda, “Poisoned Waters”.

Monday, November 30, 2009

Armageddon Metal Clash - Colisão no atlântico em Dezembro

O Armageddon Metal Clash é o evento que praticamente saúda o regresso do site Armageddon ao activo, operado no passado dia 1 de Novembro. Decorre no dia 19 de Dezembro no Bar Baía dos Anjos, em Ponta Delgada, e tem como propostas musicais os locais Glicerina, Nableena e Hatin Wheeler, a partir das 21h00 e com acesso livre. Depois dos concertos a noite será animada pelo próprio responsável pelo site, Tito Bettencourt, na mesa de som.

Review

THE EMPIRE SHALL FALL
“Awaken”

[CD - Catharsis Pr]

Depois da sua curta estada nos Killswitch Engage e a aventura com os Seemless, Jesse Leach, a voz que imortalizou “My Last Serenade”, está de volta com uma nova banda. Genericamente, The Empire Shall Fall, oriundos de Boston e formados há pouco mais de um ano, são uma banda de Metalcore que com alguma perspicácia revitaliza o seu som com influências subtis de southern rock, metal mais técnico e até jazzy [“We The People”], pese embora a coisa se mantenha sempre bastante morna.

“Awaken” possui alguns bons momentos isolados mas apenas, diríamos, um tema com poder para ficar na "retina" – o tema-título. Entre o pragmatismo da maioria dos riffs e batidas, algumas passagens melodiosas e a boa prestação vocal [limpa] de Jesse, aqui e ali a lembrar Ivan [ex-Motograter, Five Finger Death Punch] e David Draiman [Disturbed], vão salvando a honra do convento. Para além disso, pode ser discutível o bom gosto de algumas mudanças bruscas de sonoridade dentro de um único tema, mas são esses pequenos retalhos que vão tornando a música deste disco interessantes.

A capacidade melodiosa da banda suplanta com larga distância o poder de “fogo” deste quinteto - o metalcore é de “esquina”. Pelos The Empire Shall Fall terá que ser feito um profundo exercício de introspecção para descobrirem que caminhos lhes darão mais garantias no futuro. [6/10] N.C.

Estilo: Metalcore/Rock/Progressivo

Discografia:
- “Awaken” [CD 2009]

www.myspace.com/theempireshallfall

Death Metal Live - Pacote de luxo

A Earache Records seduz todos os fãs de death metal este Natal com o lançamento do pacote “Death Metal Live”. Este consiste em quatro DVDs clássicos de death metal, incluindo os já lançados “When London Burns” dos Deicide, “Wake Up And Smell The… Carcass” dos Carcass, “The DVD” dos Napalm Death e o inédito “Live At The Rescue Rooms” dos Decapitated. São um total de sete horas e mais de 100 temas, acompanhados ainda de documentários e videoclips. Tudo isso a um preço inferior ao de um CD, a partir de hoje.

Friday, November 27, 2009

Butchery At Christmas Time - Warm up session amanhã

Os Raw Decimating Brutality, Extreme Retaliation e Voracious Carnal Disease são as propostas para uma warm up session do X Butchery At Christmas Time a decorrer já amanhã na Discoteca Dois Arcos, em Guimarães. O acesso custa 4€ a partir das 22h00. Recordamos que as datas do próximo Butchery At Christmas Times são 18 e 19 de Dezembro, na Guarda, e tem já confirmados nomes como Basilíades, Rato Raro, Baptized In Vaginal Liquid, Agathocles, Exquisite Pus, Pulmonary Fibrosis e Hacksaw.

Industrial Fucking Drummers Fest - Em Benavente

No dia 5 de Dezembro o Side B, em Benavente, acolhe o Industrial Fucking Drummers Fest. O evento é direccionado às sonoridades industriais e tem como intérpretes os VS777, Waste Disposal Machine, Kronos, Espelho Mau e ainda o DJ Vulkanik. O espectáculo tem início às 22h00.