Monday, December 31, 2007

Entrevista Dico

VULTO INCANDESCENTE - II

Multifacetado e dinâmico, Dico dividiu a outra metade da sua carreira com o jornalismo. Apesar do seu labor em publicações empresariais, informáticas, entre outras, foi por convergência com a música que nasceu uma das suas maiores paixões – o jornalismo musical – e como consequência um dos maiores, mais bem sucedidos e respeitados blogues nacionais de sempre dedicados ao Heavy Metal – o Metal Incandescente. Ainda assim, também esta sua faceta foi reprimida pelas adversidades de um ambiente sócio-económico nacional deficitário e que o levou a encerrar actividades com o seu popular projecto, estávamos no final de 2006. Fica o derradeiro capítulo de uma marcante entrevista, extremamente didáctica e esclarecedora do nosso actual "estado de coisas", com uma das individualidades mais credíveis e emblemáticas do panorama de peso português, a quem lhe é inteiramente justa a dedicação deste espaço.


Falar do seu percurso implica olharmos para inúmeros projectos e colaborações. Na área do jornalismo teve um blog que dificilmente será esquecido em Portugal – o Metal Incandescente. Como explica a sua extinção?
A dada altura o blogue tornou-se um fardo, uma obrigação. Fazê-lo tornou-se penoso, daí que decidi pôr-lhe fim. Por outro lado, nalgumas alturas concluí que determinadas bandas não mereciam o meu esforço e o de outras pessoas noutros órgãos de comunicação. Cheguei a enviar entrevistas por e-mail que nunca foram respondidas, mesmo após grande insistência. Perdi todo o respeito a essas bandas, como deves imaginar, mas também aos músicos que se queixavam das minhas críticas menos abonatórias.

Para serem objecto de boas avaliações, os grupos só têm uma solução: compor bons temas, gravar bons discos e fazer um trabalho tão profissional quanto possível. Caso contrário, restrinjam a divulgação à família e ao círculo de amigos ou dediquem-se à pesca.

Será que algumas complicações que surgiram pelo caminho também ajudaram a desmotiva-lo e a desistir do seu trabalho? Estamos a falar, por exemplo, da polémica com a Metal Heart ou mesmo, como reza a tal crónica sobre a relação músicos-jornalistas, as acusações de algumas pessoas que diziam que era “um músico frustrado camuflado de jornalista”?
Quanto à Metal Heart, na altura em que se deu a polémica, eu já havia decidido acabar com o blogue, mas os plágios de que fui vítima só vieram corroborar a minha convicção de que há muita podridão no Underground nacional. Há indivíduos incompetentes a quererem ganhar fama, dinheiro, influência e respeito à custa de terceiros. Essa gente não interessa ao Metal.

A citação relativa ao “músico frustrado” não me era dirigida, mas sim a um crítico de uma revista que redigiu um comentário desfavorável, mas fundamentado e justo, ao álbum do grupo em questão. Ora, à época, sendo eu também jornalista, senti que se impunha o debate, daí ter escrito o artigo “O Jornalismo Musical em Análise – Músicos e jornalistas: uma relação conflituosa”. Obviamente que já houve quem me chamasse músico frustrado, mas isso é algo que não me afecta, até porque, nessa condição, alcancei mais em poucos anos do que esses iluminados em décadas.

Nem mesmo com massificados apelos no sentido de regressar ao activo o convenceram a retomar o trabalho?
Não, precisava de virar a página. Na altura a minha atenção dispersava-se por demasiados projectos, pelo que me vi obrigado a “arrumar a casa”, eliminando tudo o que para mim já não me desse gozo fazer ou que constituísse fonte de stress. Precisava de acabar com tudo para iniciar uma nova fase e seguir em frente. Assim fiz.

Deixa de fazer sentido, a partir de certo momento, por mais vontade que se tenha, que os autores deste tipo de projectos continuem em cena sem ganhar qualquer remuneração, por exemplo?
Essa é uma questão muito pertinente. O Underground tem na sua génese o “amor à camisola”, o esforço desinteressado. Mas, a dada altura, se fazes um bom trabalho e és reconhecido por isso, torna-se legítmo que ambiciones passar ao nível seguinte, que é transformares o teu hobby, a tua paixão, em sustento. Foi isso que, a dada altura, tentei fazer. O objectivo era transformar o Metal Incandescente num site profissional, com conteúdos diversificadíssimos, publicidade, etc. Pedi orçamentos a empresas de webdesign mas os custos eram proibitivos. Reuní-me, inclusive, com representantes de empresas “incubadoras” de projectos empresariais, cujo lançamento e progresso acompanham. Infelizmente, todos os esforços foram em vão. Era um projecto magnífico, extremamente completo, que seria uma referência para fãs, músicos e todos os agentes envolvidos no mundo da música. Noutro país, com patrocínios ou subsídios estatais não tenho dúvida que teria conseguido realizar o meu sonho, mas estamos em Portugal...

Cria-se um paradoxo quando fechamos as portas por falta de condições e a partir daí gera-se um certo desnorte da parte de músicos e fãs. O meio parece não subsistir convenientemente sem estas iniciativas, não é verdade?
Sim, o Underground sobrevive do “amor à camisola” dos agentes envolvidos, é algo intrínseco. De outra forma, o Underground não existiria. Com efeito, o desaparecimento deste tipo de projectos repercute-se de forma negativa no meio. Quando um blogue ou uma zine acabam é menos um suporte promocional que as bandas têm à disposição.

Esta pergunta tem também uma certa relação com uma apreciação que fez no Metal Incandescente em que dizia que “a diferença entre a visão estratégica de certas editoras nacionais e as suas congéneres mundiais é abissal”. Tendo este tipo de iniciativas uma importância tão grande no Underground compreende-se que as editoras dificultem tanto o trabalho dos seus responsáveis?
Referes-te à crítica que fiz à compilação “Metal: A Headbanger's Journey”, a banda-sonora do DVD com o mesmo nome. Essa frase resultou do facto de, em várias alturas, eu – e muitos colaboradores de outros órgãos de informação Underground - ter solicitado à referida editora nacional CD’s promocionais das suas bandas e nunca ter recebido resposta. Aliás, alguns desses colectivos viam-se obrigados a fazer o trabalho promocional que competia à editora, pois de outra forma não conseguiam obter visibilidade no meio Underground.

A diferença entre os selos nacionais e estrangeiros advém do facto de eu ter enviado um e-mail ao selo canadiano Banger Productions (que lançou a compilação em parceria com a Universal Canada) solicitando o envio de um exemplar para análise no Metal Incandescente. Três dias mais tarde tinha o CD no correio, sem mais perguntas. Além disso, a relações públicas da editora mediou de forma exemplar os meus contactos com os autores do documentário para a realização de uma entrevista que, infelizmente, acabou por não se concretizar. Este exemplo ilustra bem a consciência que as empresas modernas, evoluídas, com uma visão estratégica a longo prazo, têm da importância da Internet e dos órgãos de comunicação amadores, dirigidos a nichos de mercado. Portanto, não são algumas editoras nacionais que boicotam o trabalho dos seus responsáveis, são os responsáveis que, não possuindo uma visão realista do mercado, comprometem o trabalho e o futuro das suas bandas.

Pode-se também aceitar que as bandas assistam a este cenário apáticas sabendo que isto lhes está a prejudicar o trabalho?
Não creio que as bandas assistam apáticas a este estado de coisas, pelo contrário. Hoje, os músicos encarregam-se da gestão das suas carreiras de uma forma tão eficaz, apaixonada e profissional como há uma década seria impossível imaginar. Face à incapacidade de as grandes e médias editoras se adaptarem aos novos desafios com que diariamente se vêem confrontadas, os próprios artistas criam soluções inovadoras e ainda bem que assim é. A nível internacional, vê os exemplos dos Radiohead, que lançaram o último álbum online sem preço definido ou de Prince, que ofereceu três milhões de exemplares do seu mais recente disco com o jornal inglês “Mail On Sunday”. Entre portas, a editora de Rui Veloso lançou um livro acompanhado de um CD dos Azeitonas, para contornar os injustos 21% de IVA que os portugueses têm de pagar pelas obras fonográficas.

Além disso, a fabulosa oferta de programas de composição, gravação, produção e mistura, bem como de ferramentas promocionais online, confere às bandas uma autonomia e independência fantásticas. Dantes, nas editoras, as bandas eram meros objectos descartáveis que os senhores da indústria manipulavam a seu bel-prazer. Hoje é a indústria que precisa desesperadamente das bandas para sobreviver.

Começamos também já a entrar um pouco numa discussão que envolve o analisar do modo de estar do nosso público, músicos e agentes de promoção. Muito sucintamente, temos o que merecemos?
Esse é um lugar-comum, mas se calhar não tão errado quanto isso. De qualquer forma, a inveja, a mentalidade mesquinha, o “desenrascanço” e o “deixa andar” são características muito portuguesas, que se reflectem na sociedade de forma bastante profunda. Em muitos casos, a indústria que gira em torno da música não foge à regra.

A dada altura escreveu também uma crónica sobre a relação entre músicos e jornalistas. O facto de o português não gostar de receber críticas negativas é um dos maiores entraves ao seu progresso?
Não tenho a menor dúvida, e isso verifica-se em todos os sectores da sociedade: na política, na edução, na justiça, no tecido empresarial. Assim como o pior cego é aquele que não quer ver, o pior ignorante é o que não quer aprender. Para evoluir é fundamental retirar ensinamentos dos nossos erros e dos que nos rodeiam, mas não é possível fazê-lo sem uma atitude humilde, acessível, de espírito aberto.

Por outro lado, e porque temos mesmo que ver o outro lado, é prestado um serviço ético e íntegro por parte dos nossos jornalistas, quer tenham carteira ou não?
Como em todas as profissões, há bons e maus jornalistas. Infelizmente, os bons são cada vez mais raros. Nunca se escreveu e falou tão mal neste país. A qualidade do jornalismo desce vertiginosamente a cada dia. As empresas de comunicação social vivem actualmente – desde há vários anos, mas a tendência acentua-se – do trabalho escravo dos estagiários e dos free lancers. A esmagadora maioria das oportunidades de emprego para jornalistas em Portugal pedem estagiários para trabalhar seis meses, a quem é pago o subsídio de alimentação e de transporte, nada mais. Na ilusão de ficarem integrados, os estagiários trabalham insanamente, quase sem acompanhamento dos jornalistas séniores. Quando terminam o estágio são despedidos e recomeça o ciclo. Mas as empresas ficam felizes, pois têm o trabalho feito quase de graça, negligenciando a qualidade. É impossível um estagiário trabalhar melhor do que um jornalista experiente, mas são os séniores que acabam por ficar à margem da profissão devido a esta promiscuidade. Um profissional experiente exige ser bem pago, um estagiário aceita tudo, sem reclamar.

Por outro lado, a miséria que se paga aos free lancers incentiva-os a fazer um trabalho apressado e, frequentemente, de menor qualidade. Se para sobreviverem as pessoas têm que acumular várias colaborações o trabalho não terá certamente o rigor exigível. Mas, como digo, qualidade e rigor é algo que não interessa às empresas nacionais. É uma vergonha que cada publicação não tenha pelo menos um revisor de texto, mas essa é cada vez mais a regra e não a excepção. Não consigo entender isso.

Por outro lado, as empresas não procuram no mercado jornalistas séniores, vão contratá-los à concorrência, oferecendo oportunidades de trabalho sempre aos mesmos, que “rodam” por todas as redacções e têm mais trabalho do que tempo para o fazer, enquanto os outros ficam desempregados. Sem opções, vêem-se obrigados, como eu, a entregar a carteira profissional e mudar de emprego. Ou então os jornalistas que não estão desempregados são vítimas do trabalho precário, instável em termos de vínculo e sem condições.

Mas há outros problemas, como a falta de verba para investigação. O jornalismo de investigação está a desaparecer devido aos seus elevados custos, essa é a tendência em todo o mundo. Tendência, diga-se, perigosíssima para a democracia, pois há inúmeros temas que acabam por não ser abordados ou que o são de maneira superficial. É isso que interessa aos políticos.

Outro aspecto que deita por terra a qualidade e credibilidade da maior parte do jornalismo actual é a concentração dos meios, não só porque se geram conflitos de interesse mas também porque as redacções são partilhadas por vários media, o que limita seriamente a criação, diversidade, rigor, isenção e qualidade jornalísticos. Por fim, as relações promíscuas entre alguma comunicação social e determinados agentes económicos e políticos não abona a favor do jornalismo que se faz hoje. Portanto, globalmente, o cenário é péssimo.

O facto de sermos um povo e país pequenos faz com que se viva muito das amizades e do tendenciosismo que isso cria. Acha que isso, de facto, se dá? Se sim, não acha que isso deturpa completamente a realidade das coisas e essa falta de transparência constitui um enorme entrave ao nosso progresso?

Claro. A “cunha”, o compadrio e a corrupção são faces da mesma moeda e caracterizam as sociedades sub-desenvenvolvidas ou em desenvolvimento, como Portugal. Encontramos essa tendência em todos os sectores da sociedade, dos organismos políticos ao tecido empresarial, ao Estado, etc. A este respeito foi recentemente lançado o livro “O Corrupto e o Diabo -Sobre as Causas da Corrupção”, cuja leitura recomendo vivamente. É uma obra que ilustra bem a situação vivida em Portugal.

Há pouco falámos das faltas de apoio. Porém, por acaso, o Metal Incandescente enquanto entidade underground de promoção ao Metal mereceu, aparentemente, todo o apoio da parte do público – o número de visitas assim o ilustram. Qual foi o segredo para atingir esse sucesso?
Amor ilimitado ao Metal, rigor, exigência, independência, isenção, credibilidade e trabalho árduo. Sempre questionei os meus próprios textos e o meu método de trabalho, o que me permitiu evoluir muito. Recusei desde o início ser um veículo passivo da mensagem de terceiros. Nunca abdiquei de observar para além do óbvio e de explicitar a minha opinião, doesse a quem doesse. E, não menos importante, redigi um livro de estilo próprio (o mesmo que fiz para o blogue A a Z do Metal Português), que imbuísse o meu trabalho de profissionalismo, rigor e disciplina. Nunca o trabalho num blogue em Portugal havia sido organizado segundo estes pressupostos. No fundo, limitei-me a fazer jornalismo puro e duro.

Entretanto, ainda está ligado a outros projectos jornalísticos. Consta que ainda não desistiu de levar avante o projecto do blog "A a Z do Metal Português" no sentido de o editar em livro em forma de enciclopédia do Metal nacional. Há novidades nesse aspecto?
Não, o projecto está em stand-by. Após acabar este intenso período promocional do meu fundo de catálogo sentar-me-ei a pensar no futuro do A a Z do Metal Português.

O que é que gostou mais de fazer enquanto esteve mais intimamente ligado a este tipo de projecto jornalístico? O contacto com as bandas, os textos, as entrevistas, as reviews, o simples sentir que está a ajudar uma causa?

Tudo isso e muito mais. Eu não consigo estar sem fazer algo ligado ao Metal, é algo que me está no sangue. Não consigo limitar-me a ouvir música ou ler revistas. Tenho que contribuir de alguma forma para o Underground. Mas respondendo à tua pergunta, adorei fazer crítica musical, é algo que me apaixona e que voltarei a fazer. Não sei quando, mas fá-lo-ei de novo. As notícias, as entrevistas, os artigos, os studio-reports (fui o primeiro a fazê-lo), os inquéritos, as antevisões (também fui o primeiro a fazê-las), tudo isso me dava um gozo enorme. Escrever os textos, revê-los e editá-los até à exaustão... Por fim, mas não menos importante, saliento os inúmeros amigos e - alguns inimigos - que fiz.

Qual era o seu background quando arrancou com a actividade nesta área?
Eu era jornalista com carteira profissional. Estagiei durante um ano na revista Pl@yNet, trabalhei no portal imobiliário CasaGlobal, fui editor da revista PCMais e assumi as funções de editor interino das revistas de uma empresa de comunicação empresarial. Em simultâneo fiz trabalhos de freelancer para variadíssimas revistas, sites e jornais. Cheguei também a fazer a actualização de enciclopédias.

Apesar de todas as adversidades que o afastaram do jornalismo, acredito que segue o lema “o que não me mata, torna-me mais forte”. Qual é a posição do Dico actualmente perante o Metal? Podemos esperar um regresso em força a essas lides algum dia?
Estou numa fase em que só faço o que me apetece, quando me apetece e como me apetece. Não estou para me chatear, conduzo a vida ao sabor da maré. Elimino do meu dia-a-dia tudo o que seja acessório e me gere stress desnecessário. De momento estou a colaborar em três blogues com artigos de opinião e numa fanzine com entrevistas e notícias. Sinto-me muito bem assim. Sei que voltarei a fazer crítica, mas quando, é uma incógnita.

Ainda falta-nos perceber de onde surgiu a ideia de criar um Myspace pessoal e disponibilizar agora, gratuitamente, todo o material do seu fundo de catálogo, algum, inclusive, inédito...
Disponibilizei todo o meu fundo de catálogo menos o “Darkside” e mais um ou dois registos. Há vários anos que tinha por objectivo divulgar esse material, mas os blogues, em especial o Metal Incandescente e o A a Z do Metal Português, ocupavam-me todo o tempo livre, pelo que não havia disponibilidade para pesquisar, organizar e digitalizar imagens e artigos de fanzines, revistas e jornais, e muito menos passar de cassete para MP3 os registos áudio existentes. Aliás, criei o MySpace em Agosto de 2006, mas só um ano depois comecei a divulgá-lo e a actualizá-lo.

Um mês antes de o Metal Incandescente acabar tive conhecimento do blogue Portugal Underground, cujo autor havia lá colocado para download a demo-tape de estreia dos Dinosaur. Na mesma altura soube que um fã havia criado páginas biográficas dos Paranóia, Dinosaur e Powersource no Metal Archives.com. Quase em simultâneo, fui contactado pelo Guilhermino Martins, guitarrista dos ThanatoSchizO, informando-me de que abrira uma página no YouTube com vídeos de bandas nacionais e que os três videoclips dos Dinosaur estavam incluídos. Imediatamente percebi que havia um inegável interesse pelas minhas antigas bandas e, com o Metal Incandescente morto e enterrado, consegui por fim ter o tempo necessário para começar a digitalizar tudo. O timming foi perfeito.

Eu acredito na partilha da informação, mas não no sentido ilegal do termo. Numa era em que se vive um enorme saudosismo em todas as vertentes da música, acho egoísta manter fechadas a sete chaves obras que podem interessar aos fãs antigos e conquistar novos. Foi nessa lógica que decidi partilhar com as pessoas gravações inéditas e outras que, embora conhecidas, tinham pouco espaço na memória colectiva. Entendi que era altura de os fãs voltarem a ouvir falar dessas bandas. Aproveitei o facto de em 2007 comemorar o quarto de século enquanto fã de Metal e os 15 anos sobre o ano mais atribulado da minha carreira de baterista para divulgar massiva e gratuitamente, de todas as formas à minha disposição, esses registos. Além disso, com estas acções promocionais dou finalmente por encerrado o ciclo correspondente à minha carreira musical.

Há, certamente, um sentimento especial em recordar esses momentos...
Sim, há uma certa nostalgia que nos invade, mas temos de olhar em frente, não para trás. Agora, com este capítulo terminado e os nomes das minhas ex-bandas novamente nas bocas do mundo, já posso continuar o meu caminho.

Para terminar, e já que estamos perto do final do ano e fase de consequentes balanços, pedia-lhe que elegesse o seu disco do ano, nacional e internacional, e melhor banda.
No que a discos se refere, no campo nacional escolho “Diary of a No”, dos Urban Tales; no internacional a escolha vai para “The Atrocity Exhibition – Exhibit A”, dos Exodus. Quanto às melhores bandas, a minha preferência vai para os Pitch Black e Iced Earth, respectivamente.

Nuno Costa

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