3 INCHES OF BLOOD
“Fire Up The Blades”
[CD – Roadrunner/Edel]
Resistentes a mais uma batalha, desta vez da vida real, Cam Pipes e Jamie Hooper, vocalistas e fundadores dos canadianos 3 Inches Of Blood, regressam estoicamente neste novo “Fire Up The Blades” acompanhados de um novo line-up e, por sinal, embebidos num espírito mais dark e pesado. Ainda assim, mantém-se latente todo o carisma tradicional que popularizou este peculiar, pelo menos hoje em dia, colectivo de Vancouver. Aliás, a surpresa foi grande quando os vimos apostados em reavivar a essência do metal old school de uns Judas Priest, Iron Maiden, King Diamond ou Running Wild, com a convicção que constatámos no debutante “Battlecry Under A Winter Sky”, de 2002. Não menos surpreendente foi o selo que apadrinhou, em 2004, o seu segundo trabalho – a poderosa Roadrunner Records – quando todos pensávamos que esta só podia continuar a assinar colectivos de metalcore.
Sem oferecer nada de absolutamente novo é, no entanto, extremamente prazeroso escutar este sexteto e ver a maneira saudável e vigorosa como reclamam as suas influências, sem quaisquer preocupações com inovações, ainda mais sendo estas tão nobres e respeitáveis. A acompanhar isto, um imaginário repleto de piratas, ogres e cyborgs num pano de fundo medieval em que o frio das lâminas em campo de batalha quase se faz sentir. Podiam ser mais um grupo de jovens interessado em seguir as modas actuais, mas acontece exactamente o contrário. Analisando por este novo “Fire Up The Blades” o conceito é agora menos zombeteiro e mais obscuro, acompanhado igualmente por um conjunto de trilhas sonoras mais pesadas – ao que consta inspiradas pelos conhecimentos black metal de Joey Jordison [Slipknot, Murderdolls] que aqui assina a produção. Os hinos guerreiros mantêm-se, mas os ritmos são agora muito mais técnicos e rápidos, como o comprovam “The Goatrider’s Horde”, “God Of The Cold Silence”, “Demon’s Blade” e “Infinite Legion” – este último abrindo mesmo com um blast beat. Por esta razão, “Fire Up The Blades” pode agradar a facções menos tradicionais. Sendo o objectivo reclamar as suas influências ao sabor de um ambiente descomprometido e regado [também] de cerveja, não há muito a acrescentar. Aqui existe honestidade e frontalidade mais do que suficiente para se construir trabalhos que agradem, em primeiríssima instância, aos seus próprios autores, ainda que por trás exista uma “máquina” que com isso acredite que pode vender muito. Mas ainda bem que assim o é.
“Fire Up The Blades”
[CD – Roadrunner/Edel]
Resistentes a mais uma batalha, desta vez da vida real, Cam Pipes e Jamie Hooper, vocalistas e fundadores dos canadianos 3 Inches Of Blood, regressam estoicamente neste novo “Fire Up The Blades” acompanhados de um novo line-up e, por sinal, embebidos num espírito mais dark e pesado. Ainda assim, mantém-se latente todo o carisma tradicional que popularizou este peculiar, pelo menos hoje em dia, colectivo de Vancouver. Aliás, a surpresa foi grande quando os vimos apostados em reavivar a essência do metal old school de uns Judas Priest, Iron Maiden, King Diamond ou Running Wild, com a convicção que constatámos no debutante “Battlecry Under A Winter Sky”, de 2002. Não menos surpreendente foi o selo que apadrinhou, em 2004, o seu segundo trabalho – a poderosa Roadrunner Records – quando todos pensávamos que esta só podia continuar a assinar colectivos de metalcore.
Sem oferecer nada de absolutamente novo é, no entanto, extremamente prazeroso escutar este sexteto e ver a maneira saudável e vigorosa como reclamam as suas influências, sem quaisquer preocupações com inovações, ainda mais sendo estas tão nobres e respeitáveis. A acompanhar isto, um imaginário repleto de piratas, ogres e cyborgs num pano de fundo medieval em que o frio das lâminas em campo de batalha quase se faz sentir. Podiam ser mais um grupo de jovens interessado em seguir as modas actuais, mas acontece exactamente o contrário. Analisando por este novo “Fire Up The Blades” o conceito é agora menos zombeteiro e mais obscuro, acompanhado igualmente por um conjunto de trilhas sonoras mais pesadas – ao que consta inspiradas pelos conhecimentos black metal de Joey Jordison [Slipknot, Murderdolls] que aqui assina a produção. Os hinos guerreiros mantêm-se, mas os ritmos são agora muito mais técnicos e rápidos, como o comprovam “The Goatrider’s Horde”, “God Of The Cold Silence”, “Demon’s Blade” e “Infinite Legion” – este último abrindo mesmo com um blast beat. Por esta razão, “Fire Up The Blades” pode agradar a facções menos tradicionais. Sendo o objectivo reclamar as suas influências ao sabor de um ambiente descomprometido e regado [também] de cerveja, não há muito a acrescentar. Aqui existe honestidade e frontalidade mais do que suficiente para se construir trabalhos que agradem, em primeiríssima instância, aos seus próprios autores, ainda que por trás exista uma “máquina” que com isso acredite que pode vender muito. Mas ainda bem que assim o é.
Os 3 Inches Of Blood são um colectivo muito sólido naquilo que faz e é capaz de nos contagiar com a sua personalidade. Contudo, haverão sempre novos campos a explorar para o bem de uma banda que, embora percebamos as intenções, poderá ter na sua maior virtude o seu maior defeito, principalmente nos tempos que correm. Ao terceiro disco os 3 Inches Of Blood continuam a crescer e comprovam que não são capazes de fazer um mau álbum. No entanto, existe a expectativa de ver como se vai desenrolar a sua carreira nos próximos anos. Se atendermos a que a cada esquina começam a surgir surtos, ainda que tímidos, de cariz revivalista, pode ser que os 3 Inches Of Blood consigam permanecer em grande plano durante os próximos tempos. Porém, fica sempre a discussão sobre a validade de um projecto deste género, ainda mais porque alguns tradicionalistas ferrenhos entendem esta como uma banda de “chacota” aos pioneiros do Heavy Metal e os amantes de sons contemporâneos poderão não se sentir minimamente seduzidos pela sua natureza musical. Contudo, como já se disse atrás, a banda pouco se parece importar daí que... seja apenas altura de empunharmos as nossas espadas e escudos, envergar os capacetes e lançar um agudo “Heavy Metal Is The Law”! [8/10] N.C.
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