Já decorre a terceira edição do October Loud. O festival por excelência das bandas de Metal açorianas abriu na passada noite com uma palestra sobre o Cancro, um grupo de percussão e uma [divertida] Metal Jam. O carisma desse festival tem nos levado a dar-lhe um especial destaque que culmina agora com uma breve conversa que tivemos com Miguel Santos [um dos principais responsáveis pelo festival] na véspera de arrancar mais uma edição.
A terceira edição do October Loud marca uma importante mudança no âmago da sua estrutura organizativa, não é assim?
Não. A estrutura organizativa é a mesma da primeira e segunda edição. Mudou apenas a entidade pela qual organizávamos o festival.
Foi um ano de transição particularmente difícil?
Nem por isso, foi basicamente o mesmo trabalho e esforço dos últimos anos, com uma ou outra novidade pelo caminho, mas nada de relevante.
Muitas vezes se questionou a relevância de uma tamanha oferta de bandas no cartaz desse ano. Não lhe parece paradoxal esta reacção do público local?
Pouco nos surpreende no que toca a esse assunto. [risos] Há e haverá sempre prós e contras. Logo, é preciso estar preparado e saber lidar com isso.
Pode-se falar em alguma indefinição do ponto de vista do conceito que querem empregar a este festival? Ou seja, ainda recentemente manifestaram o interesse em ter bandas de fora da região para futuras edições. Não estariam a desvirtuar o “brasão” do festival?
O October Loud foi desenhado originalmente para bandas regionais. No entanto, com o aumento da dimensão do mesmo há que evoluir e manter os horizontes abertos. Se desvirtua o “brasão” do festival? Creio que não é por aí, pois enquanto mais de metade do evento for composto por bandas regionais manter-se-á a base conceitual do mesmo e sejamos realistas, não podemos estar a repetir sempre as mesmas bandas anualmente. Como já disse, sendo este um evento em constante evolução, não podemos limitá-lo ou torná-lo obsoleto.
Em termos estratégicos e promocionais, como classifica a associação do October Loud com a “Luta Contra o Cancro”?
Achamos importante essa associação pelo que podemos dar em troca a estas causas e não por meros propósitos promocionais. A sua ajuda a nível promocional chega a ser praticamente irrelevante. Por experiência própria, continuamos a encontrar os mesmos obstáculos neste tipo de evento seja este por uma causa nobre ou não. E, infelizmente, ainda ouvimos alguns comentários desnecessários no processo, ou seja, por mais absurdo que pareça, esta associação a causas chega a ser má encarada por alguns, trazendo má e falsa promoção. No entanto é apenas uma minoria irrelevante, pois nota-se o apoio e real compreensão da maioria.
O October Loud procura ser uma estrutura auto-suficiente?
Não, a ajuda de todos é que faz o evento e uma vez que nunca colhemos lucros, é, logicamente, impossível. No entanto, esperamos que o nome October Loud seja reconhecido e que assim se torne auto-suficiente no processo de arranjar apoios. [risos]
Até que ponto se sentem prisioneiros de um programa de apoios que favoravelmente só ratifica projectos com objectivos muito específicos? Ou seja, pensa possível a expansão e o progresso do festival estando sempre comprometidos a não reunir quaisquer benefícios financeiros?
Sim, desde que as entidades preponentes continuem a colaborar e o público e bandas a aderir ao evento, cremos ser possível elevar o evento para outro nível. Era bom ter alguns apoios mais elevados para haver mais margem de manobra, pois até agora essa margem tem-nos saído directamente dos nossos bolsos, e estamos conscientes que são gastos que não voltarão a entrar e isso leva-nos a questionar se somos, neste caso, prisioneiros, mas dos nossos ideais. Mas por enquanto estamos satisfeitos com esta humilde dimensão.
A terceira edição do October Loud marca uma importante mudança no âmago da sua estrutura organizativa, não é assim?
Não. A estrutura organizativa é a mesma da primeira e segunda edição. Mudou apenas a entidade pela qual organizávamos o festival.
Foi um ano de transição particularmente difícil?
Nem por isso, foi basicamente o mesmo trabalho e esforço dos últimos anos, com uma ou outra novidade pelo caminho, mas nada de relevante.
Muitas vezes se questionou a relevância de uma tamanha oferta de bandas no cartaz desse ano. Não lhe parece paradoxal esta reacção do público local?
Pouco nos surpreende no que toca a esse assunto. [risos] Há e haverá sempre prós e contras. Logo, é preciso estar preparado e saber lidar com isso.
Pode-se falar em alguma indefinição do ponto de vista do conceito que querem empregar a este festival? Ou seja, ainda recentemente manifestaram o interesse em ter bandas de fora da região para futuras edições. Não estariam a desvirtuar o “brasão” do festival?
O October Loud foi desenhado originalmente para bandas regionais. No entanto, com o aumento da dimensão do mesmo há que evoluir e manter os horizontes abertos. Se desvirtua o “brasão” do festival? Creio que não é por aí, pois enquanto mais de metade do evento for composto por bandas regionais manter-se-á a base conceitual do mesmo e sejamos realistas, não podemos estar a repetir sempre as mesmas bandas anualmente. Como já disse, sendo este um evento em constante evolução, não podemos limitá-lo ou torná-lo obsoleto.
Em termos estratégicos e promocionais, como classifica a associação do October Loud com a “Luta Contra o Cancro”?
Achamos importante essa associação pelo que podemos dar em troca a estas causas e não por meros propósitos promocionais. A sua ajuda a nível promocional chega a ser praticamente irrelevante. Por experiência própria, continuamos a encontrar os mesmos obstáculos neste tipo de evento seja este por uma causa nobre ou não. E, infelizmente, ainda ouvimos alguns comentários desnecessários no processo, ou seja, por mais absurdo que pareça, esta associação a causas chega a ser má encarada por alguns, trazendo má e falsa promoção. No entanto é apenas uma minoria irrelevante, pois nota-se o apoio e real compreensão da maioria.
O October Loud procura ser uma estrutura auto-suficiente?
Não, a ajuda de todos é que faz o evento e uma vez que nunca colhemos lucros, é, logicamente, impossível. No entanto, esperamos que o nome October Loud seja reconhecido e que assim se torne auto-suficiente no processo de arranjar apoios. [risos]
Até que ponto se sentem prisioneiros de um programa de apoios que favoravelmente só ratifica projectos com objectivos muito específicos? Ou seja, pensa possível a expansão e o progresso do festival estando sempre comprometidos a não reunir quaisquer benefícios financeiros?
Sim, desde que as entidades preponentes continuem a colaborar e o público e bandas a aderir ao evento, cremos ser possível elevar o evento para outro nível. Era bom ter alguns apoios mais elevados para haver mais margem de manobra, pois até agora essa margem tem-nos saído directamente dos nossos bolsos, e estamos conscientes que são gastos que não voltarão a entrar e isso leva-nos a questionar se somos, neste caso, prisioneiros, mas dos nossos ideais. Mas por enquanto estamos satisfeitos com esta humilde dimensão.
O sistema de acesso livre/gratuito a concertos merece-lhe que comentário?
Pessoalmente achamos que retira um pouco de mérito às bandas e organização participantes, se bem que torna qualquer evento menos valoroso, mas todos são livres de optarem pelos seus métodos. Que melhor do que ter entradas livres para se ter a “casa cheia”? Tudo depende dos objectivos de cada organização. Uma coisa é certa: é um mau costume. O público já se queixa de entradas de baixo custo; oferecendo os eventos só incentiva esta mentalidade e depois como nem todas as entidades têm facilidade em obter patrocínios ou simplesmente não vêem meios para suportar despesas, irão “ficar pelo caminho” boas iniciativas resultando de uma menor afluência de eventos diversificados. E menos diversificação leva a um atraso evolutivo no nosso meio, o que não é bom. Isso facilmente vê-se em alguns bares que são solidários com bandas. Há uma época em que começam a aceitar bandas mas depois de três actuações já têm prejuízo. E isso deve-se a uma série de facilidades que dão ao público… e depois “pimba”! E quem diz “pimba” ao público, diz “pum” às bandas e consequente “pum” aos eventos aos que o pessoal curte ir. Não estamos a falar em subir os preços dramaticamente, mas defendemos um qualquer “mimo” que já ajuda uma organização e potencia a viabilidade de mais espectáculos. Há mentalidades que precisam de ser mudadas.
Pedia-lhe uma análise ao cartaz desse ano. Quais os seus pontos mais fortes?
Acho que um ponto forte é a extensão do evento. Outro é a causa que este representa. Ainda acho muito positivo o número razoável de bandas, mesmo com algumas desistências à última da hora, mas as “sobreviventes” são todas óptimas, interessantes e apelativas. O aguardado regresso de Carnification, claro, e, por fim, a Open Metal Jam da qual não vamos adivinhar resultados, mas acreditamos que será um evento bastante divertido.
Acredita que vai ser possível a revisão da estrutura de quatro dias daqui para a frente?
Acredito que será muito complicado, e não será nos próximos anos, mas quem sabe talvez num futuro próximo?
O October Loud volta a prometer animação depois dos concertos. O que pode o público esperar pela noite dentro?
Muita diversão claro, mas como sempre a festa vai depender de quem nela participar.
O público e bandas açorianas merecem um October Loud?
E porque não? O October Loud só vai na sua terceira edição por causa de ambas, e se continuarem com o mesmo espírito, adesão e se manifestarem resultados positivos, haverá sempre a sua continuidade. Afinal de contas, o October Loud é o teu, o meu, o nosso festival! E só nós decidiremos o seu destino. Por isso aparece e diverte-te!
Pessoalmente achamos que retira um pouco de mérito às bandas e organização participantes, se bem que torna qualquer evento menos valoroso, mas todos são livres de optarem pelos seus métodos. Que melhor do que ter entradas livres para se ter a “casa cheia”? Tudo depende dos objectivos de cada organização. Uma coisa é certa: é um mau costume. O público já se queixa de entradas de baixo custo; oferecendo os eventos só incentiva esta mentalidade e depois como nem todas as entidades têm facilidade em obter patrocínios ou simplesmente não vêem meios para suportar despesas, irão “ficar pelo caminho” boas iniciativas resultando de uma menor afluência de eventos diversificados. E menos diversificação leva a um atraso evolutivo no nosso meio, o que não é bom. Isso facilmente vê-se em alguns bares que são solidários com bandas. Há uma época em que começam a aceitar bandas mas depois de três actuações já têm prejuízo. E isso deve-se a uma série de facilidades que dão ao público… e depois “pimba”! E quem diz “pimba” ao público, diz “pum” às bandas e consequente “pum” aos eventos aos que o pessoal curte ir. Não estamos a falar em subir os preços dramaticamente, mas defendemos um qualquer “mimo” que já ajuda uma organização e potencia a viabilidade de mais espectáculos. Há mentalidades que precisam de ser mudadas.
Pedia-lhe uma análise ao cartaz desse ano. Quais os seus pontos mais fortes?
Acho que um ponto forte é a extensão do evento. Outro é a causa que este representa. Ainda acho muito positivo o número razoável de bandas, mesmo com algumas desistências à última da hora, mas as “sobreviventes” são todas óptimas, interessantes e apelativas. O aguardado regresso de Carnification, claro, e, por fim, a Open Metal Jam da qual não vamos adivinhar resultados, mas acreditamos que será um evento bastante divertido.
Acredita que vai ser possível a revisão da estrutura de quatro dias daqui para a frente?
Acredito que será muito complicado, e não será nos próximos anos, mas quem sabe talvez num futuro próximo?
O October Loud volta a prometer animação depois dos concertos. O que pode o público esperar pela noite dentro?
Muita diversão claro, mas como sempre a festa vai depender de quem nela participar.
O público e bandas açorianas merecem um October Loud?
E porque não? O October Loud só vai na sua terceira edição por causa de ambas, e se continuarem com o mesmo espírito, adesão e se manifestarem resultados positivos, haverá sempre a sua continuidade. Afinal de contas, o October Loud é o teu, o meu, o nosso festival! E só nós decidiremos o seu destino. Por isso aparece e diverte-te!
Nuno Costa
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