Monday, July 12, 2010

Friday, June 11, 2010

Intermissão

Se eventualmente alguém se questionou se desaparecemos do mapa, vimos explicar que a recente ausência de actualizações se deve ao facto de estarmos a preparar uma nova "casa" para a SounD(/)ZonE. Como tal, e como os meios são sempre poucos, prevê-se que este processo demore mais alguns dias. No entanto, esperamos que valha a pena. Agradecemos [sempre] a quem continua aí deste lado atento ao nosso trabalho.

Melhores cumprimentos,
Nuno Costa

Sunday, May 23, 2010

Passatempo Live Summer Fest 2010 - Resultados

Está fechado o passatempo que sorteava cinco entradas duplas para a próxima edição do Live Summer Fest, a decorrer nos dias 4 e 5 de Junho, em Ponta Delgada.

A resposta correcta à pergunta colocada é:

Que bandas e artistas regionais participaram no Live Summer Fest até à data?
Hiffen, Morbid Death, One Second, Anomally, João Freitas, Gualter Honrado.

Vencedores:
- Dania Silva
- Luís Costa
- Miguel Aguiar
- Patrícia Aguiar
- Tiago Alves

Thursday, May 20, 2010

Sorteio de entradas para o Live Summer Fest 2010

A SounD(/)ZonE em parceria com a organização do Live Summer Fest está a sortear cinco entradas duplas a quem responder mais rapidamente à seguinte pergunta:

Que bandas e artistas regionais participaram no evento até à data?

Envie a sua resposta para o e-mail nuno_soundzone@yahoo.com.br.

Metal Gate - Evento solidário para com as crianças abandonadas

A discoteca Império Romano, na Marinha Grande, acolhe no dia 2 de Junho o espectáculo Metal Gate que visa angariar fundos para a Associação Girassol, um centro de acolhimento para crianças abandonadas e mal tratadas. A ajudar nessa causa estão os Cryptor Morbius Familly, The Last Day On Earth, The Archaist, Ventas de Exterko e Ramp. Os bilhetes custam 8€ ou 7€, se comprados antecipadamente no blogue da organização. O evento tem início pelas 20h30.

Wednesday, May 19, 2010

Review

NEVERMORE
“The Obsidian Conspiracy”
[CD – Century Media]

São daquelas bandas de personalidade inabalável. Repare-se até, feito notável, mantêm o seu núcleo duro basicamente desde a sua formação, em 1991. Uma voz inconfundível e um trabalho de guitarra tão versátil e arrojado como só Jeff Loomis é capaz de assinar, fazem dos Nevermore uma entidade quase impossível de caracterizar por termos ou conceitos pré-estabelecidos. São Nevermore… e assim continuam.

Já não restam dúvidas que ao fim de sete álbuns este quarteto de Seattle já nada tem a provar e sabe que explorando a própria estranheza da sua identidade encontra a sua grande imagem de marca. Entretanto, o groove, a pujança, a técnica e a melodia continuam lá, bem como a emocionalidade e sentido épico na voz de Warrel Dane. Alternando inteligentemente em termos de dinâmica, aliás, como sempre, os Nevermore concebem riffs esmagadores como os de “And The Maiden Spoke”, “Without Morals”, “She Comes In Colors” ou “The Obsidian Conspiracy” ao mesmo tempo que conseguem tocar-nos com a profunda melancolia de “The Blue Marble And The New Soul”, onde as letras de Dane ajudam grandemente, bem como os solos retro de Loomis. Já os refrões de “Termination Proclamation” e “Emptiness Unobstructed” são sacados em “laboratório” e prometem provocar coros arrepiantes ao vivo.

Para uma média tão alta em termos qualitativos no percurso de uma carreira, um álbum como “The Obsidian Conspiracy” acaba por não ser revolucionário, mas promete certamente manter a “alta rotação” e oferece alguns dos temas mais sólidos que os Nevermore alguma vez escreveram. [8/10] N.C.

Estilo: Progressive/Groove Metal

Discografia:
- “Nevermore” [CD 1995]
- “The Politics Of Ecstasy” [CD 1996]
- “Dreaming Neon Black” [CD 1999]
- “Dead Heart In A Dead World” [CD 2000]
- “Enemies Of Reality” [CD 2003]
- “This Godless Endeavor” [CD 2005]
- “The Obsidian Conspiracy” [CD 2010]

www.myspace.com/nevermorefans

Dark Wings Syndrome - Estreia em álbum pela Ethereal Sound Works

O álbum de estreia dos Dark Wings Syndrome, banda de prog rock/metal do Porto, intitula-se “Arcane” e será lançado este ano pela Ethereal Sound Works. David Castillo [Katatonia, Bloodbath, KLIMT 1918, Draconian] foi o responsável pela mistura e masterização nos Ghostward Studio em Estocolmo, na Suécia. Já a captação do disco foi feita entre o Teatro Construção [ATC], DWS Studios e 213 Studios com supervisão de Rui Ferreira [Dark Wings Syndrome] e Bruno Silva [Heavenwood]. Entretanto, o tema “Spiritual Emotions”, em versão “pré-produzida”, já está disponível para escuta no Myspace da banda.

SWR.Inc / I Am Rock - Agenda para os próximos meses

Aluk Todolo [Fra] e Alto de Pêga fazem arrancar amanhã uma programação mensal prescrita pela SWR.Inc e I Am Rock para Maio no Insólito Bar, em Braga, a partir das 22h00. Um dia depois é a vez dos The Fox e The 1696 Revolutionary Orgy, a partir das 00h00. Na próxima quarta-feira, dia 26 de Maio, visitam a sala bracarense os Wormrot [Sing] e Vai-te Foder, a partir das 22h00. Esta calendarização cessa no dia 29 com as actuações dos Noiserv e One Starving Day [Itá], a partir das 00h00. Tirando essa última ocasião, em que as entradas custam 6€, os bilhetes custam 4€. Já em Junho, é a vez de actuar no Porto-Rio, no Porto, os Between The Buried And Me e Plus Ultra, a partir das 22h00. Os bilhetes custam entre 15€ e 18€. No dia 8 de Julho, Converge, We Are The Damned e Before The Torn invadem o Revolver Bar, em Cacilhas, a partir das 22h00. O preço dos bilhetes varia entre os 20€ e 25€. Estas últimas duas datas são da responsabilidade da SWR.Inc.

Tuesday, May 18, 2010

Entrevista La Fin Du Monde

O FIM NÃO É AQUI
"Boa música é boa música, independentemente do género".

Fazer parte de uma cena em franca expansão e inevitavelmente a roçar já alguma diluição criativa pode tornar-se problemático tanto para as bandas mais jovens como para as mais emblemáticas. Todavia, a existência dos La Fin Du Monde justifica-se. Dois baixos, duas guitarras e uma bateria criam um emaranhado de ambientes ora mais harmonioso ora mais psicadélico, e enfatizam uma costela progressiva mais tradicional que ajuda grandemente a fortalecer a sua identidade. Oriundos de Chico, na Califórnia, área demarcada pela referência Isis, assinaram recentemente o seu segundo longa-duração, intitulado “Monolith”. Foi este o pretexto para a conversa com o baixista Mike Crew.

Quando decidiram reactivar a banda houve como que um sentimento de traição para com o vosso amigo Jeremy Roots?
[risos] Não propriamente. Ele ficou feliz de saber que íamos continuar com a banda e mantivemos a nossa forte amizade. Ele até tem um projecto novo muito interessante, chamado Fear Of Ghosts. Nós todos desejamos estar aptos para contribuir com este projecto.

Em que aspectos se consideram peculiares no espectro imenso e emergente do post-rock/metal?
Para dizer a verdade, não pensamos muito nisso. Quando enveredámos por essa “cena” esta não dava qualquer sinal de expansão e era muito raro surgir bandas instrumentais. Pelo menos no que diz respeito às bandas com que tocámos… Hoje em dia parece haver muito mais bandas a praticar esse tipo de som. Não te podes desviar dos teus princípios para atingir algo ou as coisas acabam por soar artificiais. Nós apenas tentamos compor segundo ideias que nos surgem naturalmente e somos honestos para com elas. Eu acho que as pessoas se preocupam demasiado com géneros. Boa música é boa música, independentemente do género.

Que estado de espírito é necessário para se compor para os La Fin Du Monde? Trata-se apenas de deixar fluir ideias?
Sim, em alguns aspectos. Nunca aconteceu um de nós escrever um tema inteiro. Normalmente alguém aparece com uma ideia e juntos pegamos nela para ver até onde nos leva. Este processo pode ser muito moroso, mas dessa forma todos damos um contributo aos temas. Nós deixamos mesmo as ideias fluir, mas ao mesmo tempo somos muito meticulosos com os detalhes.

Vocês têm a grande particularidade de terem dois baixistas. Como se proporcionou essa situação e quais as preocupações ao compor sob esta configuração?
Antes de formarmos os La Fin Du Monde todos fizemos parte de duas bandas que passaram a vida a tocar juntas. Quando estas bandas acabaram decidimos fazer umas jams. A ideia dos dois baixistas veio daí. Todavia, nós nem pensamos muito nessa situação. O Josh [baixista] e eu temos estilos muito diferentes mas complementares. Portanto, a coisa acaba por funcionar. Para além disso, ter dois baixistas ajuda a libertar os guitarristas para fazer o que quer que seja sem a preocupação de terem que segurar a parte grave de certa passagem. Isso também solta o baterista no sentido de explorar ideias diferentes sem ter que se "trancar" com um instrumento em particular.

Sendo os La Fin Du Monde uma banda instrumental, mas que não envereda pelo virtuosismo técnico, porque acham que as pessoas se interessam por vós?
Nós tentamos superar-nos sem perder a emocionalidade da nossa música. Gostamos de experimentar diferentes compassos, entre outras coisas, mas não queremos levar essa atitude demasiado longe e comprometer o feeling da música. Contudo, as pessoas podem dar mais ou menos atenção aos detalhes que quiserem. Está tudo aberto a diferentes interpretações.

Como reage, normalmente, o público ao vivo?
Obtemos diferentes reacções, desde pessoal que entra na onda connosco e está lá para rockar aos que estão de olhar pálido e braços cruzados. Nunca sabemos o que nos espera. Temos apenas de cumprir o nosso papel.

É de alguma forma expectável que possam adicionar um vocalista no futuro?
Não nos vejo a integrar um vocalista a tempo inteiro. No entanto, seria fixe colaborarmos com alguns amigos e ter alguns vocalistas convidados numa ou noutra faixa…

Tanto quanto me inteirei, os La Fin Du Monde mantêm um estatuto muito underground e independente, tocando em espaços muito pequenos maioritariamente na sua zona. Imaginam-se a crescer e a alcançar o grande público ou isso é incompatível com a essência da vossa música?
Ficaríamos felizes por sermos conhecidos pelas grandes massas, mas, realmente, não é algo que se coadune harmoniosamente com este género musical. Nós não nos desviamos do nosso trajecto para atingir um estatuto de “super banda indie”. Se pudéssemos chegar ao grande público e não tivéssemos que comprometer a nossa identidade musical seria excelente! Apenas fazemos o melhor que podemos com o melhor que temos.

Pode-se aceitar uma “cena” post/progressiva na Califórnia?
Parece haver um grande número de bandas deste tipo por aqui ou na costa oeste no geral. Os Isis serão o nome mais sonante dessa lista e estou certo de que servem de influência para muitas dessas bandas.

E para vós, quais são as maiores influências?
As nossas influências estendem-se a todo o mapa. Vou mencionar apenas algumas: King Crimson, The Cure, Yes, Pink Floyd antigo, Tortoise, Failure, Smashing Pumpkins, Nirvana, Radiohead, Sunny Day Real Estate, Portishead, Deftones, The Melvins, Neurosis, Chavez… E podia continuar aqui vários dias.

Como funcionam em termos de gravações e edições? É tudo feito por conta e meios próprios?
Para os últimos dois álbuns fizemos a captação num estúdio muito bom, em Cotati, chamado Prairie Sun. Depois fizemos overdubbs e adicionámos texturas, tanto na nossa sala de ensaios como na casa do nosso engenheiro. Portanto, as gravações foram todas auto-financiadas mas também feitas num bom estúdio.

Quando gravam fazem os possíveis para fazê-lo da forma mais natural e live possível?
Nós gravámos as pistas base ao vivo todos juntos na sala. Depois adicionamos alguns layers. Nós gostamos de um disco a soar orgânico. As coisas ficaram um pouco fora de controlo a partir do momento em que toda a gente passou a ter acesso ao Pro Tools e pôde adicionar milhões de coisas diferentes às suas faixas. Isso até pode ser bom, mas pode-se muito bem perder o feeling e a energia se se começar a tentar aperfeiçoar demasiado as coisas. Porém, parte da razão porque gravamos assim tem que ver com questões de orçamento. Quando não tens muito dinheiro ou tempo para gravar tens que fazer as coisas o mais eficiente possível. É muito bom gravar dessa forma, mas gostaria de diversificar um pouco mais na próxima gravação.

Segundo consta, vocês têm mais três discos. Fale-nos um pouco mais deles uma vez que não é fácil encontrar informação na internet.
Bom, o nosso primeiro registo é um EP ainda da altura em que o Jeremy Root estava na banda. Gravámo-lo na casa do nosso baterista e fizemo-lo super rápido. Está esgotado e, para dizer a verdade, nunca soou muito bem. Nós queríamos apenas ter algo editado. O nosso segundo álbum foi um EP de três temas que gravámos no colégio local. Também está esgotado mas podem ouvir um dos seus temas, “The Farce”, no nosso Myspace. O nosso terceiro lançamento trata-se de um disco intitulado “Life As It Should Be”, o qual ainda vendemos nos concertos e está disponível online através do CD Baby e do iTunes.

Têm algum plano para reeditar este material esgotado?
Não.

E quanto tempo podemos esperar para ouvir um novo álbum vosso?
Nós temos dois temas novos até agora. Eu gostava de escrever vários temas esse Verão e, provavelmente, um novo disco deve sair pouco tempo depois. Nós estamos sempre a tentar escrever e manter as coisas a progredir.

Nuno Costa

Metal Container - Nova edição esta sexta

A iniciativa Metal Container_No Ticket Night terá o seu quarto capítulo já na próxima sexta-feira, dia 21 de Maio, no Porto-Rio, no Porto, a partir das 22h30. Os protagonistas serão os Mr. Miyagi que aproveitarão a oportunidade para apresentar o seu novo trabalho, “Mr. Miyagi To The Bone”, os Death Will Come e os The Skrotes. O punk/hardcore será o “tema” musical. Depois dos concertos, a animação ficará a cargo de André [The Walking Dead] na mesa de discos. Como o próprio desígnio do evento deixa perceber, as entradas são livres, havendo, no entanto, cobrança de 3,5€ de consumo mínimo.

Monday, May 17, 2010

Live Summer Fest 2010 - Cartaz final divulgado

Ramp, Heavenwood e Dr1ve são os grandes atractivos da terceira edição do festival Live Summer Fest, a realizar nos dias 4 e 5 de Junho na Alameda do Mar em Ponta Delgada, ilha de S.Miguel. Para além destes projectos, oriundos do continente, o cartaz fica fechado com a “prata da casa”: Crossfaith, Plastic Music Project e Connection. Este evento demarca uma vez mais a sua vertente solidária promovendo associações como a FEDRA [Federação das Doenças Raras de Portugal] e a Caritas Açores. Os espectáculos terão início pelas 21h00, seguidos de uma after-party no Bar Baia dos Anjos. O bilhete diário custa 3.50€ e podem ser adquiridos no local ou no Bar Baia dos Anjos.

Ronnie James Dio - Morre um dos maiores ícones da música de peso

O “impensável” aconteceu. Um dos pais do Heavy Metal, Ronald James Padavona, mais conhecido por Ronnie James Dio, faleceu às 07h45 de ontem, em Houston, Texas, sucumbindo à luta contra um cancro no estômago que lhe havia sido diagnosticado no ano passado. A sua esposa e gestora de carreira, Wendy Dio, publicou o seguinte comunicado no site oficial do vocalista: “ Hoje o meu coração partiu-se, Ronnie faleceu às 7h45 de 16 de Maio. Inúmeros amigos e familiares tiveram oportunidade de dizer-lhe adeus em privado antes de ele partir em paz. O Ronnie sabia o quanto era amado por todos. Admiramos imenso o amor e apoio que nos tem sido dirigido. Pedimos, por favor, alguma privacidade nos próximos dias para lidar com essa perda terrível. Saibam que ele amava-vos a todos e a sua música perdurará para sempre”. Entretanto, têm surgido comentários em catadupa em relação a este acontecimento, vindos de fãs, amigos e altas personalidades da música, concretamente de “peso”, que podem ser conferidos especialmente na internet. “The Devil You Know”, de 2009, é o último registo do norte-americano, nascido em Portsmouth, New Hampshire, em 1942, que até popularizou os “devil’s horns”. Este disco foi assinado pelos Heaven & Hell, uma espécie de segunda encarnação dos Black Sabbath, onde ainda constavam Tony Iommi, Geezer Butler e Vinnie Appice. O colectivo tinha, inclusive, marcada uma data para Portugal no próximo Optimus Alive!. Dio começou a sua carreira como baixista dos The Vegas King e ficou famoso por ter passado pelos Black Sabbath, Rainbow, Elf mas também pela sua carreira a solo. Já na passada sexta-feira, e segundo a revista Modern Drummer, faleceu também o ex-baterista dos Twisted Sister, Joe Markowski, com 57 anos. Reputado professor de bateria nos anos 70, em Nova Iorque, instruiu músicos como Bobby Rondinelli [Black Sabbath, Rainbow] e Joe Franco [Good Rats, Twisted Sister].

Thursday, May 13, 2010

Slash - Estreia a solo em Portugal

O mítico ex-guitarrista dos Guns’N’Roses, Slash, apresenta o seu primeiro álbum a solo, homónimo, nos dias 22 e 23 de Junho no Coliseu do Porto e Lisboa, respectivamente. Este far-se-á acompanhar de Myles Kennedy, vocalista dos Alter Bridge, que colaborou nesta estreia à semelhança de Iggy Pop, Ozzy Osbourne, Ian Astbury, Andrew Stockdale [vocalista dos Wolfmother], Chris Cornell, entre outros. Os bilhetes já se encontram à venda nos locais habituais entre os 29€ e os 34€. Em ambas as datas os espectáculos têm início às 21h00.

VIII Blindagem Metal Fest - Bandas nacionais em celebração de programa de rádio

A Costa de Prata na cidade de Ílhavo [a poucos minutos da cidade de Aveiro] acolhe no dia 29 de Maio [sábado] o VIII Blindagem Metal Fest, organizado pelo staff do programa de rádio com o mesmo nome, a emitir a partir da Rádio Terranova, 105.0 FM. O albergue deste evento é na Associação Cultural e Desportiva “ Os Ílhavos” onde Pitch Black, The Ransack, Demon Dagger, Estado de Sítio e Unblessed Ark subirão ao palco a partir das 22h00. Os bilhetes custam 5€ e apenas poderão ser adquiridos no próprio dia no local do concerto. As entradas estão a limitadas a 400 pessoas.

Darkside of Innocence - Anunciam título de novo álbum

“Shephiroth Complex”, assim se chama o segundo álbum dos sintrenses Darkside of Innocence ainda com data de lançamento por definir. Entretanto, a sua capa já está concluída, tendo sido concebida por Andrej Bartulovic. É ainda possível ficar a conhecer um pouco mais do conceito deste disco no Myspace da banda.

Crónica

A ELITE DOS METALEIROS ENDINHEIRADOS

Nos anos mais recentes aumentou a oferta de eventos de Metal inacessíveis à generalidade das bolsas, que a recessão mundial se encarregou de agravar, não obstante os atractivos fornecidos. Os médios e grandes festivais europeus são disso exemplo. Apesar dos incentivos oferecidos pelos organizadores e promotores (acampamento e estacionamento gratuitos, pacotes promocionais, ofertas várias, vouchers e outros descontos, etc.) os fãs desembolsam pequenas fortunas em bilhetes, viagens, estadias, comida, bebida e merchandise. Nem os melómanos residentes nos países organizadores escapam ao genocídio da sua economia doméstica.

Assola-nos então a pergunta óbvia: estará o Metal a tornar-se um género musical elitista? Obviamente que não, dado a oferta lúdica e cultural em torno do Som Eterno englobar numerosas soluções dirigidas aos vários estratos socioeconómicos. Porém, é verdade que, à semelhança das outras formas artísticas, a oferta lúdica e cultural disponível tende naturalmente a especializar-se ao mesmo tempo que se expande, disponibilizando os operadores produtos e serviços dirigidos a públicos-alvo segmentados por classes económico-sociais. Ao contrário do que alguns puristas fanáticos defendem, não é o aumento da oferta cultural dirigida às elites metaleiras que torna o género mais falso ou mainstream.

De facto, os fãs economicamente independentes, com salários superiores à média e poder de aquisição correspondente, formação superior, bem sucedidos em termos profissionais, não raras vezes assumindo cargos de topo ou intermédios, tornaram-se nos anos mais recentes um nicho de mercado particularmente apetecível, atraindo empresas prestadoras de serviços de luxo e outras gamas altas no sector do entretenimento e do lazer. Ou seja, está em marcha a criação de novos modelos de negócio, inovadores, com produtos e serviços de elevada qualidade e grau de personalização dirigidos a um público exigente, dotado de enorme potencial consumista.

70 mil toneladas de Metal flutuante
A mais recente prova da tendência foi o anúncio do inovador cruzeiro/festival temático flutuante 70000 Tons of Metal (www.70000tons.com), a realizar entre 24 e 28 de Janeiro de 2011 a bordo do luxuoso transatlântico Majesty of the Seas com partida de Miami, na Flórida (EUA), escala em Cozumel, no México, e regresso a Miami. Ao longo dos cinco dias e quatro noites que dura a viagem 40 bandas farão a bordo dois espectáculos cada, em vários palcos ao ar livre e em salas fechadas, prevendo-se a realização de oito concertos diários (no momento em que redijo estas linhas - iniciadas a 2 de Abril - está confirmada a presença dos Moonspell, Death Angel, Saxon, Amon Amarth, Epica, Stratovarius, Obituary, Trouble, Finntroll, Sodom, Sonata Artica, Raven, Uli Jon Roth, Swashbuckle e Witch Burner, assegurando uma ampla e diversificada oferta musical). Além dos espectáculos realizar-se-ão workshops, sessões de autógrafos, festas de karaoke e eventos análogos.

Durante o cruzeiro dois mil passageiros/fãs irão partilhar o mesmo espaço que as bandas 24horas por dia, num conceito de backstage pass ilimitado. A calendarização dos eventos será conhecida algumas semanas antes da partida, assegurando a canadiana Ultimate Music Cruises Inc. (www.umcruises.com), organizadora do evento, que as mesmas duas bandas não actuarão em simultâneo mais de uma vez, garantindo assim que os fãs tenham possibilidade de ver todos os grupos ao vivo. Os preços variam entre os 666 dólares (cerca de 498€) e os 2999 dólares (2241€) por cabeça, conforme a localização dos quartos e das suites, bem como do número de pessoas e de camas por cada espaço de alojamento.

Sendo este conceito particularmente atractivo, e fazendo fé na designação da empresa organizadora, facilmente depreendo que outros cruzeiros temáticos baseados noutros géneros musicais poderão ser igualmente uma realidade. Ou, quem sabe, a repetição do evento 70000 Tons of Metal, se a receptividade dos fãs o justificar. O potencial é enorme, “matéria-prima” – vulgo bandas - não falta, público (aparentemente) também não (a julgar pelo animado fórum alojado no site do evento) e as ideias abundam. Aguardo expectante a oferta que a Ultimate Music Cruises Inc. nos reservará no futuro.

A título de curiosidade, permitam-me enunciar as características distintivas que fazem do megalómano Majesty of the Seas uma verdadeira pérola dos mares. Alvo de uma remodelação em 2007 na ordem dos 36 milhões de dólares o transatlântico, explorado pela Royal Caribbean International, pesa 73,941 toneladas, mede 282 metros de comprimento e 32 metros de largura, tem 12 andares, emprega 833 tripulantes e tem capacidade para receber 2,744 passageiros. É dotado de um enorme ginásio equipado com aparelhos modernos, várias piscinas, casino, bares recheados, diversos restaurantes e numerosas outras infra-estruturas. Um navio digno de receber passageiros de peso.

Ao sol de Ibiza
Com moldes diferentes mas dirigido ao mesmo nicho endinheirado, embora adepto das sonoridades mais melódicas do Metal, o primeiro evento Hard Rock Hell Road Trip (www.hrhroadtrip.com) - organizado pelos promotores do festival britânico Hard Rock Hell, actualmente realizado em Pontin's Holiday Village, Prestatyn, no País de Gales, e que este ano realiza a sua quarta edição -, acontece na selectiva ilha espanhola de Ibiza entre 2 e 9 de Junho próximo.

Durante uma semana mil fãs irão assistir a concertos de 20 bandas internacionais – a que deverão acrescentar-se algumas espanholas - à razão de quatro por cada uma das cinco noites temáticas dedicadas aos subgéneros/temas Classic Rock, New Wave of British Heavy Metal (NWoBHM), Battle Metal/Metal Clássico, Jovens Talentos e Prog Metal. Os órgãos de comunicação social “Classic Rock”, “Metal Hammer”, “Classic Prog”, Rock Radio e Scuzz TV, que patrocinam o evento, terão cada um o seu próprio espaço, onde irão decorrer várias actividades lúdicas e culturais relacionadas com a música pesada. Wolf, Grand Magus, Die Apokalyptischen Reiter, Alestorm, TYR, Battlelore, Attica Rage, Girlschool, The Quireboys, Spit Like This, Gun e Neil Buchanan's Marseille são algumas das bandas cuja presença está assegurada.

Além dos concertos o evento inclui longas sessões de DJing, espectáculos unplugged em espaços junto à praia ao pôr-do-sol, passeios de catamarã, prática de desportos vários, com especial destaque para os aquáticos, um rally ao ar livre, sessões de karaoke, etc. Os ingressos, individuais, custam 190 libras (218€) para os iniciados ou 180 libras (cerca de 207€) para quem já haja frequentado o festival Hard Rock Hell. As crianças até aos 11 anos têm entrada gratuita e as dos 11 aos 14 pagam 50% do ingresso, estando igualmente disponível um serviço de baby sitting.

No fundo, é todo um novo conceito no que ao turismo musical se refere. As potencialidades estão à vista, abrindo-se interessantíssimas perspectivas futuras no que à oferta dirigida ao segmento alto do mercado metálico diz respeito. Oportunidades de negócio não faltarão certamente, assim a criatividade e a variedade da oferta continuem a ir ao encontro das necessidades de um público tão exigente quanto específico.

Dico

Monday, April 26, 2010

Stampkase - Em estúdio a partir de Maio

A banda açoriana de Metal moderno Stampkase entra em estúdio a 2 de Maio para gravar as faixas de bateria para o seu álbum de estreia. O processo decorrerá nos Ultrasound Studios em Braga, com Pedro Mendes. Mais tarde, a mistura e masterização ficará a cargo de Daniel Cardoso [Heavenwood, Oblique Rain, W.A.K.O., Switchtense]. A produção será assumida pela própria banda em colaboração com o talentoso guitarrista e compositor açoriano Luís H. Bettencourt. Entretanto, os restantes instrumentos serão captados num estúdio local. O disco de estreia dos Stampkase será composto por dez temas originais, alguns deles ainda nunca apresentados ao vivo. O seu título já foi escolhido mas continuará em segredo durante mais algum tempo. Os Stampkase, sagrados vencedores do Concurso Angra Rock 2005, formaram-se nas Furnas, ilha de S. Miguel, em 2003, e já tiveram a honra de dividir o palco com bandas como Mnemic [Din], Dagoba [Fra], Exilia [Itá], Switchtense, Concealment, entre muitas ilustres bandas.

Sunday, April 25, 2010

Vagos Open Air 2010 - My Dying Bride confirmados

Os britânicos My Dying Bride são a mais recente sensação do cartaz do Vagos Open Air 2010 a decorrer nos dias 6 e 7 de Agosto na Lagoa do Calvão, em Vagos, Aveiro. Pela política assumida de actuar pouco ao vivo, esta data acresce de importância. No que diz respeito a bandas nacionais, o cartaz do Vagos confirma, de momento, os Gwydion, Miss Lava, Prayers Of Sanity, Oblique Rain e The Firstborn. Já confirmados estavam os Carcass, Kamelot, Amorphis, Ensiferum e Ghost Brigade. Os bilhetes para o festival serão postos à venda brevemente a 30€ [diário] e 50€ [dois dias].

Friday, April 23, 2010

Crónica

CONVICÇÕES EM JOGO

O fenómeno das bandas de covers [ou versões] é algo “milenar” mas que só muito recentemente chegou aos Açores. Ou pelo menos de forma visível, até porque sempre as houveram. Contudo, o “nano-circuíto” de bares que se criou nos últimos tempos, reconheça-se, até bastante aceitável para a dimensão da região, ou mais propriamente da ilha de S. Miguel, e mesmo a mudança de mentalidade de alguns gerentes que se apercebem do perfil, embora sempre transitório, do cliente e começam a equipar os seus espaços para receber música ao vivo, fazem com que hoje em dia se amontoem e multipliquem as bandas de covers e a animação nocturna tenda a tornar-se monótona e previsível. Se me perguntarem: então preferes que se volte ao modelo do DJ e da pista de dança? É uma opinião pessoal: não.

Onde está o problema? A grande responsabilidade de se ter que variar os setlists, perante uma concorrência que começa a ser feroz, e a dissimulação de outros projectos que vêem na criatividade o seu pressuposto de vida. Atrás, o termo concorrência acaba por ficar bem atribuído e retrata com objectividade um dos propósitos mais “obscuros” da questão: a premissa de se facturar dinheiro. Já o termo criatividade é discutível: nem sempre uma banda de originais é assim tão criativa e interessante.

De qualquer forma, o assunto é melindroso e mexe com a moral de pessoas e músicos. Será preciso algum bom-senso ao interpretar este texto. Não há, objectivamente, nenhum mal em querer-se ser remunerado por horas e horas de trabalho árduo e honesto, muito menos depois se ter tido que desbravar um inóspito caminho repleto de ignorantes que nos tentam travar o progresso e se ter investido fortunas em material, milhares de horas a compor e a planear gravações e não se ver nenhum retorno com isso. É legítimo cansarmo-nos de tanta luta, indiscutivelmente.

Não deixa, no entanto, de ser preocupante quando muitas e promissoras bandas começam a ser deixadas para segundo plano, pois os seus músicos preferem criar mais uma banda de covers talvez na busca da tal profissionalização... a todo o custo. Percebe-se que a maneira como a sociedade vê a música e para que a consome, pouco ou nada tem a ver com estímulo intelectual ou cultural, logo, cada vez mais, as bandas de originais parecem condenadas. No fundo, quer-se apenas um pezinho de dança ao fim-de-semana com algo que nos seja familiar e não “machuque” muito o juízo. Será também legítimo aproveitarmo-nos disso? Provavelmente, mas também não traz nada de pedagógico.

Olhando para os factos e possíveis consequências: as previsões locais em termos de calendário, particularmente no que toca ao Metal, não são nada animadoras. Até agora os concertos foram praticamente uma nulidade e o mais grave é que pouco se perspectiva para o que resta de 2010. Se para a contabilidade final é muito importante também os concertos de Metal organizados em bares, por aventureiros das próprias bandas, a filosofia que parece reinar neste momento, tanto junto de proprietários dos bares como dos próprios músicos, não parece viabilizar pensamentos muito optimistas. Provavelmente, a moda [é que é mesmo esse o termo] das bandas de covers terá que entrar em declínio e começar-se novamente a dar uma ou outra oportunidade às bandas de originais.

Necessariamente, uma questão muito pertinente e talvez o melhor é dar a liberdade para cada um fazer o que melhor achar nas devidas circunstâncias, de aperto ou fartura. Ninguém pode apontar o dedo a ninguém. No entanto, assuma-se, é insubstituível a satisfação de se fazer o que se gosta, preferencialmente com reconhecimento mediático e retorno financeiro. Fica a grande questão: vale a pena continuar a lutar?

Nuno Costa

Kataklysm - Novo álbum em Agosto

“Heaven’s Venom”, o novo álbum da banda de death metal canadiana Kataklysm, chega à Europa no dia 20 de Agosto pela Nuclear Blast. Este é já o décimo registo de estúdio da banda liderada por Maurizio Iacono, também nos Ex-Deo que estarão em Portugal com Behemoth, Exodus e Decapitated, em promoção do álbum de estreia “Romulus” [2009] no dia 22 de Junho no Cine-Teatro de Corroios. “Heaven’s Venom” será gravado pelo guitarrista dos Kataklysm, Jean-François Dagenais, e misturado novamente por Tue Madsen [The Haunted, Suicide Silence, Dark Tranquillity]. No próximo ano, a banda comemora o seu 20º aniversário e promete, desde já, muitas surpresas.

Thursday, April 22, 2010

Steve Vai - Assina cover de "Stairway To Heaven" com super-grupo

Steve Vai gravou no passado mês de Fevereiro uma versão de “Stairway To Heaven”, clássico dos Led Zeppelin, acompanhado pela cantora de R&B Mary J. Blige, pelo baterista dos Blink 182, Travis Barker, pelo baixista Randy Jackson e pela ex-guitarrista de Michael Jackson, Orianthi. O produto final foi apresentado ontem [21 de Abril] no concerto anual de solidariedade da versão americana dos “Ídolos”, “Idol Gives Back”. Veja a versão aqui.

Black Label Society - Novo álbum no final deste ano

O “último” guitar hero à face da Terra, Zakk Wylde, já prepara o seu novo disco, desta feita no seu home studio, com o qual o mentor dos Black Label Society diz ter “a flexibilidade para registar – de dia ou de noite – a inspiração, assim que esta surge”. Ainda sem nome, o oitavo disco da carreira da banda, que sucede a “Shot To Hell” [2006], contará já com o baterista Will Hunt [Evanescence, Static-X, Tommy Lee, Stuck Mojo, etc] que vem substituir o baterista de longa data na banda, Craig Nunemacher.

Wednesday, April 21, 2010

Moonspell - Presentes no Optimus Alive!2010

Fernando Ribeiro e Cª foram dados como certos no Palco Optimus no dia de abertura, 8 de Julho, de um dos maiores eventos musicais de Portugal. Os Moonspell partilharão o palco com os Kasabian, Phoenix, Alice In Chains, Faith No More e Heaven And Hell numa noite que promete ser memorável, repleta de ícones do Rock. Os ingressos diários custam 50€ e estão já à venda nos locais habituais.

Insanity Tour - Bandas açorianas em digressão pelo continente em Maio

Summoned Hell e Neurolag, dois projectos oriundos da ilha de S.Miguel, viajam pela primeira vez ao continente para cumprir uma digressão nos dias 12, 14, 15 e 16 de Maio. O roteiro inclui paragens [por ordem] no In Live Caffé, na Moita, Metalpoint, no Porto, El Rock, em Guimarães, e Via Latina, em Coimbra. A acompanhar ainda as bandas açorianas na data de arranque da digressão estarão os lisboetas Qiasmo, autores do recente EP “Confrontos”.

Tuesday, April 20, 2010

Especial Peter Steele

R.I.P. [1962-2010]

Desta vez foi a sério. Se o sarcasmo e o humor mórbido sempre foram imagens de marca dos Type O Negative, que é como quem diz, de Peter Steele [principal ideólogo do grupo oriundo de Brooklyn], os comunicados publicados no dia 15 de Abril de 2010 pelos seus integrantes deram como certo o desaparecimento do emblemático vocalista/baixista de ascendência polaca, russa e islandesa. Para desilusão de muitos, esta não se tratava de mais uma brincadeira semelhante àquela que se verificou em 2005 no site do grupo que ilustrava uma lápide com o nome de Steele. Na altura, depois de se especular que podia ter sido obra de um hacker, afinal tudo de se tratava de uma “graçola” da banda para assinalar a sua nova parceria editorial com a SPV Records.

Petrus T. Ratajczyk, “dois metros” de voz grave e retumbante sucumbe a uma paragem cardíaca na madrugada de 14 de Abril com 48 anos e deixa um legado artístico singular e influente. A platina com “Bloody Kisses”, o ouro com “October Rust” e um rating average invejável por uma discografia de sete álbuns, onde até se pode cometer o absurdo de incluir um “híbrido” disforme chamado “The Origin Of The Feces”.

Desde cedo foi perfeitamente perceptível a excentricidade de Steele, quer pelas suas atitudes pessoais quer musicais. Incluir gemidos femininos orgásticos, sons de cassetes a enrolar e discos riscados, até meras faixas de silêncio para fazer “troça” dos ouvintes, acabava por ser muito pouco para quem assinou, por exemplo, uma capa como a de “The Origin Of The Feces”. Já para não falar dos nomes dos temas, alguns demasiado extensos para serem aqui enunciados, a exemplo de “I Know You’re Fucking Someone Else”, “Kill All The White People” ou “Halloween In Heaven”, entre muitos outros de uma agudeza irónica ou provocativa que ajudou em muito a estabelecer, acima de tudo, um perfil. Mesmo assim a maluqueira maior terá sido mesmo a de agarrar num fundo de uma editora destinado a gravar um disco ao vivo e, em vez disso, segundo ficou para a história, comprar vodka e promover festas e orgias. Terá sido por isso concebido “The Origin Of The Feces”… na cave do teclista Josh Silver, em vez de Brighton Beach, com um ambiente simulado [e até faixas já gravadas com outro nome].

O sentido perverso e erótico de próprio Steele poderá também tê-lo motivado a posar para a revista “Playgirl”, mas sabendo da sua personalidade poderá muito bem ter sido uma eficaz forma de “fazer pela vida”, promover a sua banda ou… simplesmente divertir-se. Com Steele praticamente nada era um dado adquirido. Era, manifestamente, um personagem imprevisível.

Pese embora o som obscuro que compunha, chegando a ser profundamente depressivo em “World Coming Down” [1999], o músico preferia descrever a sua arte como “trevas regadas de humor” e até não se achava uma pessoa melancólica ou com tendências suicidas. No entanto, em outras ocasiões confessou que tinha fantasias homicidas-suicidas com namoradas… A verdade é que a morte de vários familiares próximos, pouco depois do lançamento de “October Rust” originou uma fase muito conturbada da sua vida, bem expressa na aura que emana de “World Coming Down”. Nesta fase o antigo funcionário do New York City Parks Department, onde a certa altura da sua vida foi condutor de camiões de lixo, entrega-se ao álcool e expurga todos os seus demónios em composições verdadeiramente tocantes.

Em 2003, por altura do lançamento de “Life Is Killing Me”, Peter enfrenta problemas com a lei e é condenado, ainda que por pouco tempo, a pena de prisão por posse de narcóticos. O seu vício pelas drogas empurra-o para uma clínica de reabilitação e, já em 2005, “desaparece” por algum tempo sem deixar rasto – o que deu azo a novos boatos sobre a sua morte. Na verdade, encontrava-se num profundo estado de depressão e o próprio entregou-se aos cuidados de um hospital psiquiátrico. Ainda antes de lançar o seu derradeiro álbum, “Dead Again” [2007], cumpriu prisão por ter agredido um “rival amoroso” e é aconselhado pela família a voltar ao hospital. O flagelo do consumo de drogas conduzira-lhe a um estado de “paranóia” que lhe tirava o discernimento necessário.

A última das conhecidas “extravagâncias” de Steele foi mesmo ter-se confessado convertido ao catolicismo. “Não existem ateus nas trincheiras, costuma-se dizer, e fui um ateu de trincheira durante muito tempo. Depois de passar por uma crise de meia-idade e com muitas coisas a mudarem rapidamente, apercebi-me da minha mortalidade. E quando começa-se a pensar na morte, pensa-se também no que estará depois dela. A partir daí deseja-se que haja um Deus. Para mim, é um pensamento assustador ir para o “nada”. Também não consigo acreditar que pessoas como Estaline e Hitler estejam no mesmo lugar que Madre Teresa”, confessou Steele, em 2007, numa entrevista à Decibel Magazine.

Apesar da face mais debilitada e decadente de Steele, este sempre fora uma personalidade de convicções muito fortes e susceptível de ser admirada, sobretudo, pela sua competência artística. Neste momento, à semelhança do que já aconteceu com muitos outros ícones já desaparecidos, o Metal ficou irremediavelmente mais pobre. Que lhe saibam seguir e respeitar as pisadas. Aqui fica o nosso tributo e “minuto de silêncio”.

Nuno Costa

Monday, April 19, 2010

Review

LA FIN DU MONDE
“Monolith”

[CD – Catharsis PR]

Os apreciadores de cerveja poderão ter pensado em alguma conexão entre esta banda e a famosa bebida canadiana, mas os La Fin Du Monde são puro acaso do destino, em vários sentidos, e até nem se sabe se gostam de cerveja... Formados em 2004, o grupo oriundo de Chico, na Califórnia, tinha programado alguns concertos para logo após aposentar-se já que um dos seus elementos tinha planos de ingressar nos Marines. Confessam os mesmos que a vontade de se expressarem musicalmente era enorme e gostavam tanto do que haviam criado que era quase uma necessidade continuar.

E pode-se dizer que esta foi uma decisão feliz e perfeitamente válida já que após seis anos os La Fin Du Monde contam com quatro discos, incluindo este “Monolith”, e uma personalidade musical absorvente e cativante. Embora possamos dissecar as suas influências no âmbito do, tão em voga, post-rock/metal, o que estes cinco músicos propõem é, acima de tudo, muito sólido e capaz de nos envolver fortemente ao fim de poucas audições.

Para além da particularidade de não terem voz, os La Fin Du Monde, servem-se de dois baixistas para adensarem o seu som. São também progressistas natos e a sua música flui livre de preconceitos ao nível da composição. É aí que entra a sua veia jazz. Quase não seria preciso também falar em dinâmica: os seus temas variam de picos controlados de expressão instrumental para atmosferas calmas, harmoniosas, melancólicas e… outras, simplesmente, estranhas.

É no fundo, mais do que o eterno problema das influências, a forma de composição descomprometida mas honesta, inebriante mas translúcida que tem valido tanto respeito de muitos apreciadores de música alternativa e independente por esse mundo fora. E a isso os La Fin Du Monde não devem passar despercebidos. [8/10] N.C.

Estilo: Post-Rock/Metal/Progressivo/Jazz

Discografia:
- "Monolith" [CD 2010]

Friday, April 16, 2010

Fantasy Opus - Apresentam várias novidades

Depois de uma prestigiante abertura para o concerto nacional dos holandeses Epica, a 28 de Março último, os lisboetas Fantasy Opus continuam efervescentes na sua demanda pela promoção da banda. Agora com novo Myspace e editora/distribuidora, a italiana SG Records [que conta no seu catálogo com Thiago Della Vega], e mesmo depois de terem recebido encomendas da Ucrânia, segundo a banda “na sequência da projecção obtida no concerto dos Epica”, o grupo sente toda a motivação para empenhar-se a fundo na criação de um novo disco. Os próprios arriscam mesmo classificar o seu próximo trabalho como uma “obra prima ao nível de “The Odissey” [Symphony X], “Land Of The Free” [Gamma Ray] e “Temple Of Shadows” [Angra]”. Também agora é possível ficar a saber como tocar todos os temas de “Beyond Eternity” através de tablaturas de guitarra, bastando que solicite um E-Book pelo e-mail fantasyopus@sapo.pt. Ao vivo, o colectivo de power metal tem agendados concertos para 26 de Junho no Saramaga Rock [com os Tarântula], 24 de Julho no Festival Lança Chamas [com Shivan e Midnight Priest] e 30 de Outubro no Gaia Em Peso [com Sacracy Of Blood, entre outros].

Wednesday, April 14, 2010

Review

EYEBLAST
“Never Ending”

[E.P. – Edição de Autor]

Depois de um longo período de gestação na forma de The Pisces, cuja saída do seu vocalista acabou por precipitar a reformulação de uma identidade, nascem os Eyeblast em 2007, oriundos de Barcelos. Já com Pedro Leão [voz] e Nuno Lopes [guitarra] nos seus quadros este sexteto viajou até Braga para gravar o seu primeiro trabalho com Pedro “Grave” nos GraveStudios. Faça-se justiça: sonoramente “Never Ending” é exemplar. Os Eyeblast bem podem dar-se por felizes, pois grande parte do impacto deste disco deve-se a este aspecto. Será isso depreciativo para o mais importante: a sua música? Digamos que há um certo desnível.

À entrada “Mirror” é fácil perceber a descontextualização deste disco, quando do Nu-Metal já nem se vêem as cinzas. Contudo, os Eyeblast são difíceis de se arrumar apenas nesta terminologia, até porque aqui nem há “rappalhadas”. São capazes de se compreender numa abordagem comedidamente alternativa e rockeira. Acauteladas as devidas descrições técnicas, o que é um facto é que, escutadas estas cinco composições, sente-se que a imaginação escasseia, estranhamente, por parte destes seis competentes executantes. Será talvez a pura paixão a falar e, certamente, a inibição de qualquer complexo que possa haver ao tocar uma coisa ultrapassada e repugnada por muitos. Nota dez para eles neste sentido.

Tirando a notória previsibilidade de “Never Ending” e partindo para ele com a prudência de quem está a encontrar uma banda, no fundo, nova do underground nacional, esta é uma estreia relativamente consistente. A parca originalidade é compensada pelas estruturas arrumadinhas mesmo que a missão de tornar os seus temas orelhudos passe um bocado ao lado do seu objectivo, excepção feita a “Underneath”. Há aqui também uma facilidade assumida para gerar groove, mas aspectos a estudar como a voz, corpulenta, mas com potencial para apresentar maior dinâmica e os sintetizadores que tendem a prescrever linhas algo retrógradas, se bem que valem uma espessura interessante a estes temas.

Atendendo a este quadro, é também honesto que se assuma: estes Eyeblast há dez anos atrás valeriam muito mais. Vítimas das circunstâncias, é certo, mas parece-nos louvável se a convicção é a de fazer simplesmente o que se gosta. Mesmo assim, seria perspicaz que se mantivesse o grau de exigência criativa mais alto. [6/10] N.C.

Estilo: Nu-Metal

Discografia:
- “Never Ending”

Tuesday, April 13, 2010

Semana Académica U.A.C. - Dedica dia ao Metal

Como já vem sendo habitual, a Semana Académica da Universidade dos Açores dedica um dos seus dias às bandas de rock/metal locais. Assim sendo, no dia 26 de Abril, actuam no Pavilhão do Mar, em Ponta Delgada, os Broad Beans, Summoned Hell e Neurolag. Mais informações em breve.

Loud! Magazine - Edição #110 a chegar

Quase nas bancas está a edição referente ao mês de Abril da revista de Metal, por excelência, em Portugal. Avantasia, fruto do génio criativo de Tobias Sammet, e Burzum, do ímpar e polémico Varg Vikernes, dividem a capa com base nos seus regressos com “The Wicked Symphony/Angel Of Babylon” e “Belus”, respectivamente. Outro dos grandes destaques neste número são as três rubricas em estreia: “Hard Rock Force” [dedicada ao hard rock e rock progressivo], “Whispers In The Dark” [dedicada ao gótico/darkwave] e “The Sentinel” [dedicada às novas tendências do Metal]. Regressa, ao fim de muitos meses, o Loud!Mail; as entrevistas apontam focos aos Gamma Ray, Cathedral, The Vision Bleak, Triptykon, Anima, Svartsot, Borknagar, High On Fire, Ragnarok, Löbo, Trident, entre outros. Pedro Videirinho é excepcionalmente entrevistado para dar a conhecer os meandros de uma das mais activas e interessantes editoras nacionais da actualidade: a Rastilho. No “terreno”, a Loud! teve oportunidade de assistir aos espectáculos de Tankard, Entombed, Theatre Of Tragedy, Epica, Mono, Russian Circles, Eternal Tango, Löbo, Negura Bunget e ao Festival Rock no Monte. Entre as resenhas habituais estão as dos novos álbuns de 1349, Armored Saint, Avantasia, Borknagar, Brutal Truth, Burzum, Cathedral, Eluveitie, Freedom Call, Immolation, Karma To Burn, Negura Bunget, Poisonblack, Shining, Sick Of It All, Storm Legion, Svartsot, Triptykon, entre muitos outros. Em vésperas de SWR – Barroselas Metal Fest, a Loud! traça um plano pormenorizado do que será esta 13ª edição do mítico festival nortenho. Quem comprar este número fica ainda habilitado a ganhar bilhetes para os espectáculos dos Bleed From Within, H2O e Deedz Nutz.

Thursday, April 08, 2010

Review

SUBDARK
“Noir Coating”

[E.P. – Edição de Autor]

Andam nas lides do Metal desde 2005, mas é preciso avançarmos até ao Verão de 2009 para vermos materializado o fruto do trabalho dos portuenses Subdark. Até então praticamente desconhecidos [ou terá sido mera distracção nossa?], este trio de thrash metal revela, no entanto, uma atitude interessante, pelo menos suficiente para se terem dado a percorrer com outra intensidade pelos palcos “subterrâneos” nacionais.

Nesta [demasiado] curta amostra através deste E.P. de três temas, tanto o aspecto gráfico como musical revela algo obscuro que vai para além do puro thrash metal descomprometido e rebelde. Embora comedido, um ou outro riff neste sentido apela à vontade, mesmo que inconsciente, de criar algo saudavelmente difuso. Seria, aliás, mais proveitoso para os próprios, já que pela génese meramente thrash este trabalho sabe a pouco para impressionar.

No fundo, o que falta aqui são argumentos estruturais que potenciem algo memorável. A capacidade de criar grandes malhas, até num estilo, de certo modo, esgotado, tem que ser denunciada, sob pena de se sair vulgarizado. Sendo o elo mais fraco desta soma, o vocalista Nuno Gonçalves, a precisar de rever o seu registo mais ríspido, o maior destaque acaba por ir para a final “Whispering Shadow” [ao que consta um clássico da banda] que define na sua melodia [soturna e melancólica] uma profundidade mais convincente do que a mera fórmula de destilar riffs e ritmos acelerados.

No geral, um trabalho curioso para os indefectíveis do nosso underground, mas cuja objectividade diz-nos que há ainda muito trabalho a fazer. [5/10] N.C.

Estilo: Thrash Metal

Discografia:
- “Noir Coating” [E.P. 2009]

www.myspace.com/subdark

Review

INSANUS
“Wrath Of Creation”

[EP – Edição de Autor]

Cheios de gana, é assim que se apresentam os jovens bracarenses Insanus nesta estreia composta por cinco temas de death metal melódico com evidente respeito pelas tradições mas um legítimo relance no presente. Pé “pesado” no andamento que imprimem a estes temas, cruzado por linhas melódicas de guitarra que, estruturalmente, não trazendo novidades são muito bem pensadas e, sobretudo, eficazes.

Tecnicamente, fica logo explícito ao primeiro tema que os Insanus estão bem apetrechados, com especial destaque para a bateria e para as guitarras. Não há como esquecer, também, a voz cheia e impetuosa de Snake, muito menos a forma fluente e inteligente como se perfilam estes temas, com momentos de fúria descontrolada, groove e, como já foi dito, melodia.

“Wrath Of Creation” não é perfeito, nem se esperaria isso de uma banda formada há três anos, mas a coesão já mostrada é surpreendente e prevê-se que os Insanus expandam, proliferamente, a sua arte por muitas paragens num futuro próximo. Susceptível de agradar tanto a fãs de At The Gates como Lamb Of God. [8/10] N.C.

Estilo: Death Metal Melódico

Discografia:
- “Wrath Of Creation” [E.P. 2010]

Warm Up Metal GDL 2010 - Já este sábado

A abrir o apetite para a quinta edição do Metal GDL, a decorrer nos dias 11 e 12 de Junho no Parque de Feiras e Exposições de Grândola, decorre uma Warm Up Session já no dia 10 de Abril no Side B, em Benavente. Fazem parte da “ementa” os Theriomorphic, Sannedrin, Cryptor Morbius Family e Underneath. O início dos espectáculos está marcado para as 22h00 e todos os presentes ficam habilitados a um bilhete para dois dias e t-shirt oficial do festival. Também os ingressos para o evento estarão em promoção [18€] nesta data. Recordamos que estão, para já, confirmados para o Metal GDL 2010 os Ramp, Dawnrider, W.A.K.O., Process Of Guilt, Gwydion, Angelus Apatrida [Esp], Dead Meat, Grog, Hacksaw, Seven Stitches, Contradiction, Annihilation e Revolution Within.

Wednesday, April 07, 2010

Miss Lava - Por cá e lá fora

A revelação Miss Lava continua o seu périplo de promoção ao álbum de estreia “Blues For The Dangerous Miles” já esta sexta-feira, encerrando a primeira noite da IX Edição do Rock Of Cantanhede – Mostra de Música Moderna. É a partir das 23h00 no Clube Vilanovense, em Vila Nova. No final de Abril, a banda stoner lisboeta faz a sua primeira incursão por palcos estrangeiros, perfazendo três datas em Inglaterra com os Alternative Carpark.

Chariot - Regresso a Portugal marcado para este domingo

Os ex-Norma Jean Josh Scogin traz os seus colegas dos Chariot a Lisboa já no dia 11 de Abril [próximo domingo] com o terceiro disco da sua carreira, “Wars And Rumours Of Wars”, em destaque. A acompanhar a banda de hardcore matemático norte-americana estarão os excêntricos Iwrestledabearonce e os irreverentes The Eyes Of A Traitor. O evento terá lugar no Music Box pelas 21h00. Mais informações em www.xuxajurassica.com.

Earth Crisis - Em Junho em Portugal

Retornados em 2007, os Earth Crisis, uma das maiores referências internacionais do metalcore apresentam o seu mais recente disco, “To The Death”, lançado em finais de 2009 pela Century Media, no dia 22 de Junho no Music Box. Aguardam-se ainda informações sobre bandas suporte e preço dos bilhetes.

Agnostic Front - Lendas do hardcore este mês em Lisboa

Os nova-iorquinos Agnostic Front marcam presença no Music Box, no Cais do Sodré, no dia 13 de Abril. Este espectáculo tem a particularidade de comemorar os 25 anos do lançamento do clássico “Victim In Pain”. Numa sala com lotação para apenas 250 pessoas, espera-se ainda as estreias em solo nacional dos This Is Hell [E.U.A.], Call To Preserve [E.U.A.] e Crushing Caspars [Ale]. Os bilhetes já estão à venda nos locais habituais a 20€ [venda antecipada]. Mais informações em www.myspace.com/hellxisfest.

Monday, April 05, 2010

Açores Underground - Novo episódio disponível online

Está já disponível em www.myspace.com/acoresunderground ou em www.acorestube.com o mais recente episódio do programa Açores Underground. Desta feita encerra-se o capítulo Metalicídio On Stage, evento que decorreu nos dias 9 e 10 de Outubro em Ponta Delgada, com destaque para as actuações dos Sanctus Nosferatu, Zymosis, Desire e W.A.K.O..

Metal Horror Picture Show III - Quatro dias de cultura no Fundão

De 14 a 17 de Abril, o Fundão, na Moagem [distrito de Castelo Branco] recebe o Metal Horror Picture Show III. Para além dos inúmeros filmes exibidos, o evento abre as portas gratuitamente ao lançamento de “As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizza Boy”, livro de BD da autoria de Filipe Melo [dia 15] e recebe as actuações dos Rotura, Primordial Melody, Painted Black [dia 16], Opus Diabolicum e The Firstborn [dia 17]. Os concertos decorrem a partir das 23h00 e o bilhete custa 3€ por noite.

Revolution Metal Fest - Este mês no Porto

ManInFeast, Artchoke, Forsaken Mirror e Venial Sin são os quarto projectos emergentes do underground nacional que compõem o cartaz do Revolution Metal Fest. Este decorrerá no dia 24 de Abril no Pin Up Bar, no Porto, pelas 22h00.

Wednesday, March 31, 2010

Crónica

IGNORÂNCIA E PRECONCEITO

Inicio este texto colocando uma questão muito simples: como é possível alguém como Alberto Gonçalves, transbordante de preconceitos socioculturais e autor de ideias bacocas chegou a sociólogo, denegrindo vilmente a profissão e quem a exerce? Não entendo. E formulo uma segunda questão, muitíssimo bem colocada por Rui Miguel Abreu, cronista da Blitz: "quem no seu perfeito juízo daria emprego a Alberto Gonçalves?" [neste caso, quem no seu perfeito juízo lhe atribuiria uma coluna de opinião num jornal de âmbito nacional?]. Para contextualizar, Alberto Gonçalves é o autor dos infames textos "O hip hop também mata" e "'Hip hop', rimas finais", publicados no Diário de Notícias a 21 e 28 de Março, respectivamente, sobre a morte do rapper MC Snake.

Na resposta ao artigo de Abreu ao texto "O hip hop também mata" Gonçalves virou as baterias para o Metal, afirmando desbragada e ignorantemente: "o heavy metal, para usar um exemplo normalmente associado a jovens brancos (...) é de um primarismo similar [ao do Hip Hop], incluindo na celebração da violência (e na misoginia, etc.). Sucede que, ao contrário do hip hop, nem a "criatividade" do heavy metal beneficia de adulação externa ao culto (não conheço académicos empenhados em dissecar o lirimos da banda Nuclear Assault), nem o seu peso (sem trocadilho) ultrapassa círculos restritos.

Antes de mais, caro Alberto Gonçalves, são intrínsecas ao Metal uma estética e imagética tendencialmente mais obscuras e agressivas (nalguns sub-géneros mais do que noutros, como no Death ou no Black Metal) do que noutros estilos musicais, mas surpreende-me o facto de o seu ilustre e mal (in)formado cérebro não detectar uma fortíssima componente de crítica e análise social na música pesada. Para seu conhecimento - porque, notoriamente, precisa de ser esclarecido sobre o tema com a maior urgência possível - o nome Nuclear Assault carrega em si uma violenta crítica face ao perigo de uma eventual guerra nuclear entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética. Isto porque a banda (uma das minhas favoritas, por acaso) surgiu em 1984, a sete anos de a Guerra Fria (já ouviu falar?) terminar, após o colapso da União Soviética, ditado pela queda do Muro de Berlim, em 1989.

Por outro lado, a criatividade no Metal existe, e grande abundância, como poderá facilmente verificar se quiser dar-se ao trabalho de analisar cuidadosamente a estética, a imagética, o lirismo, a composição e a execução técnica de uma simples meia-dúzia de álbuns do género, independentemente da sua variante. Nessa medida, poderá facilmente comprovar não só a criatividade, mas também a cultura inerente a numerosos músicos do género, que muito frequentemente recorrem a disciplinas como a História, a Sociologia, a Literatura, a Arte em geral ou a Ciência para elaborarem intrincados conceitos originários de temas ou álbuns magníficos, provando a complexidade do Metal.

Com efeito, segundo o investigador Nelson Nunes, “o heavy metal não é ‘primário’, pelo simples facto de ser, provavelmente, dos estilos musicais mais complexos. Não acredita? Então veja a inspiração do heavy-metal: música africana tribal (o que mostra o seu enorme valor cultural), música clássica (extremamente apreciada pelas elites, desde o século XVII até hoje, o que revela também a sua complexidade de construção), punk rock (marcado pelas revoluções sociais e ideológicas dos anos 70/80) e ainda pelo blues (que demonstra, mais uma vez, o elevado índice cultural deste género). Por outro lado, o heavy metal não é, de todo, primário, uma vez que não apela, única e exclusivamente, à emotividade; as letras, aliás, são de uma extrema relevância social. Para tal, leiam-se os temas abordados por artistas como Iron Maiden (que apresentam temas históricos aos seus fãs; não será isto uma forma de ensino, apelando à emoção e à lógica?), Metallica, Killswitch Engage, System of a Down, entre muitos outros. O que acontece é que pelo ‘peso’ da música em si, os músicos do género não são, simplesmente, ouvidos pelos media. "

Quanto aos académicos interessados em estudar o Metal não faltam, mas claramente o senhor optou por fazer uma tristíssima figura ao afirmá-lo antes de fazer uma breve pesquisa na Internet sobre o tema, o que diz muito sobre a sua forma de trabalhar. Em particular na última década verificou-se um considerável aumento de importantes estudos sociológicos, antropológicos, psicológicos e históricos sobre o Metal enquanto aglutinador de paixões, gerador de comunidades altamente ritualizadas, com simbologia, ética, representações sociais e comportamentos próprios. Algumas dessas pesquisas resultaram em dezenas livros como Heavy Metal: The Music and its Culture; Running with the Devil: Power, Gender, and Madness in Heavy Metal Music; Lords of Chaos: The Bloody Rise of the Satanic Metal Underground; Rock, and Jazz: Perception and the Phenomenology of Musical Experience; Heavy Metal: A Cultural Sociology; Heavy Metal in Baghdad: The Story of Acrassicauda; This Ain't the Summer of Love: Conflict and Crossover in Heavy Metal and Punk; Metal: the Definitive Guide; Sound of the Beast: The Complete Headbanging History of Heavy Metal; Swedish Death Metal; Extreme Metal: Music and Culture on the Edge ou Heavy Metal Islam: Rock, Resistance and the Struggle for the Soul of Islam. Estes são apenas alguns títulos.

Aliás, a relevância do Metal enquanto objecto de estudo científico ficou bem patente na atribuição pelo Governo neozelandês, em 2007, de uma bolsa de estudo no valor de 96 mil dólares locais (cerca de 50 mil euros), válida até ao corrente ano, ao investigador e headbanger David Snell para conclusão da sua tese de doutoramento, intitulada The Everyday Life of Bogans: Identity and Community Among Heavy Metal Fans . A notícia correu Mundo.

Por outro lado, os documentários Metal: A Headbanger's Journey e Global Metal, realizados pelo antropólogo canadiano Sam Dunn com Scott McFadyen, revelaram-se determinantes para um maior desenvolvimento cultural do género. Embora não baseados em pressupostos científicos, estes documentos vídeo trouxeram ao Metal uma nova credibilidade, suscitando o interesse dos fãs e da sociedade em geral numa perspectiva sociocultural e histórica.

Por outro lado, abundam no mercado as enciclopédias, constituindo as maiores referências The Book of Metal: The Most Comprehensive Encyclopedia of Metal Music Ever Created, Encyclopedia of Heavy Metal Music, The International Encyclopedia of Hard Rock & Heavy Metal, os cinco volumes da colecção Rock Detector (cada um incidindo num subgénero específico), The Virgin Encyclopedia of Heavy Rock, The International Encyclopedia of Hard Rock & Heavy Metal, The New Wave of British Heavy Metal Encyclopedia ou os dois volumes de Extreme Metal. Na Internet, as enciclopédias Metal Archives (www.metal-archives.com/), The BNR Metal Pages (www.bnrmetal.com/), GoC: Folk Metal Encyclopedia (www.truemetal.org/metalmagick/ ), Metallian (www.metallian.com/) ou o próprio Rock Detector (www.musicmight.com/) constituem referências obrigatórias. E estes são apenas alguns exemplos.

Face a tudo isto sr. Alberto Gonçalves ainda acha que o Metal é um género musical menor, sem interesse académico e científico? Entende que o Metal nada tem para oferecer que não mereça ser estudado? Só espero que o título da crónica que assina no DN - "Dias Contados" - seja profética e que muito em breve lhe seja retirada essa tribuna, porque notoriamente não a merece.

Dico

Monday, March 22, 2010

Stronghold Of Metal - Próximo sábado com ingleses Dark Forest

Rota frequente para iniciativas underground, o Revolver Bar, em Cacilhas, acolhe no próximo sábado, dia 27 de Março, o Stronghold Of Metal. Em cartaz estão os nacionais Inquisitor, Midnight Priest e Shivan e os ingleses Dark Forest. A partir das 20h15 à condição de um bilhete de 13€ [venda antecipada] ou 15€ [venda no dia].

Reincarnation Fest - Com Pagan Altar em Cacilhas

666% Metal e The Forge unem esforços para concretizar o Reincarnation Festival que traz pelo segundo ano consecutivo a Portugal os ingleses Pagan Altar. Estes são o grande destaque de um cartaz que conta ainda com Drakkar, Dawnrider, Midnight Priest, Incoming Chaos e Rising Force. O local escolhido para o efeito é o Revolver Bar, em Cacilhas, e o início das hostilidades está marcado para as 16h. Os bilhetes já estão disponíveis [informações através de 666metalevents@gmail.com] a 13€. No dia e no local custam 15€.

Friday, March 19, 2010

Entrevista Miss Lava

PEDRADA INCANDESCENTE
"Cada um de nós, sem Miss Lava, não era o mesmo"

Uma eruptiva provocação rock tomou de assalto o panorama nacional no final do ano passado na forma de “Blues For The Dangerous Miles”, o álbum de estreia dos lisboetas Miss Lava. Influenciados por bandas como Kyuss, Monster Magnet ou os seminais Black Sabbath e Led Zeppelin, carregam uma atitude e convicção quase perversas e assim o seu som ganha outro impacto. Com temas como “Black Rainbow” ou “Don’t Tell A Soul”, ambos com videoclips editados, pode tornar-se aditivo consumir este “lamaçal fumegante”, especialmente ao vivo. Fomos perceber junto da banda, que até contém ex-elementos dos Dawnrider e Etherial Grief, como se concebe uma estreia tão coesa e de forma tão descontraída.

Passados quase quatros meses do lançamento de “Blues For The Dangerous Miles” que balanço fazem do seu impacto junto do público e crítica?
Até agora tudo está a ser maravilhoso! A sério! Quando tocamos ao vivo, há uma sintonia muito especial com o público, que levanta voo connosco! Depois das actuações o pessoal aborda-nos, deixa mensagens no myspace, no youtube, etc... Relativamente aos media, desde o 9/10 no JN ao 4/5 no Blitz, passando pela Loud!, que incluiu o disco no Top 5 nacional de 2009, a verdade é que não nos lembramos de uma crítica negativa. Todos têm aceitado muito bem o disco, como o demonstra o airplay do single em rádios e TV.

Os Miss Lava até já têm um clube de fãs! Como se sentem em relação a isso?
O sentimento é de muito orgulho. O que há para dizer? Quando o nosso trabalho toca alguém ao ponto dessa pessoa usar grande parte do seu tempo para dinamizar a promoção da banda e criar maior envolvimento com quem gosta do nosso som... ficamos sem palavras. É um clube de fãs impulsionado por uma pessoa muito especial, o Mário, que nos tem acompanhado desde o primeiro concerto quase. A ele o nosso mais sincero obrigado.

Tiveram cuidados especiais na composição desta estreia ou, sendo uma banda de rock, deixaram com que tudo fluísse da forma mais natural possível?
Este disco é o acumular de alguns anos de aperfeiçoamento de química entre os músicos, de avaliações feitas ao vivo, na estrada e de apuramento da nossa consciência enquanto banda. Apesar do palavreado da frase anterior, isto é um processo natural. E está na natureza de cada banda ter mais ou menos cuidado na composição. Para nós, temos cada vez mais interiorizado o que é Miss Lava e, dentro desse espectro, cada música acaba por ter um processo de composição diferente do da anterior. Tentamos, claro, com que todos contribuam com o seu toque pessoal, porque é essa soma, ou o equilíbrio dessa soma, que faz os Miss Lava.

Sendo que até ao lançamento de um primeiro álbum não há grandes expectativas em torno de uma banda, de um modo geral, como é que acham que vai ser o processo de composição para um segundo álbum? Mais tenso?
Vai ser “no strings attached”! [risos] Já temos umas 5/6 músicas estruturadas e está a ser igual ao anterior. Provavelmente teremos menos tempo de maturação, uma vez que os concertos e os compromissos promocionais não param. Quanto à tensão, os americanos têm uma expressão que resume o nosso pensamento: “no pain, no gain”!

Pode dizer-se que chegaram até aqui por mérito próprio. Actuaram muito, gravaram o vosso próprio disco e agora tratam de grande parte dos compromissos promocionais da banda. É uma atitude rock’n’roll que todos deviam seguir, particularmente em Portugal?
Achamos que cada um faz o que acha que deve fazer. Nós gostamos disto e esta cultura “do it yourself” vem dessa paixão, de querer fazer acontecer, de querer sempre mais e mais e mais. Hoje em dia, com a explosão das redes sociais, quase que não precisas de ninguém para divulgares o teu trabalho e pores o “train a rollin’”! Quase todos os nossos concertos vêm de amizades e parcerias feitas online.

Como é que passa pela cabeça de alguém agendar três concertos para o mesmo dia? Fale-nos um pouco dessa experiência.
[risos] Simplesmente aconteceu. O Rafa, da ICANCU, uma das melhores promotoras de eventos ao vivo nacionais, marcou-nos uma FNAC à tarde e um concerto num clube por volta da meia-noite. A uma ou duas semanas dos concertos ligou-nos com uma possibilidade de opening slot, às 22h, para Devil in Me num festival que ficava perto dos outros locais. É claro que não podíamos recusar. Mais: foi lindo, nunca nos vamos esquecer desse dia… e do dia seguinte! Não porque estávamos cansados, mas porque queríamos mais! [risos]

O vosso recente concerto com os Fu Manchu tem razões para figurar numa das melhores recordações da banda até hoje?
Sim, por várias razões; porque adoramos Fu Manchu, sendo uma referência musical para nós; porque fomos para cima do palco completamente desinibidos e com vontade de nos divertimos… e demos um grande show, ao que parece! [risos] Depois, a casa encheu a meio do espectáculo e o Santiago Alquimista tem aquelas varandas que fazem com que para onde quer que olhes vejas público. E neste caso, público a curtir! Por último, porque os media deram maior expressão à actuação e fizeram excelentes críticas!

Até certo ponto já se torna complicado conciliar as vossas vidas “musicais” com as profissionais? Nem que seja quando têm que actuar durante a semana ou estenderem-se noite dentro para gravar um álbum?
Mais ou menos. Sabes, quem corre por gosto não cansa e a gente vai levando a coisa. É claro que também temos compreensão do lado profissional e do lado familiar, mas acho que todas as pessoas à nossa volta percebem que cada um de nós, sem Miss Lava, não será o mesmo.

Apesar de tocarem um som directo e sujo, as vossas letras e conceito indiciam uma certa sensibilidade. Muito têm falado da “Miss Lava” que passou pela vida de cada um! São rapazes que ligam muito a essa parte afectuosa?
Claro que sim! Somos uns rapazes muito muito ligados a afectos! [risos] Agora a sério, parece-nos que o conceito de Miss Lava é mesmo esse, o de conjugar a dureza e calor do rock [Lava] com o groove e sensibilidade de uma Miss [naughty, claro]. A partir daqui, tentamos criar um universo narrativo aberto o suficiente para que cada pessoa se consiga rever ou identificar com as histórias que contamos de uma forma muito pessoal.

Neste momento, com o apoio de uma editora e de um management sentem que o vosso trabalho tem sido mais eficaz?
Sim, claro, porque dão-nos uma credibilidade importante e abrem-nos “portas” difíceis de abrir. Nesse sentido, a Avantegarde Management tem sido imparável, tal como a Raging Planet, claro.

Até que ponto é preciso cuidar da imagem e som de uma banda para que ela funcione, porque não dizê-lo objectivamente, em termos mediáticos?
Cada caso é um caso. As bandas têm é que ser fiéis a si próprias, ao seu som e às pessoas que compõem a banda. Para que a imagem funcione, há que ser autêntico. Com mais ou menos cuidado. Fake é que não. Vai logo tudo por água abaixo e não interessa a ninguém.

Concretamente, o que é que os Miss Lava têm que os outros projectos em que estiveram envolvidos não vos deixaram exprimir?
União e integração. Sintonia entre os vários elementos. E isto contagia. Alimenta ainda a vontade incrível de fazer música e de fazer acontecer. Aqui, somos mais felizes. Aqui, amamos de morte o que fazemos. [risos] Meio trágico mas é verdade!

Têm neste disco várias colaborações: com o Ricardo Espinha, Jens Bogren, Vanity Sessions, entre muitas outras figuras no campo da produção e arranjo de temas. Falem-nos um pouco de como foi estruturar o plano para a concepção de “Blues For The Dangerous Miles”.
O plano foi “acontecendo” à medida que a nossa consciência sobre o que queríamos ficava mais clara. Sabíamos que tínhamos que dar um salto em termos de mistura e masterização e o Filipe Marta da Avantegarde Management sugeriu o Jens que é um tipo com uma mente muito aberta. Depois, preferíamos controlar e fazer todo o processo de gravação em Portugal, levando o tempo que fosse necessário. Por isso, chamámos o Ricardo Espinha, com quem já tínhamos trabalhado no EP, para ajudar-nos nas captações. Todo o processo tinha que ser coordenado por um co-produtor central, o nosso baixista Samuel Rebelo, que contagiava com a nossa visão para o disco. Relativamente às Vanity, elas entraram numa outra parte do processo, emprestando-nos o seu enorme talento para a música “Birth, Copulation & Death”. Aqui, tudo teve a ver com feeling de composição. A certa altura, pensámos que a música ganharia outro power com vozes femininas, e daí até nos lembrarmos delas, que já tinham feito um DJ act a seguir a um concerto nosso, foi um pequeno passo. O mesmo aconteceu com o Emílio Salas dos Elektrik Experiment, um amigo de longa data que toca percussão na parte psicadélica do “Scorpio”, e com o Shela, dos Paus/If Lucy Fell/Riding Pânico, que toca teclas no “Black Rainbow”, no “The Wait” e no “Scorpio”.

O vosso primeiro videoclip foi captado fora do país e com um produtor externo. Um novo já está em preparação não é assim?
O primeiro vídeo, da “Black Rainbow”, foi gravado em Portugal com um realizador português, o Bruno Simões, que está em Londres. Ele faz pré-produção para blockbusters como “Harry Potter” e “As Crónicas de Nárnia”. É muito criativo e é um amigo há longos anos. Estamos muito contentes com o seu trabalho e a prova da sua qualidade é o airplay que estamos a conseguir ter. Quanto ao segundo vídeo, esse sim foi totalmente rodado em Berlim e realizado pelo Joerg Steineck, um artista muito ligado ao movimento stoner. É ele que assina, por exemplo, os documentários “Lo Sound Desert”, com ex-membros dos Kyuss, Unida e Queens Of The Stone Age. O vídeo terá uma abordagem conceptual à música “Don’t Tell a Soul”. Vai ser diferente, isso pode prometer!

Já vos ouvi várias vezes manifestar o sonho de actuar num festival como o Optimus Alive. Há desenvolvimentos nesse assunto?
Infelizmente, nos festivais patrocinados por “major brands”, não. Mas felizmente, temos aí umas datas marcadas em palcos nacionais históricos! Assim que pudermos divulgar, fá-lo-emos!

Acham que tem havido alguma parcialidade na forma como as produtoras dos maiores eventos nacionais lidam com as nossas bandas?
Sinceramente, não fazemos ideia se há parcialidade ou não. O que achamos é que os decisores muitas vezes não conhecem a realidade e o potencial do movimento musical em Portugal. Isto em qualquer estilo.

Sei que planeiam correr outros países a partir de Abril. Já há alguma data que possam adiantar?
Sim, vamos tentar desgraçar-nos ao máximo nuns pubs ingleses a sul de Londres. Para a semana, divulgamos as datas no myspace. É o que está combinado com o pessoal de lá.

Nuno Costa

Thursday, March 18, 2010

Xtreme Assault - Peso a norte

Mais uma produção SWR.Inc a ter lugar no dia 27 de Março no Dinaamo, em Panoias [Braga]. O evento será dividido em dois actos, começando o primeiro às 17h00 com os The Fall Of Man, Vai-te Foder, Suffochate e Atomik Destruktor, e o segundo às 21h30 com Endamage, Insanus, Legacy Of Brutality e The Ransack. O bilhete está disponível exclusivamente na bilheteira do recinto e custa 6€.

Wednesday, March 17, 2010

Megadeth & Guns'n'Roses - Concertos azarados

Em plena digressão comemorativa dos 20 anos do lançamento de “Rust In Peace”, os Megadeth viram-se forçados a interromper a sua data em Baltimore devido a problemas com o sistema de sonorização da sala Rams Head Live. Depois dos Testament terem terminado o seu espectáculo, contou-se cerca de duas horas até os Megadeth subirem ao palco para definitivamente actuarem (isso depois de vários soundchecks à última da hora). Foram, no entanto, apenas três os temas que a banda de Dave Mustaine suportou até decidir cancelar o espectáculo. Foi reportado pelo próprio Mustaine que houve “problemas com o P.A. desde o princípio da noite” e que “este era um pouco inferior” ao que costumam usar. “Depois do P.A. ir completamente à vida, fomos para os camarins, esperámos mais cerca de 45 minutos (…). Entretanto, um imbecil qualquer achou que era boa ideia derramar o seu cattering por cima da mesa de som, daí ter acabado o concerto”, concluiu Mustaine. Já no passado sábado, Axl Rose foi atingido por uma garrafa de plástico durante um concerto no estádio do Palmeiras, em São Paulo, Brasil. O incidente ocorreu logo no início do espectáculo, levando Axl Rose a mandar parar os seus colegas e entrar em diálogo com a audiência de forma a perceber se haviam condições para continuar. O espectáculo acabou por ser reatado e correr dentro da normalidade até ao seu final. É possível ver um vídeo deste incidente aqui. Na quinta-feira anterior, a banda havia já tido problemas com um grupo de bilionários e supermodelos brasileiros que geraram um motim num clube e provocaram o cancelamento do espectáculo.