"Seed Of An Ancient Pain”
[CD – Dreamcell 11/Aural Music/MJL]
O comunicado de imprensa deste disco e outros registos biográficos dos Vlad In Tears recalcam a ideia de que o grupo transalpino é um filho bastardo dos finlandeses H.I.M. Não seria preciso muito para perceber isso. Aliás, bastando olhar para a capa de “Seed Of An Ancient Pain” apercebemo-nos imediatamente que também a imagem de Ville Valo serve de influência, principalmente, ao vocalista Kris. Embora isto já pudesse ser motivo para temer alguma falta de personalidade, podemos até dizer que esta estreia poderá não resultar tão frustrada quanto pareça inicialmente. Isso também porque as expectativas não eram altas.
Na realidade, a composição é media-fraca. Se tanto se louva um trabalho como este o que não dizer dos nossos saudosos Icon & The Black Roses. A voz de Kris está de facto muito próxima, em alguns momentos, da do vocalista que “ousou” baptizar um disco seu de “Love Metal” – até nos efeitos. E se sentimento melancólico, romântico – e porque não “lamechas” – são coisas que não faltam a este disco, há que realçar pelo menos o ambiente mais clássico e obscuro que por vezes paira sobre este trabalho. Enquanto isso, uma performance muito pálida dos seus instrumentos interceptam à partida as perspectivas de nos convencerem com algo realmente maduro. A forma de composição do grupo também não é a mais inovadora – nada mesmo. As coisas soam [muito] ultrapassadas.
Acabam por ir para as teclas e para a voz as maiores-valias de “Seed Of An Ancient Pain”, sendo que riffs inspirados é coisa que não se ouve e guitarras mais pesadas só encontramos em “See Through The Darkness”. E se a melodia é o fio condutor do trabalho dos Vlad In Tears, então aí podemos destacar a inicial “Reveal” e “As Snow Wed’ Fall” como canções com refrões passíveis de ficarem bem agarrados ao ouvido. Contudo, a verdadeira vénia vai para a magistral faixa final, com o piano “à capella”, “My Last Dawn”, mergulhado num classicismo barroco que nos conquista completamente.
Se de Itália lhe é reconhecido um romantismo histórico, é indiscutível que este quarteto herdou esta faceta. Mas se a classe gótica mais actual pertence à Finlândia, não será desta vez que as atenções se vão virar para o mediterrâneo. [6/10] N.C.
Na realidade, a composição é media-fraca. Se tanto se louva um trabalho como este o que não dizer dos nossos saudosos Icon & The Black Roses. A voz de Kris está de facto muito próxima, em alguns momentos, da do vocalista que “ousou” baptizar um disco seu de “Love Metal” – até nos efeitos. E se sentimento melancólico, romântico – e porque não “lamechas” – são coisas que não faltam a este disco, há que realçar pelo menos o ambiente mais clássico e obscuro que por vezes paira sobre este trabalho. Enquanto isso, uma performance muito pálida dos seus instrumentos interceptam à partida as perspectivas de nos convencerem com algo realmente maduro. A forma de composição do grupo também não é a mais inovadora – nada mesmo. As coisas soam [muito] ultrapassadas.
Acabam por ir para as teclas e para a voz as maiores-valias de “Seed Of An Ancient Pain”, sendo que riffs inspirados é coisa que não se ouve e guitarras mais pesadas só encontramos em “See Through The Darkness”. E se a melodia é o fio condutor do trabalho dos Vlad In Tears, então aí podemos destacar a inicial “Reveal” e “As Snow Wed’ Fall” como canções com refrões passíveis de ficarem bem agarrados ao ouvido. Contudo, a verdadeira vénia vai para a magistral faixa final, com o piano “à capella”, “My Last Dawn”, mergulhado num classicismo barroco que nos conquista completamente.
Se de Itália lhe é reconhecido um romantismo histórico, é indiscutível que este quarteto herdou esta faceta. Mas se a classe gótica mais actual pertence à Finlândia, não será desta vez que as atenções se vão virar para o mediterrâneo. [6/10] N.C.
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