Tuesday, June 30, 2009

Review

ISOLE
“Silent Ruins”

[CD – Napalm Records/Fiomúsica]

O clima outonal que pinta a capa deste disco é uma fiel representação do que aqui nos é sugerido musicalmente. Doom arrastado e soturno, contudo sem ser demasiado claustrofóbico. Isto porque aqui ainda se deixa passar alguma luz através de coros épicos e amplos – em muito bom plano está Daniel Bryntse – que se cruzam com momentâneos espasmos de agressividade e alguma velocidade. Para isso ajudam também a produção cheia – cortesia do importante Pete In De Betau -, o peso das guitarras e o duplo bombo “atrevido”.

Aparentemente este é um disco perfeito para quem gosta dos icónicos Candlemass e Solitude Aeternus, mas estas referências servem para o bem e mal da banda. Se por um lado a recriação desta sonoridade é perfeitamente executada, a grande aproximação a estas referências torna-se algo perigosa. Todavia, entre este reparo negativo, que acaba por ser pouco nocivo atendendo à irrecusável coesão destes suecos, salvaguarda-se a mestria destes intérpretes nesta área mais depressiva do Heavy Metal.

Sete longos temas marcam o regresso deste quarteto, durante muitos anos conhecido como Forlorn. A fórmula até dentro da sua discografia é muito linear. Há até quem ache esse “Silent Ruins” uma segunda parte do anterior “Bliss Of Solitude”. Contudo, a banda parece ter ganho em ganchos vocais e riffs memoráveis. De resto, pouco se agita nesta seiva melancólica, o que acaba por não ser negativo. Cremos até que aos poucos, os Isole se começam a tornar nuns ilustres outsiders nos meandros do Doom Metal Épico. [7/10] N.C.

Estilo: Doom Metal Épico

Discografia:
- “Forevermore” [CD 2005]
- “Throne Of Void” [CD 2006]
- “Bliss Of Solitude” [CD 2008]
- “Silent Ruins” [CD 2009]

www.forevermore.se

Monday, June 29, 2009

Especial October Loud 2009 III

SPANK LORD

Em apenas cerca de um ano de actividade, tornaram-se numa das grandes referências regionais para quem gosta do Rock na sua postura mais libertina e descontraída. Surgiram, como não podia deixar de ser, de uma “brincadeira” – uma sessão de covers ao vivo – para derivar em algo bastante sério, mas não menos excêntrico e provocador, com muito libido efervescente à mistura que tem provocado algum rebuliço na camada feminina da sua audiência. A sua fórmula não tem nada de original – a não ser num perímetro local – mas a forma convincente como a colocam em prática torna-os num projecto aliciante e imprevisível ao vivo. De resto, a experiência que acompanha os seus membros é outra garantia de que o nível qualitativo será sempre alto nos seus concertos.

Num percurso em que tudo se passou muito depressa, os Spank Lord já se encontram a gravar o seu primeiro álbum. Tem por título “Bombs Away” mas tem a sua data de lançamento ainda “adiada por tempo indefinido” pelo facto da banda estar de momento mais empenhada em preparar os concertos dos próximos meses. Se o October Loud poderia ser, para muitos, um momento importante para lançar um trabalho a nível regional, tendo em conta que a maior massa de adeptos de Metal estará reunida em volta deste sempre muito aguardado evento, o vocalista Cristóvão Ferreira considera a ideia “um tanto ridícula”. “Passou-me pela cabeça lançar o álbum antes do October Loud, mas nunca no evento. São acontecimentos singulares na sua razão de ser e, a meu ver, pluralizá-los num só seria ineficiente”.

Numa breve análise ao festival que o próprio ajuda a organizar, o músico confessa “o número de bandas um tanto ousado, mas deveras interessante. Inclusive, estou curioso para ver os resultados a todos os níveis, não só a prestação das bandas, do convívio, mas também do público, das entidades envolvidas, etc. Não sei se a soma total será negativa ou positiva, se bem que a espero positiva, mas, acima de tudo, acredito que este evento será mais um marco na história regional, pelo facto de se arriscar - e é mesmo arriscar - ir mais além noutros formatos pelas bandas regionais, e só por isso é de valor”, acrescenta.

De resto, os conhecidos “spankers” ainda não se dedicaram a preparar em concreto o espectáculo no October Loud, mas prometem surpresas e desejam a colaboração de todos, não só por este ser um evento exclusivamente dedicado aos artistas regionais, mas também por apoiar uma causa – a luta contra o cancro. “Todos sabemos que estes eventos de metal/rock não deixam fortunas, mas era muito gratificante poder doar no fim um montante “bonito” do lucro do festival a favor desta causa, uma vez que este problema afecta-nos a todos […] infelizmente, directa ou indirectamente”, conclui Cristóvão.

Line-up:
Cristovão Ferreira [voz]
António Neves [guitarra]
Nelson Félix [guitarra]
André Gouveia [baixo]
João Oliveira [bateria]

Ano de formação: 2008
Estilo: Hard/Stoner Rock
Discografia: N/D

October Loud 2009 - Sanctus Nosferatu confirmados

Os black/death/thrashers micaelenses Sanctus Nosferatu foram anunciados ontem como mais recente confirmação para o festival açoriano October Loud 2009 – Metal Contra o Cancro, que decorre entre 1 e 4 de Outubro próximos. A organização comunicou ainda que ao contrário do previsto, será 21 o total de bandas a figurar no cartaz em vez de 18.

Friday, June 26, 2009

Kronos + Putas de Luxo - Na Moita

Os Kronos actuam a 3 de Julho no In Live Caffé, na Moita, com os convidados Putas de Luxo. Os concertos têm início às 22h00 havendo consumo mínimo de 5€.

Summer Damnation Fest - Recinto de espectáculo alterado

A promotora do Summer Damnation Fest 09, a Kit Media Productions, comunica que o local do evento foi alterado do Auditório do Centro Social e Paroquial Nova, em Oeiras, para o Pavilhão Desportivo da Associação Desportiva de Oeiras. O dia do festival mantém-se a 3 de Julho. Relembramos que as bandas participantes são os Window Of Denial, Mind Killers, Crossbone, Behead The Dead, Ella Palmer, Skewer e Switchtense. A abertura das portas é às 18h00 e o bilhete tem o preço único de 5€.

Entrevista Headstone

RITOS OLD SCHOOL

Ao seu conhecido jeito dinâmico, Pedro Gouveia [vocalista ex-Pitch Black] e Augusto Peixoto [baterista Cycles, ex-Dove, In Solitude e Paradigma] fundaram, em 2006, os Headstone. Entretanto, o primeiro abandonou de forma algo polémica juntamente com o baixista Henrique Loureiro [ex-Cycles], mas a partir daí a coesão instalou-se com a entrada do surpreendente vocalista Vítor Franco e da já conhecida Vera Sá [Cycles]. Ainda com os guitarristas Carlos Barbosa [ex-Cycles] e Pedro Vieira [ex-Withering] nas suas fileiras, o grupo lançou-se forte e confiante num primeiro registo que deixa excelentes indicações para um longa-duração. “Within The Dark”, em formato E.P., não poderia também ser mais figurativo do que a experiência e o talento são capazes de gerar. É então em grande estilo que os Headstone se lançam com um cativante exercício de thrash metal com laivos de power metal sobre o qual Augusto Peixoto nos deu o prazer da sua análise.


Como vão as coisas no Porto? O Metal impera? Os Headstone são já uma coqueluche nortenha?
O Porto vive de transições e, sinceramente, o Metal que se vai fazendo por cá é muito ligado às modas. Talvez sempre tenha sido assim, não sei, mas antigamente havia uma maior diversidade do que a que existe hoje em dia. De resto, claro que os Headstone não são uma coqueluche nortenha até pelo tempo de actividade que têm e por praticarem um som fora dos parâmetros normais e actuais.

Diz-se que no norte vive-se o Metal de forma mais intensa. É verdade?
Já o foi, de facto! Hoje acredito que haja intensidade pela razão das bandas que por cá andam serem constituídas por putos cheios de energia, mas sinto que há equilíbrio em relação a este aspecto em outros pontos do país. O que é excelente.

E para si, este é um projecto mais intenso ou que lhe absorve mais sentimento de entre os que já teve até ou hoje ou ainda mantém?
Não! Sempre tive a noção de que para fazer algo teria que dar sempre o máximo que posso e sei. Não posso fazer distinções entre bandas, porque senão não estaria a ser sincero comigo mesmo. Independentemente da projecção que uma ou outra banda possa ter, dou sempre tudo o que tenho para lutar pelas minhas bandas.

Tem sido fácil pôr em prática o projecto Headstone? Entretanto, já não escaparam às habituais trocas de elementos…
Nada é fácil na vida quando se tem que lutar pelo que acreditamos. As trocas de elementos foram pontuais e completamente absorvidas pelos músicos actuais.

Li que as saídas do Pedro e do Henrique não foram as mais serenas. O que se passou?
Não foram pela maneira como abandonaram a banda, sem se dignarem a falar pessoalmente com os restantes elementos mas sim terem enviado um e-mail a dizer que tinham saído, quando tudo estava encaminhado para uma projecção mais evidente da banda. Já tínhamos dado o primeiro concerto e as críticas tinham sido praticamente unânimes. Referenciavam-nos com uma nova banda de qualidade e eles simplesmente desistiram.

Sem tirar o mérito ao Pedro Gouveia, ter um vocalista como o Vítor Franco é uma grande mais-valia. Com ele ficam com um som até algo difícil de catalogar…
Claro que é. É um tipo excelente, cheio de ideias, sabe cantar em vez de berrar e foi, sem dúvida, uma mais-valia. Deu também uma outra dimensão ao som da banda, tornando-nos ainda mais diferentes daquilo que se vai fazendo em termos de Metal. Quanto ao Pedro era um tipo talhado para actuações ao vivo, do melhor que há, mas o Vítor é muito mais completo como vocalista e isso transpira nas músicas.

Ele também venera o thrash como vocês ou tem outras influências?
Nós não veneramos somente o thrash, apesar de ser, talvez, a maior referência sonora da banda, da minha e do Carlos, particularmente. A banda utiliza os seus conhecimentos e concilia os gostos que tem e que são bastantes para criar aquilo que é o som Headstone. Tocamos Metal e vivemos do Metal, independentemente do estilo a que a banda seja conectada.

O formato EP teve alguma razão de o ser para vossa estreia?
Tem, por ser o de estreia, por falta de verbas e porque seria preferível editar um formato menos convencional do que o do álbum. Há bandas que editam álbuns sem que sejam conhecidos; nós preferimos dar a conhecer primeiro o nosso som com este E.P. e depois, sim, pensar no álbum.

As reacções que têm colhido por parte da imprensa e público já vos abrem perspectivas para a eventual aposta de uma editora? Já pensam nisso?
É prematuro falar nisso, se bem que contactámos somente duas editoras, uma nacional e outra estrangeira. A estrangeira fez-nos uma proposta que não nos interessou; a nacional negou um contrato, mas deixou as portas abertas e pela forma como fomos tratados fiquei feliz com o contacto deles, mesmo não tendo assinado, para já, com a banda. O futuro dirá mais qualquer coisa. Caso contrário faremos o que sempre fizemos e continuaremos a acreditar no nosso potencial.

Quando o mais fácil é seguir tendências, vocês continuam a insistir num som tradicional, contudo, sem ser intragável para as novas gerações, não acha?
Não insistimos, sai naturalmente! Não vamos renegar a nossa natureza nem fazer nada contra as nossas pretensões musicais. Nesta banda e em todas as que participei, sempre defendi a integridade musical e pessoal de cada elemento e nos Headstone não é excepção.

Neste momento, não têm nenhum concerto agendado. O que se passa?
Por acaso temos dois, um para Agosto em Mangualde, Viseu, e outro para Outubro no já conhecido Festival Gaia em Peso. Mas são duas excepções, pois a banda tem que se fechar na sala de ensaio e preparar o que será o seu álbum de estreia.

Sente pessoalmente o respeito das pessoas por ser um músico já muito antigo do nosso underground?
Em alguns casos sim, noutros nem sabem quem eu sou e ainda bem! Não gosto de me destacar e detesto quando uma banda é individualizada. As bandas são um todo, devem ser respeitadas como um todo. É indiferente andar aqui há 21 anos, pois conheço pessoas com menos anos de carreira e idade com a mesma paixão que eu sempre tive.

Você que atravessou várias fases do nosso underground, como olha para ele hoje em dia?
Em diferentes fases também! Umas excelentes outras menos boas. Acho que os anos 90 foram e serão os melhores de sempre, mas como não vivo de saudosismos, sou daqueles que acredita que o Metal melhorou em qualidade musical. Há músicos bem mais evoluídos, mas acho que antigamente o “feeling” era uma virtude que se sobrepunha às carências técnicas.

Alguma vez sentiu indiferença pelo seu trabalho? Uma indiferença propositada fruto de algum tipo de inveja ou outro tipo de sinal de mau-carácter?
Claro que já senti indiferença, mas não acredito que seja motivada por invejas ou mau-carácter, pelo menos não quero pensar assim. Mas neste país as coisas, por vezes, funcionam ao contrário e já vi muitas bandas de qualidade perderem-se por não lhes terem sido dados os créditos merecidos. Eu como me considero um lutador recuso-me a dar vida a essas invejas.

A par da música desenvolve um trabalho reconhecido na área das artes gráficas. Fale-nos dessa paixão.
Não sei muito sinceramente qual das duas prefiro, mas sem dúvida que na Arte Digital sinto mais liberdade, porque é minha, é um trabalho pessoal, isolado e nas bandas não; é um complemento de diferentes ideias e diferentes indivíduos. O meu trabalho gráfico tem tido um feedback muito bom, mais além-fronteiras em que estou bem referenciado em sites famosos de Arte mundial. Em Portugal aos poucos vou tendo algumas bandas como clientes, mas aqui as coisas funcionam mal nesse departamento! As bandas pensam que ao gravar um álbum têm que ter dinheiro para pagar a um produtor e esquecem-se constantemente que a imagem da banda é também tão importante quanto a música. Há produtores a ganhar rios de dinheiro e eu, sendo designer, mesmo tendo plena consciência da qualidade do meu trabalho, tenho que espremer ao máximo os orçamentos para poder conseguir trabalhar com alguém. A maior parte das vezes nem um simples “obrigado pelo orçamente mas não temos margem financeira para o fazer”. Ignoram completamente o meu contacto que me foi requisitado. Isso é frustrante! Por isso as bandas estrangeiras estão muito à frente, pela educação e pela procura do melhor e saberem que o melhor tem que ser pago.

A imagem é algo que vive lado-a-lado com o Heavy Metal. Até que ponto acha isso positivo? Isso faz-nos pensar em campanhas de marketing muito incisivas que podem valer o sucesso de uma banda, não é?
Com toda a certeza, por isso disse que a imagem é tão importante como a música e há casos em que se sobrepõe até! Adoro ver aquelas edições todas personalizadas, cheias de conteúdo, do que a banalidade normal de um CD. Tenho saudade do Vinil! As capas eram uma grandiosidade. Agora nem se notam certos pormenores devido à apresentação reduzida. Sendo designer tenho que saber encontrar a diferença e evoluir nesse aspecto, e isso é Marketing. Uma das razões do E.P. ter tido sucesso, foi precisamente pela amostra gráfica que apresentámos. Foi uma luta financeira, mas valeu a pena, pois quem o comprou guardá-lo-á num lugar diferente e lembrar-se-á de que havia uma banda que tinha uma edição toda impecável. Sendo uma edição normal perder-se-ia no meio dos outros CD’s.

Em relação a Headstone, vê uma forma de estar, compor, trabalhar diferente da das outras bandas por onde passou?
Não, acontece mais nos Cycles até pela forma como os temas são compostos, por uma só pessoa. Os Headstone compõe na sala, todos juntos, há ideias gerais da banda e, no fundo, os Dove e os In Solitude funcionavam dessa forma. O restante, como sou eu que trato, a forma é sempre igual. Está solidificada.

Tendo outros projectos, o que o motivou a criar mais um?
O Pedro quando saiu dos Pitch Black queria formar uma nova banda. Como éramos amigos e já tínhamos trabalhado juntos nos Dove e a sonoridade que ele pretendia era a de sempre, o thrash metal, falou comigo e convenceu-me a avançar com a banda. Estive renitente no início, mas ele consegui dar-me a volta… E o resto já se sabe.

Num compromisso amador com a música como deduzo que seja o vosso, é sempre muito difícil tratar todos os aspectos da vossa vida e ainda mais os das bandas. Apesar disso, o bichinho já está cá dentro e, por isso, nunca pensaram em desistir, não é assim?
Com certeza, ainda para mais com pessoal da banda casado e alguns com filhos até. Mas é como dizes: o “bichinho” está lá e enquanto não morrer vamos andando.

Um dos principais futuros projectos dos Headstone é gravar um disco. Quando é que se prevê que esteja concluído?
Queremos gravar no próximo ano e esperar pelo feedback que o mesmo possa gerar. Se for tão bom como o de “Within The Dark” já ficaremos bastante felizes.

Nuno Costa

www.headstone.com.sapo.pt
www.myspace.com/headstonemetal

Thursday, June 25, 2009

Crónica

INVENTEM-SE NOVOS FÃS

Em 1994, Daniel Sampaio, (re)conhecido psiquiatra e autor de vários best-sellers acerca do autoconhecimento humano lançava Inventem-se Novos Pais, a obra que lhe grangeou fama e onde expunha a melhor forma de os progenitores lidarem com filhos adolescentes. Inspirado no título, afirmo sem pejo que o Metal português necessita, urgentemente, que se inventem novos fãs. Mais críticos, pensantes, interventivos.

Sem pretender generalizar (o que, além de profundamente injusto, seria irresponsável), verifico nalguns espaços, físicos e virtuais, uma inquietante tendência para o "carneirismo". Com efeito, demasiados fãs aceitam acriticamente a opinião da maioria, mesmo que no seu íntimo defendam a tese contrária à do "rebanho" (as "palmadinhas" cínicas nas costas, os sorrisos forçados e as frases de incentivo, vazias de sinceridade, representam bem este infeliz cenário).

Não menos triste do que esta atitude passiva é a incapacidade que algumas personagens denotam para esgrimir opiniões de forma séria, construtiva, válida, justificada, perspectivando a evolução e o desenvolvimento do Metal. Infelizmente, abunda o gracejo, o sarcasmo, a piada fácil, o cinismo e a troça dirigidos a todos quantos "ousam" apresentar soluções, alternativas, sugestões e ideias para o desenvolvimento do nosso Metal. Debater as questões e os desafios, maiores ou menores, que se colocam à música de peso nacional, é algo mal visto. Aliás, numa cena com enorme percentagem de jovens abaixo dos 25 anos, que sempre viveram em Democracia, a crítica selvagem à pluralidade de opinião deixa-me preocupado.

Prevalece nalgumas franjas desta população (sublinho o vocábulo "algumas") uma perspectiva retrógrada e ortodoxa da música pesada. É o vazio de ideias, incapacidade de reflexão e posicionamento intransigente, quase autoritário, que certos elementos da geração P2P têm para oferecer. Que legitimidade possuem para criticar quando se remetem às palas nos olhos, recusando olhar para os lados? Quando mal conhecem os assuntos sobre os quais tentam se pronunciar-se? Quando não formulam opinião válida e consistente? Quando nada fazem pelo Metal? Que legitimidade têm para julgar quem questiona, legitimamente (ho, sacrilégio dos sacrilégios), as "instituições" do Metal português? Para bem do nosso Underground, que se inventem novos fãs. E já!

Dico

Biohazard - Em Julho no Cine-Teatro de Corroios

Os lendários Biohazard regressam a Portugal no dia 22 de Julho para um concerto que reúne a mais importante formação do grupo até hoje e que já não se juntava em palco desde 1995. Depois de ter dado como encerradas as suas actividades em 2005 com o álbum “Means To An End”, o grupo de hardcore de Brooklyn reuniu-se em 2008 para uma tournée comemorativa dos seus vinte anos de existência que agora passa por Portugal pelo Cine-Teatro de Corroios. A acompanhar esta importante data, estarão os canadianos Comeback Kid e os norte-americanos Defeater. A abertura das portas acontecerá às 20h00. Entretanto, ainda está por conhecer o valor dos bilhetes.

GSM 2009 - Segunda edição de festival em prol da Associação Portuguesa de Paramiloidose

O Gallus Sonoris Musicallis [GSM] 2009 terá lugar pelo segundo ano consecutivo nos dias 24 e 25 de Julho no Estádio da Devesa em Galegos Santa Maria, Barcelos. Este é um evento de beneficência idealizado pela GSM Inovasom em prol do Núcleo de Barcelos da Associação Portuguesa de Paramiloidose [APP]. Para além de muitas outras actividades, o festival conta com um primeiro dia dedicado ao Heavy Metal apresentando bandas como Chemical Wire, Nine Out, Tryangle, Heavenwood, Demon Dagger e Mosh. O donativo proposto é de 5€ para um dia e 8€ os dois. Os espectáculos têm início às 21h00 em ambos os dias.

Optimus Alive! 2009 - Novamente junto com a Ciência

O Optimus Alive! alia-se novamente à Ciência através de uma colaboração entre a Fundação Champalimaud e o Instituto Gulbenkian de Ciência com o intuito de aproximar a sociedade portuguesa desta temática. Durante os três dias do evento será possível aos festivaleiros fazer “speed dating” com cientistas, à semelhança do ano passado, com a novidade de poderem extrair DNA de morangos e descobrir o Champimóvel que vai proporcionar uma viagem interactiva e tridimensional ao interior do corpo humano onde os participantes podem conduzir um vírus e habilitar-se a prémios. Também à imagem de 2008, a promotora do Optimus Alive! anunciou que vai financiar duas novas Bolsas de Investigação Científicas em Biodiversidade para jovens investigadores.

Skewer - Este sábado no antigo Lótus Bar

Os Skewer actuam no próximo dia 27 de Junho [sábado] no Rock’N’Shots [ex-Lótus Bar], em Cascais, a partir das 21h30. Na primeira parte do espectáculo estarão os Muzgo. As entradas custam 5€. Reservas podem ser feitas pelo contacto telefónico 919 057 946.

Wednesday, June 24, 2009

Review

A LONE VARIANT
“Lo-Fi Experiments From A Dying Supernova”

[EP – Edição de autor]

Se é reconhecido que o Metal e seus subgéneros gozam de um movimento intenso nos Açores, em termos de quantidade e, porque não dizê-lo, qualidade, fica aqui mais uma vez provado que nos últimos tempos a região tem progredido muito em termos de diversidade. Seguindo esta tendência, Janeiro de 2009 trouxe ao universo local uma banda de stoner/sludge rock pelo guitarrista e programador Diogo Lima.

Perante a seriedade, sentimento e entrega que este aqui demonstra, com apenas 16 anos idade [!], somos imediatamente forçados a fazer-lhe a vénia. Em vez das tendências normais do mainstream que banham as adolescências dos seus colegas de liceu, Diogo vai beber as suas influências a um som muito mais complicado de digerir e compreender. O jovem micaelense é devoto de bandas lendárias como Melvins, Kyuss, Pink Floyd, Neurosis e Electric Wizard e outras mais recentes como Cult Of Luna, Earth, Isis ou Mastodon. Perante isto, não será difícil de imaginar a atmosfera densa que aqui se respira.

A “descolagem” etérea e hipnotizante para a viagem que é este disco, em “The Takeoff”, invocando fortemente Earth, é como que um feitiço que ameaça não ter cura. Desta curta introdução, o disco endurece com o tema título a atinge uma sordidez decadente à Neurosis durante uma qualquer sessão no deserto regada com alguns narcóticos. O disco tem uma dinâmica pouco linear e logo de seguida temos o interlúdio sereno e “espacial” “Where’s Lucy” que abre caminho a mais uma vagarosa incursão por caminhos verdadeiramente lodosos em “404 – A Lone Variant”. Perante um cenário desses, a homenagem a Electric Wizard, ainda que encurtada, pela versão de “Satanic Rites Of Drugula”, acaba perfeitamente por se justificar e enquadrar. A demonstrar a sua faceta mais stoner chega-nos “25th Century Conqueror [Soul/Machine], com a colaboração vocal de Cristóvão Ferreira dos conhecidos locais Spank Lord, que podia muito bem estar num álbum de Kyuss ou Queens Of The Stone Age. Esta viagem fecha com “Rest In Fire”, talvez o tema mais distorcido deste EP, com uma prestação vocal do também convidado Fábio “Sopas” Pereira a lembrar por momentos Marilyn Manson.

Com tudo isso, é também importante referir o cuidado gráfico que Diogo Lima teve com este trabalho e as condições “caseiras” em que captou estes temas que, no entanto, diga-se, não precisavam de muito mais tal é a sujidade que este espectro requer. Num balanço final, é impossível reconhecer mérito ao seu autor já que nesta idade podia a estar a fazer ou a tocar muitas outras coisas mais… óbvias. E para um projecto com apenas cinco meses, gerado num sítio adverso a estas sonoridades como os Açores, o resultado era difícil de soar melhor. Não é perfeito, em termos de composição e mesmo técnicos, para além de que ficamos com a sensação que o músico ainda não delineou bem o seu próprio caminho, soando muitas vezes “Lo-Fi Experiments…” a um disco de homenagem a todos os ídolos que o inspiram. Porém, com mais alguma experiência e esclarecimento este pode ser um projecto de destaque no cenário sludge/stoner rock nacional. [7/10] N.C.

Estilo: Stoner/Sludge Rock

Discografia:
- “Lo-Fi Experiments From A Dying Supernova” [EP 2009]

www.myspace.com/alonevariant

Tuesday, June 23, 2009

Beautiful Venom - No Rockafe a "encerrar as aulas"

Os punk/rockers aveirenses Beautiful Venom actuam amanhã [24 de Junho] no Rockafe, em Castelo Branco, a partir das 21h30. Um dos grandes chamarizes deste espectáculo é o E.P. “Anthem Of Disaster” que a banda lançou no início deste mês.

Especial October Loud 2009 - II

IN PECCATVM

A sua marca na história do underground metálico açoriano é já indelével. O grupo da Fajã de Baixo, em Ponta Delgada, é um exemplo de perseverança e testemunho de uma geração que praticamente só sobrevive nas figuras dos Morbid Death e dos regressados Carnification e Prophecy Of Death. Todavia, nem sempre o seu percurso foi o mais regular devido às normais e acentuadas dificuldades para conciliar a vida pessoal e profissional com a musical. Por isso, o lançamento do bem sucedido MCD “Antília”, de 2002, foi precedido de um grande "buraco" em termos de aparições ao vivo e neste momento os fãs já quase desesperam por um novo lançamento. Porém, este momento poderá estar a chegar. "Esta terça-feira, dia 23 de Junho, vai nos ser entregue o master do novo trabalho e a partir daí é tratar da logística e mandar fabricar os discos”, afiança António Neves, vocalista e guitarrista. Este lançamento tem o formato E.P. e intitula-se “MDLXII”. Na base do seu conceito estão as últimas erupções vulcânicas que aconteceram nos Açores, em 1563. Sete novas composições com a marca gothic/doom metal da banda açoriana é o que se espera para ainda antes do October Loud 2009. “Estamos a apontar o lançamento do nosso novo trabalho para Setembro. A ver vamos se será possível”, explica Neves.

Quanto à edição deste ano do October Loud, o músico diz que “o seu formato é uma grande e ambiciosa aposta da organização que decerto não será defraudada. Será uma excelente montra onde desfilará todo o peso que se faz em S. Miguel. É de louvar também a oportunidade dada às bandas mais novas para poderem mostrar o seu trabalho. Por vezes não é fácil tocar para quem está a começar e o October Loud é o palco ideal para este efeito”.

Entretanto, a banda já se prepara para o emblemático festival açoriano. “Já nos reunimos e definimos a set list do concerto, isto porque nos últimos três anos temos andando a tocar praticamente sempre os mesmos temas. Desta vez vamos estrear três ou quatro no October Loud e uma cover também. Além disso já temos também definida uma nova imagem para a banda e novos elementos cénicos. Queremos que seja um concerto marcante para a banda e para quem o for assistir”, conclui o músico.

Line-up:
António Neves [voz e guitarra]
Hélder Almeida [guitarra]
André Gouveia [baixo]
Bruno Santos [teclados]
João Oliveira [bateria]

Ano de formação: 1998
Estilo: Gothic/Doom Metal
Discografia:
“In Beauty” [Demo-tape 1998]
“Just Like Tears” [Demo-tape 1999]
“Antília” [MCD 2001]
Site:

Monday, June 22, 2009

Review

KRONOS
“Ubi Est Morbus”

[EP – Zero Negative/Compat Records]

O plano “sintético” do nosso rock/metal, apesar de tradicionalmente pouco prolífero, mantém ainda alguns representantes, entre eles os [f.e.v.e.r.], Bizarra Locomotiva, Dr. Zilch e estes Kronos. Atendendo a que os [f.e.v.e.r.] apresentam um estilo capaz de ser mais abragente e aventureiro e os Bizarra Locomotiva e Dr. Zilch um mais heavy e corrosivo, os Kronos acabam por moverem-se bastante à vontade no trilho do electro/industrial rock. Este factor tanto pode ser benéfico como prejudicial, mas só a banda o poderá dizer. O facto de serem únicos confere-lhes simbolismo, mas por outro lado a especificidade deste estilo parece não ter os adeptos em Portugal que pelo menos a banda desejaria. Contudo, a verdade e importância destes dados só à banda caberá.

Enquanto isso, os Kronos continuam a crescer nesta fórmula e este regresso, três anos depois do EP de estreia “Symbolon”, garante que os Kronos são um exemplo de empenho e entusiasmo pela sua arte. Apesar dos desígnios rock da banda, é a “maquinaria” aqui que impera. O público que por este trabalho se interessará será aquele com maior cumplicidade para com malhas computadorizadas e sampladas viciantes do que com peso distorcido e abrasivo, como seria de calcular.

Contudo, a imagem de marca deste colectivo de Vila Franca de Xira está também na sua atitude que transmite um certo free spirit, um sentido relaxado de estar bastante agradável, ao contrário das bandas atrás referidas que apresentam um semblante muito mais obscuro e sério. A banda continua também aqui a manifestar uma perícia multilingue, com letras em inglês, francês e português. Será este outro ponto de referência no seu cartão de visita. A demonstrar que o português pode realmente encaixar muito bem na maioria dos géneros musicais, fica aqui “Crepúsculo dos Cães”, a transpirar a Luxúria Canibal, como um dos melhores temas desta colecção. Os versos são de uma pungência assinalável e ficam-nos inevitavelmente na memória. Na memória fica também o refrão de “Borderline” e a inesperada versão de “Et Si Tu N’Existais Pas”, tema sobejamente conhecido do cantor romântico francês Joe Dassin.

Em suma, apesar de poderem mover-se algo desamparados neste segmento musical em Portugal, os Kronos não parecem esmorecer e continuam cheios de vitalidade, energia e alegria. “Ubi Est Morbus” soa já a derradeiro ensaio para o teste a sério: o álbum. [6/10] N.C.

Estilo: Electro/Industrial Rock

Discografia:
- “Symbolon” [EP 2006]
- “Ubi Est Morbus” [EP 2009]

www.myspace.com/kronosrock

Evile - Novo álbum já tem nome

Vai-se chamar “Infected Nations” o segundo álbum dos britânicos Evile. O sucessor de “Enter The Grave”, de 2007, é composto por nove faixas de thrash metal produzidas por Russ Russel [Napalm Death]. A capa deste trabalho também teve uma personagem mediática na sua origem. Trata-se de Michael Whelan, conhecido pelos seus trabalhos sci-fi e por ter concebido capas de álbuns de Sepultura e Obituary. “Infected Nation” chega às lojas europeias no dia 21 de Setembro.

Cathedral - Segundo álbum reeditado em formato especial

O lendário segundo disco dos britânicos Cathedral, “The Ethereal Mirror”, foi recentemente reeditado em formato dual-disc pela Earache Records. Esta edição é composta por dois discos e um DVD, compondo os temas originalmente editados e três temas do raro EP “Statik Majik”, bem como um DVD de 40 minutos que inclui o documentário “Ethereal Reflections” com entrevistas a Lee Dorian e Garry Jennings, entre outros membros-chave do início da carreira do grupo, fechando como uma conversa com o artista gráfico Dave Patchett.

Switchtense - Cabeças-de-cartaz no Summer Damnation Fest em Oeiras

Regressados de uma mini-tour na Alemanha e Holanda, os Switchtense confirmam mais uma data naquela que já vai sendo uma extensa e assinalável digressão de promoção ao seu álbum de estreia, “Confrontation Of Souls”. Desta feita, o grupo da Moita garante a sua presença no Summer Damnation Fest a 3 de Julho no Auditório do Centro Social e Paroquial de Nova, em Oeiras. Participam igualmente neste festival os Skewer, Ella Palmer, Behead The Dead, Crossbone, Mind Killers e Window Of Denial. Os concertos têm início às 18h00 e os bilhetes custam 5€. Na próxima madrugada de 25 para 26 de Junho os Switchtense estarão também no ar no programa Alta Tensão de António Freitas por uma entrevista gravada no passado dia 8 com o vocalista Hugo Andrade e o baixista Karia.

October Loud 2009 - Psy Enemy confirmados

Os Psy Enemy são o mais recente nome confirmado para a edição 2009 do October Loud que decorrerá no Salão de S. José, em Ponta Delgada, entre os dias 1 e 4 de Outubro. Para esta edição estão também já garantidas as actuações dos Neurolag, In Peccatum, Spank Lord, Nableena, Zymosis, Stampkase, Prophecy Of Death e Carnification.

Thee Orakle - Novas datas

Em plena promoção do álbum de estreia “Metaphortime”, os Thee Orakle anunciam mais duas datas. A primeira é a 14 de Agosto no Milagre Metaleiro Open Air Fest, em Pindelo dos Milagres [S. Pedro do Sul], com os The Ransack, Echidna e Processing Cut Mode, e a segunda no dia 5 de Setembro no Vila Open Air Metal Fest, em Vilarinho [Santo Tirso], com os Hacksaw, Revolution Within, Godiva, entre outros. Relembramos que banda participará também no aguardado Vagos Open Air, em Aveiro, no dia 8 de Agosto, ao lado de bandas como Amon Amarth, Dark Tranquility e Cynic.

Rock Like An Animal - Metal em prol dos animais

No dia 3 de Julho, na Junta de Freguesia de Panoias, em Braga, decorrerá o Rock Like An Animal, um festival organizado pela ABRA [Associação Bracarense Amiga dos Animais] e a Rosavelho [associação de eventos e espectáculos musicais] com o intuito de angariar fundos para a associação nortenha que zela pelos animais. Para isso estão convocadas cinco bandas nacionais de Heavy Metal que subirão ao palco a partir das 20h30. São elas os Holocausto Canibal, Daemogorgon, Coldfear, Equaleft e Insanus. As entradas custam 4€. Entretanto, outros actos serão anunciados oportunamente.

Saturday, June 20, 2009

Especial October Loud 2009

À semalhança do que vimos fazendo em outras ocasiões, quando as circunstâncias assim o merecem, vão ser editados nos próximos meses várias textos introdutórios de todos os artistas, e serão cerca de 18, que participarão na terceira edição do festival October Loud entre 1 e 4 de Outubro no Salão de S. José, em Ponta Delgada. Este é já um marco incontornável na agenda de concertos de Metal no panorama de peso açoriano, por isso os louvores são devidos.

NEUROLAG

O “guia da sobrevivência” destes cinco micaelenses baseia-se numa vitalidade jovial mas, e até pelos anos de existência, madura que nos faz olhar para eles com o pleno respeito por quem tem trabalhado a fundo desde 2004. Entretanto, muita coisa mudou desde que se formaram, principalmente no que respeita à sonoridade. De uns idos anos de 2004 em que o Nu-Metal ainda era um movimento aglutinador, o grupo passou, sensivelmente a partir de 2006, a adoptar uma abordagem mais matemática e agressiva. Um Demo-CD lançado em 2007 – “Perception, Memory, Cognition” – foi o fechar de uma fase que a banda não quis, no entanto, deixar de ficar registada. Actualmente, os Neurolag olham para a frente com uma outra perspectiva e forma de compor. Para isso tem até a ajuda de um novo baterista, Rafael Soares [ex-Duhkrista]. Este junta-se então a uma casa onde o entrosamento vem de longos anos de trabalho conjunto e, por isso mesmo, proporciona-se dizer que… esta é uma máquina bem oleada.

Nas palavras de José Oliveira [guitarrista], o October Loud deste ano traz benefícios a todos. “Ouvi falar em 18 bandas e uma delas é Carnification que estou bastante curioso para ouvir”. Em relação ao seu espectáculo, o músico manifesta a vontade de estrear temas novos em Outubro e, de resto, garante “o costume: muita dedicação, energia e entrega”.

Entretanto, quem gostaria de preparar o seu trabalho de casa enquanto público, com um disco nas mãos, terá que esperar para outra ocasião. “Um lançamento na altura do October Loud seria um pouco off-time. A maioria dos temas em que estamos a trabalhar não são do conhecimento geral e precisam de alguma rodagem e maturidade, até porque estamos a explorar caminhos que nunca explorámos e é óbvio que as coisas têm que ser feitas com calma”.

Enquanto não deitamos mãos a um novo trabalho do grupo, este promete ir disponibilizando algumas demos caseiras, a juntar a “Survival Guide” que já figura no seu Myspace oficial.

Line-up:
Hugo Pimentel [voz]
José Oliveira [guitarra e voz]
Paulo Santos [guitarra]
Eurico Silva [baixo]
Rafael Soares [bateria]

Ano de formação: 2004
Estilo: Metal Moderno
Discografia: “Perception, Memory, Cognition” [Demo CD – 2007]
Site: www.myspace.com/neurolag

Friday, June 19, 2009

Process Of Guilt - Apresentam novo álbum "Ruin" na próxima semana

O aguardado segundo álbum dos nacionais Process Of Guilt será apresentado oficialmente nos próximos dias 25, 26 e 27 de Junho. “Ritual” de seu nome, ressoará, por ordem, nos palcos do Revolver Bar [antigo Culto/Man’s Ruin], em Cacilhas, no Porto-Rio, no Porto, e no Festival da Juventude, em Braga. Para os dois primeiros casos os bilhetes custarão 8€ [compra antecipada] ou 10€ [compra no dia] e para o último as entradas são gratuitas. Os convidados nestas datas são os ilustres The Firstborn. As reservas podem ser feitas atráves de ritualsom@gmail.com e amplificasom@gmail.com.

Review

HEADSTONE
“Within The Dark”

[EP – Edição de autor]

Augusto Peixoto é provavelmente a “raposa velha” obstinada que muitos deviam ter dentro de si quando imergem nesta coisa do Heavy Metal. Segundo consta, o músico sempre teve que usar do seu espírito lutador para ultrapassar as inúmeras dificuldades que lhe têm batido à porta ao longo de muitos anos de carreira para manter vivos os seus projectos. Contudo, talvez o próprio músico sentirá que tem faltado sempre o “clique” que lhe permita ter um sucesso pelo menos duradoiro. Ainda ligado aos Cycles e anteriormente aos Dove, In Solitude e Paradigma, o baterista portuense fundou os Headstone em 2006 em conjunto com Pedro Gouveia [ex-Dove, Pitch Black e Fears Tomb] que, entretanto, já abandonou para dar lugar a Vítor Franco na voz. Junto com Pedro Vieira [ex-Withering] e Carlos Barbosa [ex-Cycles, Fears Tomb e Karnak] nas guitarras, e Vera Sá [Cycles] no baixo, a promessa de que, pelo menos, experiência e entrosamento seriam garantias nesta nova aventura é agora comprovada neste E.P. de estreia.

Seria também de estranhar que Augusto Peixoto e companhia se afastassem das sonoridades tradicionais que sempre vincaram nas suas carreiras, em particular do thrash. Pois é isto mesmo que encontramos aqui em quatro temas debitados com muita consistência e atitude, talvez como não se via desde as alturas em que o seu fundador fazia parte dos Dove. Porém, a velocidade não é a característica predominante nestas novas composições, mas sim uma acutilância nos ritmos e cadências e algum experimentalismo em termos de fusões de estilos de deixar a salivar qualquer apreciador de thrash. A voz de Vítor Franco é uma mistura estranha de interpretações thrash e power metal, dando a este material um cariz bastante pessoal.

A excelente produção nos Soundvision studios e o encantador grafismo deste lançamento e sua secção multimédia [assinados por Augusto Peixoto] são apenas outro sinal de que aqui já não cheira a ramos verdes.

Parece que Augusto Peixoto encontrou, finalmente, um colectivo que lhe dá garantias de um futuro promissor. Este lançamento só peca por curto e por gerar tanta expectativa [suportável?] em relação a um futuro lançamento em longo formato. [8/10] N.C.

Estilo: Thrash Metal

Discografia:
- “Within The Dark” [CD 2009]

www.headstone.com.sapo.pt
www.myspace.com/headstonemetal

Thrashmania VI - Novo ataque em Julho

A saga Thrashmania regressa no dia 3 de Julho para uma sexta edição. O local escolhido para o efeito é o Metal Point, no Porto, que abre as suas portas aos concertos dos Final Mercy, Alcoholocaust, Angriff e Nocturnal [Ale] a partir das 21h00. A lotação do espaço é limitada a 200 pessoas e os bilhetes já se encontram à venda nos locais habituais a 13€ ou 15€ [compra no dia]. Entretanto, o site Loud Like Devil está a sortear duas entradas para o festival.

The Spiteful - Lançamento de álbum de estreia hoje em Leiria

Os leirienses The Spiteful lançam hoje o seu álbum de estreia intitulado “Persuasion Through Persistence” numa sessão no Bar Alfa, em Leiria, pelas 23h00. De resto, este é um trabalho registado nos Ultrasound Studios por Daniel Cardoso. As entradas custam 3€ ou 8€ com oferta do CD.

Thursday, June 18, 2009

Review

UNLIGHT
“Death Concecrates With Blood”

[CD – Massacre Records / Fiomúsica]

Não são certamente a maior atracção do black metal alemão, até porque só agora saltaram para uma estrutura editorial que os pode fazer aspirar a voos maiores no futuro. Pegando nesse raciocínio, apesar dos onze anos de carreira e outros três álbuns de originais, é provavelmente agora que começa a vida dos Unlight. Pouco se conhecia deste quarteto de Klettgau até agora, o que até se pode compreender por outras razões. Aliás, os pergaminhos que carregam restringem muito banda da luz da ribalta. Muitos levam a coisa tão a sério que até consideram profanador dos princípios do black metal que uma banda se exponha demasiado ao mercantilismo ou se torne um fenómeno mediático. Enfim, tudo coisas que já sabemos. O que não sabemos é se este foi também um caso de preconceito.

Pelo que ouvimos aqui pensamos que o problema terá sido musical e que, portanto, ainda não será dessa que os Unlight vão sair da “sombra”. Dez temas de um black metal, com não poucas “provocações” ao thrash metal, muito honesto, mas, diga-se, monótono. Apesar da imagem e atitude que ostentam honrosamente, teriam que já ter percebido que compor neste quadrante não requer apenas aplicar uma quantidade considerável de blastbeats mais ou menos velozes e ripar as cordas das guitarras e baixo com a raiva de quem deve ao diabo a sua motivação.

As melodias que também tenta incutir a alguns temas acabam por nem servir a tal variedade que seria libertadora. Não. Apesar de não ser um mau disco, não conseguimos fugir à sensação de que “Death Concecrates With Blood” tem uma forte tendência para nos remeter a uma pantanosa monotonia. [5/10] N.C.

Estilo: Black/Thrash Metal

Discografia:
- “Des Baphomets Rückkehr” [Demo 1999]
- “The Nordic Stormbringer” [CD 2003]
- “Inferno” [CD 2005]
- “Eldest Born Of Hell” [CD 2007]
- “Death Concecrates With Blood” [CD 2009]

www.unlight.org
www.myspace.com/unlightblackmetal

Carnification - Símbolos do underground metálico açoriano regressam quase uma década depois

Numa tendência não apenas internacional, mas também nacional, os Açores este ano registam o regresso de mais um dos nomes referenciais do seu underground da década de 90. Os Carnification, formados em 1992, actuam a 3 de Outubro no Salão de S. José, em Ponta Delgada, no âmbito do sempre muito aguardado October Loud que este ano traz a novidade de decorrer durante quatro dias e incluir cerca de 18 bandas. Ao fim de cerca de oito anos de inactividade, os autores da demo “Embracing Solitude” estarão de volta aos palcos e com perspectivas de um novo trabalho de estúdio para breve.

Wednesday, June 17, 2009

Crónica

"INOCÊNCIA" DEMAGÓGICA

Aquele que será, provavelmente, o maior evento do ano em S. Miguel em termos de Heavy Metal decorreu no passado fim-de-semana; o Live Summer Fest que de um pequeno festival de bar, sem qualquer desmérito, passou a principal cartaz de música de 2009 na maior ilha dos Açores, tendo como pano de fundo a imponente Alameda do Mar naquela que é a maior obra do Governo local nos últimos anos em Ponta Delgada – as Portas do Mar.

Há muito que um cabeça-de-cartaz de um evento de peso em S. Miguel não possuía tanto currículo e estatuto, ou talvez nunca o tivesse como os Paradise Lost. Por isso, o momento era único e as [habituais] contemplações mal se fizeram sentir em relação às escolhas da organização. O facto de se ter discutido o contingente açoriano neste evento não passou de insignificantes apupos isolados.

Para uns a ansiedade de ver os ícones do metal gótico ali tão perto, para outros, isso… mas também o deslindar dos resultados de mais um autêntico teste à capacidade da região receber e suportar um evento desses, apesar desta análise ser meramente retórica ou subjectiva já que este foi um concerto gratuito, à borlix, imagine-se… Ainda assim, interessava imaginar ou simular muitas coisas.

A política dos concertos de borla é inconcebível, para não dizer demagógica. O tipo de facilitismo que representa só sustenta a ideia de que a música não traz qualquer retorno a quem a tenta usar, por estas instâncias atlânticas, como seu ganha-pão. Por mais que entendamos que somos todos contribuintes, não podemos aceitar este tipo de ofertas. São largos milhares de euros dos dinheiros públicos que estão em causa para benefício de um [pouco] público interessado, mas, neste caso, e sobretudo, com o interesse de levantar um pouco o “ânimo” da carteira aos 22 comerciantes daquela moderna área. Qualquer pessoa com o pensamento no agora, no já, agradecia profundamente a oferta, mas pensando no mais além percebemos que o caminho não é o mais correcto.

Isto não mancha, contudo, a excelente organização do evento e a forma como este decorreu. Os artistas entregaram-se, ou pelo menos quase todos. No caso dos Paradise Lost fica no ar a dúvida se o que gera hoje em dia a sua indolência em palco é feitio, desanimo, “excesso” de profissionalismo ou então o pesar da idade. A verdade é que há dez ou quinze anos atrás, a cor era outra em palco. Felizmente, os temas valem por si. As supostas polémicas palavras de Nick Holmes é que não passam de meras falhas de interpretação. Apesar das evidentes deficiências sonoras no recinto, já tão faladas, a verdade é que deu para perceber que o que o sr. Nick tentou dizer aos açorianos não tinha nada de provocador ou promíscuo.

Posto isto, o que acabou por correr menos bem foi mesmo a afluência do público. Satisfatória para um evento de Metal local? Muito! Se corresponde ao investimento feito e o que seria preciso para o tornar viável? Não, muito longe disso. As cerca de 700/800 pessoas [uma muito falível estimativa] teriam quase toda a certeza que pagar 30 ou 40 euros para tornarem este evento viável. E da parte dos comerciantes das redondezas não será uma noite como esta que lhes salvará a “renda”. Enquanto as mentalidades forem somíticas e egoistas podem ter a certeza que o caminho nunca será ascendente. Quanto muito de estagnação. Isto, se porventura, a meia-dúzia de aventureiros e devotos deste movimento ainda continuarem a comprometer as suas vidas para saciar a “fome” de outra meia-dúzia.

Nuno Costa

Tuesday, June 16, 2009

Garage Inc. Sessions - Antigo Bar Académico em Ponta Delgada abre portas ao Heavy Metal

O renovado espaço do antigo Bar Académico, em Ponta Delgada, recebe no dia 27 de Junho a primeira “Garage Inc. Session”. Esta contempla as actuações dos locais Summoned Hell, Neurolag e Sanctus Nosferatu. O início dos espectáculos está marcado para as 22h00 e a entrada custa 2.50€ com oferta de uma bebida. Haverá ainda after-hour com cerveja a 0.50€ e sorteio de shots.

Review

SARKE
“Vorunah”

[CD – Indie Recording / Fiomúsica]

Thomas Berglie, mais conhecido por Sarke no mundo musical, é a cara e alma deste projecto que serve para o baterista dos Tulus, Khold, Sensa Anima, Old Man’s Child e ainda Valhall, expressar a sua devoção pelas bandas que o inspiraram a entrar na música. Um gesto comum hoje em dia em músicos experientes que atingem um certo patamar na sua carreira em que precisam de expressar a sua criatividade de forma individual e sem “interferências” exteriores. Ainda assim, os dotes vocais do músico não são conhecidos, daí que tenha juntado o útil ao agradável de ter uma voz icónica e adequada a este disco como a de Nocturno Culto – sim, ele mesmo, dos Darkthrone - em todo “Vorunah”.

Com uma dupla que não passa indiferente, este disco pode soar a uma prioridade nas colecções de qualquer apreciador de black metal. O melhor disso tudo, é que com um background e com as convicções que se reconhece destes dois músicos eles continuam a não demover-se do seu universo musical conservador. Retro, primitivo, tradicional, são também outros dos adjectivos que representam bem o primeiro sopro deste projecto. Tendo como inspiração bandas como Mayhem, Celtic Frost, Darkthrone, Slayer, Motörhead, Death ou Candlemass é só imaginar uma pequena fracção de cada uma das suas vértebras para compormos a espinha dorsal de “Vorunah”; um disco nostálgico de um passado em que a técnica até era secundária, mas o espírito, dizem alguns, era mais honesto e profundo.

Para além disso, é óbvio que não falta muito sentimento necro neste disco, mas também uma melodia suavizante que aqui e ali nos são concedidas através do piano. Desengane-se, portanto, quem está à procura de um trabalho de black metal de produção cheia, modernaça, a arrebatar com a sua imagem. Aqui tudo isso fica para segundo plano, o misantropismo instala-se, o que para preservar o legado de um movimento é óptimo. Um válido registo para os que estão menos familiarizados com a origem crua do black metal. [8/10] N.C.

Estilo: Black/Thrash/Doom/Punk Metal

Discografia:
- “Vorunah” [CD 2009]

www.myspace.com/sarkeofficial

Canker + Raven Soul - Este sábado em Leiria

Os Canker e Raven Soul actuam no próximo dia 20 de Junho [sábado] no Beat Club, em Leiria. As duas bandas da cidade do Liz prometem rock alternativo e metal gótico a partir das 23h00. O bilhete custa 5€. Entretanto, esta que era a também a data de lançamento do EP dos Raven Soul, “100 Bleeding Hearts”, fica cancelada “por motivos alheios à banda”. Assim sendo, esta garante que actuará mas não focará tanto o seu concerto neste lançamento.

Gwydion - Nova tournée europeia e presença em compilação da Metal Hammer

Talvez sem darmos bem por eles, a verdade é que os Gwydion serão possivelmente das bandas de metal nacionais com mais actividade de palco nos últimos tempos, nomeadamente fora do país. Antes de voltarem a partir à “conquista” da Europa, estes lisboetas praticantes de death/folk metal actuam no dia 31 de Julho no In Live Caffe na Moita. Os convidados são os The Spektrum e os Incoming Chaos. Depois disso, a banda embarca na Destroying Europe Tour 2009 juntamente com os The Shinning, Finsterforst, Ashaena e Sarkom, tendo passagens marcadas pela Alemanha, Polónia, Roménia, Bulgária, Grécia, Sérvia, Itália, França, Croácia e Eslováquia, num total de 15 datas entre 14 e 30 de Agosto. Entre outras notícias, dá-se conta de que já está disponível no site da Metal Hammer a compilação Battle Metal Volume 8, promovida pela reconhecida revista inglesa, onde os Gwydion participam com o tema “Turning Of The Wheel”.

Tuesday, June 09, 2009

VI Aniversário SounD(/)ZonE - Hugo Andrade fala da experiência nos Açores

Por iniciativa própria e para nossa surpresa, Hugo Andrade - vocalista dos Switchtense - decidiu enviar-nos uma missiva com um agradecimento pela sua vinda aos Açores no âmbito do espectáculo do sexto aniversário da SounD(/)ZonE que decorreu em S. Miguel no passado dia 16 de Maio. Se para nós já é grande motivo de satisfação poder continuar a organizar este tipo de eventos, perante as habituais dificuldades, fazê-lo com intervenientes deste carácter – humilde e sincero – acende em nós a vontade de continuar a trabalhar. Retribuímos também todas as lisonjas que se seguem, em meu nome e em nome do público que, acredito, também captou a aura deste grupo da Moita e retribuiu, como se viu, com grande espírito de camaradagem antes, durante e depois do espectáculo. Ficam os votos mais sinceros de que oportunidades dessas se voltem a repetir.

Foi com enorme prazer, orgulho e grande satisfação que recebemos o convite do Nuno Costa, visando a nossa participação no VI aniversário da SounD(/)ZonE.Vale a pena referir que o Nuno e a sua publicação sempre foram um meio de divulgação usado por nós para promover o nosso trabalho, a nossa banda. O Nuno acompanhou sempre de muito perto o nosso trabalho, sempre apoiou os Switchtense em tudo o que conseguiu, e nós sempre seguimos de perto a webzine que ele tão bem conduz. Por todos estes motivos, alegrou-nos bastante o convite e não podíamos recusá-lo. Mais uma vez, o Nuno permitiu que alargássemos os nossos Horizontes... Ir tocar aos Açores dava-nos a certeza de ir ao encontro de um público onde a maioria iria ver-nos ao vivo pela primeira vez.

Contudo, a nossa visita foi bem mais que um mero concerto e, por tudo isto, estamos aqui a relatar na primeira pessoa, os nossos dois dias passados na fantástica ilha de S. Miguel! Agradecemos profundamente ao Nuno Costa, ao Nuno "Terceirense" [baixista Stampkase] à Debora, à Sofia, ao Carlos [grande motorista/guia] pela fantástica recepção que tivemos no dia 15 Maio. Era aniversário do nosso guitarrista Neto e fomos logo presenteados com um passeio que nos permitiu ver coisas únicas que só mesmo aí em S. Miguel se podem sentir! Desde as grandes paisagens às espectaculares e fumarentas Furnas, passando pelos jacuzzis de água quente em via pública, todos os sítios que nos mostraram naquela tarde são dignos do melhor quadro!

Ficámos alojados na Casa do Artista, uma casa muito simpática bem perto do local do concerto. O à vontade com que nos trataram foi sempre demais e passadas umas horas já parecia que estávamos em casa! Isto demonstra o prazer que a malta também sentiu em ter-nos ali.Passámos uma noite bem tranquila, com direito a bolo de aniversário para o Neto, malhámos umas cervejas e conviveu-se um bocado! Sábado de manhã fomos logo directos ao Baía dos Anjos para deixar o material e fazer o teste de som. A seguir, almoço e tempo para mais uns passeios ou uma sesta. A noite aproximava-se e devido a um atraso no restaurante não consegui ver o concerto dos Oppressive! Vi que já estava muita gente no recinto e que o pessoal estava a aderir e pronto para a festa.

Os Stampkase deram um bom espectáculo. Nota-se que o pessoal curte a banda e não arredaram pé da frente do palco!São muito coesos e mostram que gostam do que fazem! Espero sinceramente que consigam gravar o tão ambicionado álbum de estreia e que o possam vir mostrar ao continente... Estou certo que farão aqui fãs para a sua música.

O nosso concerto não podia ter corrido melhor. Pese embora as condições de som não serem as melhores, o que é certo é que rapidamente isso passou a ser um problema com pouca relevância, isto porque fomos recebidos de uma maneira tão brutal e simpática que só podíamos dar o nosso melhor para retribuir tal recepção! Curtimos bastante o concerto... Tocámos o disco na totalidade, tivemos que pedir palhetas e baquetas que, entretanto, já tínhamos dado, de volta ao público para tocarmos a última música! Foi uma perfeita simbiose o que ali se passou.... tanto durante o concerto como nos momentos que lhe seguiram!

Conhecemos pessoal altamente, bebemos copos com mais malta ainda, falámos de coisas sérias, menos sérias e tudo o mais... A noite acabou já com “ar de dia” e fomos dormir [ou algo parecido] umas duas horas antes do Nuno [um zombie também àquela hora] nos ir levar ao Aeroporto.

Uma experiência fantástica, com um pessoal ainda mais fantástico! Um grande obrigado a todos por tudo... Foram dois dias brutais que não esqueceremos por certo!

Hugo Andrade
Switchtense

VI Aniversário SounD(/)ZonE - Filmagens de concertos na íntegra

A SounD(/)ZonE disponibiliza na sua barra lateral os vídeos, na íntegra, dos concertos dos Switchtense e Oppressive no VI aniversário da nossa zine. As imagens foram gentilmente captadas pelo site açoriano Acorestube.com, a quem endereçamos, uma vez mais, um agradecimento por proporcionarem esta simpática recordação.

Monday, June 08, 2009

Review

CRIMFALL
“As The Path Unfolds…”
[CD – Napalm Records / Fiomúsica]

Anunciar mais uma banda de epic folk metal quando o estilo se torna particularmente mais popular, mas a fórmula criativa [como aliás seria de esperar quando a coisa se torna trendy] começa a ficar repetitiva e pouco entusiasmante, pode causar sentimentos claramente ambíguos. De uma parte a estratégia comercial da editora [ou até da banda] pretensiosa de mais para convencer o menos exigente dos consumidores, mas do outro a consciência de que bons trabalhos têm saído desta “cantera”, nomeadamente finlandesa, e que há que, ainda de ânimo algo pesado, dar uma oportunidade a certos a projectos.

Este é muito jovem e estreia-se logo na casa da influente Napalm. Nem mesmo esta é infalível nas suas apostas, mas aqui a pontaria não foi muito ao lado. Orquestrações imponentes, dicotomia bela-monstro, melodias penetrantes e peso, também ele e ainda bem, em dose muito aceitável. Numa apresentação sumária dos elementos que condimentam este projecto tudo pode parecer banal, e não estará muito distante disso, mas há detalhes como a voz torpe de Mikko Häkkinen em simbiose com a voz, felizmente não soprano, mas sim doce e muito personalizada, ainda que plena de força, as orquestrações dignas das melhores bandas-sonoras de filmes medievais e a curiosa capacidade de se soar fácil de digerir mas estar ainda distante de uma produção mainstream em que todos os refrões são pensados ao milímetro para constituírem singles arrebatadores.

Há uma sobriedade e um talento aqui cativantes apesar de todos os tiques do género cá constarem. Contudo, para uma estreia e para uma banda com apenas dois anos seria difícil pedir muito mais… e o que já oferecem é digno de registo. [8/10] N.C.

Estilo: Epic/Folk Metal

Discografia:
- “Burning Winds” [Demo 2008]
- “As The Path Unfolds…” [CD 2009]

Muse - Regressam a Portugal em Novembro

Os britânicos Muse têm regresso marcado a Portugal para o dia 29 de Novembro no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. A banda multi-galardoada e que já esgotou o estádio do Wembley por duas vezes, vem apresentar ao público nacional o seu quinto álbum de originais, “The Resistance”, que tem data edição marcada para Setembro próximo. Os bilhetes estarão à venda a partir de amanhã [9 de Junho] nos locais habituais, entre os 30€ e os 40€.

I Sábado Negro - Trevas sobre Casa de Lafões em Junho

O último sábado de Junho [dia 27] é “negro” na Casa de Lafões, em Lisboa. Isto por "culpa" das actuações dos Adamantine, Revage, Motörpenis e Celtic Dance. Comunica-se que os horários dos espectáculos serão cumpridos à risca, começando impreterivelmente às 17h30 e terminando às 20h30. As entradas custam 5€.

Bubonic Productions - Exclusivamente dedicada ao Doom Metal

A editora nacional Bubonic Productions comunica que passa a ser especializada em Doom Metal, deixando os lançamentos na área do Black Metal para a sub-editora Discipline Productions. Por esta última estará disponível para o final do mês um split-CD com os Dolentia e Tumulum. Pela Bubonic Productions, a mais recente novidade é o pacote t-shirt+cassete+poema de Conde F. dos Defuntos. Esta edição é limitada a 30 pacotes. Qualquer encomenda deve ser feita pelo e-mail bubonicprod@gmail.com.

Saturday, June 06, 2009

Fueled By Fire - Encerram XII SWR esta quarta-feira em Braga

Os norte-americanos Fueled By Fire são os convidados de honra para o concerto de encerramento do XII SWR Barroselas Metal Fest a decorrer no próximo dia 10 de Junho na Junta de Freguesia de Panoias, em Braga. O jovem grupo lançou recentemente "Spread The Fire" pela Metal Blade, revelando-se uma surpresa no espectro do thrash metal revivalista. Este espectáculo traz ainda a Portugal os italianos Neurasthenia e dá oportunidade aos nacionais Mr. Myagi, Assassinner e Valium de participar nesta cerimónia de encerramento daquele que é o mais importante festival underground do país. As "hostilidades" abrem-se às 20h00 e os bilhetes podem ser adquiridos à porta do recinto por 8€.

Friday, June 05, 2009

Benediction - No "Countdown To Caos Emergente" no Porto

Os britânicos Benediction revisitam o nosso país no dia 4 de Julho num acto promocional do Caos Emergente. Esta contagem decrescente para o festival de Recarei, será acompanhado pelas actuações dos nacionais Pitch Black e Secrecy. O Cinema Batalha, no Porto, fará ecoar a música destes três artistas a partir das 16h00 à condição de 20€ à entrada. Para o dia anterior está ainda marcada uma data para o Cine-Teatro de Corroios, da qual ainda há pouca informação.

Review

THE BURNING
“Rewakening”

[CD – Massacre Records/Fiomúsica]

Irreverentes por natureza, os dinamarqueses The Burning estão de regresso para quebrar convenções. Contudo, não para progredir num caminho artístico pessoal ou global. Primam e reclamam, sim, pela simplicidade da coisa. Ora se às vezes a solução pode ser essa para desanuviarmos de tanta técnica, nota e estruturas complexas, criar algo simples e apelativo é cada vez mais um grande desafio, intimidador até. Por conseguinte, não está à altura de todos...

O que podem esperar a este segundo assalto deste quarteto de Aarhus, é mais uma dose de groove triturador acoplado a um death/thrash metal americanizado sempre determinado e de atitude muito directa. Os riffs são densos e fáceis de digerir, as batidas minimalistas – até os blast beats são lentos –, o baixo distorcido e lamacento e a voz alterna entre um registo hardcore semi-rouco, de palavras bem perceptíveis, e um gutural bastante espesso. Num quadro destes, pode ser extremamente aborrecido para alguns perceber que pouco se passa em termos instrumentais, mas para aqueles que apenas querem soltar uns headbangings e sentir um enorme peso distorcido a cair-lhe sobre os ombros, daquele que é sugerido por uns Crowbar ou Illdisposed em alguns momentos, este disco pode ser um achado.

Porém, entre tanta “simplicidade”, estes nórdicos conseguem mostrar-se muito astutos em termos de composição, apresentando bastantes variações rítmicas e breaks inteligentes – isto tudo no meio do tal minimalismo; confuso? Por outras palavras, a banda está bastante lúcida e sabe da necessidade de evitar a monotonia mesmo querendo preservar as raízes do seu som. Neste aspecto, os The Burning acabam por ganhar a nossa simpatia. A honestidade, determinação e até humildade com que defendem a sua arte é de louvar, não obstante ficarmos sem perceber os resultados que a sua música pode ter numa camada actual de ouvintes cada vez mais exigente. [6/10] N.C.

Estilo: Death/Thrash/Groove Metal

Discografia:
- “Storm The Walls” [CD 2007]
- “Rewakening” [CD 2009]

www.theburning.dk

www.myspace.com/theburningdk

Dying Fetus - Depravação em Setembro

Os Dying Fetus estarão de volta aos discos no dia 21 de Setembro, altura em que lançam “Descend Into Depravity” pela Relapse Records. O sétimo álbum de originais da banda de Death Metal de Baltimore foi gravado nos Wright Way Studios com o produtor Steve Wright na cidade natal da banda. Entretanto, esta não descansa e parte já hoje para uma extensa digressão mundial, com arranque nos Estados Unidos pela Summer Slaughter Tour com os colegas de editora Origin e Necrophagist. Segue-se, em Agosto e com a duração de um mês, a Decimation Of A Nation Tour com os Hatebreed e Chimaira, nos Estados Unidos, e Cannibal Corspe, na Europa. No velho continente, há datas que contemplam também as participações dos Obscura, Evocation, Annotations Of An Autopsy e Trigger The Bloodshed. Em breve será conhecido o artwork de “Descend Into Depravity”.

Thursday, June 04, 2009

Review

THYRFING
“Hels Vite”
[CD – Regain Records / Fiomúsica]

Precursores de uma cena black metal de cariz folclórico, os suecos Thyrfing editaram já em 2008 o seu sexto álbum de originais. Uma personalidade e som distintos puseram já há muito esta banda num lugar superior de destaque, sendo que não se estranha a qualidade preservada a cada trabalho que se segue. “Hels Vite” não é excepção, e até a estreia do vocalista Jens Rydén é gloriosa ou não fosse ele o ex-vocalista e um dos fundadores dos conterrâneos Naglfar. Vemo-lo berrar com igual ou maior visceralidade e/ou sofrimento do que o retirado Thomas Väänänen – chega a arrepiar em alguns momentos.

Em termos de conceito musical, “Hels Vite” acaba por revelar uma nova faceta deste grupo, sendo que se deixa cair numa obscuridade de sentimentos invulgar se olharmos para o seu percurso. Por outro lado, mais directos e simples ritmicamente, conseguem tornam-se mais catchy. Sim, mesmo com menos arranjos folclóricos os Thyrfing conseguem agarrar-nos com veemência para um caldo de sentimentos depressivos mas extremamente contagiante.

Este já não é um disco tão aventureiro como “Vansinnesvisor” nem tão folclórico como os seus três primeiros trabalhos, mas é indiscutível que os Thyrfing, agora mais “presos” a um black metal minimalista, compassado e groovy, com arranjos épicos e orquestrações regadas de melodias magnânimes e um sentimento pesaroso palpável no doom e no gótico, transformam “Hels Vite” num capítulo marcante na sua discografia. Provavelmente, o mais obscuro. Esta experiente equipa demonstra aqui na perfeição como manter-se interessante ao fim de 14 anos de carreira, remodelando alguns aspectos mas nunca perdendo por completo a marca que os tornou reconhecidos. [8/10] N.C.

Estilo: Black/Folk Metal

Discografia:
- “Thyrfing” [CD – 1998]
- “Valdr Galga” [CD 1999]
- “Urkraft” [CD 2000]
- “Vansinnesvisor” [CD 2002]
- “Farsotstider” [CD 2005]
- “Hels Vite” [CD 2008]

www.thyrfing.com

Marduk - Funeral Nation Tour passa por Portugal

Os suecos Marduk estarão de volta a Portugal nos dias 15 e 16 de Outubro ao Teatro Sá da Bandeira e Incrível Almadense, respectivamente, acompanhados pelos polacos Vader, pelos italianos Fleshgod Apocalyspe e ainda por outras bandas a anunciar. Estes espectáculos inserem-se na tournée europeia de promoção ao seu décimo primeiro disco a editar em Setembro. Entretanto, ainda se desconhece o preço dos bilhetes.