Wednesday, March 29, 2006

Encomendas via D:/moni1/

O blog D:/moni1/ disponibiliza agora para venda os discos e/ou demos de bandas que por ele são abordadas. Esta foi uma forma de ajudar aqueles que têm dificuldade em arranjar determinado material, que ficam assim com mais um meio de os adquirir. Basta que façam a encomenda através dos mails: demonium.blog@gmail.com ou demon@clix.pt .

Para mais informações consultar: www.abcdemonium.blogspot.com

Entrevista Schematta

ESQUEMAS DE [IN]ACÇÃO

Oriundos de Vale de Cambra e existentes desde 2003, os Schematta lançam finalmente o seu primeiro registo – o EP “Exit:Inertia”. Autores de uma sonoridade algo difícil de catalogar, embora sem se tratar de algo propriamente novo, os Schematta são sim capazes de esquematizar num só som varíadissimas influências que lhes são incutidas no dia-a-dia, desde The Dillinger Escape Plan a Incubus e The Mars Volta. Resultado: um som bastante ecléctico que, no entanto, marca pela palidez e lugubridade das suas melodias que têm tanto de frio como reconfortante. Um projecto interessante que nos levou a querer dialogar com Eduardo Costa, vocalista e guitarrista da banda.

O que vos levou a criar os Schematta?
Bem, em primeiro lugar, o prazer em tocar. A música sempre foi a forma como nos expressamos melhor. Já nos conhecíamos todos há bastante tempo, apesar de tocarmos em bandas diferentes, e então houve a oportunidade de juntarmos o Paulo "Kwane" à nossa formação. Decidimos desde então que iríamos optar por uma vertente que de alguma forma unisse os nossos diferentes gostos musicais e convergisse numa sonoridade mais pesada. No entanto, o nosso som começou muito cru e decidimos que a melhor forma de progredirmos era entrando em estúdio. Mais recentemente, em Outubro de 2005, Celso Pinto juntou-se aos Schematta para segundas vozes e guitarra.

O que significa o nome Schematta?
O conceito que tentamos definir enquanto banda, é algo como um ou mais esquemas que, apesar de complexos, também convergem para uma espécie de unidade. A sensação de que há um caos que, de alguma forma, se revela através da ordem, num universo que muitas vezes parece lançado ao acaso e que, contudo, parece ter toda a lógica. Essa é a sensação que tentamos transmitir com a nossa música.

E as vossas letras andam também à volta disto, portanto...

Sim.

E este caos é também por vezes pessoal ou abordam os temas de uma forma mais geral?
As letras partem de pressupostos particulares para conceitos gerais porque, ao fim e ao cabo, tudo começa dentro de nós. A forma como vemos o mundo, como o entendemos e sentimos...

“Exit: Inertia” já foi gravado há quase um ano, certo?
O processo de masterizaçao terminou em finais de Junho de 2005.

O que o levou a ficar “encalhado” este tempo todo?
No final da gravação do EP só tínhamos mesmo esses 5 temas completamente prontos, o que levou a que decidíssemos passar mais algum tempo na sala de ensaios para preparar mais temas para os concertos ao vivo. É claro que a questão da edição de autor atrasa sempre as coisas, pois os recursos são escassos. De qualquer das maneiras, propusemo-nos a tratar de todos os aspectos que dizem respeito a esta "profissão" mais elaboradamente, desde a própria música à imagem da banda.

Mas vocês já existem desde 2003... Como se ocuparam durante este período, uma vez que chegaram à altura da gravação apenas com 5 temas?
A partir do momento em que decidimos ir para estúdio, o que aconteceu algures em 2004, decidimos também recorrer ao trabalho de um produtor, neste caso do Márcio Silva. Essa nossa primeira experiência com um produtor atrasou também o processo, porque não sabíamos de todo o quão meticuloso era o processo de "corte e costura" que um produtor exerce sobre uma banda. O Márcio veio então acompanhar os nossos ensaios e iluminou-nos acerca de como construir estruturas musicais mais coesas.

Tiveram então, aproximadamente, quanto tempo de produção e pré-produção?
Pré-produção uns 4 meses... Depois, entrámos em estúdio no final de Abril de 2005 e, em finais de Junho, já tínhamos o master. O próprio financiamento do EP levou também a um considerável atraso...

Como acabaram por financiá-lo? Com dinheiro de cachets, algum apoio?
Empréstimo bancário.

Aí em Vale de Cambra não há nenhum órgão específico para este tipo de apoios ou nem tentaram?
Tentámos, mas infelizmente não deram. O incentivo a este tipo de iniciativas não é ainda muito bem visto por esses lados.

Pois acredito que sim, por isso te perguntei... Continua a ser dramático o esforço a que as bandas são sujeitas para, independentemente, erguerem o seu trabalho...
Muito verdade isso, são precisos uns quantos sacrifícios...

Quanto ao EP, quais são as principais pretensões com ele? Já contactaram editoras, já há alguém interessado no vosso trabalho?
Ainda agora começámos a promoção. Foram sendo estabelecidos alguns contactos, estivemos também algum tempo à espera de autorização da SPA e também da impressão gráfica. Só agora é que nos estamos a empenhar verdadeiramente na promoção.

Portanto, ainda é muito cedo para se falar em datas, editoras e digressões...

Estamos a tratar de agenciamentos, distribuição e, obviamente, contactos com editoras, revistas, zines e blogs. O nosso objectivo é começarmos essa tal digressão a partir de Maio. Entretanto, demos dois concertos de apresentação, a 17 e 23 de Março, e estamos a preparar um para dia 7 de Abril em Vale de Cambra.

E como correram esses concertos? Tem sido boa a reacção das pessoas? Já receberam alguma reacção por parte de alguma imprensa?
Bem, até à data só alguns blogs nos propuseram entrevistas, assim como uma rádio. Mas os pacotes promocionais só agora foram entregues, pois só chegaram da gráfica no dia 16 de Março.

Estilisticamente, onde enquadras os Schematta?
Isso é sempre um bocado difícil de responder, mas acredito que se enquadre entre o rock e o metal. As nossas influências vão desde Meshuggah, Chimaira, Killswitch Engage, Katatonia, Earthtone9, Glassjaw, Deftones, Tool a cenas electrónicas da Ninja Tunes, a Depeche Mode, David Bowie, The Mars Volta... Mas claro que o som mais pesado é o que nos rege. No geral, penso que as nossas influências podem ser notadas, ou talvez não!... (risos)

Acho curioso referenciares bandas bastante pesadas, pois acho o vosso som bastante melódico...
Sim, mas não tentamos com que o nosso som fique dentro de um género. Tanto pode soar rock como hardcore...

Realmente são perceptíveis algumas referências a The Dillinger Escape Plan no inicio de "Falsetto"...
Sim, são uma das minhas bandas preferidas, tinha-me esquecido de referir! Hoje em dia aparecem muitas coisas que influenciam a nossa forma de tocar.

Por outro lado, não será descabido falar-se em Incubus?
Não, mas referente à fase pré-“Morning View”. Para todos nós álbuns como “Enjoy Incubus” e “S.C.I.E.N.C.E”, e mesmo o “Make Yourself”, foram grandes influências. No entanto, todos achamos que eles decidiram tomar um rumo diferente daquele que esperávamos...

Tinham preferência então pela sua faceta mais pesada?...
Não será por ser mais pesada, mas sim mais arrojada. Repara no “Damnation” de Opeth, é um álbum arrojadíssimo e isto não significa que se tenham tornado mainstream...

O que achas que mudou então nos Incubus para além de se terem tornado mais melódicos?
A construção das músicas, a tonalidade...

Sim, estão de facto mais radio friendly, as estruturas estão mais catchy...
Mas nem é por isso... Aliás, gosto pouco desses álbuns pós “Make Yourself” não pela cena mainstream, mas por toda uma mudança de conceitos. Eles evoluíram num sentido em que quase todos se sentiriam mais confortáveis

Sim exacto, parece que se acomodaram e deixaram de arriscar mais um pouco, e daí é normal que se comece a perder o interesse... De facto, tem faltado um pouco de alma ultimamente, especialmente, neste ultimo álbum...
Sim, sem dúvida, mas isso não lhes tira o mérito. Perderam uns fãs, ganharam outros...

Vocês têm site, mas não prescindem de um sítio no MySpace... Já agora comenta-nos sobre esta nova forma de promover bandas. O MySpace já vos tem trazido algumas boas surpresas?
O MySpace é um excelente veículo de comunicação. O acesso às pessoas é enorme, as opções de busca são pormenorizadas, mas é um site que requer constante atenção porque as coisas hoje em dia são actualizadas e renovadas ao minuto. É uma excelente forma de fazer chegar as nossas músicas ao maior número de pessoas possível e, ainda por cima, é grátis.

E já vos aconteceu serem contactados por pessoas desconhecidas e de partes distantes do globo a elogiarem o vosso som?
Sim, o que é sempre agradável. Mas estamos só no princípio, temos que ter as nossas bases bem fixas para que a estrutura não desmorone repentinamente.

Vocês decidiram disponibilizar todos os temas de "Exit:Inertia" no vosso site... Isso demonstra que o pretexto deste EP está longe de ser comercial, mas sim promocional...
Sim, nós sabemos o quanto custa conseguir viver disto, mas também sabemos que as coisas feitas à pressa também acabam rápido. Trabalhamos agora fazendo alguns sacrifícios, investindo, mesmo sabendo que podemos não ter lucros, mas é assim que tudo começa. Apesar de não ser fácil, se não tentássemos era algo de que me ia arrepender para o resto da vida... Quando tens a música dentro de ti, é muito difícil deixá-la para trás.

Portanto, há que planear primeiramente a divulgação da banda, deixando para segundo plano as vendas... Logo aí me fazes pensar na pirataria. Como vês a questão dos downloads e da pirataria hoje em dia? Não te importarias, portanto, que os Schematta tivessem menos vendas mas, por outro lado, tivessem mais gente nos concertos?
Nós também estamos à procura de divulgação, contamos ter o EP disponível nas Fnac’s, mas neste momento conta muito a divulgação online. Nós partimos do princípio que primeiro conquistam-se as pessoas com um trabalho bem elaborado e trabalha-se também para dar bons concertos. Aí acabamos sempre por cativar mais pessoas e ter mais gente nos concertos significa também ter mais possibilidades de sustento.

O que te parece que transpira o heavy metal nacional neste momento?
Parece-me que está muito bem! Estamos com grandes bandas no underground nacional. Ainda no passado dia 23 partilhámos o palco do B-flat com os Crushing Sun, uma banda com grande potencial que toca um thrash/hardcore muito bem conseguido. Também os E.A.K. são uma banda poderosíssima, bem como os Blacksunrise, os Budhi (com um álbum prestos a sair, os quais aconselho vivamente), os Head Control System (banda do ex-baterista de Sirus, actual Re:Aktor, Daniel Cardoso que já tem até contracto com uma editora americana) e muitas outras bandas que, como nós, tentam apostar em mais qualidade e mais trabalho.

Quais são os teus maiores sonhos como músico e membro dos Schematta?
O sonho de qualquer pessoa que tenta trabalhar na música: poder sustentar-se para continuar a trabalhar nisso. Vamos tentar a nossa sorte, dentro de 2/3 semanas entramos de novo em estúdio para gravar uns temas, porque temos evoluído na construção das músicas e queremos ter algum teaser para aquilo que possa vir a acontecer no futuro. Queremos mostrar aos que nos ouvem que não estamos parados.

E já têm ideia de qual será o formato desses temas e qual o seu fim?
Será em principio em formato mp3 para uma primeira mostra online. Não serão mais de 2 temas, independentemente de quantos gravarmos.

Algum comentário final para os açoreanos e leitores da SounD(/)ZonE?
Claro. Quanto aos açorianos, não vemos a hora de voar até às ilhas para um concerto. Se tal acontecer, apareçam e tragam amigas! (risos) Aos leitores da SounD(/)ZonE um abraço e obrigado por aparecerem em blogs como este, pois só assim se pode dar continuidade a um trabalho que não é nada fácil.

Nuno Costa

www.schematta.com

www.myspace.com/schematta

Monday, March 27, 2006

Cataract - o seu reino

Os helvéticos Cataract têm regresso marcado às edições para o dia 19 de Maio na Alemanha, Áustria e Suiça e 22 para o resto da Europa. O quarto disco da banda chama-se “Kingdom” e será lançado em formato duplo pela Metal Blade. Os temas foram gravados, mais uma vez, nos Antfarm Studios e produzidos por Tue Madsen (Heaven Shall Burn, Caliban, Himsa, End Of Days). Segundo o baixista Fuellemann, “com “Kingdom” os Cataract criaram o seu próprio reino! Trata-se de Hardcore metálico, sendo a palavra “hard” aquela que lhe assenta melhor. “Kingdom” representa um passo em frente na carreira dos Cataract sem, no entanto, significar que perderem a sua identidade”.

Corroios - "capital" do Death Metal

A pequena vila de Corroios prepara-se para receber, no próximo dia 15 de Abril, alguns dos maiores nomes do death metal americano. Sendo assim, prevê-se uma noite de muito peso no Cine-Teatro de Corroios (Seixal – Almada) com os Monstrosity, Deeds Of Flesh, Vile e Impaled. Os concertos iniciam-se às 20 horas e os bilhetes custam 17€ (venda antecipada) e 20€ (no local). Bilhetes à venda no Viriaus, Dark-Doll, Xaranga, Neon Records (todos em Lisboa) e no Velvet Touch (em Almada). Para reservas contactar o número 963370100 ou o e-mail ima.reservas@netcabo.pt.

Saturday, March 25, 2006

TMN Garage Sessions - A Different Mind de novo presentes

Os A Different Mind preparam-se para participar, pelo segundo ano consecutivo, nas TMN Garage Sessions a decorrer nos próximos meses até chegar à grande final marcada para dia 20 de Junho. Desta vez, os temas originais escolhidos pela banda foram “Urban Jungle”, “Moon” e, como cover, “Beast Of Honor”, original de Melissa Auf Der Maur. Entretanto, já se encontram disponíveis no site http://www.neburrecords.no.sapo.pt/ alguns temas a sair num futuro álbum dos A Different Mind, entre os quais três seleccionados para os TMN Garage Sessions. Quanto ao concerto agendado para hoje, dia 25 de Março, na Ribeira Grande, foi anunciado o seu cancelamento devido às más condições climatéricas. Ainda assim, prevê-se que este venha a ser realizado em Abril.

Bandas açoreanas com novas caras

Esta foi uma semana agitada no que diz respeito a alterações de line-up em bandas açoreanas. A primeira refere-se à saída de Andrea Furtado dos Hiffen, a segunda voz da banda, que deixa assim o seu lugar vago a quem possuir um timbre agudo com influências de Nightwish, Lacuna Coil e Evanescence, segundo os requisitos anunciados pela banda. Para os interessados em fazer audições deverão contactar o seu manager através do mail paulo.sousa@bensaude.pt. Também os Self Defense (ex-Blasph3my) se viram privados do guitarrista Paulo Correia (a.k.a Dynamite) que se encontrava na banda acerca de um ano. No entanto, já encontraram substituto em Fábio Amaro (ex-Nyrotik). Quem também já encontrou substituto para uma ausência na banda foram os Crossfaith, que se encontravam sem baixista há algum tempo. Sendo assim, Ricardo Santos (Slith) é o sucessor de Rui Moreira (ex-Luciferian Dementia). Neste momento, a banda continua as gravações do seu primeiro registo nos estúdios Nebur Records.

Thursday, March 23, 2006

Review

NEURAXIS
"Trilateral Progression"
[Earache/Megamusica]

Presentes nestas andanças desde 1994, os canadianos Neuraxis só hoje chegam a um plano de exposição que lhes é realmente favorável e merecido. Isto porque a editora com que vêm trabalhando há vários anos – a Willowtip - conseguiu em 2005 um contracto europeu com a germânica Earache Records. Talvez por isso tenha sido editado no ano transacto um disco duplo compilatório dos três primeiros trabalhos da banda – “Truth Beyond...”, “Imagery” e “A Passage Into Forlorn”.

Agora que o mundo está a par do trabalho deste quarteto de Montreal, bem nos podemos queixar do tempo em que estes se mantiveram quase no anonimato. Não escondemos que durante os primeiros segundos do disco pairou um ténue fantasma que nos fez pensar neste como um banal disco de death/grind. Mas isto rapidamente se dissipou com as activas mudanças rítmicas e com a inclusão de uma melodia sempre inteligentemente doseada. Começamos logo aí a perceber que este não é um disco fácil de digerir à primeira, isto porque a postura progressiva da banda assim o proporciona. Os Neuraxis sempre vieram a demonstrar que não se estavam pelos ajustes e que sempre se mantiveram abertos a alguma inovação, e quando se trata de inserir elementos normalmente alheios ao death/grind, a banda não hesita em apostar neles. No último “Truth Beyond…” este sentimento já vinha sendo acentuado e neste novo “Trilateral Progression” estes canadianos elevam a sua equação para um parcelamento técnico, pesado, rápido e melódico perfeito para nos deixar deveras entusiasmados.

Se no inicial “Clarity” temos uma entrada com o pé no acelerador, logo no seguinte “Through Adjuster” já começamos a perceber do intuito da banda em equilibrar peso, balanço e melodia. Já com a “A Curative Struggle” começa-nos a chegar interlúdios melódicos pouco prováveis neste tipo de música extrema. Com a entrada limpa de “Chamber Guardians” e o interlúdio acústico de “Axioms” é-nos dada a confirmação absoluta de que os Neuraxis não têm medo de arriscar e têm a plena consciência de que variedade é sinónimo de salubridade artística e que, assim, se criam dinâmicas imprescindíveis para que um trabalho flua com interesse.

São por estes “pequenos” pormenores que ficamos extremamente satisfeitos por ver estes canadianos a “nascer” para o mundo e a encontrar o reconhecimento que bem merecem. [8/10] N.C.

Noites Alternativas - Bar B-Flat

Inserido nas Noites Alternativas do bar B-Flat, em Matosinhos, actuam já amanhã, dia 23, os Schematta e os Crushing Sun. Os concertos têm inicio às 22h30 e a entrada são 4€.

Tuesday, March 21, 2006

A Different Mind - de volta aos palcos

Os A Different Mind, banda açoreana qualificada para as TMN Garage Sessions 2005 e escolhida pelos Xutos e Pontapés como banda suporte para o seu mais recente concerto em S. Miguel, prepara-se agora para voltar a pisar o palco já no próximo dia 25 (sábado) com os Nürband, no parque de estacionamento do estádio municipal da Ribeira Grande. A entrada é gratuíta. Não falte.

Civic - no Crash Festival

Os Civic, banda-revelação do Rock in Rio 2004, foi a mais recente inclusão no cartaz do Crash Festival, a decorrer já no dia 25 de Março (próximo sábado) a partir das 15h, na Junta de Freguesia de Benfica. Os Civic juntam-se assim aos Perfect Sin, The Ladder, Seven Stiches e Switchtense para mais um espectáculo onde irão promover o seu álbum de estreia "Ghosts & Shadows".

Metalicídio - I Aniversário

O influente site açoreano Metalicidio.com promove no dia 11 de Abril, no bar PDL, em Ponta Delgada, um convívio inserido na comemoração do seu primeiro aniversário. Do plano de actividades consta muito metal pela noite dentro, com os DJ’s João Arruda, Rui Melo e Nuno Costa, e muitos passatempos, nomeadamente sorteio de bilhetes para o Super Bock Super Rock, CD’s da Nemesis Records e de bandas açorianas e ainda vestuário da Merchadisemania. Gentilmente foi-nos também dada a oportunidade de ter uma bancada de material da SounD(/)ZonE, onde poderão adquirir todas as edições da fanzine e t-shirts. O evento tem início marcado para as 22h30 e prolongar-se-á até às 2h.

Monday, March 20, 2006

Crushing Sun - Agenda

Os Crushing Sun preparam-se para fechar o mês com as seguintes datas:

Dia 23 de Março - CRUSHING SUN + Schematta - B-FLAT, Matosinhos, 22.30h,4€

Dia 24 de Março - CRUSHING SUN + The End Gate + Revteen -Scorpion, C.C. Stop, Porto, 23.00h, 5€ com direito a 3 bebidas

Dia 25 de Março - CRUSHING SUN + E.A.K. - Azenha D. Zameiro,Vila do Conde, 23.00h, 5€ consumiveis

Dia 30 de Março - CRUSHING SUN + Genoflie + Death Will Come - Maré Alta, Porto, 23.00h, 3€

Crash Festival - IV edição

Para a intensa época de espectáculos que se aproxima, há a juntar mais uma data. É já no próximo sábado, dia 25 de Março, na Junta de Freguesia de Benfica para a 4ª edição do Crash Festival. Este ano o cartaz é composto pelos The Ladder, W.A.K.O, Switchtense, Seven Stitches e pelos Perfect Sin. As hostilidades iniciam-se às 15 horas e os bilhetes serão vendidos a 2 euros, numa receita a reverter para a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental (A.P.A.C.D.M).

Sunday, March 19, 2006

MTV 2 Headbangers Ball - a vingança

A 13 de Abril é editado “MTV2 Headbangers Ball: The Revenge”, a terceira edição da compilação que reúne esforços da Roadrunner Records e da MTV. O disco juntará 38 temas em dois discos, num total de duas horas e meia de música, com alguns dos nomes mais populares da actual cena metaleira. Entre eles encontram-se os Opeth, In Flames, Slipknot, Mastodon, Lamb Of God, Lacuna Coil, Mudvayne e Arch Enemy. Consulte a track-listing completa do disco em www.roadrunnerrecords.com/artists/MTV2HeadbangersBallTheRevenge/.

Pinhal Punk Fest - Lendas do punk em Palmela

Em Pinhal Novo realiza-se no dia 25 de Março o Pinhal Punk Fest, que promete reunir dois dos mais influentes nomes da cena punk inglesa da década de 70. Falamos dos The Lurkers e dos The Vibrators, estes últimos a promoverem o novíssimo “Punk – The Early Years”, juntando-se assim aos nacionais Shivers, Remédio Santo e Traumatics, num evento a realizar na SFUA – Sociedade Filarmónica União Agrícola de Pinhal Novo. Os ingressos custarão 5 euros. Para a noite anterior fica reservada uma espécie de “aquecimento” a homenagear o mítico ano do punk – 77 – numa festa a realizar no Pátio Caramelo (Largo José Maria dos Santos), a partir das 22 horas, com música a cargo de DJ Billy, dos anfitriões Ervas Daninhas, dos Traumatics e dos Coiratos Violentos.

Headstone - novo projecto portuense

Os Headstone são uma nova banda de thrash metal do Porto que conta com um elenco bem conhecido de músicos: Pedro Gouveia (ex-Pitch Black, ex-Dove) na voz, Carlos Barbosa (Cycles, ex-Fears Tomb) e Pedro Vieira (ex-Withering) nas guitarras, Henrique Loureiro (Cycles) no baixo e Augusto Peixoto (Cycles, ex-In Solitude, ex-Paradigma, ex-Dove) na bateria. O seu site encontra-se já em construção em www.headstone.com.sapo.pt.

Pitch Black - sem vocalista

Pedro Gouveia, vocalista dos Pitch Black desde 2000, acaba de abandonar a banda. A banda portuense entra assim numa nova etapa da sua carreira e impõe-se agora ultrapassar o desafio que é arranjar substituto para a voz. Para isso, a banda já começou com audições e tem presente no seu site um comunicado com todos os requisitos para o perfil de vocalista pretendido. Visite www.pitch-black.kom.pt para inteirar-se da situação.

Friday, March 17, 2006

Rastilho Fest III - em Leiria

No dia 9 de Abril realiza-se a 3ª edição do Rastilho Fest, organizado pela editora nacional punk com o mesmo nome. Nesta edição fazem parte do cartaz os Assacínicos (Pt), If Lucy Fell (Pt), Albert Fish (Pt) e os Deadline (Ing). O concerto vai realizar-se em Martingança, Pataias (perto de Leiria) e tem início às 19 horas. Os bilhetes custarão 10 euros e estarão disponíveis no local do concerto. Informação detalhada do evento em www.rastilhofest3.blogspot.com.

Thursday, March 16, 2006

Review

DECAPITATED
“Organic Hallucinosis”

[CD – Earache/Megamusica]

Há bandas que, por razões óbvias, ainda nos escapam ao conhecimento. Mas, felizmente, pelas condições que se vão criando aos poucos e através do crescimento que a nossa publicação vai alcançando, é-nos cada vez mais possível estar a par do mercado de lançamentos e assim evitar que certos [grandes] nomes nos passem, tragicamente, ao lado. Um desses exemplos é o dos Decapitated, que já vão no seu quarto lançamento, mas só agora chegam ao nosso conhecimento.

No entanto, clarifique-se que a vontade de pesquisar sobre o seu passado ficou aguçadíssima após ouvirmos “Organic Hallucinosis. Isto porque este é um álbum excelente, de uma banda cheia de talento e que consegue, de facto, arejar um pouco a coisa nos meandros do death metal. É certo que não estamos perante uma obra revolucionária, mas que carrega uma convicção enorme no sentimento musical e inovativo do estilo. Os Decapitated são um dos maiores nomes da cena death polaca, formados em 1996, tinham na altura os seus membros uma média de 14 anos. Hoje em dia, mais adultos, já ninguém duvida das suas capacidades, e este álbum é certamente o mais bem conseguido até à data. Desde que entrei em contacto com o riff inicial de “A Poem About An Old Prison Man” e, logo de seguida, com os intricados compassos rítmicos de bateria, senti uma enorme satisfação pela ousadia e frescura que carregava estes primeiros momentos do disco.

Os temas fluem com uma facilidade notável muito graças à veia progressiva e técnica que este quarteto aplica à sua música. “Post(?)Organic”, por exemplo, parece beber directamente da génese Meshuggah, sendo que a rapidez e os blast beats servem para demarcar a personalidade própria do death metal técnico e do som dos Decapitated. Os riffs e solos de Vogg demonstram uma técnica apuradíssima remontando novamente ao universo dos suecos Meshuggah. A voz do recém-chegado Covan é mais uma das mais valias deste preparado, que foge largamente ao padrão comum dos registos guturais do death metal, alcançando, ao invés, um registo agressivo mas com uma dicção muito perceptível. O equilíbrio entre rapidez, balanço e técnica é atingido aqui na perfeição e o poder criativo das suas composições dita o resto. Alguns refrões têm até potencial orelhudo, o que pode parecer estranho em bandas do género.

“Organic Hallucinosis” é, certamente, um dos discos death metal mais interessantes que ouvimos nos últimos tempos, pecando apenas pela sua curta duração (cerca de meia hora). Mesmo assim, cada segundo seu vale a pena, pois arte e engenho são coisas que não faltam a estes polacos. [8/10] N.C.

Wednesday, March 15, 2006

Alta Tensão - em Évora

É já no próximo dia 24 de Março que decorre a próxima edição do festival Alta Tensão, responsabilidade do mui conhecido comunicador António Freitas (Loud!, Antena 3). O festival itinerário passará desta vez por Évora e terá como cartaz os Mythus, Karseron, Process Of Guilt, Blacksunrise, TwentyInchBurial e os Painstruck. O espectáculo realizar-se-á no Rossio de S. Brás, a partir das 17h30, e as entradas são livres.

Tuesday, March 14, 2006

Korn - Novo vídeo

“Coming Undone” é o tema escolhido para o novo videoclip dos Korn, o qual foi ontem lançado pela MTV 2 no programa “Unleashed”. O videoclip, que já havia tido uma versão live, é a definitiva versão original do tema que sucede a “Twisted Transistor”, o divertido video onde vemos Snoop Dog, entre outros artistas conhecidos, a representar o papel dos Korn. O seu sétimo album - "Ill See You In The Other Side" - vendeu já cerca de 800 000 cópias desde que foi lançado em Dezembro passado. Neste momento, os Korn estão em digressão, iniciada na terra natal da banda, Bakersfield, e que termina a 4 de Abril em Toronto, Canadá. Por cá, já é certa a sua presença no Super Bock Super Rock deste ano, que decorrerá nos dias 25 e 26 de Maio.

Kid Kid - Abandona

O baixista Kid Kid anunciou recentemente a sua separação dos Murderdolls e da banda de Wednesday 13. A decisão foi tomada em conjunto com o vocalista Wednesday 13 de forma amigável e fica assim confirmada a sua substituição pelo baixista dos Blitzkid – Argyle Goolsby – para as datas que se avizinham. No entanto, os dois projectos continuam à procura de um baixista fixo. Relativamente ao projecto de Wednesday 13, este encontra-se já em estúdio para gravar o sucessor de “Transylvania 90120: Songs Of Death, Dying And Deatht”. Existem mais de 30 hipotéticos temas para este álbum e a sua produção ficará a cargo do próprio Wednesday 13. O álbum será lançado no final da próxima primavera por uma editora ainda a anunciar, após terem rompido contracto com a Roadrunner Records.

Friday, March 10, 2006

Year Of Desolation - na Prosthetic Records

De Indianapolis chega-nos os Year Of Desolation, a nova aposta da conhecida editora de Los Angeles Prosthetic Records. As gravações para o disco de estreia com a nova etiqueta decorrerá entre 9 e 27 de Julho com o produtor Jamie King (Through The Eyes Of The Dead, Between The Buried And Me) nos estúdios Basement. O seu lançamento está marcado para o início de 2007. A banda formada em 2001 conta já no seu currículo com um longa-duração e um EP e descreve-se como “uma combinação de thrash melódico, sem uma única influência metalcore, combinando elementos neo-clássicos, progressivos e death metal ao estilo americano”. Pode constatar algumas demos da banda em www.myspace.com/yearofdesolation.

Schematta - EP este mês

Formados em 2003 por Eduardo (vozes, guitarra), Paulo Hernâni (guitarra), Celso Pinto (guitarra, vozes, samples), Hugo (baixo) e Paulo Santos (bateria), os Schematta preparam-se para lançar o seu primeiro registo – o EP “Exit Inertia” – no próximo dia 17 deste mês no Colinas Bar, na Branca, Albergaria-a-Velha. Este material, gravado em Abril de 2005, vê finalmente a “luz do dia” e promete apresentar um rock/metal melódico e alternativo, com uma certa veia melancólica.

Tuesday, March 07, 2006

Switchtense - EP disponível

Os portugueses Switchtense acabam de lançar um novo trabalho. Trata-se de um EP, que sucede a duas demos, composto por seis temas totalmente gravados, produzidos e masterizados pela banda nos The Fog Studios. Com um nome muito sugestivo, “Brainwash Show” alia à sua sonoridade metalcore um conceito que adverte para a manipulação dos media no comportamento da sociedade, bem como de todas as desigualdades, repressões e lutas que enfrentamos no dia-a-dia. Este é também o trabalho que marca a estreia do guitarrista Pardal e do baterista Antero no line-up da banda.

Quiet Riot - Novo álbum com ilustres convidados

O próximo álbum dos Quiet Riot contará com alguns convidados (muito) especiais. Frankie Banali (baterista) anunciou recentemente que Tony Franklin (Whitesnake, The Firm) vai gravar o baixo nestes novos temas e Glen Hughes vai executar um dueto com o vocalista Kevin Dubrow numa faixa especial, para além de se encarregar do baixo também neste tema. Para além disso, Neil Citron, um grande amigo de Banali está a compor partes de guitarra para este novo álbum dos Quiet Riot. Entretanto, Banali já terminou as gravações da bateria para este novo álbum que descreve como o mais variado da banda até à data. Para além disso, e na sequência do abandono do guitarrista Tracii Guns (Brides Of Destruction, ex-L.A. Guns) que apenas permaneceu na banda algumas semanas, acabando por sair por divergências musicais, o guitarrista Billy Morris (ex-Warrant) foi escolhido para ocupar o lugar vago e fazer algumas datas com a banda futuramente. Por enquanto, a data do lançamento do novo álbum dos Quiet Riot continua a não ser conhecida.

Malevolent Creation - Regresso extremo

Regressados de uma tournée europeia de seis semanas com os Bolt Thrower, Nightrage e Necrophagist, os Malevolent Creation apontam agora baterias para a pré-produção do seu próximo álbum, intitulado “Doomsday X”. O décimo álbum da banda será gravado em Maio próximo nos Mercury Studios, Florida, com o produtor Gus Rios e masterizado em Junho pelo conhecido Tue Madsen nos Antfarm Studios, Dinamarca. Esta é a primeira vez que a banda escolhe um produtor europeu para a masterização de um álbum, para além de que “Doomsday X” marcará a estreia do baterista Tony Laureano (Nile, Dimmu Borgir) no novo line-up. O grupo já descreveu este material como sendo extremamente pesado e rápido e pleno de influências variadas, uma vez que todos os membros estão a participar na composição dos temas. “Doomsday X” prevê-se que chegue às lojas no final do ano com o selo da Nuclear Blast.

Classificados

Vende-se amplificador Laney TF-300 (120 watts) com um ano e meio.

Preço: 450€

Contacto:

Telémovel: 961 420 489
e-mail: bruno_pitbull@hotmail.com

Monday, March 06, 2006

HIMSA
"Hail Horror"
[CD - Prosthetic Records]

Se já quase toda a gente praticamente perdeu a fé de que o metalcore nos possa ainda oferecer algo de novo, no entanto, há que reconhecê-lo que, de quando em vez, nos surgem bandas que sempre conseguem brindar-nos com grandes malhas e composições muito fortes. Exemplo disso são os Himsa, oriundos de Seattle, que assinam aqui o seu segundo tomo pela Prosthetic Records.

O sucessor de “Courting Tragedy And Disaster” (2003) representa um considerável crescimento a nível musical e aqui podemos encontrar finalmente uma banda de convicções fortes e que soube tornar o seu som mais dinâmico. Hoje em dia os Himsa apresentam um equilíbrio perfeito entre peso e melodia e isto faz-lhes, com certeza, cativar muito mais gente que os ouça. Longe de se terem tornado mais acessíveis, a melodia que aqui encontramos está longe de atingir refrões orelhudos à lá Killswitch Engage mas, no entanto, empregam alguma melodia contida nos leads de guitarra. De resto, os riffs pesados e a rapidez são uma constante ao longo destes temas podendo-se facilmente notar influências das bandas thrash da Bay Area e ainda um cunho sueco indissociável neste tipo de bandas. Excepção feita para o ligeiro abrandamento de “Wither” e “Wolfchild” que, não se tratando de temas lentos, conferem um certo descanso ao nosso ritmo cardíaco, sendo que o segundo pode muito bem ser considerado o tema mais “orelhudo” desta dezena de canções. A mestria dos solos são outro dos destaques deste disco que a nível vocal nunca deixa espaço para devaneios melódicos. Jonhy Petitbone faz questão de demonstrar aqui toda a sua visceralidade e a irreverência do seu tom hardcore. A produção do disco não podia estar mais forte graças aos toques mágicos do holandês Tue Madsen (The Haunted, Mnemic, Heaven Shall Burn).

Resumindo, vão encontrar aqui tudo o que fez o sucesso de grandes bandas de metalcore actuais, com o atractivo de que estes são, de facto, temas muito bem escritos. O caso dos Himsa é o típico caso de uma grande banda que só não consegue mais notoriedade porque o timming é tardio e a área em que se move já está muito saturada. Mas ainda assim, este “Hail Horror” promete trazer muita coisa boa a estes americanos. Dêem uma espreitadela. [8/10] N.C.

Entrevista Mademoiselle

DELICADEZA ARTÍSTICA

Estavamos a meio da década de 90 quando implodiu o grunge no mundo e os Achen' Hole Sinners faziam sucesso em S. Miguel. Samuel Cabral era o seu responsável e o seu irmão Daniel seguia-lhe as pisadas com os Sedment Seeders. Entretanto, em 1998 partiram para os Estados Unidos em busca de mais oportunidades e fundaram os Ghost 24, com os quais gravaram um álbum. Quatro anos volvidos, a dulpa de irmãos continua com uma química muito especial e decidiu fundar os Mademoiselle. Este projecto leva avante as suas características musicais, com o inevitável grunge em destaque e influências de A Perfect Circle, Nine Inch Nails e Cocteau Twins. A aproveitar as recentes férias de Daniel em S. Miguel, a SounD(/)ZonE conversou com o baterista da banda.

Daniel, para quem não se lembra, tu eras membro de uma banda açoreana chamada Sedment Seeders, certo?
Exacto. Depois disso fui para os Back River e, mais tarde, toquei num projecto que era para ser lançado no Rock de Garagem, no ano em que participaram os Ramp, e que se chamava Disgrace, onde participavam também a Helena Carreiro, o Marco Medeiros e o Pedro. Mas, de facto, eu comecei a minha carreira musical com os Sedment Seeders, mais precisamente, num concurso na Casa Velha.

Por outro lado, o teu irmão também era vocalista de uma banda regional muito conhecida – os Achen’ Hole Sinners. Queres falar-nos um pouco dessa época?

Eu acho que essa época representa um bocado a “explosão” do grunge, tanto aqui como no mundo, e que nos levou a querer enveredar pela vida de músicos. Tocávamos todos juntos mas, no entanto, muitos dos nossos amigos já não estão no mundo da música como, por exemplo, o Miguelito (grande guitarrista, ex-Morbid Death) que ainda hoje gostava de saber do seu paradeiro, mas toda a gente me diz que ele “desapareceu”! (risos) Da minha parte e da do Samuel, nós sempre quisemos prosseguir e mantivemos vários projectos paralelos, mas sempre tocamos juntos. Depois de chegarmos aos Estados Unidos as coisas mudaram, começámos novos projectos, o primeiro deles os Ghost 24. O projecto ainda perdurou 4 anos mas estávamos numa fase inicial de adaptação e ele acabou por dissolver-se. Actualmente, temos os Mademoiselle, que outrora teve três elementos, mas neste momento o projecto está a cargo só de mim e do Samuel, porque acabámos por perder o nosso baixista.

Quando visitei o vosso site, fiquei com a impressão de que a banda era autoria só do Samuel, mas com certeza que assim não o é...
Bem, a vida lá é um bocado complicada e os músicos são muito diferentes na maneira de ver as coisas e comunicar. Uma vez que achamos que temos uma interpretação musical, de certa forma, própria, decidimos começar a tocar juntos. Para ser sincero, acho que sempre vamos tocar juntos porque, para além de sermos irmãos, temos uma forma de comunicação quase “muda”, digamos assim, e que reflecte a nossa enorme sintonia de ideias. Uma vez que as pessoas lá são um bocado diferentes, torna-se mais difícil encontrar músicos que se enquadrem com a nossa maneira de trabalhar e tocar. Daí que o Samuel e eu tenhamos decidido dirigir este projecto.

Descreve-nos a filosofia e sonoridade dos Mademoiselle.
Bem, sinto que continuamos agarrados à época em que começamos com isso tudo... As pessoas mudam e as sonoridades também e, actualmente, ouve-se muito um rock na onda de Staind, por exemplo. Mas nós tentamos fazer um pouco de tudo. Incidimos no acústico, na melodia, mas não no sentido de fazer baladas românticas nem nada que se pareça. Queremos sim contar histórias que sejam bonitas e creio que o próprio nome da banda transmite um sentido muito artístico. Queremos evitar o mainstream, acima de tudo, e evitar modas, pois olhas para centenas de bandas e soam todas iguais. Admiro o pessoal do grunge porque na altura estavam a fazer uma coisa verdadeiramente original e até penso que pode vir a “explodir” outra vez.

Poderá então dizer-se que vocês se inserem numa onda revivalista... O grunge é, de facto, o género que vocês admiram.
Sim, gostamos muito de grunge, mas gostamos também muito de bandas como, por exemplo, os Nine Inch Nails pela sua originalidade. Mas para além dessa, gostamos muito de bandas como os A Perfect Circle, Adorable, Cocteau Twins, Pearl Jam... Vamos rebuscar influências tanto a bandas passadas como a outras mais recentes. Mas de qualquer forma, a nossa música é suficientemente diversificada para se ouvir, por exemplo, em rádios. Temos um lado pesado, outro rock, blues, acústico...Fazemos por simplificar e não densificar demasiado o nosso som. Creio que eu e o Samuel já conseguimos um som muito próprio. Ele próprio fez questão de que fosse eu o baterista porque, segundo ele, tenho um toque muito próprio e entendemo-nos muito bem. Com o passar do tempo melhoramos a nossa maneira de tocar, de compor e nunca esquecemos as nossas raízes musicais e esperaremos o que for preciso para alcançar os nossos objectivos.

Esclarece-me: vocês já têm algum lançamento?
Não. O que estamos a fazer é gravar algumas demos caseiras com software que adquirimos. No entanto, ainda não somos muito experientes a fazer masterização, mas o nosso irmão Nuno está a estudar engenharia e, provavelmente daqui um ano, poderá nos dar uma ajuda. Agora quando for para lá vou ter acesso aos estúdios e pode ser que consigamos fazer qualquer coisa mais aperfeiçoada, nomeadamente a nível bateria. O processo agora é tentar pôr músicas no site e no My Space para as pessoas começarem a conhecer o nosso som. Entretanto, pode vir a acontecer algo muito bom em Nova Iorque porque temos um amigo que trabalha para um membro da Atlantic Records. Claro que não sabemos se vai resultar, estamos apenas numa fase de conversações, mas pode vir a ser uma oportunidade.

Com a Atlantic Records? Isto é uma notícia muito boa!
Sim, mas ainda não sabemos nada ao certo. Queremos agora acabar as nossas demos para entregá-las a várias editoras. Estamos a gravar cerca de nove temas e depois ainda nos falta decidir quantas músicas vamos entregar às editoras. Há sítios em que só aceitam três músicas, por isso, era bom que fosse através de amigos de pessoal de editoras para que os convencessem a ouvir o trabalho com mais atenção. Para além disso, temos que ter uma certa preocupação com o layout da demo, pois não convém entregar um CD de qualquer maneira, só com o “plástico”. Já estou a tratar de fotos, inclusive, já tirei algumas para uma banda de uns amigos nossos da Califórnia, os Comes With The Fall (banda cujo vocalista faz parte do projecto a solo de Jerry Cantrel, ex-Alice In Chains) e que serão publicadas no seu CD. Eles são muito bons e era bom que fossem dados a conhecer cá também.

Tem sido feita alguma promoção aos Mademoiselle nos Açores?
Não, até agora não. Também o projecto está numa fase muito inicial, começamos com a banda no início do ano passado e devido ao emprego e às audições que fizemos, tornaram as coisas mais demoradas. Entretanto, tivemos connosco um baixista, que era sobrinho do Nuno Bettencourt, mas as coisas acabaram por não funcionar e ele acabou por sair. No entanto, isto não impede que continuemos.

Quais são as dificuldades que encontras para um músico cá e outro nos Estados Unidos, uma vez que já tiveste a oportunidade de estar dos dois lados?
Bem, a vida de músico é muito difícil. Por aquilo que me tem sido dado a saber, cá existem muitas bandas. É preciso é que apresentem boas propostas e invistam numa boa campanha de promoção.

Não basta, portanto, mandar uns mails...
Sim, as pessoas têm que se movimentar bem dentro do meio musical e, no caso dos Açores, as pessoas têm que sair de cá para verem se conseguem algo verdadeiramente relevante. Os Tolerance 0 tentaram a sua sorte, estiveram no Canadá mas, no entanto, já estão de novo cá... O que acontece é que lá também não é nada fácil, pois a concorrência é muita. Mas também é uma questão de sonoridade. Há bandas que não arriscam, jogam pelo seguro, fazendo algo que já centenas de bandas fazem mas, no entanto, conseguem se safar. Costumávamos a discutir muito sobre Creed, por exemplo... Achamos que aquilo era muito cópia de Pearl Jam e nesses casos duram pouco... Tanto que já não existem. Acho que o que interessa é ser realmente original, e isso o pessoal de cá consegue ser. Há muito boas ideias cá mas o pessoal não se pode deixar ficar só pelos Açores... Nós realmente, falamos todos dias dos Açores e de como sonhamos fazer qualquer coisa grande aqui. De facto, dá para trazeres bandas como Pearl Jam e outras aos Açores, elas não custam tanto como se pensa...

Sim, efectivamente, acho que o que se passa é que continua a haver más apostas por parte dos promotores. Passou a haver concertos maiores e a haver mais dinheiro para investir, mas depois as contratações são mal feitas. Um exemplo disso foi o Júlio Iglesias...
Exacto. Estamos numa altura em que não se ouve falar muito dele... Se fosse do filho talvez fosse outra história! (risos) Mas sim, tem tudo a ver com a questão da escolha. Hoje em dia as pessoas mudaram, os gostos são outros e realmente acho que outro tipo de bandas podia realmente ser trazido cá com sucesso. Podem-se perfeitamente apostar em bandas mais pequenas mas com muita qualidade, bastando para isso que começasse a haver uma boa promoção cá, nomeadamente, nas rádios. Realmente isso é muito importante, porque vejo que as coisas estão muito atrasadas a esse nível cá. Não encontro nenhuma rádio que consiga ouvir quando estou a conduzir por exemplo. Lembro-me que a primeira música que ouvi quando vim de férias foi a “We Are The Word”! (risos)

Portanto, continua a haver um mau serviço a nível de media nos Açores...
Exacto. Para além disso, os tempos vão mudando e é preciso avançar. Há muitas bandas por aí muito boas e que são pouco conhecidas. É preciso ir pesquisar e dá-las a conhecer. Por exemplo, só em Boston existem cerca de 5 000 bandas... É preciso, portanto, saber escolher, nomeadamente, por parte dos promotores e fazer uma análise de mercado correcta para saber quantas pessoas vão estar lá. O que noto é que falta isto cá e gasta-se, escusadamente, muito dinheiro em palcos, som, luz e cachets. É tudo uma questão de publicidade e marketing.

Para terminar, uma última palavra para os Açoreanos...
Os açoreanos têm realmente noção do que é a arte... Vocês que a desenvolvam e sigam sempre aquilo em que acreditam, pois chegam lá. Há muita coisa difícil na vida e há muitas que nos vão puxar para baixo, mas quando a vontade é muita consegue-se!

Nuno Costa

Friday, March 03, 2006

Anonymous Souls - Melhor banda sem contracto

Terminou a primeira votação no blog D:/moni1/ que pretendia eleger a melhor banda nacional de metal sem contracto. Fechadas as “urnas”, os votos ditaram como vencedores os Anonymous Souls, logo seguidos pelos Hyubris, Urban Tales e Grimlet, em 2º,3º e 4º lugares, respectivamente. Sem perder tempo, o blog D:/moni1/ promove mais uma votação, desta feita, com o objectivo de encontrar a melhor demo tape do passado.

Visite: www.abcdemonium.blogspot.com

Thursday, March 02, 2006

Cult Of Luna - Regresso para breve

Os suecos Cult Of Luna, autores do genial “Salvation” (2004), preparam-se para lançar o seu novo trabalho já no dia 24 de Abril, pela Earache Records. O álbum chamar-se-á “Somewhere Along The Highway” e poderão já constatar duas previews dos temas “Finland” e “Back To Chapel Town” na página MySpace da banda (www.myspace.com/cultofluna). A primeira mão da promoção a este novo álbum começará a 15 de Abril na Suécia, no Close Up Festival, e só terminará em França, no Le Marché Gare, a 6 de Março, num total de 19 datas.

Enslaved - Por entre as ruínas

Os noruegueses Enslaved terminaram já as gravações do seu próximo álbum e, inclusive, gravaram já dois vídeos para os temas “Path To Vanir”, a lançar já no fim deste mês, e para “Essence”, a sair no próximo Verão. “Ruun” é o título do álbum e foi gravado nos Amper Alarm em Oslo, na Noruega, entre Janeiro e Fevereiro deste ano. De resto, os autores de “Isa” (2004), vencedor de um Grammy e de um Alarm, estão confirmados para figurar no cartaz do Quartfestivalen, a decorrer entre 4 e 8 de Julho em Kristansand, na Noruega, juntamente com os Tool, Bullet For My Valentine, Clutch, Burst, entre outros. Para além disso, vão encabeçar uma tournée europeia, mais para o fim do ano, com os Khold e os Vreid.

Opeth no Wacken Open Air

Os suecos Opeth são a mais recente novidade do cartaz do Wacken Open Air deste ano. O mítico festival decorre nos dias 3, 4 e 5 de Agosto em Wacken, Alemanha, e conta já com os seguintes nomes confirmados:

Aborted, Amon Amarth, Atheist, Battlelore, Bloodthorn, Born From Pain, Celtic Frost, Children Of Bodom, D'espairsray, Die Apokalyptischen Reite, Ektomorf, Emperor, End Of Green, Finntroll, Gamma Ray, In Extremo, Korpiklaani, Metal Inquisitor, Ministry, Motörhead, MSG, Mystic Circle, Nevemore, Orphaned Land, Primal Fear, Scorpions, Six Feet Under, Soilwork, Subway To Sally, The Dogma, Uli Jon Roth, Victory, We e Wintersun.

www.wacken.com

Wednesday, March 01, 2006

Especial - SWR Barroselas Metalfest Attack IX

CATALISADOR DO UNDERGROUND

Na recôndita e pequena vila de Barroselas nasceu, em 1998, aquele que é hoje o mais importante festival de metal underground do nosso país. Fundado por membros dos Goldenpyre em colaboração com amigos dentro da área e membros da fanzine Metalurgia, desde então o SWR tem tomado um papel fundamental na dinamização e desenvolvimento do nosso meio musical. Este ano atinge a sua nona edição e propõe-nos, mais vez, um interessantíssimo cartaz, não reservando desculpas a quem ficar em casa nos dias 28, 29 e 30 de Abril. Orgulhosamente, a SounD(/)ZonE apoia o festival e daí a conversa introdutória que mantivemos com Ricardo Veiga, organizador e baterista dos Goldenpyre.

O Steel Warriors Rebellion é uma ideia de quem e qual o pretexto da sua fundação?
A ideia surgiu de um grupo de amigos que na altura já organizava, esporadicamente, concertos em Barroselas. Entretanto, alguns eram também elementos dos Goldenpyre, outros eram amigos que ajudavam nos concertos ou numa fanzine que tínhamos – a Metalurgia – e também numa newsletter. Isso tudo juntou-se, pois tínhamos vários contactos, e surgiu num determinado ano a ideia de promover algumas bandas com as quais tínhamos contacto e fazer um festival um pouco maior. A ideia era fazer um concerto que fosse diferente dos que já tínhamos organizado anteriormente e que pudesse prosseguir, dando-lhe algum nome, para próximas edições. Quisemos dar “voz” a bandas que nos contactavam para tocar e outras que eram apostas nossas, tanto portuguesas como estrangeiras, e outras menos conhecidas que tinham aqui uma oportunidade de se juntar a bandas mais conhecidas para se promoverem.

Então, parte da vossa versatilidade no meio do management de eventos, pode-se dizer que vem do facto de vocês terem tido uma fanzine... Certamente, ajudou...
A nível underground sim... E hoje em dia, já conseguimos abrir um bocado as “portas” com a ida à Sic Radical e a promoção na Antena 3, entre outras rádios nacionais. Mas no geral, onde nos “mexemos” bem é no underground, porque foi onde crescemos e desenvolvemos os nossos contactos.

No início imagino que tenham tido algumas dificuldades em erguer este projecto. Como foi trazê-lo cá para fora e tentar convencer as pessoas e patrocinadores a aderirem ao evento?
Bem, eu digo-te que se fossemos começar hoje a coisa teria sido, certamente, muito mais fácil. Mas a questão é mesmo essa, são precisos anos para enraizar o festival, para conseguir fundar uma associação, que hoje em dia temos, para organizar este e outro tipo de eventos associados à música, ou mesmo cinema, entre outras. Daí que esta associação nos tenha aberto “portas” para lidar com Câmaras Municipais, IPJ’s, etc, e arranjar alguns apoios. Claro que temos um trabalho que não acaba no festival, pois organizamos várias actividades anuais e isso confere-nos algum impacto junto das Câmaras e IPJ’s, e só aí podemos também “exigir” que nos apoiem. Isto demorou seis anos a construir... Claro que no início era tudo mais difícil porque éramos praticamente desconhecidos e tínhamos que trabalhar com as nossas limitações.

Vocês despendem quanto tempo, aproximadamente, para preparar o festival?
É difícil de contabilizar... Nós temos vários trabalhos na associação e, às vezes, o tempo confunde-se com o tempo que despendemos para a organização de outros tipos de eventos como, por exemplo, a Animação de Verão que realizamos em conjunto com a Junta de Freguesia. Ou seja, muitas coisas estão interligadas. De qualquer forma, o trabalho é praticamente anual, dividido metade entre a associação e o festival.

Voltando um bocadinho atrás e fazendo uma pequena retrospectiva, que diferenças encontras entre o SWR de 1998 e o deste ano?
Eu acho que melhorámos em todos os aspectos, demos quase uma volta de 360 graus... Estamos a fazer o que sempre fizemos, a verdade é essa, só que hoje em dia, para além de termos um cartaz melhor comparativamente ao primeiro ano, o festival tem três dias, ao contrário do primeiro que só tinha um. Temos também 30 bandas enquanto o primeiro só tinha 5 e, em termos de condições, não se compara. A Casa do Povo de Barroselas, onde se efectuou o primeiro SWR tinha capacidade para 300 pessoas, hoje em dia o recinto que usamos tem capacidade para mais de 1000 pessoas, com campismo associado, etc. É muito difícil comparar. No início, não esperávamos ter o desenvolvimento que tivemos, mas aos poucos fomos garantindo esse tipo de condições.

As Warm Up Sessions acontecem desde que ano?
As Warm Up Sessions surgiram, sensivelmente, na terceira ou quarta edição do SWR. Foi quando materializamos a ideia como forma de começar a vender bilhetes, para fazer promoção, distribuir flyers, e foi também onde encontrámos pessoas amigas que pudessem levar esses flyers para mais longe, para além de participações em alguns programas de rádio. Hoje em dia, as Warm Up Sessions funcionam de uma forma diferente porque, para além de terem um impacto mais forte, damo-lhes muito mais valor. Julgo que também da parte das pessoas passou a haver muito mais interesse por elas porque promovem somente o underground e é um evento já com bastante prestigio hoje em dia. Também é agora possível às bandas que participam tocar no festival, ou seja, é mais um ânimo para trazer gente e para movimentar a cena.

Portanto, as Warm Up Sessions têm uma componente de concurso e outra de concerto, propriamente dito...
A ideia principal das Warm Up é promover o festival. É onde fazemos as pré-reservas, distribuímos o cartaz e divulgamos o festival junto das pessoas que realmente interessam. Depois, a coisa funciona como uma “bola de neve”. Nós aproveitamos isso para fazer a melhor promoção ao festival mas dando também a hipótese de algumas bandas passarem para o festival. Nós não lhe gostamos de chamar concurso, porque isso é um termo que implica alguma rivalidade, e o que nós queremos é mesmo promover o evento. É claro que isso implica que as bandas estejam atentas porque a organização também está presente e está a verificar bandas que interessam ao festival. Mas as Warm Up Sessions são mais uma forma de promoção, embora muita gente as veja como um concurso, por isso eu gosto de por algumas ressalvas neste assunto.

Uma vez que as Warm Up Sessions são realizadas em vários pontos do país, até em Espanha, como é que vocês conseguem manobrar a sua organização?

Tudo surgiu através dos contactos que conseguimos com a Metalurgia e, a partir daí, as Warm Up ficaram cada vez mais conhecidas e há mais bandas a tocar. Existe aí um intercâmbio de datas, locais de concertos, bandas e, no fim, é preciso por isto tudo em cima da “mesa” e ver com que podemos jogar. É claro que haviam mais hipóteses de levar as Warm Up a mais sítios, mas também precisamos de ter algum controlo e gostamos de estar sempre presentes para coordenar e promover o festival de forma correcta.

Já pensaram fazer uma Warm Up Session nos Açores, por exemplo?...
Não digo que seja impossível mas é difícil. Nós estamos a fazer Warm Ups em Espanha mas, por exemplo, só vamos até à Galiza que fica a 80 quilómetros de Barroselas. Os Açores e a Madeira estão um bocado “fora de mão”. Mas nós sempre gostámos de apoiar as bandas insulares. Aliás, desde o segundo festival que vêm bandas insulares tocar cá. Agora, a partir do momento em que começámos a fazer as Warm Ups, as bandas dos Açores e da Madeira começaram a achar muito interessante essa perspectiva, só que nenhuma delas ainda se mostrou interessada em vir tocar, nem que seja só nas Warm Ups, porque a ideia principal é participar. Até hoje ainda nunca existiu essa possibilidade, porque quando lhes dizemos isso elas querem é vir tocar ao festival e não querem saber das Warm Ups para nada. Portanto, neste momento ainda não nos é possível realizar uma Warm Up nestas zonas do país. Mas nos próximos anos vamos começar a trabalhar nesse sentido, só que é preciso contar também com o apoio das bandas para podermos controlar uma Warm Up à distância.

Ou talvez um promotor...
Bastava um banda que nos possibilitasse fazer essa “ponte” entre nós e alguém daí. Ou então algum responsável por um bar, uma associação juvenil, uma Câmara... Aliás porque esse intercâmbio das Warm Up, alguns partem de promotores, mas muitas outras partem de bandas amigas, como, por exemplo, a que realizámos na Fnac do Algarve que foi apoiada pelo Bruno de In The Umbra que trabalha lá.

Pedia-te agora que fizesses uma apresentação do cartaz deste ano.
Este ano julgo que temos o cartaz mais forte de sempre e temos bandas para agradar a todos os gostos ou, pelo menos, à maioria. Há ainda alguns géneros que não conseguimos abranger e outros que entendemos que não são os mais convenientes ao festival, pois já tivemos algumas más experiências. Este ano temos um cartaz que abrange desde o black ao grind, ao folk, ao death metal, etc. Como cabeças-de-cartaz temos os Bolt Thrower, que são um nome mítico do death metal mundial, juntamente com os Gorefest, que foram confirmados recentemente e que saem agora de um hiato de seis anos. Isto no domingo onde vão estar presentes também Ingrowing (Rep. Checa), Adorior (Ing), Isacaarum (Rep. Checa), Hell-born (Pol), Supreme Lord (Pol)... Depois, a nível nacional, temos Lux Ferre e Requiem Laus. No sábado, temos como cabeça-de-cartaz os Carpathian Forest (Nor), Keep Of Kalessin (Nor), Yattering (Pol) e depois temos bandas portuguesas como Flagellum Dei e Theriomorphic. Na sexta, vamos ter como cabeça-de-cartaz os Gut (Ale), um dos percursores do Grindcore e, numa toada uma pouco diferente mas de um editora que apoiamos há bastante tempo – a Ledo Takas –, os Obtes (Lit) e os Loit (Est). Depois, dentro de outras editoras que gostamos bastante – como a Ibex Records – temos os Estuary (E.U.A.) e Bloody Sign (Fra). Ainda faltam confirmar dois nomes fortes, um deles de uma banda que vem com a tour dos Carpathian Forest e Keep Of Kalessin e ainda um nome forte da tour de Bolt Thrower e Gorefest. Para além disso, ainda teremos seis bandas das Warm Up Sessions que nos próximos dias vamos seleccionar.

E perspectivando o futuro do SWR, que melhorias gostariam de operar no festival?
As melhorias passam pelas condições que nós conseguimos dar ao público e às bandas. Hoje em dia já nos sentimos bastante satisfeitos, conseguimos realizar quase todas as ideias que tínhamos, mas sentimos ainda que nos falta oferecer melhores condições de campismo e também ter um “quartel general” montado muito perto do festival onde pudéssemos alojar e alimentar as bandas. Nós fazemos isso tudo mas tem tudo um carácter amador, digamos assim. Somos assumidamente amadores mas tentamos ser o mais profissionais possível mas, muitas vezes, por impossibilidades, tanto da vila de Barroselas que é muito pequena e tem poucas condições, bem como por limitações nossas, não conseguimos oferecer o que pretendíamos. Hoje em dia já temos melhores condições em Barroselas mas ainda faltam infra-estruturas, talvez um pavilhão, onde pudéssemos ter lá as nossas condições bem arrumadinhas. Depois, realizar o festival e colocá-lo no mapa dos eventos mundiais importantes também faz parte das nossas metas. Sabemos que as nossas intenções com o festival são mais limitativas do que algumas pessoas possam pensar e é preciso que conste que não queremos embarcar em Wacken’s ou Dynamo’s. Queremos manter um festival controlado, a nível amador mas com “cheirinho” a profissional e, cada vez mais, melhorá-lo a nível de bandas e de condições para o público.

Quer-me parecer que os Goldenpyre não constam do cartaz do SWR deste ano...

É verdade, porque não temos lançamento recente para promover e achamos que devemos esperar pela altura certa. Estamos a gravar o álbum neste momento e devemos tê-lo pronto em meados do ano, por isso, achamos mais conveniente tocar para o ano.

Nuno Costa