LoveHateHero
“White Lies”
[CD – Ferret Music]
Perceber a filosofia da Ferret Music implica estarmos preparados para receber muito ecletismo. A política cosmopolita desta renomeada editora americana fá-la adaptar-se às várias exigências do mercado como estratégia declaradamente financeira – e respeitável – ou não atravessasse a indústria discográfica a sua pior fase de sempre no que diz respeito a vendas de discos. No entanto, a Ferret Music continua a ter um catálogo extremamente interessante e... variado, claro está. Se por um lado oferece o extremismo de bandas como See You Next Tuesday ou Elysia, passando por bandas de metalcore como Twelve Tribes ou Full Blown Chaos, do lado oposto encontramos bandas rock de agravado apelo mainstream como os Boys Night Out ou, como é o caso, os LoveHateHero. Torna-se, no entanto, complicado aceitar este tipo de produto ou não pairasse sempre sobre ele um sentimento de vazio emocional na sua forma de expressão, apesar de estarmos a falar de um estilo distinguível, sobretudo, pela sua mensagem “sensível”, chamemos-lhe assim.
Já devem ter percebido que falamos de uma banda de punk/pop/rock de vocábulos emo que inundam as suas composições de confissões pessoais púberes como desgostos amorosos, perdas de amigos, momentos difíceis e de glória das suas vidas. Isto suportado por uma banda sonora muito melodiosa e “happy”. A imagem metrossexual tende a não ajudar muito, pois enfatiza a plasticidade da coisa. Contudo, é verdade que os LoveHateHero manifestam-se muito competentes naquilo que fazem, tanto a nível de composição como execução. Os guitarristas Myke Russell e Kevin Gruft são os elementos que mais sobressaem do âmago deste grupo sediado em Hollywood rasgando com óptimos solos como acontece em “Goodbye My Love”, “You Got Served” ou “Amity”. Na voz, Pierrick Berube mostra características perfeitas para o estilo e a sua execução é imaculada. No entanto, como acontece com muitos vocalistas do género, o tipo de registo cansa ao longo de muito pouco tempo, ainda que também apresente alguns berros mais core, embora muito fugazes.
Concluindo, é a massas que se apela aqui numa frota de temas concebidos com propósitos muito esclarecidos. Aqui não se nota qualquer esforço em inovar ou injectar qualquer tipo de elemento pessoal na sua música, por mais pequeno que seja. A ideia é assaltar autenticamente tops e por aí, normalmente, o resultado é desinteressante – deparamo-nos com uma mera emulação de uma fórmula testada com sucesso. Por mais refinada e polida que soe esta colecção de temas, os LoveHateHero terão que fazer muito mais por provar que não são apenas mais uns... Essencialmente, para fãs de Thursday, Taking Back Sunday, Panic At The Disco ou The Used. [5/10] N.C.
“White Lies”
[CD – Ferret Music]
Perceber a filosofia da Ferret Music implica estarmos preparados para receber muito ecletismo. A política cosmopolita desta renomeada editora americana fá-la adaptar-se às várias exigências do mercado como estratégia declaradamente financeira – e respeitável – ou não atravessasse a indústria discográfica a sua pior fase de sempre no que diz respeito a vendas de discos. No entanto, a Ferret Music continua a ter um catálogo extremamente interessante e... variado, claro está. Se por um lado oferece o extremismo de bandas como See You Next Tuesday ou Elysia, passando por bandas de metalcore como Twelve Tribes ou Full Blown Chaos, do lado oposto encontramos bandas rock de agravado apelo mainstream como os Boys Night Out ou, como é o caso, os LoveHateHero. Torna-se, no entanto, complicado aceitar este tipo de produto ou não pairasse sempre sobre ele um sentimento de vazio emocional na sua forma de expressão, apesar de estarmos a falar de um estilo distinguível, sobretudo, pela sua mensagem “sensível”, chamemos-lhe assim.
Já devem ter percebido que falamos de uma banda de punk/pop/rock de vocábulos emo que inundam as suas composições de confissões pessoais púberes como desgostos amorosos, perdas de amigos, momentos difíceis e de glória das suas vidas. Isto suportado por uma banda sonora muito melodiosa e “happy”. A imagem metrossexual tende a não ajudar muito, pois enfatiza a plasticidade da coisa. Contudo, é verdade que os LoveHateHero manifestam-se muito competentes naquilo que fazem, tanto a nível de composição como execução. Os guitarristas Myke Russell e Kevin Gruft são os elementos que mais sobressaem do âmago deste grupo sediado em Hollywood rasgando com óptimos solos como acontece em “Goodbye My Love”, “You Got Served” ou “Amity”. Na voz, Pierrick Berube mostra características perfeitas para o estilo e a sua execução é imaculada. No entanto, como acontece com muitos vocalistas do género, o tipo de registo cansa ao longo de muito pouco tempo, ainda que também apresente alguns berros mais core, embora muito fugazes.
Concluindo, é a massas que se apela aqui numa frota de temas concebidos com propósitos muito esclarecidos. Aqui não se nota qualquer esforço em inovar ou injectar qualquer tipo de elemento pessoal na sua música, por mais pequeno que seja. A ideia é assaltar autenticamente tops e por aí, normalmente, o resultado é desinteressante – deparamo-nos com uma mera emulação de uma fórmula testada com sucesso. Por mais refinada e polida que soe esta colecção de temas, os LoveHateHero terão que fazer muito mais por provar que não são apenas mais uns... Essencialmente, para fãs de Thursday, Taking Back Sunday, Panic At The Disco ou The Used. [5/10] N.C.
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