Tuesday, November 24, 2009

Especial W:O:A: Metal Battle - Entrevista Crysys

VIVA LA ESPAÑA

Neste momento, Javi e Marc devem achar-se iluminados por terem retomado o projecto que outrora chamaram Night Crawlers e Shadon e ao qual puseram termo devido a um desentendimento pessoal. Porém, a determinada altura de 2008, fizeram as pazes e surgem os Crysys. Certamente, não adivinhavam que em cerca de um ano e meio ganhariam dois concursos, sendo um deles o W:O:A: Metal Battle. São estes catalães, fanáticos por thrash tradicional, que venceram o maior concurso de bandas de Metal do mundo no presente ano. Com Portugal a entrar no roteiro do afamado evento no próximo ano, contactámos o jovem colectivo, na pessoa do guitarrista/vocalista aqui convertido em baterista, Javi Carrión, para saber como se digere tal sensação e porque é que em Portugal as bandas não devem deixar fugir a oportunidade de participar.

Como reagiram quando viram o anúncio do W:O:A: Metal Battle em Espanha? Pensaram de imediato que era um evento de grande importância para o vosso país?
Certo dia estava a ler comentários no nosso Myspace e vi a frase “thanks for the add”. Por baixo disso estava uma imagem com o logótipo do Wacken e cliquei lá. Estava a procurar mais informação quando apercebi-me que se tratava de um concurso. Imediatamente contactei os meus colegas e decidimos que devíamos de gravar alguns temas para nos inscrevermos no concurso. Aquela era uma excelente oportunidade para nos tornarmos mais conhecidos.

Alguma vez subestimaram o concurso? Acontece frequentemente as pessoas repulsarem este tipo de iniciativas por não lhe darem a devida credibilidade…
Penso que isso é um mito criado por outras bandas que não concordaram, no âmbito espanhol, com os nossos resultados num outro concurso. Mas neste ninguém pode negar que tenha sido “jogo limpo”.

Esperavam ganhar a grande final ou estavam mais numa de ir tocar à Alemanha, ver outras bandas e beber uns copos?
Fomos lá para competir. Sabíamos que esse ano tínhamos algo importante para fazer. Curtir e beber é importante, mas tivemos que praticar bastante e preparar muito bem o concerto.

O que achou da organização tanto em Espanha como na Alemanha?
Partindo do pressuposto de que em Espanha não havia maneira de tornar as coisas mais fáceis, a organização alemã foi muito melhor. Porém, isso não significa que os responsáveis espanhóis não tivessem trabalhado arduamente. Eles fizeram o melhor que podiam. Provavelmente, no próximo ano o concurso vai ser mais bem organizado.

Já têm agendada a gravação do vosso primeiro álbum?

Neste momento estamos a trabalhar a todo o “gás”, pois entraremos em estúdio brevemente com um produtor escolhido pela Wacken Records. Até agora e daqui para a frente, estamos a fazer esforços para que os nossos temas sejam os melhores possíveis.

Estão nervosos com a possibilidade de trabalharem com um produtor de topo?
Sim, porque estamos longe de ser músicos profissionais. Por exemplo, toco bateria há apenas um ano e meio e tenho logo a pressão [e ao mesmo tempo a sorte] de gravar com pessoas que, objectivamente, vão avaliar a minha maneira de fazer as coisas.

Outro pormenor que vos deve estar a deixar igualmente ansiosos é o facto de irem tocar no Wacken Open Air 2010. Já sabem em que palco vão actuar?
É suposto tocarmos no WET Stage, tal como todas as outras bandas vencedoras do W:O:A: Metal Battle.

Depois dessa aventura mudou alguma coisa nas vossas vidas? São, pelo menos, mais respeitados em Espanha e têm mais feedback a nível global?
Acredito nisso pela simples razão de sermos a primeira banda espanhola a ganhar um concurso com essa projecção. Todavia, este facto não nos torna melhores nem piores do que quaisquer outras bandas.

Os responsáveis pela Wacken Records já falaram convosco sobre os planos de promoção que têm a vosso respeito?
Na passada semana uma pessoa da editora contactou-nos para indicar quais deviam ser os primeiros passos a tomar antes de gravarmos o álbum mas, de momento, não há mais nada em concreto. Eles estão a trabalhar nisso nesse preciso momento.

Quem olha para o vosso aspecto percebe imediamente que são muito novos. Que idade têm, afinal?
Ambos os guitarristas, o Busi e o Requena, têm 18 anos; o baixista Mark tem 20; o vocalista Juli 23 e eu 19.

O que dizem os vossos pais de já terem ganho não um mas dois concursos?
Desde o princípio que eles ajudaram-nos bastante. Toco desde os 15 anos, logo eles, provavelmente, perceberam que a música é a minha vida. Sempre me ajudaram quando tive problemas.

Aceitam o vosso look, por exemplo?
No princípio foi difícil para eles percebe-lo mas, gradualmente, começaram a entender o nosso estilo de vida. Actualmente, até gostam do meu cabelo mas continuam a não perceber porque corto as minhas calças ou porque faço tatuagens.

Eles aceitam a possibilidade de terem que deixar a escola caso a banda cresça muito?
Se a banda não fosse levada a sério os nossos pais nunca aceitariam que deixássemos a escola ou que trabalhássemos só alguns dias. Contudo, essa vitória no Metal Battle é a prova de que podemos crescer profissionalmente como banda. Os nossos pais confiam em nós.

Afinal de contas o que é o Ultra Thrash?

Descrevemos a nossa música como tal porque pegámos em todos os géneros de thrash que existem e colocámo-los numa “misturadora”. No nosso primeiro álbum poderão encontrar muita devastação ao jeito do thrash old school dos anos 80 e riffs que vão derreter-vos o cérebro.

Portugal vai estrear-se nas Metal Battles já no próximo ano. Peço-lhe que deixe uma mensagem de encorajamento aos participantes.
As W:O:A: Metal Battles são uma experiência fantástica que acontece apenas uma vez na vida de uma banda amadora. Todos temos a possibilidade de ganhar mas é preciso trabalhar imenso nos temas e em palco para sairmos vitoriosos. Se desejarem conseguem, pessoal! Up fucking ultra thrash! See you in hell!

Nuno Costa

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