
Saturday, November 24, 2007
Christmas Hardcore Fest - Lendários Madball de regresso a Portugal

Anti-Clockwise - Recta final de promoção

Headstone+The Godiva+Dark Side Of Innocence - Na Fábrica do Som

Friday, November 23, 2007
Dark Tranquility - Vídeo na estrada

Into Eternity - De regresso a casa

In This Moment - Concerto online este domingo

Winds Of Plague - Nova investida em Janeiro

Paradise Lost - O retrato dos pioneiros em filme

Norther - Novo disco e editora

Butchery At Christmas Time - Warm Up amanhã

Primitive Reason - Novo EP em Dezembro

Estradasphere - Dose tripla em Dezembro

"Make It Up Yourself" - Evento amanhã em Coimbra

Entrevista See You Next Tuesday
A VIDA SÃO DOIS DIAS... DE CURTIÇÃO
Normalmente quando um músico não está muito preocupado com o que está a tocar consegue emitir essências muito naturais daquilo que é o mundo musical que povoa a sua imaginação. O improviso e a espontaneidade chegam-se à frente para conviver com uma anarquia artística que revela positivas idiossincrasias. Com os norte-americanos See You Next Tuesday deu-se isso e o espírito é demarcadamente punk, bastando que percebamos que tudo começou como uma descontraída brincadeira de “putos” que se fartaram de correr os quatro cantos das casas dos seus amigos a dar concertos simplesmente para se divertirem. Arriscaram-se a que o público gostasse e assim foi... Hoje assinam pela Ferret Music e lançaram este ano o seu disco de estreia “Parasite”. Fartam-se agora de tocar em verdadeiros palcos e ainda ao lado de nomes como Despised Icon, Job For A Cowboy, Daath, Psyopus ou The Acacia Strain. A fórmula musical é um deathcore psicadélico, debitado em curtas injecções sonoras semelhantes às do grind e o embrulho lírico é uma sarcástica "pedra". Drew Slavik [guitarrista] assume as culpas no cartório.

Os See You Next Tuesday são um grupo de jovens munidos de uma energia musical absolutamente arrasadora! O que têm andado a tomar? [risos]
[risos] Não temos tomado nada. Talvez seja esse o segredo…
[risos] Não temos tomado nada. Talvez seja esse o segredo…
Já agora, muitos textos falam da vossa tenra idade, mas na verdade até que ponto são jovens?
Bem, eu tenho 24 anos, agora poderão ajuizar por si próprios se sou muito novo ou não!
Inicialmente tocava baixo. O facto de ter passado para a guitarra com os SYNT remeteu-o para algum processo complicado de adaptação?
Tendo tocado primeiro baixo fez com que tivesse uma abordagem diferente quando comecei a tocar guitarra. Contudo, a questão do atraso de dois anos e meio para arrancarmos com a banda prendeu-se com o facto de termos começado a tocar por pura brincadeira. Queríamos divertir-nos e quebrar um pouco o tédio. Só após um ano sensivelmente é que começámos, realmente, a preocupar-nos com a composição e a escrever os primeiros temas.
De facto, todo o envolvimento dos SYNT tem a ver com espontaneidade. Mas em que termos podemos entender que a banda era uma brincadeira?
A banda era uma brincadeira porque todos os elementos da banda estavam a tocar instrumentos que não os seus. Por exemplo, eu era baixista e estava tocando guitarra, o nosso baterista era guitarrista... Garanto-lhe que nunca, alguma vez, sonhámos que a banda pudesse chegar onde chegou.
Portanto, podemos dizer que foi uma grande surpresa quando começaram a perceber que as pessoas gostavam da vossa música! Antes disso não davam muito crédito às vossas capacidades?
Foi realmente uma grande surpresa, uma vez que estávamos apenas a tocar metal rápido, “estúpido” e convencional! Entretanto, quando começámos a escrever material como o que tocamos agora, os putos lá da zona levaram algum tempo a compreendê-lo.
Algum de vocês tinha experiência anterior de bandas?
Sim, todos tínhamos. Mas o Fox [vocalista] é o único que teve uma banda que chegou um pouco mais longe. Todos os outros tiveram em bandas que mal tocaram fora da sua cidade.
É relatado em todo o lado que “Parasite” é o vosso primeiro registo. Será que isto se dá porque “This Was A Tragedy” foi gravado com o espírito de brincadeira típico dos vossos primórdios?
Este EP foi gravado na casa de um amigo após somente uma semana de termos criado a banda. Depois gravámos um curto EP de três temas na altura em que começámos a compor a sério e tínhamos que colocá-lo cá fora.
Contudo, este foi o passaporte para muitos concertos auto-agendados pelos Estados unidos, certo? Tomar conta de todos os afazeres da banda foi complicado?
Nós fizemos cerca de duas digressões completas agendadas por mim, tocando em todo o sítio que podíamos – cozinhas, salas de estar, caves, pátios. Seja que sítio apontarem, já tocámos! [risos] Deu-nos realmente muito trabalho e estamos, de facto, satisfeitíssimos por ter agora um booking agent como o Matt Pike. Ele tem feito imenso por nós!
Hoje em dia a realidade é completamente oposta e conseguem tocar em óptimas condições e ainda ao lado de alguns dos maiores nomes do metal actualmente. Porém, continuam a guardar boas memórias dos tempos de amadores? Que principais diferenças sente?
Vivemos momentos fantásticos, mas também momentos menos bons. A melhor parte é quando vemos putos em cujas casas já tocámos e agora vão aos nossos concertos! É sempre fantástico perceber o quanto eles ficam excitados por se lembrar disso e pensar que num dia estávamos a tocar na sua cave e agora estamos numa editora a fazer tournées com bandas de renome.
Lembro-me de ler que o vosso primeiro concerto foi numa garagem de um ex-membro dos SYNT à qual chamavam VAG [Very Awesome Garage]. Fale-nos do seu ambiente.
Bem, este não foi o nosso primeiro concerto sem bons recursos, para além de que, na altura, estava a morar lá. Daí que tenha feito esforços para os concertos acontecerem nesta garagem. Basicamente, isso deu-se porque a sala de espectáculos da nossa cidade estava inactiva temporariamente. Estes concertos ainda ajudaram-me a pagar a renda e foram realmente bons tempos.
Perceber a essência dos SYNT implica também conhecer as vossas letras. Confesso que algumas puseram-me a rir!...
Na verdade, eu nem sequer li as letras ainda, por isso, não sou a pessoa mais acertada para lhe falar nisso! [risos] Quando escrevemos as músicas escolhemos temas que são, basicamente, expressões de filmes.
Portanto, um título como “Cock Fight” não é nada pessoal ou que seja levado à letra... [risos]
[risos] Bom, essa expressão é uma figura de estilo. É mais um caso de um título inspirado num filme.
Entretanto, como correu a tournée com os Despised Icon, Winds Of Plague e Suicide Silence?
Foi fantástica! Pode não ter tido a grande rota que muitos esperavam, mas foi muito divertida. E, claro, fazer digressões com os nossos amigos Despised Icon é sempre espantoso.
Neste momento estão em tournée com os The Number Twelve Looks Like You, At The Throne Of Judgement e I Hate Sally. Sentem-se já cansados depois de tantos meses na estrada?
Bom, para além da nossa carrinha ter ido à vida e termos de deixar o nosso tour manager uma semana em Delaware, metendo-nos à estrada com as outras bandas a dividir o espaço, foi altamente! [risos] Uma coisa boa no meio disto tudo é que nunca nos aproximámos tão depressa de uma banda como dessa vez. No segundo dia de tournée a nossa carrinha cedeu e começámos a viajar com as outras bandas. Eles revelaram-se pessoas fantásticas por nos terem ajudado numa altura de necessidade.
Destes meses todos na estrada que momentos destacaria?
Hmmm, não muitos! Na verdade, somos pessoas muitos entediantes! [risos] Passámos o tempo todo a curtir e a sair. Posso também dizer que torci o tornozelo num concerto recente e foi mesmo chato. Já se passaram quatro semanas e ainda está inchado...
Apesar de ter sido muito excitante gravar com um produtor como o Andreas Magnusson a história da gravação de “Parasite” quase se ia tornando num pesadelo, não é assim? Não por culpa dele claro...
É verdade. Fomos quatro dias de férias a casa e quando regressámos o disco rígido tinha ido ao ar o que significa que tínhamos perdido tudo o que havíamos gravado durante duas semanas. Mas ultrapassámos isso, trabalhámos muito e conseguimos terminar as gravações no tempo que nos faltava. Não houve mesmo nada de positivo nisso.
Fale-nos mais da vossa maneira de tocar. Afirmam que não gostam de repetir riffs e gosta muito de usar o whammy bar sempre que pode. Serão estes os pontos que tornam a vossa música tão psicadélica?
Com certeza. Para além de tocar guitarra, estudei música, mas sempre quis ser diferente. Aprecio muito os sons que se consegue obter de uma guitarra, por isso, foco-me muito nesse aspecto.
A par disso, só usa guitarras dos anos 80. De onde veio a ideia?
Simplesmente, parto muitas guitarras. Entretanto, comprei uma que era sólida, por isso só compro dessas agora! [risos]
O Andy também só usa baterias em acrílico. Saem realmente um pouco fora da linha...
Pois, peço desculpa por isso! [risos]
Não sei se quer acrescentar algum comentário a essa entrevista... Por mim, finalizo perguntando se já escolheram alguns nomes malucos para as vossas próximas músicas! [risos]
Na realidade, não. Eu concentro-me mais em compor e, neste momento, estou mais preocupado com o rumo que vamos tomar a seguir. Quanto aos títulos das músicas, são apenas escolhas aleatórias! [risos]
Bem, eu tenho 24 anos, agora poderão ajuizar por si próprios se sou muito novo ou não!
Inicialmente tocava baixo. O facto de ter passado para a guitarra com os SYNT remeteu-o para algum processo complicado de adaptação?
Tendo tocado primeiro baixo fez com que tivesse uma abordagem diferente quando comecei a tocar guitarra. Contudo, a questão do atraso de dois anos e meio para arrancarmos com a banda prendeu-se com o facto de termos começado a tocar por pura brincadeira. Queríamos divertir-nos e quebrar um pouco o tédio. Só após um ano sensivelmente é que começámos, realmente, a preocupar-nos com a composição e a escrever os primeiros temas.

A banda era uma brincadeira porque todos os elementos da banda estavam a tocar instrumentos que não os seus. Por exemplo, eu era baixista e estava tocando guitarra, o nosso baterista era guitarrista... Garanto-lhe que nunca, alguma vez, sonhámos que a banda pudesse chegar onde chegou.
Portanto, podemos dizer que foi uma grande surpresa quando começaram a perceber que as pessoas gostavam da vossa música! Antes disso não davam muito crédito às vossas capacidades?
Foi realmente uma grande surpresa, uma vez que estávamos apenas a tocar metal rápido, “estúpido” e convencional! Entretanto, quando começámos a escrever material como o que tocamos agora, os putos lá da zona levaram algum tempo a compreendê-lo.
Algum de vocês tinha experiência anterior de bandas?
Sim, todos tínhamos. Mas o Fox [vocalista] é o único que teve uma banda que chegou um pouco mais longe. Todos os outros tiveram em bandas que mal tocaram fora da sua cidade.
É relatado em todo o lado que “Parasite” é o vosso primeiro registo. Será que isto se dá porque “This Was A Tragedy” foi gravado com o espírito de brincadeira típico dos vossos primórdios?
Este EP foi gravado na casa de um amigo após somente uma semana de termos criado a banda. Depois gravámos um curto EP de três temas na altura em que começámos a compor a sério e tínhamos que colocá-lo cá fora.
Contudo, este foi o passaporte para muitos concertos auto-agendados pelos Estados unidos, certo? Tomar conta de todos os afazeres da banda foi complicado?
Nós fizemos cerca de duas digressões completas agendadas por mim, tocando em todo o sítio que podíamos – cozinhas, salas de estar, caves, pátios. Seja que sítio apontarem, já tocámos! [risos] Deu-nos realmente muito trabalho e estamos, de facto, satisfeitíssimos por ter agora um booking agent como o Matt Pike. Ele tem feito imenso por nós!
Hoje em dia a realidade é completamente oposta e conseguem tocar em óptimas condições e ainda ao lado de alguns dos maiores nomes do metal actualmente. Porém, continuam a guardar boas memórias dos tempos de amadores? Que principais diferenças sente?
Vivemos momentos fantásticos, mas também momentos menos bons. A melhor parte é quando vemos putos em cujas casas já tocámos e agora vão aos nossos concertos! É sempre fantástico perceber o quanto eles ficam excitados por se lembrar disso e pensar que num dia estávamos a tocar na sua cave e agora estamos numa editora a fazer tournées com bandas de renome.

Bem, este não foi o nosso primeiro concerto sem bons recursos, para além de que, na altura, estava a morar lá. Daí que tenha feito esforços para os concertos acontecerem nesta garagem. Basicamente, isso deu-se porque a sala de espectáculos da nossa cidade estava inactiva temporariamente. Estes concertos ainda ajudaram-me a pagar a renda e foram realmente bons tempos.
Perceber a essência dos SYNT implica também conhecer as vossas letras. Confesso que algumas puseram-me a rir!...
Na verdade, eu nem sequer li as letras ainda, por isso, não sou a pessoa mais acertada para lhe falar nisso! [risos] Quando escrevemos as músicas escolhemos temas que são, basicamente, expressões de filmes.
Portanto, um título como “Cock Fight” não é nada pessoal ou que seja levado à letra... [risos]
[risos] Bom, essa expressão é uma figura de estilo. É mais um caso de um título inspirado num filme.
Entretanto, como correu a tournée com os Despised Icon, Winds Of Plague e Suicide Silence?
Foi fantástica! Pode não ter tido a grande rota que muitos esperavam, mas foi muito divertida. E, claro, fazer digressões com os nossos amigos Despised Icon é sempre espantoso.
Neste momento estão em tournée com os The Number Twelve Looks Like You, At The Throne Of Judgement e I Hate Sally. Sentem-se já cansados depois de tantos meses na estrada?
Bom, para além da nossa carrinha ter ido à vida e termos de deixar o nosso tour manager uma semana em Delaware, metendo-nos à estrada com as outras bandas a dividir o espaço, foi altamente! [risos] Uma coisa boa no meio disto tudo é que nunca nos aproximámos tão depressa de uma banda como dessa vez. No segundo dia de tournée a nossa carrinha cedeu e começámos a viajar com as outras bandas. Eles revelaram-se pessoas fantásticas por nos terem ajudado numa altura de necessidade.
Destes meses todos na estrada que momentos destacaria?
Hmmm, não muitos! Na verdade, somos pessoas muitos entediantes! [risos] Passámos o tempo todo a curtir e a sair. Posso também dizer que torci o tornozelo num concerto recente e foi mesmo chato. Já se passaram quatro semanas e ainda está inchado...
Apesar de ter sido muito excitante gravar com um produtor como o Andreas Magnusson a história da gravação de “Parasite” quase se ia tornando num pesadelo, não é assim? Não por culpa dele claro...
É verdade. Fomos quatro dias de férias a casa e quando regressámos o disco rígido tinha ido ao ar o que significa que tínhamos perdido tudo o que havíamos gravado durante duas semanas. Mas ultrapassámos isso, trabalhámos muito e conseguimos terminar as gravações no tempo que nos faltava. Não houve mesmo nada de positivo nisso.

Com certeza. Para além de tocar guitarra, estudei música, mas sempre quis ser diferente. Aprecio muito os sons que se consegue obter de uma guitarra, por isso, foco-me muito nesse aspecto.
A par disso, só usa guitarras dos anos 80. De onde veio a ideia?
Simplesmente, parto muitas guitarras. Entretanto, comprei uma que era sólida, por isso só compro dessas agora! [risos]
O Andy também só usa baterias em acrílico. Saem realmente um pouco fora da linha...
Pois, peço desculpa por isso! [risos]
Não sei se quer acrescentar algum comentário a essa entrevista... Por mim, finalizo perguntando se já escolheram alguns nomes malucos para as vossas próximas músicas! [risos]
Na realidade, não. Eu concentro-me mais em compor e, neste momento, estou mais preocupado com o rumo que vamos tomar a seguir. Quanto aos títulos das músicas, são apenas escolhas aleatórias! [risos]
Nuno Costa
Thursday, November 22, 2007
Meshuggah - Meditações obscenas

Wednesday, November 21, 2007
Testament - Capítulos malditos

Eluveitie - Entre os grandes

In Flames - Renovam com Nuclear Blast
Dimmu Borgir - 10 mil unidades de ódio

Nightwish - Por terras do Tio Sam

Firewind - Preparam novo trabalho

Hellhammer - Demos lendárias reeditadas

Warbringer - EP disponível gratuitamente

Tuesday, November 20, 2007
Review
PITNOISE
"Pitnoise"
[EP - Edição de Autor]
Os Pitnoise são uma jovem banda de Corroios criada no despontar de 2006, aparentemente suportada por um vincado espírito de sacrifício que os ajudou/a a levar de vencidas as adversidades naturais que se cruzam no caminho de uma banda em início de carreira. Das queixas dos vizinhos pelo "barulho" dos ensaios – que acabaram por originar o nome da banda – às várias alterações de line-up, os Pitnoise chegam ao seu EP de estreia no início do presente ano com assinatura do produtor/engenheiro Pedro Madeira, nos Rock Studios.
Contudo, se a sua produção é frágil e algo crua, o rock melódico – por vezes mais “apunkalhado” – dos Pitnoise mostra-se também pouco audaz e demasiado simples e pouco elaborado para conseguir arrancar reacções mais efusivas logo à primeira. Aliás, para além da agradável musicalidade resultante da sinergia entre as vozes de Christiane e Johny, pouco resta a nível de execução e composição que nos afaste da ideia de que este sexteto está ainda a viver a plenitude da sua jovialidade e a inexperiência daí adjacente.
Ainda que considerando que a ideia seja assentar a dinâmica voz de Johny – a nos lembrar Brandon Boyd, dos Incubus, em vários momentos – e a doçura vocal de Christiane numa estrutura musical simples para que tenham ainda mais hipóteses de brilhar, a verdade é que a riqueza instrumental dos Pitnoise é débil, o que só que poderia resultar em momentos monótonos causados por uma composição com uma lista muito reduzida de ritmos e mudanças, logo, pouco dinâmica. Será necessário um maior empenho na construção dos riffs e ritmos o que, acreditamos, lhes trará uma maior magnitude artística e argumentos que os afastem dos actuais indícios de amadorismo da sua música.
O que vale aos Pitnoise são as suas duas talentosas vozes de comando e suas melodias que prendem o ouvinte com bastante facilidade. Porém, também neste campo deverão ser tomadas medidas de moderação no emprego das suas métricas de forma a que a música respire convenientemente. Um jogo de vozes poderia ser aproveitado já que as vozes de Jonhy e Christiane estão a maior parte das vezes coladas.
Fazendo um balanço desta estreia homónima é difícil não considerar que há ainda muito trabalho a fazer, mas o instinto e apetências inatas dos Pitnoise para criarem melodias memoráveis e envolventes fazem-nos crer que podem chegar onde querem com as devidas doses de amadurecimento. [5/10] N.C.
www.pitnoise.pt.vu
"Pitnoise"
[EP - Edição de Autor]

Contudo, se a sua produção é frágil e algo crua, o rock melódico – por vezes mais “apunkalhado” – dos Pitnoise mostra-se também pouco audaz e demasiado simples e pouco elaborado para conseguir arrancar reacções mais efusivas logo à primeira. Aliás, para além da agradável musicalidade resultante da sinergia entre as vozes de Christiane e Johny, pouco resta a nível de execução e composição que nos afaste da ideia de que este sexteto está ainda a viver a plenitude da sua jovialidade e a inexperiência daí adjacente.
Ainda que considerando que a ideia seja assentar a dinâmica voz de Johny – a nos lembrar Brandon Boyd, dos Incubus, em vários momentos – e a doçura vocal de Christiane numa estrutura musical simples para que tenham ainda mais hipóteses de brilhar, a verdade é que a riqueza instrumental dos Pitnoise é débil, o que só que poderia resultar em momentos monótonos causados por uma composição com uma lista muito reduzida de ritmos e mudanças, logo, pouco dinâmica. Será necessário um maior empenho na construção dos riffs e ritmos o que, acreditamos, lhes trará uma maior magnitude artística e argumentos que os afastem dos actuais indícios de amadorismo da sua música.
O que vale aos Pitnoise são as suas duas talentosas vozes de comando e suas melodias que prendem o ouvinte com bastante facilidade. Porém, também neste campo deverão ser tomadas medidas de moderação no emprego das suas métricas de forma a que a música respire convenientemente. Um jogo de vozes poderia ser aproveitado já que as vozes de Jonhy e Christiane estão a maior parte das vezes coladas.
Fazendo um balanço desta estreia homónima é difícil não considerar que há ainda muito trabalho a fazer, mas o instinto e apetências inatas dos Pitnoise para criarem melodias memoráveis e envolventes fazem-nos crer que podem chegar onde querem com as devidas doses de amadurecimento. [5/10] N.C.
www.pitnoise.pt.vu
Friday, November 16, 2007
Medas Metal Night - Amanhã no Indycat Piano Bar

Perfect Sin - No Café Rock In Chiado

Black Orkydea - Exibe novo merchandise dos Moonspell

Review
THE DEVIL WEARS PRADA
“Plagues”
[CD – Ferret Music]
Tentando respeitar modas e políticas editorais por vezes torna-se complicado quando vemos lançamentos como este “Plagues” em catadupa em certos catálogos. A Ferret é dada a extremos e talvez, por isso, mais equilibrada, revisando anteriores escritas, mas ainda assim não se percebe o porquê artístico de continuar a lançar trabalhos destas características. Os The Devil Wears Prada são um grupo “limpinho” de metalcore com muita “emoção” jovial inoculada e normas cristãos pelo meio. São de esperar, por isso, todos os clichés inerentes a esta corrente, sem o mínimo rasgo de criatividade e originalidade.
“Plagues”
[CD – Ferret Music]

Ouvir este disco é como o mais pragmático exercício de escuta, um deja vu retalhado de muito do que já ouvimos em vários discos hoje em dia. Ao primeiro tema percebemos que os TDWP estão mais coesos e determinados do que no anterior “Dear Love: A Beautiful Discord”, de 2006, mas a pouco e pouco vamo-nos apercebendo de que os pressupostos pop e emo da sua música são as vozes de comando deste trabalho. Aliás, os TDWP estão mais melódicos do que antes, mas em certos momentos [poucos] mais pesados que outrora também – como é exemplo o inesperado “Don’t Dink And Drance” que abre com um furioso blast beat ou uma ou outra passagem mais dissonante coberta por berros mais guturais. Contudo, as melodias quase soluçadas de Mike Hranica podem provocar facilmente alguma indigestão de tão plásticas que parecem – um problema comum neste tipo de música concebida por jovens, na maioria dos casos. Uma das marcas dos TDWP serão talvez os teclados, que se emaranham constantemente com os restantes instrumentos, mas até esses servem para dar um ar ainda mais popesco e inocente aos seus temas. As guitarras emanam as melodias e os riffis monocórdicos balançados do costume e a secção rítmica não faz absolutamente nada de destaque.
A conclusão é de que, de facto, os TDWP terão que saber muito bem o que querem da sua carreira se a virem de olhos postos no futuro. A não ser que o encosto que isso lhes dê aos números [leiam-se cifrões] e ao mainstream lhes preencha completamente os requisitos. [4/10] N.C.
www.thedevilwearspradaband.com
Thursday, November 15, 2007
Arte Sacra - "Formula" é o primeiro disco

Goat Fest - Holocausto Canibal de fora

Hugo Danin - Apresenta livro nos Açores

Hugo Danin é licenciado em Produção e Tecnologias da Música pela Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo, fez o Conservatório de Música Mayeusis, em Vigo [Espanha], e os 1º e 2º cursos de bateria da classe de Salvador de Niebla, em Vigo e Pontevedra. Para além disso, concluiu um curso intensivo de Percussão na Drummers Collective School, em Nova Iorque, e actualmente lecciona no Instituto Orff do Porto, disciplina de Percussão – Bateria. Por fim, é conhecido por já ter tocado com muitos músicos conhecidos de Portugal como, por exemplo, André Indiana e Pedro Cardoso [dos Ornatos Violetas] num trio de Jazz concluído por Eduardo Silva, e de ter gravado com os GNR, para além de que faz parte de projectos como Manuel Beleza Trio [Manuel Beleza, Toniko Goulart], Sloppy Joe, Quarto Jazz, J. Davis Quarteto e Cooking Jungle [com Miguel Barros dos Zen e Lukkas). O preço para assistir a cada sessão é de 5€, sendo que a inscrição para a primeira é feita na Academia das Artes à entrada e, para a segunda, na secretaria do Conservatório Regional de Ponta Delgada durante o horário de expediente.
Wednesday, November 14, 2007
Review
FULL BLOWN CHAOS
“Heavy Lies The Crown”
[CD – Ferret Music]
“Heavy Lies The Crown”
[CD – Ferret Music]

Sendo assim, arrumaram-se também todas as hipóteses de que pudéssemos estar perante um álbum com algumas surpresas. Apesar da força rítmica e a visceralidade das letras de Ray, a verdade é que o material de “Heavy Lies The Crown” acaba por resultar frustrante para aquilo que são os prospectos dos ouvintes mais exigentes actualmente. Os clichés são demasiados para seu próprio bem. Ainda assim, é preciso reforçar que este não é um colectivo de jovens inexperientes ou convalescentes de sua adolescência, ou já não tivessem editado dois álbuns, duas demos e feito tournées com bandas tão importantes como Hatebreed, Slipknot ou Fear Factory. O metal e o hardcore fundem-se aqui da forma mais genuína com influências, de um lado, do thrash old school de uns Slayer e Testament e, de outro, da revolta hardcore de uns Agnostic Front ou Hatebreed - talvez uma das razões para Jamey Jasta e a sua Stillborn Records terem assinado todos os anteriores trabalhos da banda.
Contudo, os Full Blown Chaos são muito convincentes naquilo que fazem para além de que, como já foi dito, o alvo da sua música é muito mais cru do que aquela típica conjectura que procura as melodias mais orelhudas e/ou swedish para entrarem na moda. Temos aqui rajadas autenticamente thrash, como no início de “Over The End” ou na altura do solo de “Halos For Heroes”. A voz de Ray é também uma das distinções deste trabalho, não pela originalidade, mas pelo seu tom ambiguo que tanto faz lembrar Jamey Jasta, Phill Anselmo ou Max Cavalera sem, no entanto, soar descaradamente a nenhum deles.
O que subalterna, efectivamente, este trabalho é mesmo a falta de sentido de composição e os seus breaks e “balanços” tão estereotipados. Não falta força e alma a este quinteto de Nova Iorque, porém, terá que fazer ainda muito mais para que a sua música tenha a magia necessária para nos convencer. [6/10] N.C.
Hatchet - Thrash metal à moda antiga na Metal Blade

The Absence - Encontram substituto para Jeramie

Woe Of Tyrants - Juntam-se à Metal Blade

Hatesphere - De volta à carga com novo vocalista

Tuesday, November 13, 2007
Queensryche - Ainda não é desta

Pitch Black - Mais ódio

Ekxtaktika - Halloween "regressa" em Dezembro

Friday, November 09, 2007
The Old Dead Tree - Foued abandona

Stream - Na mira da objectiva de Rita Carmo

Anomally - Com baixista definitivo

Foxy Shazam - Introdução à paródia em Janeiro

Thursday, November 08, 2007
Review
EPHEL DUATH
“Pain Remixes The Known”
[CD – Earache Records]
Provavelmente, uma das bandas mais arrojadas, open-minded e talentosas da actualidade, os italianos Ephel Duath, brinda-nos este ano com mais um disco, como não poderia deixar de ser, surpreendente, sobretudo pela sua abordagem. “Pain Remixes The Unknown” é, como o seu próprio título deixa adivinhar, um álbum de remisturas do último disco de estúdio da banda, “Pain Necessary To Know”, de 2005. A banda de David Tiso [guitarras, teclados, voz] dá assim um passo que poderia ser óbvio pela demarcada personalidade experimental da banda, mas ao mesmo tempo inesperado atendendo a que a sua música tem ganho uma complexidade que poderia à partida ser incompatível com qualquer tentativa de remistura menos orgânica. Pelos vistos o responsável por este novo trabalho – o credenciado Eraldo Bernocchi – soube muito bem como abstrair-se de tudo o que já havia sido feito com o material que deu o mote para esta remistura e o que obtemos aqui é um trabalho que está muito longe de soar despropositado ou ao jeito daqueles feitos para entreter fãs e cumprir contratualidades.
Se o imaginário de David Tiso já se havia mostrado esquizofrénico e pouco dado a convencionalidades, aqui temos a prova de que a banda não vira, definitivamente, as costas à experimentação. Aliás, a banda de Padova tem marcado um percurso como se de um autêntico camaleão se tratasse. Até “Phormula”, de 2000, e antecedentes demos editadas, a banda trilhava um som black metal, ainda assim de raiz pouco tradicional. Com “The Painter’s Pallete”, de 2003, as cores mudaram completamente e o universo dos Ephel Duath era agora muito mais cerebral, misturando como ninguém jazz, blues, funk, hardcore numa cadeia progressiva repleta de repentinas e ameaçadoras mudanças, ao jeito de uns The Dillinger Escape Plan, Poison The Well ou Converge, se bem que comparações saberão sempre algo infrutíferas já que os Ephel Duath são donos de um som próprio. E o mérito é todo seu. A técnica e a criatividade abundam por estes lados e absorver as composições deste, agora, trio, não se adivinha tarefa fácil para qualquer ouvido mais desprevenido. Ouvir “Pain Remixes The Unknown” não será também muito menos difícil, até mesmo para os fãs da banda. Isto porque esta remistura foi sublimemente planeada para não soar àqueles exercícios deste género, tão comuns hoje em dia, em que pouco ou nada é acrescentado aos temas originais a não ser alguns loops e efeitos psicadélicos – para além da batida electro bem mais “gorda”.
Do genial “Pain Necessary To Know” pouco se lhe reconhece aqui. Eraldo Bernocchi foi mago no seu desempenho e preservou inteligentemente apenas algumas estruturas das músicas e dissimulou-as em algo completamente novo. Temos passagens potentes como em “Hole IV” e ambientes completamente alucinatórios em “Hole VIII”, ou mesmo negros e frios - a fazer lembrar bandas de black metal norueguesas - como na primeira metade de “Hole IX” – não se assustem, mas foi esta a estrutura que a banda arranjou para designar os nomes destas remisturas. Desenganem-se, portanto, aqueles que à primeira reacção pensarão que vão aqui escutar algo mais “dançavel” e menos demente, embora algumas batidas sejam contagiantes.
“Pain Remixes The Known”
[CD – Earache Records]

Se o imaginário de David Tiso já se havia mostrado esquizofrénico e pouco dado a convencionalidades, aqui temos a prova de que a banda não vira, definitivamente, as costas à experimentação. Aliás, a banda de Padova tem marcado um percurso como se de um autêntico camaleão se tratasse. Até “Phormula”, de 2000, e antecedentes demos editadas, a banda trilhava um som black metal, ainda assim de raiz pouco tradicional. Com “The Painter’s Pallete”, de 2003, as cores mudaram completamente e o universo dos Ephel Duath era agora muito mais cerebral, misturando como ninguém jazz, blues, funk, hardcore numa cadeia progressiva repleta de repentinas e ameaçadoras mudanças, ao jeito de uns The Dillinger Escape Plan, Poison The Well ou Converge, se bem que comparações saberão sempre algo infrutíferas já que os Ephel Duath são donos de um som próprio. E o mérito é todo seu. A técnica e a criatividade abundam por estes lados e absorver as composições deste, agora, trio, não se adivinha tarefa fácil para qualquer ouvido mais desprevenido. Ouvir “Pain Remixes The Unknown” não será também muito menos difícil, até mesmo para os fãs da banda. Isto porque esta remistura foi sublimemente planeada para não soar àqueles exercícios deste género, tão comuns hoje em dia, em que pouco ou nada é acrescentado aos temas originais a não ser alguns loops e efeitos psicadélicos – para além da batida electro bem mais “gorda”.
Do genial “Pain Necessary To Know” pouco se lhe reconhece aqui. Eraldo Bernocchi foi mago no seu desempenho e preservou inteligentemente apenas algumas estruturas das músicas e dissimulou-as em algo completamente novo. Temos passagens potentes como em “Hole IV” e ambientes completamente alucinatórios em “Hole VIII”, ou mesmo negros e frios - a fazer lembrar bandas de black metal norueguesas - como na primeira metade de “Hole IX” – não se assustem, mas foi esta a estrutura que a banda arranjou para designar os nomes destas remisturas. Desenganem-se, portanto, aqueles que à primeira reacção pensarão que vão aqui escutar algo mais “dançavel” e menos demente, embora algumas batidas sejam contagiantes.
Se pensávamos que os Ephel Duath já tinham sido corajosos o suficiente com os seus anteriores trabalhos, aqui temos mais uma experiência excêntrica e que eleva ainda mais o envelope desta banda. Mais uma missão concluída com sucesso. Contudo, para além da qualidade deste trabalho, continuamos a ansiar para que a banda volte às composições originais em todo o esplendor da sua costela jazzística e progressiva. [8/10] N.C.
www.myspace.com/ephelduath
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