"Hyubris"
[CD - Recital]
Da pequena localidade do Tramagal, no concelho de Abrantes, sai-nos uma das maiores surpresas do rock/metal português dos últimos tempos. Anteriormente sob a designação Lupakajojo, Lulla, Jorge, João e Panda decidem partir definitivamente à “aventura” e criam os Hyubris, em 2001, após a saída de Kaiser e a entrada de Filipa para as vozes e flautas. Esta tornou-se rapidamente num dos talismãs deste quinteto, ou não tivesse ela um dos timbres mais peculiares e potentes de que tivemos conhecimento ultimamente [algo entre Teresa Salgueiro e Maria João].
Da pequena localidade do Tramagal, no concelho de Abrantes, sai-nos uma das maiores surpresas do rock/metal português dos últimos tempos. Anteriormente sob a designação Lupakajojo, Lulla, Jorge, João e Panda decidem partir definitivamente à “aventura” e criam os Hyubris, em 2001, após a saída de Kaiser e a entrada de Filipa para as vozes e flautas. Esta tornou-se rapidamente num dos talismãs deste quinteto, ou não tivesse ela um dos timbres mais peculiares e potentes de que tivemos conhecimento ultimamente [algo entre Teresa Salgueiro e Maria João].
Com produção a cargo de Luís Barros e masterização de Tommy Newton, o mundo fantástico de lendas, deuses e fadas que reza as letras dos Hyubris e a abordagem folclórica e medieval que brota dos instrumentos destes cinco músicos, encontram neste suporte sonoro o leito perfeito para ganhar toda a imponência que as suas texturas exigem. Quase nos sentimos a viajar em outras épocas ao som de “Fadas”, a flutuar com a magnífica versão de “Canção de Embalar”, original de Zeca Afonso, ou no centro de um campo de batalha medieval onde "roça-nos" a cavalaria do exército em “Andromedae”. Do ambiente festivo de “Persifeu”, onde quase conseguimos cheirar o vinho e as iguarias ancestrais que acompanham as noites em que duendes e humanos dançam em volta do fogo, ao profundo “Mulher do Rio”, onde a guitarra portuguesa nos comove com o seu “choro” e mostra todo o sentimento do ser-se português. E assim se desenrola este disco: uma autêntica tela de imagens onde existem argumentos mais do que suficientes para que nos descolemos do tempo e viajemos nas asas da imaginação. Por estas faculdades, este é um disco cheio de potencial e o mérito vai todo para a ousadia, criatividade, alma, irreverência e inteligência dos Hyubris.
Apenas no campo técnico esperava mais desta banda, mas a nível de arranjos o resultado é notável e talvez esta relativa sobriedade das guitarras e secção rítmica sirva para focar ainda mais os propósitos desta banda que, acima de tudo, funciona como um colectivo e um imaginário. Fazendo jus ao seu nome [Hyubris, do latim “Hybris” – desafio aos deuses] este quinteto do Tramagal já ganhou o desafio de conquistar Portugal com o seu som ímpar... agora é uma questão de esperar para ver o quão alto as “fadas” os vão fazer voar por esse mundo fora. [8/10] N.C.
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