Monday, April 26, 2010

Stampkase - Em estúdio a partir de Maio

A banda açoriana de Metal moderno Stampkase entra em estúdio a 2 de Maio para gravar as faixas de bateria para o seu álbum de estreia. O processo decorrerá nos Ultrasound Studios em Braga, com Pedro Mendes. Mais tarde, a mistura e masterização ficará a cargo de Daniel Cardoso [Heavenwood, Oblique Rain, W.A.K.O., Switchtense]. A produção será assumida pela própria banda em colaboração com o talentoso guitarrista e compositor açoriano Luís H. Bettencourt. Entretanto, os restantes instrumentos serão captados num estúdio local. O disco de estreia dos Stampkase será composto por dez temas originais, alguns deles ainda nunca apresentados ao vivo. O seu título já foi escolhido mas continuará em segredo durante mais algum tempo. Os Stampkase, sagrados vencedores do Concurso Angra Rock 2005, formaram-se nas Furnas, ilha de S. Miguel, em 2003, e já tiveram a honra de dividir o palco com bandas como Mnemic [Din], Dagoba [Fra], Exilia [Itá], Switchtense, Concealment, entre muitas ilustres bandas.

Sunday, April 25, 2010

Vagos Open Air 2010 - My Dying Bride confirmados

Os britânicos My Dying Bride são a mais recente sensação do cartaz do Vagos Open Air 2010 a decorrer nos dias 6 e 7 de Agosto na Lagoa do Calvão, em Vagos, Aveiro. Pela política assumida de actuar pouco ao vivo, esta data acresce de importância. No que diz respeito a bandas nacionais, o cartaz do Vagos confirma, de momento, os Gwydion, Miss Lava, Prayers Of Sanity, Oblique Rain e The Firstborn. Já confirmados estavam os Carcass, Kamelot, Amorphis, Ensiferum e Ghost Brigade. Os bilhetes para o festival serão postos à venda brevemente a 30€ [diário] e 50€ [dois dias].

Friday, April 23, 2010

Crónica

CONVICÇÕES EM JOGO

O fenómeno das bandas de covers [ou versões] é algo “milenar” mas que só muito recentemente chegou aos Açores. Ou pelo menos de forma visível, até porque sempre as houveram. Contudo, o “nano-circuíto” de bares que se criou nos últimos tempos, reconheça-se, até bastante aceitável para a dimensão da região, ou mais propriamente da ilha de S. Miguel, e mesmo a mudança de mentalidade de alguns gerentes que se apercebem do perfil, embora sempre transitório, do cliente e começam a equipar os seus espaços para receber música ao vivo, fazem com que hoje em dia se amontoem e multipliquem as bandas de covers e a animação nocturna tenda a tornar-se monótona e previsível. Se me perguntarem: então preferes que se volte ao modelo do DJ e da pista de dança? É uma opinião pessoal: não.

Onde está o problema? A grande responsabilidade de se ter que variar os setlists, perante uma concorrência que começa a ser feroz, e a dissimulação de outros projectos que vêem na criatividade o seu pressuposto de vida. Atrás, o termo concorrência acaba por ficar bem atribuído e retrata com objectividade um dos propósitos mais “obscuros” da questão: a premissa de se facturar dinheiro. Já o termo criatividade é discutível: nem sempre uma banda de originais é assim tão criativa e interessante.

De qualquer forma, o assunto é melindroso e mexe com a moral de pessoas e músicos. Será preciso algum bom-senso ao interpretar este texto. Não há, objectivamente, nenhum mal em querer-se ser remunerado por horas e horas de trabalho árduo e honesto, muito menos depois se ter tido que desbravar um inóspito caminho repleto de ignorantes que nos tentam travar o progresso e se ter investido fortunas em material, milhares de horas a compor e a planear gravações e não se ver nenhum retorno com isso. É legítimo cansarmo-nos de tanta luta, indiscutivelmente.

Não deixa, no entanto, de ser preocupante quando muitas e promissoras bandas começam a ser deixadas para segundo plano, pois os seus músicos preferem criar mais uma banda de covers talvez na busca da tal profissionalização... a todo o custo. Percebe-se que a maneira como a sociedade vê a música e para que a consome, pouco ou nada tem a ver com estímulo intelectual ou cultural, logo, cada vez mais, as bandas de originais parecem condenadas. No fundo, quer-se apenas um pezinho de dança ao fim-de-semana com algo que nos seja familiar e não “machuque” muito o juízo. Será também legítimo aproveitarmo-nos disso? Provavelmente, mas também não traz nada de pedagógico.

Olhando para os factos e possíveis consequências: as previsões locais em termos de calendário, particularmente no que toca ao Metal, não são nada animadoras. Até agora os concertos foram praticamente uma nulidade e o mais grave é que pouco se perspectiva para o que resta de 2010. Se para a contabilidade final é muito importante também os concertos de Metal organizados em bares, por aventureiros das próprias bandas, a filosofia que parece reinar neste momento, tanto junto de proprietários dos bares como dos próprios músicos, não parece viabilizar pensamentos muito optimistas. Provavelmente, a moda [é que é mesmo esse o termo] das bandas de covers terá que entrar em declínio e começar-se novamente a dar uma ou outra oportunidade às bandas de originais.

Necessariamente, uma questão muito pertinente e talvez o melhor é dar a liberdade para cada um fazer o que melhor achar nas devidas circunstâncias, de aperto ou fartura. Ninguém pode apontar o dedo a ninguém. No entanto, assuma-se, é insubstituível a satisfação de se fazer o que se gosta, preferencialmente com reconhecimento mediático e retorno financeiro. Fica a grande questão: vale a pena continuar a lutar?

Nuno Costa

Kataklysm - Novo álbum em Agosto

“Heaven’s Venom”, o novo álbum da banda de death metal canadiana Kataklysm, chega à Europa no dia 20 de Agosto pela Nuclear Blast. Este é já o décimo registo de estúdio da banda liderada por Maurizio Iacono, também nos Ex-Deo que estarão em Portugal com Behemoth, Exodus e Decapitated, em promoção do álbum de estreia “Romulus” [2009] no dia 22 de Junho no Cine-Teatro de Corroios. “Heaven’s Venom” será gravado pelo guitarrista dos Kataklysm, Jean-François Dagenais, e misturado novamente por Tue Madsen [The Haunted, Suicide Silence, Dark Tranquillity]. No próximo ano, a banda comemora o seu 20º aniversário e promete, desde já, muitas surpresas.

Thursday, April 22, 2010

Steve Vai - Assina cover de "Stairway To Heaven" com super-grupo

Steve Vai gravou no passado mês de Fevereiro uma versão de “Stairway To Heaven”, clássico dos Led Zeppelin, acompanhado pela cantora de R&B Mary J. Blige, pelo baterista dos Blink 182, Travis Barker, pelo baixista Randy Jackson e pela ex-guitarrista de Michael Jackson, Orianthi. O produto final foi apresentado ontem [21 de Abril] no concerto anual de solidariedade da versão americana dos “Ídolos”, “Idol Gives Back”. Veja a versão aqui.

Black Label Society - Novo álbum no final deste ano

O “último” guitar hero à face da Terra, Zakk Wylde, já prepara o seu novo disco, desta feita no seu home studio, com o qual o mentor dos Black Label Society diz ter “a flexibilidade para registar – de dia ou de noite – a inspiração, assim que esta surge”. Ainda sem nome, o oitavo disco da carreira da banda, que sucede a “Shot To Hell” [2006], contará já com o baterista Will Hunt [Evanescence, Static-X, Tommy Lee, Stuck Mojo, etc] que vem substituir o baterista de longa data na banda, Craig Nunemacher.

Wednesday, April 21, 2010

Moonspell - Presentes no Optimus Alive!2010

Fernando Ribeiro e Cª foram dados como certos no Palco Optimus no dia de abertura, 8 de Julho, de um dos maiores eventos musicais de Portugal. Os Moonspell partilharão o palco com os Kasabian, Phoenix, Alice In Chains, Faith No More e Heaven And Hell numa noite que promete ser memorável, repleta de ícones do Rock. Os ingressos diários custam 50€ e estão já à venda nos locais habituais.

Insanity Tour - Bandas açorianas em digressão pelo continente em Maio

Summoned Hell e Neurolag, dois projectos oriundos da ilha de S.Miguel, viajam pela primeira vez ao continente para cumprir uma digressão nos dias 12, 14, 15 e 16 de Maio. O roteiro inclui paragens [por ordem] no In Live Caffé, na Moita, Metalpoint, no Porto, El Rock, em Guimarães, e Via Latina, em Coimbra. A acompanhar ainda as bandas açorianas na data de arranque da digressão estarão os lisboetas Qiasmo, autores do recente EP “Confrontos”.

Tuesday, April 20, 2010

Especial Peter Steele

R.I.P. [1962-2010]

Desta vez foi a sério. Se o sarcasmo e o humor mórbido sempre foram imagens de marca dos Type O Negative, que é como quem diz, de Peter Steele [principal ideólogo do grupo oriundo de Brooklyn], os comunicados publicados no dia 15 de Abril de 2010 pelos seus integrantes deram como certo o desaparecimento do emblemático vocalista/baixista de ascendência polaca, russa e islandesa. Para desilusão de muitos, esta não se tratava de mais uma brincadeira semelhante àquela que se verificou em 2005 no site do grupo que ilustrava uma lápide com o nome de Steele. Na altura, depois de se especular que podia ter sido obra de um hacker, afinal tudo de se tratava de uma “graçola” da banda para assinalar a sua nova parceria editorial com a SPV Records.

Petrus T. Ratajczyk, “dois metros” de voz grave e retumbante sucumbe a uma paragem cardíaca na madrugada de 14 de Abril com 48 anos e deixa um legado artístico singular e influente. A platina com “Bloody Kisses”, o ouro com “October Rust” e um rating average invejável por uma discografia de sete álbuns, onde até se pode cometer o absurdo de incluir um “híbrido” disforme chamado “The Origin Of The Feces”.

Desde cedo foi perfeitamente perceptível a excentricidade de Steele, quer pelas suas atitudes pessoais quer musicais. Incluir gemidos femininos orgásticos, sons de cassetes a enrolar e discos riscados, até meras faixas de silêncio para fazer “troça” dos ouvintes, acabava por ser muito pouco para quem assinou, por exemplo, uma capa como a de “The Origin Of The Feces”. Já para não falar dos nomes dos temas, alguns demasiado extensos para serem aqui enunciados, a exemplo de “I Know You’re Fucking Someone Else”, “Kill All The White People” ou “Halloween In Heaven”, entre muitos outros de uma agudeza irónica ou provocativa que ajudou em muito a estabelecer, acima de tudo, um perfil. Mesmo assim a maluqueira maior terá sido mesmo a de agarrar num fundo de uma editora destinado a gravar um disco ao vivo e, em vez disso, segundo ficou para a história, comprar vodka e promover festas e orgias. Terá sido por isso concebido “The Origin Of The Feces”… na cave do teclista Josh Silver, em vez de Brighton Beach, com um ambiente simulado [e até faixas já gravadas com outro nome].

O sentido perverso e erótico de próprio Steele poderá também tê-lo motivado a posar para a revista “Playgirl”, mas sabendo da sua personalidade poderá muito bem ter sido uma eficaz forma de “fazer pela vida”, promover a sua banda ou… simplesmente divertir-se. Com Steele praticamente nada era um dado adquirido. Era, manifestamente, um personagem imprevisível.

Pese embora o som obscuro que compunha, chegando a ser profundamente depressivo em “World Coming Down” [1999], o músico preferia descrever a sua arte como “trevas regadas de humor” e até não se achava uma pessoa melancólica ou com tendências suicidas. No entanto, em outras ocasiões confessou que tinha fantasias homicidas-suicidas com namoradas… A verdade é que a morte de vários familiares próximos, pouco depois do lançamento de “October Rust” originou uma fase muito conturbada da sua vida, bem expressa na aura que emana de “World Coming Down”. Nesta fase o antigo funcionário do New York City Parks Department, onde a certa altura da sua vida foi condutor de camiões de lixo, entrega-se ao álcool e expurga todos os seus demónios em composições verdadeiramente tocantes.

Em 2003, por altura do lançamento de “Life Is Killing Me”, Peter enfrenta problemas com a lei e é condenado, ainda que por pouco tempo, a pena de prisão por posse de narcóticos. O seu vício pelas drogas empurra-o para uma clínica de reabilitação e, já em 2005, “desaparece” por algum tempo sem deixar rasto – o que deu azo a novos boatos sobre a sua morte. Na verdade, encontrava-se num profundo estado de depressão e o próprio entregou-se aos cuidados de um hospital psiquiátrico. Ainda antes de lançar o seu derradeiro álbum, “Dead Again” [2007], cumpriu prisão por ter agredido um “rival amoroso” e é aconselhado pela família a voltar ao hospital. O flagelo do consumo de drogas conduzira-lhe a um estado de “paranóia” que lhe tirava o discernimento necessário.

A última das conhecidas “extravagâncias” de Steele foi mesmo ter-se confessado convertido ao catolicismo. “Não existem ateus nas trincheiras, costuma-se dizer, e fui um ateu de trincheira durante muito tempo. Depois de passar por uma crise de meia-idade e com muitas coisas a mudarem rapidamente, apercebi-me da minha mortalidade. E quando começa-se a pensar na morte, pensa-se também no que estará depois dela. A partir daí deseja-se que haja um Deus. Para mim, é um pensamento assustador ir para o “nada”. Também não consigo acreditar que pessoas como Estaline e Hitler estejam no mesmo lugar que Madre Teresa”, confessou Steele, em 2007, numa entrevista à Decibel Magazine.

Apesar da face mais debilitada e decadente de Steele, este sempre fora uma personalidade de convicções muito fortes e susceptível de ser admirada, sobretudo, pela sua competência artística. Neste momento, à semelhança do que já aconteceu com muitos outros ícones já desaparecidos, o Metal ficou irremediavelmente mais pobre. Que lhe saibam seguir e respeitar as pisadas. Aqui fica o nosso tributo e “minuto de silêncio”.

Nuno Costa

Monday, April 19, 2010

Review

LA FIN DU MONDE
“Monolith”

[CD – Catharsis PR]

Os apreciadores de cerveja poderão ter pensado em alguma conexão entre esta banda e a famosa bebida canadiana, mas os La Fin Du Monde são puro acaso do destino, em vários sentidos, e até nem se sabe se gostam de cerveja... Formados em 2004, o grupo oriundo de Chico, na Califórnia, tinha programado alguns concertos para logo após aposentar-se já que um dos seus elementos tinha planos de ingressar nos Marines. Confessam os mesmos que a vontade de se expressarem musicalmente era enorme e gostavam tanto do que haviam criado que era quase uma necessidade continuar.

E pode-se dizer que esta foi uma decisão feliz e perfeitamente válida já que após seis anos os La Fin Du Monde contam com quatro discos, incluindo este “Monolith”, e uma personalidade musical absorvente e cativante. Embora possamos dissecar as suas influências no âmbito do, tão em voga, post-rock/metal, o que estes cinco músicos propõem é, acima de tudo, muito sólido e capaz de nos envolver fortemente ao fim de poucas audições.

Para além da particularidade de não terem voz, os La Fin Du Monde, servem-se de dois baixistas para adensarem o seu som. São também progressistas natos e a sua música flui livre de preconceitos ao nível da composição. É aí que entra a sua veia jazz. Quase não seria preciso também falar em dinâmica: os seus temas variam de picos controlados de expressão instrumental para atmosferas calmas, harmoniosas, melancólicas e… outras, simplesmente, estranhas.

É no fundo, mais do que o eterno problema das influências, a forma de composição descomprometida mas honesta, inebriante mas translúcida que tem valido tanto respeito de muitos apreciadores de música alternativa e independente por esse mundo fora. E a isso os La Fin Du Monde não devem passar despercebidos. [8/10] N.C.

Estilo: Post-Rock/Metal/Progressivo/Jazz

Discografia:
- "Monolith" [CD 2010]

Friday, April 16, 2010

Fantasy Opus - Apresentam várias novidades

Depois de uma prestigiante abertura para o concerto nacional dos holandeses Epica, a 28 de Março último, os lisboetas Fantasy Opus continuam efervescentes na sua demanda pela promoção da banda. Agora com novo Myspace e editora/distribuidora, a italiana SG Records [que conta no seu catálogo com Thiago Della Vega], e mesmo depois de terem recebido encomendas da Ucrânia, segundo a banda “na sequência da projecção obtida no concerto dos Epica”, o grupo sente toda a motivação para empenhar-se a fundo na criação de um novo disco. Os próprios arriscam mesmo classificar o seu próximo trabalho como uma “obra prima ao nível de “The Odissey” [Symphony X], “Land Of The Free” [Gamma Ray] e “Temple Of Shadows” [Angra]”. Também agora é possível ficar a saber como tocar todos os temas de “Beyond Eternity” através de tablaturas de guitarra, bastando que solicite um E-Book pelo e-mail fantasyopus@sapo.pt. Ao vivo, o colectivo de power metal tem agendados concertos para 26 de Junho no Saramaga Rock [com os Tarântula], 24 de Julho no Festival Lança Chamas [com Shivan e Midnight Priest] e 30 de Outubro no Gaia Em Peso [com Sacracy Of Blood, entre outros].

Wednesday, April 14, 2010

Review

EYEBLAST
“Never Ending”

[E.P. – Edição de Autor]

Depois de um longo período de gestação na forma de The Pisces, cuja saída do seu vocalista acabou por precipitar a reformulação de uma identidade, nascem os Eyeblast em 2007, oriundos de Barcelos. Já com Pedro Leão [voz] e Nuno Lopes [guitarra] nos seus quadros este sexteto viajou até Braga para gravar o seu primeiro trabalho com Pedro “Grave” nos GraveStudios. Faça-se justiça: sonoramente “Never Ending” é exemplar. Os Eyeblast bem podem dar-se por felizes, pois grande parte do impacto deste disco deve-se a este aspecto. Será isso depreciativo para o mais importante: a sua música? Digamos que há um certo desnível.

À entrada “Mirror” é fácil perceber a descontextualização deste disco, quando do Nu-Metal já nem se vêem as cinzas. Contudo, os Eyeblast são difíceis de se arrumar apenas nesta terminologia, até porque aqui nem há “rappalhadas”. São capazes de se compreender numa abordagem comedidamente alternativa e rockeira. Acauteladas as devidas descrições técnicas, o que é um facto é que, escutadas estas cinco composições, sente-se que a imaginação escasseia, estranhamente, por parte destes seis competentes executantes. Será talvez a pura paixão a falar e, certamente, a inibição de qualquer complexo que possa haver ao tocar uma coisa ultrapassada e repugnada por muitos. Nota dez para eles neste sentido.

Tirando a notória previsibilidade de “Never Ending” e partindo para ele com a prudência de quem está a encontrar uma banda, no fundo, nova do underground nacional, esta é uma estreia relativamente consistente. A parca originalidade é compensada pelas estruturas arrumadinhas mesmo que a missão de tornar os seus temas orelhudos passe um bocado ao lado do seu objectivo, excepção feita a “Underneath”. Há aqui também uma facilidade assumida para gerar groove, mas aspectos a estudar como a voz, corpulenta, mas com potencial para apresentar maior dinâmica e os sintetizadores que tendem a prescrever linhas algo retrógradas, se bem que valem uma espessura interessante a estes temas.

Atendendo a este quadro, é também honesto que se assuma: estes Eyeblast há dez anos atrás valeriam muito mais. Vítimas das circunstâncias, é certo, mas parece-nos louvável se a convicção é a de fazer simplesmente o que se gosta. Mesmo assim, seria perspicaz que se mantivesse o grau de exigência criativa mais alto. [6/10] N.C.

Estilo: Nu-Metal

Discografia:
- “Never Ending”

Tuesday, April 13, 2010

Semana Académica U.A.C. - Dedica dia ao Metal

Como já vem sendo habitual, a Semana Académica da Universidade dos Açores dedica um dos seus dias às bandas de rock/metal locais. Assim sendo, no dia 26 de Abril, actuam no Pavilhão do Mar, em Ponta Delgada, os Broad Beans, Summoned Hell e Neurolag. Mais informações em breve.

Loud! Magazine - Edição #110 a chegar

Quase nas bancas está a edição referente ao mês de Abril da revista de Metal, por excelência, em Portugal. Avantasia, fruto do génio criativo de Tobias Sammet, e Burzum, do ímpar e polémico Varg Vikernes, dividem a capa com base nos seus regressos com “The Wicked Symphony/Angel Of Babylon” e “Belus”, respectivamente. Outro dos grandes destaques neste número são as três rubricas em estreia: “Hard Rock Force” [dedicada ao hard rock e rock progressivo], “Whispers In The Dark” [dedicada ao gótico/darkwave] e “The Sentinel” [dedicada às novas tendências do Metal]. Regressa, ao fim de muitos meses, o Loud!Mail; as entrevistas apontam focos aos Gamma Ray, Cathedral, The Vision Bleak, Triptykon, Anima, Svartsot, Borknagar, High On Fire, Ragnarok, Löbo, Trident, entre outros. Pedro Videirinho é excepcionalmente entrevistado para dar a conhecer os meandros de uma das mais activas e interessantes editoras nacionais da actualidade: a Rastilho. No “terreno”, a Loud! teve oportunidade de assistir aos espectáculos de Tankard, Entombed, Theatre Of Tragedy, Epica, Mono, Russian Circles, Eternal Tango, Löbo, Negura Bunget e ao Festival Rock no Monte. Entre as resenhas habituais estão as dos novos álbuns de 1349, Armored Saint, Avantasia, Borknagar, Brutal Truth, Burzum, Cathedral, Eluveitie, Freedom Call, Immolation, Karma To Burn, Negura Bunget, Poisonblack, Shining, Sick Of It All, Storm Legion, Svartsot, Triptykon, entre muitos outros. Em vésperas de SWR – Barroselas Metal Fest, a Loud! traça um plano pormenorizado do que será esta 13ª edição do mítico festival nortenho. Quem comprar este número fica ainda habilitado a ganhar bilhetes para os espectáculos dos Bleed From Within, H2O e Deedz Nutz.

Thursday, April 08, 2010

Review

SUBDARK
“Noir Coating”

[E.P. – Edição de Autor]

Andam nas lides do Metal desde 2005, mas é preciso avançarmos até ao Verão de 2009 para vermos materializado o fruto do trabalho dos portuenses Subdark. Até então praticamente desconhecidos [ou terá sido mera distracção nossa?], este trio de thrash metal revela, no entanto, uma atitude interessante, pelo menos suficiente para se terem dado a percorrer com outra intensidade pelos palcos “subterrâneos” nacionais.

Nesta [demasiado] curta amostra através deste E.P. de três temas, tanto o aspecto gráfico como musical revela algo obscuro que vai para além do puro thrash metal descomprometido e rebelde. Embora comedido, um ou outro riff neste sentido apela à vontade, mesmo que inconsciente, de criar algo saudavelmente difuso. Seria, aliás, mais proveitoso para os próprios, já que pela génese meramente thrash este trabalho sabe a pouco para impressionar.

No fundo, o que falta aqui são argumentos estruturais que potenciem algo memorável. A capacidade de criar grandes malhas, até num estilo, de certo modo, esgotado, tem que ser denunciada, sob pena de se sair vulgarizado. Sendo o elo mais fraco desta soma, o vocalista Nuno Gonçalves, a precisar de rever o seu registo mais ríspido, o maior destaque acaba por ir para a final “Whispering Shadow” [ao que consta um clássico da banda] que define na sua melodia [soturna e melancólica] uma profundidade mais convincente do que a mera fórmula de destilar riffs e ritmos acelerados.

No geral, um trabalho curioso para os indefectíveis do nosso underground, mas cuja objectividade diz-nos que há ainda muito trabalho a fazer. [5/10] N.C.

Estilo: Thrash Metal

Discografia:
- “Noir Coating” [E.P. 2009]

www.myspace.com/subdark

Review

INSANUS
“Wrath Of Creation”

[EP – Edição de Autor]

Cheios de gana, é assim que se apresentam os jovens bracarenses Insanus nesta estreia composta por cinco temas de death metal melódico com evidente respeito pelas tradições mas um legítimo relance no presente. Pé “pesado” no andamento que imprimem a estes temas, cruzado por linhas melódicas de guitarra que, estruturalmente, não trazendo novidades são muito bem pensadas e, sobretudo, eficazes.

Tecnicamente, fica logo explícito ao primeiro tema que os Insanus estão bem apetrechados, com especial destaque para a bateria e para as guitarras. Não há como esquecer, também, a voz cheia e impetuosa de Snake, muito menos a forma fluente e inteligente como se perfilam estes temas, com momentos de fúria descontrolada, groove e, como já foi dito, melodia.

“Wrath Of Creation” não é perfeito, nem se esperaria isso de uma banda formada há três anos, mas a coesão já mostrada é surpreendente e prevê-se que os Insanus expandam, proliferamente, a sua arte por muitas paragens num futuro próximo. Susceptível de agradar tanto a fãs de At The Gates como Lamb Of God. [8/10] N.C.

Estilo: Death Metal Melódico

Discografia:
- “Wrath Of Creation” [E.P. 2010]

Warm Up Metal GDL 2010 - Já este sábado

A abrir o apetite para a quinta edição do Metal GDL, a decorrer nos dias 11 e 12 de Junho no Parque de Feiras e Exposições de Grândola, decorre uma Warm Up Session já no dia 10 de Abril no Side B, em Benavente. Fazem parte da “ementa” os Theriomorphic, Sannedrin, Cryptor Morbius Family e Underneath. O início dos espectáculos está marcado para as 22h00 e todos os presentes ficam habilitados a um bilhete para dois dias e t-shirt oficial do festival. Também os ingressos para o evento estarão em promoção [18€] nesta data. Recordamos que estão, para já, confirmados para o Metal GDL 2010 os Ramp, Dawnrider, W.A.K.O., Process Of Guilt, Gwydion, Angelus Apatrida [Esp], Dead Meat, Grog, Hacksaw, Seven Stitches, Contradiction, Annihilation e Revolution Within.

Wednesday, April 07, 2010

Miss Lava - Por cá e lá fora

A revelação Miss Lava continua o seu périplo de promoção ao álbum de estreia “Blues For The Dangerous Miles” já esta sexta-feira, encerrando a primeira noite da IX Edição do Rock Of Cantanhede – Mostra de Música Moderna. É a partir das 23h00 no Clube Vilanovense, em Vila Nova. No final de Abril, a banda stoner lisboeta faz a sua primeira incursão por palcos estrangeiros, perfazendo três datas em Inglaterra com os Alternative Carpark.

Chariot - Regresso a Portugal marcado para este domingo

Os ex-Norma Jean Josh Scogin traz os seus colegas dos Chariot a Lisboa já no dia 11 de Abril [próximo domingo] com o terceiro disco da sua carreira, “Wars And Rumours Of Wars”, em destaque. A acompanhar a banda de hardcore matemático norte-americana estarão os excêntricos Iwrestledabearonce e os irreverentes The Eyes Of A Traitor. O evento terá lugar no Music Box pelas 21h00. Mais informações em www.xuxajurassica.com.

Earth Crisis - Em Junho em Portugal

Retornados em 2007, os Earth Crisis, uma das maiores referências internacionais do metalcore apresentam o seu mais recente disco, “To The Death”, lançado em finais de 2009 pela Century Media, no dia 22 de Junho no Music Box. Aguardam-se ainda informações sobre bandas suporte e preço dos bilhetes.

Agnostic Front - Lendas do hardcore este mês em Lisboa

Os nova-iorquinos Agnostic Front marcam presença no Music Box, no Cais do Sodré, no dia 13 de Abril. Este espectáculo tem a particularidade de comemorar os 25 anos do lançamento do clássico “Victim In Pain”. Numa sala com lotação para apenas 250 pessoas, espera-se ainda as estreias em solo nacional dos This Is Hell [E.U.A.], Call To Preserve [E.U.A.] e Crushing Caspars [Ale]. Os bilhetes já estão à venda nos locais habituais a 20€ [venda antecipada]. Mais informações em www.myspace.com/hellxisfest.

Monday, April 05, 2010

Açores Underground - Novo episódio disponível online

Está já disponível em www.myspace.com/acoresunderground ou em www.acorestube.com o mais recente episódio do programa Açores Underground. Desta feita encerra-se o capítulo Metalicídio On Stage, evento que decorreu nos dias 9 e 10 de Outubro em Ponta Delgada, com destaque para as actuações dos Sanctus Nosferatu, Zymosis, Desire e W.A.K.O..

Metal Horror Picture Show III - Quatro dias de cultura no Fundão

De 14 a 17 de Abril, o Fundão, na Moagem [distrito de Castelo Branco] recebe o Metal Horror Picture Show III. Para além dos inúmeros filmes exibidos, o evento abre as portas gratuitamente ao lançamento de “As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizza Boy”, livro de BD da autoria de Filipe Melo [dia 15] e recebe as actuações dos Rotura, Primordial Melody, Painted Black [dia 16], Opus Diabolicum e The Firstborn [dia 17]. Os concertos decorrem a partir das 23h00 e o bilhete custa 3€ por noite.

Revolution Metal Fest - Este mês no Porto

ManInFeast, Artchoke, Forsaken Mirror e Venial Sin são os quarto projectos emergentes do underground nacional que compõem o cartaz do Revolution Metal Fest. Este decorrerá no dia 24 de Abril no Pin Up Bar, no Porto, pelas 22h00.