Monday, March 31, 2008

Studio Update II

ANOMALLY

Cidade património mundial e tida a outros encantos – que não propriamente o metal -, Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, é berço de um dos nomes mais empolgantes a militar actualmente na “liga metálica” açoriana. Se na sua terra o punk é corrente que domina, os Anomally conseguiram, ainda assim, desbravar essa barreira e conquistar facilmente o público local e também o vizinho micaelense graças a uma convincente actuação no festival Alta Tensão, no Coliseu Micaelense, no passado Verão. Se este momento catapultou o grupo de death/goth metal para a instância de bandas a ter debaixo de mira num futuro muito próximo, só mesmo a gravação de um registo de qualidade se espera para que o público tenha o cartão de visita ideal para conhecer a sua obra e assim confirmar o seu potencial. E é isto mesmo que a banda faz neste momento. Em estúdio desde o início deste ano, o grupo de Nelson [vozes], Tiago [guitarra], Lote [guitarra], Luís Brum [baixo], Miguel [teclas] e Zefa [bateria] confecciona o seu disco de estreia que é facilmente considerado um dos trabalhos mais esperados do ano em termos de lançamentos insulares.

ESTÚDIO

Depois de estudarem várias hipóteses para estúdio, inclusive no continente, acabou por recair no local Watt Studios a escolha da estrutura para a captação e produção do disco de estreia dos Anomally. O seu responsável é João Mendes, guitarrista dos Stream, que fica encarregue também da mistura e masterização do trabalho. Neste ambiente a banda já se encontra desde meados de Janeiro de 2008 tendo já gravado baterias. Seguiu-se uma pausa que terminou há cerca de duas semanas quando o grupo retomou o trabalho de estúdio para a gravação das guitarras. Neste momento falta apenas a gravação de alguns solos e concluir alguns arranjos. Três semanas é o tempo previsto para a banda terminar toda a gravação.

FORMATO DA EDIÇÃO
Achando preferível “saltar” a fase extensa de edição de maquetas ou demos comum nas bandas mais underground – embora tenha editado já uma demo - , o sexteto terceirense aposta forte já na edição do seu primeiro longa-duração. O disco será composto por oito temas, os quais ainda não se prevê se sairá com selo independente ou de uma discográfica. Segundo a banda, “haverá uma pessoa que irá ajudar na divulgação do trabalho e irá negociar com uma editora que só espera o trabalho estar pronto". Contudo, se não se consumar nenhum contracto editorial a banda já se prepara para suportar autonomamente estas despesas. “Vai ser um esforço semelhante ao de ter um filho… vai doer um bocado mas estamos a ir nesse sentido”, adianta a banda.

ORIENTAÇÃO MUSICAL
Variedade, peso, melodia e modernismo sempre foram vocábulos contíguos à música que o grupo cria. Em termos mais técnicos podemos classificar a banda como uma banda de death metal com travo gótico. Melhor maneira de classificar a sua música e o que nos espera deste trabalho, só mesmo escutando a descrição da própria banda: “Os temas que estão a ser gravados têm um som coeso que junta tanto o peso do death metal como a melodia do gótico. A par disso, alia-se a um certo modernismo que implica algumas influências de metalcore”.

CONCEITO
A vertente obscura do seu som manifesta-se também, como se esperava, no conceito lírico do seu disco de estreia. “Estórias de terror, nomeadamente, envolvendo espíritos, vampiros e lobisomens” são os tons a servir num quadro que se prevê bem sombrio.

ARTWORK
Neste momento a banda já trabalha este aspecto, naturalmente, de grande importância. Contudo, pelo seu processo de concepção ainda muito inicial, a banda ainda não consegue descortinar qualquer detalhe sobre o aspecto gráfico do seu futuro disco.

NO “SEGREDO DOS DEUSES”…
O título deste trabalho, bem como a sua data de lançamento.

Nuno Costa

Sunday, March 30, 2008

Die Apokalyptischen Reiter - Lady Cat-Man para o lugar de Pitrone

Depois da ameaça frustrada em 2006, Pitrone, guitarrista dos Die Apokalyptischen Reiter, abandona mesmo o colectivo alemão. Os sintomas de que algo estava mal fizeram-se sentir com o afastamento do músico do resto dos seus companheiros nos últimos tempos. “Não dávamos por ele em tournée, nas festas de backstage, mas sim em casa confinado a um súbito silêncio. Nos últimos meses cresceu a impressão de que já não éramos cinco. Entretanto, algumas coisas acumularam-se, a raiva crescia e as diferentes perspectivas sobre o nosso som tornaram-se evidentes”, refere a banda em comunicado. “A situação agravou-se quando começámos a compor o nosso novo álbum. Conversámos com ele várias vezes sobre o que deveria ser melhorado e sobre o facto de que não estávamos contentes com a situação. Esperámos um sinal dele durante muito tempo… Esta não é uma decisão contra o Pitrone, mas sim em favor da banda. Ele já não conseguia depositar entusiasmo no que a banda fazia há alguns meses”, conclui o grupo. Para o seu lugar a banda já recrutou Lady Cat-Man, “uma figura angélica mas que toca como o diabo”, ironiza a banda. Lady Cat-Man acompanha já a banda nos estúdios The Principal [o mesmo onde a banda gravou o anterior “Riders On The Storm”] enquanto gravam o seu novo disco que deverá ver a luz do dia no próximo Verão pela Nuclear Blast.

Saturday, March 29, 2008

Review

KNEELDOWN
“Volcano”

[EP – Edição Autor]

Vendo-se a braços com muitas [típicas] adversidades que assolam muitos projectos jovens, como saídas de elementos, perca de sala de ensaios, mudança de nome, questões da vida pessoal, os alentejanos Kneeldown conseguem, entretanto, manter-se activos alcançando já no próximo ano os dez anos de carreira. Se estes problemas têm conferido um ritmo de vida lento ao colectivo de Ponte-de-Sor também é verdade que fez vincar uma enorme vontade de manter a busca pelos seus sonhos, o que lhes faz conquistar o nosso respeito.

Uma demo “Blankdisc”, em 2001, e um EP “06:15 AM”, em 2003, são os registos de uma carreira de luta, mas também de reconhecimento. O ponto mais alto da banda pode muito bem ter sido a vitória no concurso Musicbox, em Portalegre, onde arrecadaram também os prémios para “Banda Revelação” e “Melhor Presença em Palco”. Contudo, a banda já desfruta de alguma popularidade muito graças à sua entrega e pujança ao vivo.

Porém, em disco, esta é a primeira vez que um registo seu consegue manter-se fiel ao seu real nervo, muito graças à uma mistura e masterização de Nexious K. [guitarrista dos Reaktor ] que faz esquecer completamente que estes temas foram captados numa sala de ensaios. Sendo assim, o hardcore, ora mais directo, ora mais balançado, cúmplice de um metal essencialmente moderno mas que possui muita da atitude do thrash, ganha evidência neste consistente invólucro sonoro. E por falar em elementos por onde a banda passei a sua música, fica ainda por referir que a banda tem uma saudável tendência para explorar outros territórios, nomeadamente os ambientais e mais progressivos, como podemos conferir em “Medula” que atinge quase nove minutos, numa malha envolvente que nos faz lembrar uns Tool em alguns instantes. As coisas tornam-se realmente mais inspiradoras quando uma banda mantém a mente aberta, pois suspeita-se que possa apresentar detalhes imprevisíveis a qualquer momento e evitar assim cair na monotonia.

E se, no geral, os temas de “Volcano” não trazem nada de novo, poderão ser nestes pequenos pormenores que a banda sublinhe uma entidade minimamente personalizada. Com riffs musculados e baterias incidindo mais no groove do que na técnica ou na rapidez [exceptuando o thrashado “Shyknees”], os Kneeldown conseguem um trabalho interessante para uma banda que acaba por ser jovem face ao imenso tempo que esteve parada. Sendo difícil destacar algo peculiar nos Kneeldown, fica a nota de alguns bons riffs, sobretudo no potentíssimo e contagiante “Incisions” que nos lembra uns Mastodon. Sendo que no resto das composições a dinâmica, por vezes, falha – os riffs estendem-se demasiado tempo e de forma previsível –, o grupo só tem a dedicar-se mais para conseguir riffs tão contagiantes como o do já referido “Incisions”, para que mantenha igual nível de qualidade e interesse ao longo dos seus trabalhos. Contudo, o poder da sua música é palpável e se os Kneeldown mantiverem sempre a inspiração na maior parte dos seus riffs, acreditamos que os seus trabalhos serão mais interessantes e homogéneos. [7/10] N.C.

Lower Definition - Arte recuperada

Os californianos Lower Definition gravam neste momento o seu disco de estreia para a Ferret Music com o produtor Kris Crummet [Drop Dead, Gorgeous, Kaddisfly, Dance Gavin Dance]. Intitulado “The Greatest Of All Lost Arts”, representa a primeira grande experiência de estúdio da banda tendo esta já manifestado um enorme agrado pela forma como as gravações estão a decorrer. “O processo de gravação está a correr para além do fantástico! O Kris é tão apaixonado por música quanto nós e ele entende na perfeição o som que precisamos e o que tentamos fazer musicalmente. Ele, de facto, tem grande cumplicidade com a banda e está a ajudar muito na forma como este disco vai soar”, comenta o baterista Valentino Arteaga. Em relação ao nome curioso do álbum, o músico explica que este é uma frase de Mark Twain. “Twain era um homem honesto, tal como nós somos uma banda brutalmente honesta. Já fazemos isso há algum tempo e vemos a industria musical a mudar. Os nossos fãs são honestos e eles sabem o que esperar de nós. Temos que gostar do que estamos a criar e pensamos que o divertimento e a qualidade na música são artes perdidas”, explica Arteaga. Musicalmente, os Lower Definition podem ser descritos como uma banda de post-hardcore/screamo. Entretanto, continua desconhecida a data de lançamento de “The Greatest Of All Lost Arts”.

Mar Des Grises - Novo disco e concerto em Portugal em Abril

Os chilenos Mar Des Grises, recentemente eleitos Embaixadores Culturais pelo governo do seu país, lançam o seu segundo álbum, “Draining The Waterheart”, no dia 14 de Abril pela finlandesa Firebox. O disco é composto por 8 temas e mais de 60 minutos de música de um doom metal progressivo característico da banda. “Estas canções possuem estruturas e arranjos musicais muito variados e as guitarras variam muito em termos de melodia”, comenta a banda sobre o seu novo trabalho. Adianta ainda que “experimentou muitas coisas novas e, no geral, este álbum parece ser um pouco mais agressivo e técnico”. Liricamente, a banda refere que este é um disco que “liberta os sentimentos mais profundos da banda”. “As intermináveis contradições entre um ser racional, ainda assim emocional e ilusório, e os nossos sentimentos mais amargos, inspiraram-nos a escrever esta nova estória sonora”. “Draning The Waterheart” será lançado em mais de 20 países, estando-lhe reservada uma edição normal e uma edição de luxo limitada, em digipack formato A5, cujo artwork foi desenhado por Tuomo Lethonen [Swallow The Sun, Grave Flowers], e que inclui um CD, intitulado “Unconscious Passenger”, com material bónus. Boas notícias para os portugueses, é que os Mar Des Grises estarão na edição deste ano do SWR Barroselas Metalfest, no dia 24 de Abril. Este concerto faz parte de uma digressão europeia que decorrerá entre 16 de Abril e 12 de Maio ao lado dos Saturnus e Thurisaz. Às quatro datas finlandesas que a banda fará, juntam-se-lhe os Ablaze In Hatred. Escute dois temas de “Draining The Waterhead” aqui.

Friday, March 28, 2008

Under E'ventos - Leva-te aos melhores festivais

A Under E’ventos informa que está a organizar excursões ao XI Barroselas Metalfest a 25, 26 e 27 de Abril, Lagoa Burning Live a 25, 26 e 27 de Julho e Wacken Open Air entre 28 de Julho e 4 de Agosto, com saída de Lisboa. As inscrições estão a decorrer. Obtenha mais informações em www.myspace.com/undereventos.

Vader - Dose dupla em Portugal

No âmbito das comemorações dos 25 anos de carreira, os polacos Vader realizam uma extensa digressão europeia que passa por Portugal nos dias 8 e 9 de Maio. O primeiro espectáculo tem lugar no Cinema Batalha, no Porto, e o segundo no Cine-Teatro de Corroios, tendo, em ambas as ocasiões, como suporte, os Septic Flesh, Devian e Inactive Messiah. O preço dos bilhetes varia entre os 20€ e os 22€ e as portas abrem às 20h30, na primeira noite, e às 20h00, na segunda.

Thursday, March 27, 2008

Anti-Clockwise, Fullmoonchild e Ciborium - Mexidas internas

Numa senda de alterações de line-up em colectivos nacionais temos a registar recentemente as saídas de Hugo, baterista dos punk-rockers lisboetas Anti-Clockwise durante os últimos dez anos, de Rui Mourão, vocalista dos sintrenses Fullmoonchild, e de João Sequeira, vocalista dos almeirinenses Ciborium. No primeiro caso, Hugo – que deixou de ter tempo suficiente para os Anti-Clockwise devido à sua actividade profissional e ao facto de ter sido pai recentemente - já foi substituído por João Paulo, com o qual a banda já ensaia a preparar um live-set para que depois de Maio possa regressar aos palcos; no segundo caso, não se vislumbra um substituto para Rui Morão ficando o baxista Zigga a assegurar as vozes dos Fullmoonchild por tempo indeterminado; no terceiro caso, a situação é semelhante, com o guitarrista José Marques a acumular as duas funções até que a banda encontre um substituto. Os interessados no lugar poderão entrar em contacto com os Ciborium através do e-mail ciborium.band@gmail.com.

Arena Best Rock - Terceiro "assalto" este sábado

O concurso ibérico Arena Best Rock tem este sábado, dia 29 de Março, a sua terceira eliminatória no Feira/Mercado, na Cidade da Trofa, a partir das 22h00. Vão estar disputar a passagem à fase seguinte os Innerless [Trofa], LullaBies [Madrid], Above The Blue Carpet [Sto Tirso] e Slow Motion Beer Walk [Porto]. De realçar que este é o único concurso com eliminatórias em Portugal e Espanha, numa parceira entre a GABBA Produções e La Fabrica de Chocolate, em que as inscrições são abertas a bandas de todo o mundo, com ou sem discos editados. Durante os change-overs o público será entretido pelas actuações dos stand-up comediants João Seabra, Miguel 7 Estacas e Hugo Sousa. O concurso ainda passará por mais três eliminatórias, concretamente no Lótus Bar, em Cascais, no dia 4 de Abril, em Barcelos, no dia 5 de Abril, e no São Mamede CAE, em Guimarães, no dia 12 de Abril, antes da grande final a realizar-se no Cinema de São Jorge, em Lisboa, a 19 de Abril. Para já estão qualificados para esta última sessão os nacionais Bliss e os espanhóis Malkeda. A nível de prémios está em disputa, entre outros, uma presença no conceituado festival espanhol Cultura Quente, em Caldas de Reis [Pontevedra].

Monday, March 24, 2008

Studio Update

No âmbito de uma rubrica aberta por força e interesse em promover a intensa – invulgar – e muito saudável actividade de estúdio actual das bandas açorianas e igualmente para servir aqueles que anseiam por detalhes sobre o que está reservado na “sombra” dos estúdios locais, a SounD(/)ZonE oferece aqui um dos primeiros "Studio Updates" que prometem satisfazer muita da curiosidade actual gerada à volta destas vindouras obras açorianas. Não havendo garantias de serem editadas todas este ano, a realidade é se preparam muitos trabalhos num sinal claro de que algo de bom parece querer despontar do meio do atlântico. Aguardam-se discos de estreia e novos trabalhos em discografias erguidas a pulso. Ao longo das próximas semanas este será o espaço "espia" que lhe trará pormenores fresquinhos e exclusivos dos próximos álbuns de peso com chancela açoriana.

IN PECCATVM
Como um dos mais importantes estandartes de uma “geração sobrevivente” de projectos gerados na década de 90, nos Açores – a par deles só mesmo os incontornáveis Morbid Death se mantêm activos –, os In Peccatum, naturais da Fajã de Baixo, em S. Miguel, atingem agora a marca notável dos dez anos de carreira. Por este motivo encontram o melhor pretexto para se empenharem em assinalar esta data e tornar 2008 um ano de celebração. Depois da regravação da demo-tape “Just Like Tears”, de 1999, a banda garante editar, por seus próprios meios, um novo trabalho de originais este ano. Por via de tópicos, deixamos aqui informações actualizadas e exclusivas do que se passa no estúdio de gravação e muitos outros detalhes à volta do sucessor de “Antília”.

ESTÚDIO
Juntos com o guitarrista e produtor/engenheiro de som Eduardo Botelho desde de Junho/Julho de 2007 nos estúdios Globalpoint, em Ponta Delgada, a banda de António Neves [voz, guitarra], Hélder Almeida [guitarra], André Gouveia [baixo], João Oliveira [bateria] e Bruno Santos [teclados] está neste momento a terminar as vozes do último tema do seu futuro EP. De seguida entrará no processo de mistura e masterização, também a cargo de Eduardo Botelho. Está previsto o término dos trabalhos de estúdio para daqui a dois meses.

FORMATO DA EDIÇÃO
O quarto trabalho dos In Peccatum sairá em formato EP, composto por quatro temas e presumivelmente com faixas intro e outro. A banda prepara meios para o editar de forma independente. Segundo a banda “está fora de questão procurar editora”. “Até não seria de todo impossível arranjar quem o lançasse, mas, no entanto, não estamos preparados para dar resposta às eventuais exigências de um selo discográfico”, sublinha o baixista André Gouveia.

ORIENTAÇÃO MUSICAL
“Doom/goth na mesma linha daquilo que a banda vem fazendo nos últimos tempos, mais propriamente representando o seguimento natural de um trabalho como “Antília””, assim define a banda o seu futuro EP. Acrescenta ainda que neste disco “os extremos estão mais demarcados – é um trabalho simultaneamente mais pesado e melódico, pois nem todas as faixas apresentam a mesma dinâmica”.

CONCEITO
A banda micaelense certamente vinca aqui uma maneira própria de estar, conceber e escrever a sua música, para além de que manifesta um “patriotismo” louvável e muito saudável. Após o conceito baseado nas lendas das Sete Cidades adoptado em “Antília”, o quinteto volta a abordar as raízes e vida açorianas, decaindo desta vez o pressuposto lírico e estético na sismologia e na natureza vulcânica dos Açores. “É uma temática que abrange todos os temas presentes neste novo EP, a qual mantém-se à volta das erupções, vulcões, da agonia que estes fenómenos geram quando em manifestações mais violentas ou mesmo em circunstâncias de catástrofe”, detalha André Gouveia. A banda compromete-se a manter este estilo de escrita pois “pura e simplesmente gosta muito do local onde vive e não lhe é de todo difícil absorver as energias da sua ilha e beber inspiração em coisas tão belas e ao mesmo tempo tão ignoradas como, por exemplo, as paisagens açorianas, belas, únicas e com tantas estórias para e por contar”, justifica Gouveia. Contudo, mantém-se uma incógnita o título do seu novo trabalho: “Ainda não decidimos qual vai ser. Provavelmente, vai ser a última coisa…”, conclui o baixista.

ARTWORK
Seguindo a tendência para ser auto-suficiente, também neste detalhe os In Peccatum assumem a responsabilidade de conceber a capa do seu novo EP. “O nosso projecto gráfico não é de todo arrojado. Por isso, qualquer um de nós dá conta do recado”, confessam. Porém, a banda ainda não trabalha na sua concepção ou definiu o seu aspecto final.

PROCESSO DE COMPOSIÇÃO
“Acreditem ou não, o processo de composição destes novos temas foi muitíssimo semelhante àquele que se registava quando éramos um trio. Creio que isso deve-se ao facto dos novos elementos da banda irem beber influências às mesmas fontes que eu, o Neves e o Almeida no passado”, garante André Gouveia. Acrescenta ainda que “para além disso, todos os elementos novos já faziam parte da banda na fase de composição deste novo trabalho e contribuíram com ideias, se bem que o grosso dos temas surge quase sempre do Almeida”.

DEZ ANOS DE “PECADO”
O peso desta data influi decisivamente na opção de editarem este novo trabalho este ano. A banda garante mesmo que “se não fosse por isso o disco poderia ter saído mais cedo ou então mais tarde”. A par disso, é uma efeméride que “ajuda a promover o trabalho, embora este venha a ser um projecto pequeno e com os pés bem assentes na terra. Mas é sempre uma mais-valia e, ao fim ao cabo, acaba por fazer sentido, pois vai ser uma demonstração daquilo que foram dez anos de evolução e crescimento. Não teria o mesmo sentido se tal acontecesse aquando do nono ou décimo primeiro aniversários da banda”, conclui Gouveia.

Nuno Costa

Despised Icon - De regresso da Europa

Está disponível no Youtube um vídeo que resume comentários sobre a última digressão dos canadianos Despised Icon pela Europa em suporte do álbum “The Ills Of Modern Man”, lançado a meados de 2007 pela Century Media. Com este disco a banda marcou também a sua estreia ao vivo na Rússia. O vocalista Alex Erian garante que “estavam preparados para tocarem para 100 pessoas por noite. No entanto, após uma semana a tocar em salas cheias, percebemos que esta digressão ia ser mortífera. Não nos divertíamos tanto em digressão há muito tempo”. Entretanto, a banda garante voltar à Europa este Verão para fazer alguns festivais com os Cephalic Carnage. Aceda ao vídeo aqui.

Venomous Concept - Artwork revelado e novo tema disponível

Foi já revelado o artwork do segundo álbum dos Venomous Concept, banda onde pontificam o guitarrista Shane Embury [Napalm Death], o vocalista Kevin Sharp [Brutal Truth], o baixista Danny Lilker [Brutal Truth, Nuclear Assault] e o baterista Danny Herrera [Napalm Death]. O seu punk/hardcore extremo fica bem patente na capa do novo “Poisoned Apple” que pode ver com mais detalhe aqui. Também em avanço foi disponibilizado o tema “Water Cooler” na página de artistas da Century Media. O sucessor de “Retroactive Abortion”, de 2004, fica disponível em toda a Europa entre 25 e 30 de Abril pela Century Media.

Zimmers Hole - Tomando um copo com o diabo

O Heavy Metal tradicional e sarcástico dos Zimmers Hole está de volta no seu terceiro álbum intitulado “When You Were Shouting At The Devil… We Were In League with Satan”. A banda composta pelo guitarrista Jed Simon [Tenet, SYL], o baixista Byron Stroud [Fear Factory, SYL], o vocalista The Heathen e o lendário Gene Hoglan [Dethklok, SYL] na bateria, juntou-se ao músico e produtor Devin Townsend para conceber este regresso consumado a 11 de Março pela Century Media. O tema-título do disco está disponível no Myspace oficial da banda e espera-se a edição do seu videoclip para breve.

Mercenary - Novo álbum e videoclip

Está disponível a partir de amanhã em toda a Europa o novo álbum dos dinamarqueses Mercenary, intitulado “Architect Of Lies”. O quinto longa-duração da sua carreira foi produzido por Jacob Hansen e promete manter a linha daquilo que a banda tem vindo a fazer – uma fusão de agressividade, elementos progressivos e melodias orelhudas. Entretanto, já está disponível o videoclip para o single “Isolation (The Loneliness In December) no Youtube e os temas “Bloodsong” e “Embracing To Nothing” no seu Myspace remodelado. Ao vivo a banda vai manter-se bastante activa durante o mês de Abril com concertos na Alemanha, Inglaterra, Itália, Áustria, Holanda, Hungria, entre outros, como banda suporte dos lendários Death Angel, após ter sido suporte dos Megadeth nos últimos tempos. Para além disso os Mercenary já têm assegurada a sua presença no Wacken Open Air deste ano, actuando no dia 1 de Agosto. "Architect Of Lies" tem o selo Century Media.

The Godiva + Razer + Darkside Of Innocence + Suffochate - Em Maio no Metal Point

Os The Godiva, Razer, Darkside Of Innocence e Suffochate actuam no dia 3 de Maio no Metal Point, no Porto. As “hostilidades” abrem-se às 21h00 e a entrada custa 5€.

Anonymous Souls + Razer + Drop D - Sábado no Metal Point

Enquanto gravam o seu segundo álbum, já designado “Agony”, os Anonymous Souls continuam a cumprir algumas datas ao vivo, sendo a próxima no dia 29 de Março no Metal Point, no Centro Comercial Stop, no Porto. Ainda antes disso, pelas 22h00 a noite abre com as actuações dos Drop D e dos Razer. A entrada custa 4€.

The Aster + Triplet + Fiona At Forty - Essa sexta em Corroios

Na próxima sexta-feira, 28 de Março, pelas 21h30, sobem ao palco do Cine-Teatro de Corroios os Fiona At Forty, Triplet e The Aster. Uma noite dedicada ao punk rock mais melodioso, made in Portugal, cuja cobrança para participar é 5€.

Heavenwood - Gus G. em novo álbum

Há medida que o tempo passa agudiza-se o interesse pelo regresso aos discos dos Heavenwood. Neste momento em gravações nos Ultrasound Studios, em Braga, com Daniel Cardoso, é agora anunciado que o terceiro disco da sua carreira contará com a participação especial do guitar virtuoso Gus. G [Firewind], o qual assina um solo no tema “One Step To Devotion”. A juntar às colaborações está Tijs Vanneste, vocalista dos belgas Oceans Of Sadness, que empresta a sua voz ao tema “Obsolete”. Entretanto, continua ainda a desconhecer-se a data de lançamento do terceiro disco de originais do grupo de metal gótico do Porto. A assinalar que a parte final do processo de gravação será efectuada pelo famoso Jens Borgen [Opeth, Katatonia, Amon Amarth, etc] nos Fascination Studios, na Suécia.

Saturday, March 22, 2008

Entrevista Illdisposed

MARCA DE PRESTÍGIO

Com 17 anos de carreira e dez álbuns editados, poucos serão os que ainda não terão “chocado” com o universo Illdisposed. Uma experiência invejável e um death metal caracteristicamente a meio-tempo e groovy, para além de uma exposição privilegiada em virtude de um contracto com a respeitável Roadrunner Records, ajudaram a colocar a banda num lugar de topo no cenário de peso mundial. Agora com “The Prestige” a banda opera um regresso às suas origens e relega para segundo plano o experimentalismo de álbuns como “1-800 Vindication” ou “Burn Me Wicked”. Numa nova casa, a AFM Records, e atendendo a esta aproximação às suas matrizes mais tradicionais, o regresso destes dinamarqueses aos discos representa uma motivação extra tanto para os fãs como para os próprios músicos. Assim o demonstra o guitarrista Jakob Batten numa conversa muito interessante que serve também para mostrar mais detalhadamente como funcionam os bastidores da indústria musical e de uma banda com muitos quilómetros nas pernas.

Acabaram de chegar à AFM Records. Sentem a frescura de trabalhar com uma nova editora e lidar com a sua motivação extra para projectar a banda?
Sim, sem dúvida. Na Roadrunner éramos uma banda pequena entre muitas grandes. Neste momento, o nosso novo disco é uma prioridade e vai ter mais atenção da nossa nova editora.

Em que termos podemos falar que a vossa ligação à Roadrunner falhou? A maioria das vezes este tipo de major não serve os propósitos de uma banda ligeiramente mais pequena como a vossa e uma ligeira quebra nas vendas é desculpa suficiente para mandar uma banda embora… Foi isto que se passou?
Sim, simplesmente não vendemos o volume suficiente de discos para agradar à Roadrunner. Eles queriam que, no mínimo, vendêssemos 100.000 cópias de cada um dos nossos álbuns. Para além disso, o facto de termos cancelado uma grande digressão europeia com os Vader, em 2006, foi algo que eles não gostaram propriamente…

Talvez agora trabalhando com uma editora europeia tenham muitas outras vantagens. Desde a proximidade à mentalidade promocional mais underground e não tão mercantilista das grandes etiquetas…
Vamos descobrir os benefícios após o lançamento de “The Prestige”. Entretanto, a Roadrunner é uma editora europeia também…

Sério?
Sim, toda a gente pensa que é americana mas o seu quartel é na Holanda. A Roadrunner fez um grande trabalho por nós, o melhor que alguma editora fez até à data. Se a AFM conseguir manter um trabalho equiparável vamos ver como será o nosso futuro.

Dez álbuns lançados, é uma marca notável. Como se sentem?
Sim, é um sentimento estranho! Mas após tantos álbuns começas a sentir-te mais relaxado acerca de tudo à tua volta. Lançar um disco começa a tornar-se uma rotina…

Ao mesmo tempo contabiliza muitos anos neste negócio da música. Sente algum cansaço por isso?
Sim, muito cansado. Sobretudo, porque todos nós temos que manter um trabalho diário à parte da banda, outros têm filhos, etc. Não é fácil manter tudo a funcionar ao mesmo tempo.

Em relação ao negócio da música o que acha que aprendeu durante todos estes anos? O vosso percurso até se tornarem conhecidos foi fácil?
Não tivemos que percorrer um caminho muito complicado para chegarmos onde estamos, para dizer a verdade… É, de facto, uma vantagem para nós estarmos no negócio da música desde os primórdios do death metal. Acho que o cenário é muito mais complicado para as bandas novas nos dias que correm. Elas todas têm grandes expectativas em relação ao negócio da música e, portanto, acabam por ficar facilmente desapontadas. O metal não é uma “mina de ouro”!

Acha então uma vitória merecida o facto de se encontrarem onde estão?
Sim, penso que a merecemos. Até agora contabilizamos 17 anos de trabalho, mas ao mesmo tempo sinto que poderíamos ter-nos tornado num nome muito maior se quiséssemos ter feito por isso. Simplesmente, não queremos andar em tournée toda a vida, preferimos ter uma vida pessoal também.

Sente que os vossos fãs de há 17 anos são os mesmos que vão aos vossos concertos e compram os vossos discos hoje em dia?
Os nossos fãs antigos continuam a apoiar-nos e é engraçado quando tocas ao vivo e conheces pessoas que sempre estiveram nos teus concertos para te apoiar. É também fixe ver uma nova geração de fãs a aparecer nos nossos concertos para não nos sentirmos como aqueles “veteranos” que andam a tocar para reformados! [risos]

E a motivação continua a mesma de antes?
Actualmente, mudamos completamente a forma de gerir a banda. Há dez anos atrás ensaiávamos todas as semanas porque tínhamos tempo para isso. Agora ensaiamos uma vez por mês, às vezes até menos! Mas com este novo álbum sentimo-nos realmente motivados para embarcar numa tournée de novo.

Talvez a solução para manter a motivação seja operar um regresso às raízes. Podemos encarar este novo trabalho desta forma? Pelo menos não se verifica a experimentação dos últimos discos…
Definitivamente, sabe melhor viajar para trás no tempo. O nosso último álbum foi uma grande experiência e acabou por sair fora de controlo. De certa forma, destruiu o espírito da música. Contudo, continuo a achar que é um bom álbum e ainda me orgulho dele.

A AFM entrou de alguma forma na discussão para escolher a orientação musical de “The Prestige”?
Não. Nenhuma editora vai ter alguma vez voz para nos dizer como criar a nossa música e as nossas letras. Isto é uma coisa pessoal e será tudo arruinado se alguma pessoa tentar mudá-la. A Roadrunner também nos deu “luz verde” para fazermos o que quer que quiséssemos. É a única maneira de trabalharmos.

Que motivações líricas podemos encontrar em “The Prestige”?
As suas letras baseiam-se, no geral, em experiências pessoais do Bo. Falam de amor, relações quebradas e submissão sexual. No fundo, são algo com que qualquer pessoa se pode identificar.

Olhando para um título como “A Child Is Missing” podemos presumir que este tenha algo a ver com o mediático caso do desaparecimento de Madeleine McCann?
Não. Este título refere-se a quando o Bo era puto a sua mãe estava grávida. Ele ia ter uma irmã, mas a sua mãe acabou por perder o filho…

O vosso groovy death metal é, sem dúvida, uma marca vossa. Porém, sentem-se seduzidos por uma abordagem mais rápida ao death metal ou isto seria, afinal, rumar num caminho mais banalizado deste género?
Sinceramente, não nos sentimos motivados a tocar mais rápido do que tocamos. Nós temos um tema mais rápido agora e isto é o suficiente para nós! [risos] Eu consigo expressar-me melhor num meio-tempo ou em temas mais lentos.

Os vossos próximos meses serão passados na estrada, como seria de esperar. Que expectativas têm?
Esperamos divertir-nos com os nossos fãs todas as noites. Isto é, acima de tudo, o que queremos fazer. Estar em tournée não é propriamente promoção para nós, mas sim divertimento.

Nuno Costa

www.illdisposed.com
www.myspace.com/illdisposed

Friday, March 21, 2008

VIII Festival S. Silvestre Jovem - Em Abril em Tomar

Nos dias 11 e 12 de Abril a cidade de Tomar recebe a 8ª edição do Festival S. Silvestre Jovem. Para a primeira noite ficam reservadas as actuações dos Kwantta, Ashes, Sacrilegion, Underneath, Slime Fingers e The Grim Reaper Society e para a segunda as dos Filhos de Alá, Just Under, A MINIAcT, Xtigma, Fucked Up e ALF ALF. O evento decorre na Associação Cultural e Desportiva de São Silvestre a partir das 23h00.

Ignite - Regressam a Portugal

Com uma mística especial no que diz respeito a concertos de punk/hardcore, o Tuatara, em Alvalade [Rua do Centro Cultural, Lisboa] recebe a 24 de Abril o regresso dos norte-americanos Ignite a Portugal. Neste momento a banda continua a promover “Our Darkest Days”, de 2006, álbum que marcou o fim de uma paragem de cinco anos em termos de edições. Como convidados especiais nesta noite estarão os também norte-americanos Death Before Dishonor e os canadianos Burn The 8 Track com “Count Me In” e “Fear Of Falling Skies” na bagagem, respectivamente. O bilhete para esta celebração punk/hardcore custa 20€ e o seu início está programado para as 20h30.

Dagoba - Violência "in your face"

“Face Of Colossus” é o nome do próximo álbum dos franceses Dagoba. A banda garante que “depois de vários meses de trabalho intensivo, todas as músicas do novo álbum estão escritas e as suas orquestrações e arranjos electrónicos finalizados”. O quarteto gaulês voltará a trabalhar em estúdio com o produtor Tue Madsen que afirma querer produzir um som “monstruoso” para este regresso. Nota de destaque também para o artwork do álbum que será elaborado pelo responsável gráfico do videojogo “God Of War II”. O sucessor de “What Hell Is About”, no qual estão presentes os poderosos temas “The Man You´re Not” e “The Things Within”, ainda não tem data para o seu lançamento.

The Old Dead Tree - Oficializam novo baterista

Há seis meses que Raphaël Antheaume [Penumbra] é baterista dos franceses The Old Dead Tree, mas só agora é oficializada a sua integração na banda. “Estamos muito contentes por anunciar que depois de trabalhar connosco durante seis meses, o Raphaël decidiu ser membro a tempo inteiro dos The Old Dead Tree”, explica a banda em comunicado. Entretanto, a banda tem agendado um concerto especial em Paris, no Le Trabendo, no próximo dia 3 de Abril e, logo de seguida, parte para a Alemanha para uma série de quatro concertos com os Subway To Sally. Aqui ficam as datas dos concertos: 15 de Abril no LKA, em Estugarda, 16 de Abril no Centralstation, em Darmstadtat, 17 Abril no Kufa, em Krefeld, e 18 de Abril no Pumpwerk, em Wilhelmshaven. Por cá podemos rever a banda na muita aguardada edição 2008 do festival Lagoa Burning Live, a decorrer a 25, 26 e 27 de Abril, no Algarve.

Thursday, March 20, 2008

Dead Shape Figure - Suportam Chimaira na Europa

Os thrash/death metallers finlandeses Dead Shape Figure serão banda-suporte dos norte-americanos Chimaira na sua extensa tournée por 12 países europeus com início marcado para a Holanda, mais precisamente em Amesterdão. Para além dos Dead Shape Figure figurarão como suporte os Maroon e The Sorrow. Essa será uma oportunidade perfeita para os fãs da banda ouvirem os temas que irão compor o seu longa-duração de estreia e que se intitulará "The Grand Karoshi", cuja data de lançamento está prevista para 19 de Maio, na Europa, e 10 de Junho, nos EUA, pela Season Of Mist. Entretanto, é possível escutar o tema "Blithering Icon" aqui.

Wednesday, March 19, 2008

Kronos - Fazem pré-apresentação de novo EP

Com a vitória entre mãos na edição 2007 do Concurso de Música da Câmara Municipal de Tomar, a título de prémio, os Kronos ganharam a oportunidade de gravar um EP com sete temas, o qual anunciam estar já na recta final do seu processo de mistura. O sucessor de “Symbolon”, EP de 2006, está a ser gravado no Zero Studio, em Tomar, e merecerá uma pré-apresentação já no próximo dia 28 de Março no “Lagares D’El Rei”, em Tomar, a partir das 22h00. Para além disso, a banda informa que o seu endereço de Myspace vai ser brevemente alterado para www.myspace.com/kronosrock1.

D3gredo - Apresentam EP este sábado

O Bar da Ponte, em Vouzela, é o local escolhido pelos lamecenses D3gredo para a apresentação do seu EP "D3MO 08". Os mesmos far-se-ão acompanhar pelos Processing Cut Mode, Ageing Skin e pelo DJ Metal Morfose. O evento irá realizar-se no dia 22 de Março, pelas 22 horas, tendo como custo de entrada 2€.

Tuesday, March 18, 2008

Vittrah - Vazio eterno

A editora underground nacional Bubonic Productions edita o quarto trabalho dos tirsenses Vittrah que dá pelo nome de “And So Emptyness Prevailed…”. Depois das demos “Our Reign” [2004], “Obsecration Lost” [2005] e “Empyreal” [2006], é a vez deste one-man-project fazer nova investida com mais seis temas de black metal bem obscuro e melancólico, editado em cassete profissional limitada a 200 cópias numeradas. Para encomendar este registo contacte bubonicprod@gmail.com.

The Profilers - Vencem XIII Festival de Música Moderna de Corroios 2008

É chegado o fim da XIII edição do Festival de Música Moderna de Corroios 2008 e os felizardos a arrecadar o primeiro prémio são os The Profilers, banda de rock/blues e jazz, com uma interessante imagem cabaretiana, de Sintra. A banda agora apresta-se a gravar o seu EP de estreia no Boom Studio, em Corroios, o qual sucederá à demo caseira “Make Love Slow… Enjoy The Role” que rendeu sucessos como “Hot” e “Edith Piaf On LSC”.

Monday, March 17, 2008

Review

HIPNOID
“Chaos”
[CD – Feedback Records]

Sentimo-nos quase que injustiçados por termos que avaliar um disco como este “Chaos”… O segundo trabalho destes paulistas, formados em 1999, cai num poço repleto de detalhes amadores que, veementemente, prejudicam em grande escala o aspecto destes 13 temas. Temos consciência das dificuldades para uma banda conseguir seguir os seus normais passos de desenvolvimento num mundo em défice económico e social como o da cidade de S. Paulo, o que, aliás, é patente na forma apressada como a banda diz ter gravado o seu primeiro disco, “Mankind”, de 2001. Mas com isso a banda arrisca-se a alguns dissabores.

Com “Chaos” o processo de gravação não parece ter sido muito diferente. Como já se disse, principalmente pela gravação, “Chaos” é um disco muito difícil de tragar. Para além disso, sentimo-nos confusos pelo facto de haver já tanta tecnologia “caseira” que facilmente faria evitar um resultado tão medíocre como o que aqui ouvimos. Principalmente em relação à bateria, se bem que também o desempenho do baterista não ajuda minimamente para que o resultado soe um pouco melhor. Inclusive, parece que foi tudo gravado live, o que se em algumas situações nos faz ter um ar orgânico e old school, o mesmo não acontece quando os músicos em questão parecem ter evidentes limitações. A inconsistência no tempo e a imprecisão nas batidas fazem com que o trabalho de bateria soe, por momentos, muito estranho...

Entretanto, não querendo pintar o cenário ainda mais negro, mas ao mesmo tempo não querendo cair em cinismos ou falinhas mansas, a verdade é que banda não cativa também em termos de composição. A maior parte do tempo torna-se demasiado repetitiva – devendo ser mais objectiva e aproveitar aquilo que realmente é o sumo da sua música, evitando esticar solos e riffs que, no fundo, não têm grande brilhantismo – aqui o papel de um verdadeiro produtor seria fulcral.

Em termos técnicos, as guitarras destacam-se em alguns solos, mas, no geral, tudo está minado de falta de inspiração. Ressalva-se a versatilidade da banda que por momentos é feliz na forma como mistura thrash tradicional, hard rock, blues e algum rock progressivo. Há alguma variedade no desempenho dos Hipnoid e acreditamos que com mais alguma maturidade e – muito importante – a acção de um produtor experiente e com um estúdio minimamente apetrechado à disposição, a banda possa causar muito mais impacto no futuro.

Não nos referimos, naturalmente, a este projecto como um total “aborto”, mas é um facto que a banda está uns bons furos abaixo daquilo que é exigido no mercado discográfico hoje em dia. E ainda nos baralha mais as contas se atendermos a que esta possui grande rodagem no Brasil e já correu vários países da Europa. Para não falar na rodagem dos seus videoclips na MTV Brasil entre outras cadeias de televisão nacionais. “Chaos” ganha, no entanto, pontos na sua excelente edição – com faixas multimédia e um livro de banda-desenhada da autoria de Marcella Rangel, ainda completo com contos e as letras do disco. Porém, questionamo-nos de novo: não seria melhor se os Hipnoid tivessem pegado nessa parte do orçamento e tivessem aplicado num melhor estúdio? [4/10] N.C.

Gorerotted - Brincando com a morte

Os londrinos Gorerotted emitiram recentemente um comunicado que dá conta da entrada em estúdio da banda para gravar o seu novo álbum, que dá pelo nome de “Get Dead Or Die Trying”. O sítio escolhido foi os Parlor Sounds Studios e a equipa de produção é composta por Russ Russel e James Dunkley. Este trabalho contará com a estreia do baterista Nate Gould [Screamin’ Daemon] que vem render a saída recente de John Rushforth.

Fates Warning - "Perfect Symmetry" com nova vida

“Perfect Symmetry”, o álbum de 1989 dos Fates Warning, será reeditado em formato remasterizado em Junho próximo pela Metal Blade. Esta edição de “cara lavada” do quinto longa-duração destes prog metallers de Hartford conta ainda com um disco bónus contendo as demos de “Perfect Symmetry” e um DVD de 90 minutos com filmagens ao vivo. Aguardam-se mais informações para breve e, inclusive, um vídeo preview do trabalho. Entretanto, é possível ver o videoclip de “Through Different Eyes”, do álbum em questão, aqui.

Shai Hulud - O regresso das origens

Um dos originários do metalcore, os Shai Hulud, regressam aos discos após cinco anos de “hibernação”. Este regresso tem por nome “Misanthropy Pure” e é descrito como um apelo ao som old school da banda. Matt Fox [guitarrista] acrescenta, ironicamente, que este trabalho é “mais rápido, mais lento, mais metal, menos metal, mais rock, mais progressivo e menos progressivo do que qualquer trabalho que a banda tenha lançado até hoje”. “Misanthropy Pure” foi captado nos estúdios Silver Bullet Media e misturado por Eric Rachel nos estúdios Trax East. Os fãs poderão aceder ao disco do grupo oriundo da Florida no dia 26 de Maio pela Metal Blade.

Hail The Bullets - Força bélica em Maio

A 19 de Maio vai estar disponível para toda a Europa “...Of Frost And War”, o disco de estreia dos holandeses Hail The Bullets, pela germânica Metal Blade. Nas palavras do baterista Ed Warby, “este é a banda-sonora da verdadeira guerra. Se não imagina como é ser atropelado por um tanque Tiger de 50 toneladas então aqui tem a sua oportunidade”, acrescenta o músico. “…Of Frost And War” foi gravado entre Fevereiro e Março nos Excess Studios em Roterdão, na Holanda, e misturado e masterizado por Dan Swanö, dos Edge Of Sanity, na Suécia. O disco vai estar disponível numa primeira edição limitada em digipack com um tema bónus. Depois de esgotado só estará disponível em jewelcase, sem tema bónus. Estará ainda disponível o disco em vinil. A acrescentar que a banda assina aqui com a Metal Blade um contracto mundial, após ter mantido até agora um contracto apenas para a Europa.

Review

BANSHEE AND SOMETHING ELSE WE CAN’T REMEMBER
“This Place Is A Zoo”

[CD – Raging Planet]

A partir de um ambiente “selvático” chega-nos o primeiro trabalho dos setubalenses Banshee And Something Else We Can’t Remember. A introdução do seu tema título, com macacos a guinchar, é apenas um pequeno aperitivo para toda a boa disposição que ensopa este trabalho. Este colectivo de punk rock com influências ska são daqueles casos, mais um, em que a descontracção reina em todo o seu lyfe stile e condiciona toda a sua existência.

Indiscutivelmente com um trabalho bastante coeso e uma capacidade rítmica capaz de pôr toda a plateia aos pulos e a dançar freneticamente, os Banshee acabam por ser um projecto surpreendente pela sua energia positiva. O peso é substituído por melodias e batidas orelhudas e com o auxílio dos trompetes, demasiado presentes e algo pirosos na nossa opinião, a banda acaba por demarcar-se, de certa forma, da concorrência. Tudo o resto é concebido para se tornar na melhor banda-sonora de Verão enquanto saboreamos uma brisa fresca à sombra de uma esplanada, com salgados e uma cerveja gelada a acompanhar, enquanto tentamos escapar do calor abrasador desta época do ano e espiamos os corpos mais despidos das míudas.

Uma coisa é certa: a banda não deve nada a projectos similares do estrangeiro, o que, aliás, comprova as várias datas que a banda já fez fora de Portugal. Com uma imagem "zoológica" e com os devaneios hilariantes do final do disco ficamos a desejar que os Banshee se mantenham bem dispostos por muito mais tempo, nem que para isso o vinho seja o tónico principal… Enquanto houver ”vi ti” eles serão “gá fodi”! [7/10] N.C.

Communic - Existência prolífera

Com uma média impressionante de um lançamento por ano, os noruegueses Communic voltam à carga a 30 de Maio próximo com o seu novo longa-duração “Payment Of Existence”. O trio de Metal progressivo comenta que este seu terceiro disco é o “mais diverso e pesado de sempre, mas mantém a marca dos Communic”. O disco teve produção de Jacob Hansen e o artwork é de Jan Yrlund.

Testament - Tomando forma [maldita]

Enquanto “The Formation Of Damnation”, o aguardado novo álbum dos lendários Testament, não chega aos escaparates já é possível escutar o tema “More Than Meets The Eye” no Myspace da banda. O décimo primeiro disco da carreira do grupo chega a 25 de Abril à Europa, pela Nuclear Blast, e contou com a gravação de Andy Sneap nos Fantasy Studios em Berkeley, na Califórnia.

Korpiklaani - Trailer para novo "Korven Kuningas"

A antecipar “Korven Kuningas”, o novo disco dos Korpiklaani, a banda disponibilizou no Youtube um trailer/EPK com excertos de videoclips e entrevistas sobre o seu regresso em álbum. Aceda ao video aqui. O quinto tomo da banda de folk metal finlandesa chega às lojas no dia 21 de Março pela Nuclear Blast. Para o referido disco já foram registados dois videoclips, “Keep On Galloping” e “Metsämies”. O disco terá uma primeira edição com temas bónus e em vinil branco, um digipack de apenas 500 exemplares acompanhado por um “corno de beber” e um suporte de parede. A relembrar que os Korpiklaani são mais uma das bandas a actuar no auspicioso Lagoa Burning Live, a ter lugar no Algarve nos dias 25, 26 e 27 de Julho, sendo que a banda actua no último dia do festival.

Sunday, March 16, 2008

Keep Of Kalessin - Colosso pela Nuclear Blast

A Nuclear Blast assinou um contracto de licenciamento com a Indie Recordings para a distribuição de “Kolossus”, o quarto trabalho dos noruegueses Keep Of Kalessin, para território alemão, austríaco, suíço e para o resto do mundo, fora da Europa, com excepção para a Austrália e Rússia. O regresso da banda do ex-guitarrista ao vivo dos Satyricon, Obsidian C., dá-se em Junho deste ano e promete mais uma dose de black metal épico, com elementos death, thrash e vários outros atípicos a este género. Em Abril a banda embarca numa tournée norte-americana chamada “The Invaluable Darkness Tour Part 2 – Legions Of The Chosen Few” com os Dimmu Borgir e Behemoth. Mais tarde, embora ainda sem data marcada, a banda regressa à Europa para uma extensa digressão.

Friday, March 14, 2008

Ciborium - Em festival na Holanda

O festival "Battle Against Cancer II" que decorrerá no dia 20 de Setembro em Oss, na Holanda, contará com a participação dos black/death metallers portugueses Ciborium e dos death metallers holandeses The Lucifer Principle. Até ao momento essas são as únicas duas bandas confirmadas para o espectáculo de beneficência a favor da KWF Kankerbestrijding, associação holandesa de luta contra o cancro. Para mais informações aceda aos seguintes links:

Review

SYBREED
“Antares”

[CD – Listenable Records/Major Label Industries]

Do interessante catálogo da francesa Listenable Records temos agora a registar, os não menos interessantes, Sybreed. O anterior “Slave Design” valeu-lhes uma considerável exposição com direito a digressões pelos Estados Unidos e Europa, com a insígnia de um som pesado, melódico e repleto de texturas electrónicas que lhes confere, ainda que sem nenhuma novidade, um produto contagiante e muito consistente. Isto partindo de um grupo de “desconhecidos” para a maioria do público e de uma cidade com muito pouca tradição nesta “prateleira” – Génova –, consistência é o adjectivo mínimo a atribuir à arte de um grupo que surpreende assim que colocamos “Antares” a rodar.

Podendo supor que a Listenable Records poderá querer agarrar o sucesso “polirítmico” dos também seus Textures, ainda que estes holandeses tenham um som muito mais original e complexo, a verdade é que decidem por abrir a porta a mais uma banda que vive muito do aspecto downtuned e modernaço das guitarras e dos ritmos sincopados inspirados também em grupos como Mnemic e Threat Signal.

Porém, a distância que vai entre os nomes referidos e os Sybreed, é que estes últimos “abusam” muito mais da componente electrónica. Os loops acompanham quase todos os momentos de “Antares”, o que contribui muito para um som, ora bem gélido, ora bem mecânico, ora actual e acessível, sendo que, sem dúvida, concebe uma produção muito cheia.

Por outro lado, a banda não descurou meios para tornar o seu som acessível e injecta uma dose “letal” de melodia aos seus temas, principalmente, nos seus refrões – alguns com propensão para se tornarem grandes hinos radiofónicos, como “Emma 0”, “Revive My Wounds” ou “Ego Bypass Generator”. Acontece que, como quase sempre assim é, quando o objectivo é ser catchy, as estruturas das canções são sacrificadas e, por momentos, as coisas tornam-se muito previsíveis. Apesar disso, este acaba por ser um mal que aceitamos bem quando os riffs e as melodias conseguem agarrar-nos. A voz do fundador Benjamim tem muita culpa neste resultado, sendo que consegue ser raivoso nos registos pesados – num tom próximo de Michael Bogballe [ex-vocalista dos Mnemic] – e etéreo num registo harmonioso pleno de magnitude.

Não se pense, no entanto, com isso que o peso escasseia. Os ritmos e os tempos são aqui muito inteligentemente explorados, mantendo-se no limiar da técnica e do groove. Resultado: um trabalho muito eficiente, maduro e minimamente versátil para não soar enfadonho, apesar de não escapar à suposição de poder ter sido criado com muitas preocupações de atingir um público vasto. Entretanto, os elementos black metal que a banda emprega subtilmente ajudam-na a afastar de alguns clichés.

Com Dirk Verbeuren [Soilwork] atrás do kit de bateria em estúdio, a editora poderia também aproveitar-se para promover esta banda helvética, mas é o seu mérito próprio que lhe garante excelentes apontamentos para o futuro. A evitar a falta de homogeneidade deste trabalho que depois de um excelente arranque tem uma segunda metade bastante monótona. [7/10] N.C.

Monday, March 10, 2008

Entrevista Jon Oliva's Pain

EM ESTADO DE ALERTA

Quando se possui verdadeira alma e paixão, concebem-se músicos que se mantêm arejados e saudavelmente activos durante muitos anos. Partindo de um envolvimento hereditário e muito precoce com a música, foi com apenas 19 anos, mais precisamente em 1979, que Jon Oliva fundou os seminais Savatage, ao lado de seu irmão Criss Oliva, e escreveu álbuns históricos como “Sirens”, “Hall Of The Mountain King” ou “Gutter Ballet”. Compositor ávido e distinto, Jon Oliva decidiu, entretanto, em 1992, separar-se do grupo que o lançou para o mundo para dedicar mais tempo aos seus Doctor Butcher. Porém, o músico regressa surpreendentemente, em 2001, para dar voz a “Poets And Madmen”. Revelando-se sol de pouca dura, o grupo da Florida acaba por afastar-se, embora mantendo os seus elementos próximos no projecto instrumental Trans-Siberian Orchestra. Ainda assim, é apelando à sua independência inata que Jon Oliva cria os seus Jon Oliva’s Pain, em 2003, para deixar jorrar a sua transbordante criatividade. Este projecto serve igualmente para o vocalista e teclista cravar e esterilizar as suas feridas pessoais, nomeadamente as da perca de seu irmão Criss e, muito recentemente, do seu grande amigo e produtor de longa data Greg “Super G” Marchak, que gerou tanto “assombro” como motivação durante a gravação de “Global Warning”, o seu terceiro trabalho com este projecto. Este é, por isso mesmo, também um tributo aos seus ente queridos que o deixaram e um incontestável contributo de classe para o Rock e Heavy Metal de costela tradicional e progressiva. Apesar do momento complicado que vivem, para Jon e Christopher Kinder [baterista] não há motivos para a inspiração falhar, como demonstram na entrevista que se segue.

“Global Warning” resulta como um hino a alertar para as atrocidades que o Homem está a infligir no nosso planeta. Significa que também estão preocupados sobre este assunto...
Chris:
Sim, com certeza! Olhem à vossa volta nos dias que correm... Será que existe alguém contente com o rumo que a Humanidade está a tomar? Honestamente, a maioria das pessoas levanta-se diariamente, vai para o trabalho e toma conta das suas famílias. E a maioria das pessoas deste planeta não são responsáveis pela situação em que nos encontramos actualmente. Existe uma minoria de população a forçar as suas vontades e a impor a sua ganância sobre os outros. Nem um único americano tem algo de bom a dizer sobre a guerra no Iraque, excepto os políticos... O que é que isto nos revela? Teríamos que ser cegos, burros e estúpidos para não percebermos que o sistema está 100% corrompido e vai continuar a declinar-se a menos que mudanças massivas sejam implementadas no mundo.

Olha para o futuro da Humanidade com algum positivismo?
Chris:
Sim! Na América isto já aconteceu ao longo da sua história, mas se as pessoas à volta do globo não se agruparem e forçarem uma mudança verdadeira e positiva, podem esperar que o mesmo se continue a passar.

Sentiram uma dor enorme com o desaparecimento do Greg Marchak. Como foi trabalhar em estúdio dessa vez sem a sua presença? Compreendo se não quiserem falar deste assunto...
Chris:
Temos que continuar a falar desse assunto e com grande admiração pela sua vida e legado. O Greg era um ser muito especial e um produtor e engenheiro fantástico. Ele era um autêntico membro da banda, mesmo que nunca estivesse em palco connosco. Qualquer verdadeiro músico sabe que é o esforço de todos que concebe o trabalho final de um disco. O Greg era um génio a extrair o que de melhor tínhamos para oferecer... E ela fazia-o com um sorriso e cuidado tremendo perante todos os detalhes dos Jon Oliva’s Pain!

Sentem que perderam alguma magia face à sua ausência durante a produção de “Global Warning”? Imagino até qual será a dedicatória especial deste disco...
Chris:
No princípio, a gravação de “Global Warning” foi um processo muito, muito duro. Começámos a gravar apenas duas semanas após o seu falecimento. Contudo, aprendemos tanto com o Greg que a sua inspiração guiou-nos através de toda e qualquer sessão de gravação. Sentimos o seu espírito em todo o lado... E sabemos que ele está sempre connosco. Este disco foi para ele e acreditamos que isso é visível nas canções desse novo álbum e na performance da banda.

Chegaram a pôr a hipótese de cancelar as gravações de “Global Warning” após esse trágico acontecimento?
Jon:
Nunca! O Greg nunca quereria que isso acontecesse.

Jon, tem sido um verdadeiro guerreiro ao longo destes anos... Esta é a sua segunda enorme dor perante a perca de ente queridos. Esses acontecimentos servem-lhe de propósitos extra para escrever em suas memórias?
Jon:
Sempre... Escrevo do coração e as canções que assino são sempre reflexões de experiências de vida, tanto passadas como presentes, boas e más.

Teve, por exemplo, algum dejá-vu ao escrever este novo trabalho?
Jon:
Existem muitos temas que compus sob inspiração do meu irmão Criss e também da minha história nas lides da música. Voltar a ouvir as cassetes que o meu irmão guardava lembra-me muito quando eu e ele começámos a tocar quando ainda éramos adolescentes. Algum deste material é intemporal e vai continuar a fazer parte dos futuros lançamentos de Jon Oliva’s Pain.

Esta será, certamente, uma boa forma de o prestar tributo e senti-lo sempre ao seu lado...
Jon:
Tê-lo a par do que eu e a banda grava será sempre uma prioridade. Se conseguirmos incluir as suas belas composições nos nossos futuros CD’s é porque ele continuará sempre connosco! O Criss viverá comigo em tudo o que fizer.

Como se sente hoje em relação à banda? A vossa consistência parece atingir o seu pico máximo neste terceiro trabalho...
Jon:
Porquê? As bandas demoram anos a se desenvolverem e penso que, nesse aspecto, fazemos as coisas muito diferentes da maioria das bandas. Tentamos desafiar-nos e curtir o que fazemos. Raios, enquanto tiverem estes dois aspectos bem presentes na vossa música deixam de haver limitações em relação ao que pretendem atingir. Simplesmente tentamos escrever discos que não são unicamente para agradar os fãs, mas sim para desafiarmos as nossas capacidades para escrevermos grandes canções e captá-las em disco. Estamos, certamente, orgulhosos do “Global Warning” e isto é apenas o princípio dos Jon Oliva’s Pain.

Consta que se surpreenderam bastante com as vossas ideias enquanto compunham este terceiro álbum. Algumas delas parecem ter surgido, inclusive, de erros vossos! [risos]
Jon:
Os erros são como que ingredientes acidentais numa, de outra forma, perfeita receita. A melhor comida é concebida exactamente da mesma forma. Tens que experimentar e levar-te aos limites e depois, inadvertidamente, do nada, alguém aparece com uma grande ideia para uma canção que todos tínhamos dado por concluída! Qualquer um dos nossos temas está aberto a mudanças até ao dia em que os gravamos. Se fecharmos a “janela” para essa oportunidade muito cedo, vamos perder a hipótese de saber como estes ficariam de outras maneiras. Esta é a razão por ser tão agradável trabalhar em Jon Oliva´s Pain. Tentaremos tudo até as coisas nos servirem da melhor forma.

Também costumam improvisar em estúdio. Registaram-se muitos momentos desses dessa vez?
Jon:
Tirando as estruturas base dos temas, toda a gente era livre de tentar seja o que for que sentisse que podia melhorar a música. Esperamos que este fluir natural agrade aos fãs.

Continua a sentir-se como um hiper-criativo? Afinal de contas, criou este projecto para escoar o excesso de composições e ideias que tinha. Imagino que não seja muito dado a “bloqueios”…
Jon:
Hoje em dia encontro mais inspiração do que nunca. O meu percurso musical foi preenchido com altos, baixos e algumas incertezas. Mas eu estou a entregar-me a um dom que me foi dado e estou sempre a ter ideias incríveis para músicas diariamente. Vivo tempos muito excitantes, sem dúvida.

Qual acha que é o segredo? Será que desenvolveu métodos ao longo de todos esses anos para evitar bloqueios criativos? A experiência será, com certeza, um factor favorável…
Jon:
Apenas tento relaxar e deixar os meus dedos pronunciarem-se… Na verdade, é tão simples como isso!

JOP é o seu projecto a solo, creio não haver contestação. Contudo, assina todo o material que editam ou os vossos colegas de banda também contribuem com ideias?
Jon:
Neste projecto tudo é feito em equipa. Se alguém na banda tem uma ideia melhor do que a minha, esta é imediatamente adicionada à música. Acima de tudo, funcionamos em prol das canções e não estamos preocupados com quem as escreve.

Descreva-me, musicalmente, este novo disco. Parece-me repleto de variedade…
Jon:
Penso que este disco abrange muitas e boas influências que eu e a banda temos. Não tivemos medo de tentar tudo o que nos ia em mente e foram dadas plataformas as todas as ideias que tivemos para estas poderem desenvolver-se. Algumas ideias eram boas, outras não. Mas acontece que quando tens muitas ideias por entre escolher acabas por optar pela mais correcta.

Compreendo que esteja muito ocupado hoje em dia com o novo álbum de JOP. Porém, por onde passam os vossos planos com os seus projectos paralelos?
Jon:
Neste momento, não tenho nada programado para eles.

Embora esta seja uma pergunta “perigosa”, arrisco-me a perguntar-lhe se existe alguma motivação para reunir-se com os seus colegas dos Savatage?
Jon:
Os Savatage são, basicamente, os Trans-Siberian Orchestra [TSO] de hoje em dia… Este é um projecto que funciona durante um ano tanto em disco como em tournée e depois pára. JOP vai continuar a ser a minha principal fonte absorsora para a música que crio. Adoro tocar com estes músicos porque eles trazem muito boas ideias para a sala de ensaios. Aqui tenho o melhor de dois mundos.

Recentemente, falou-se na hipótese de ser editado um CD+DVD especial dos Savatage, ao vivo, do período em que o Criss tocava na banda. Esta sempre é para consumar-se?
Jon:
Ainda estamos a decidir o que fazer. Assim que tivermos uma resposta far-lha-emos pública. A partir de agora o objectivo é lançar o próximo disco dos TSO e celebrar o lançamento de “Global Warning” em tournée. Por fim, quero agradecer os inúmeros anos de apoio. Não havia outra maneira de continuar sem a vossa ajuda. Espero que gostem do novo álbum de JOP e que surjam oportunidades para vos visitarmos… Estaríamos lá para celebrar com “bombeiros e sirenes”. Adoramo-vos a todos!

Nuno Costa


www.jonoliva.net