"Bleed The Fifth"
[CD - Roadrunner/Edel]
Ouvir este regresso do guitarrista Dino Cazares foi deveras um momento de multiplexados pensamentos que convergiram para uma realidade actual que nos deixa imbuídos em sensações híbridas. Contudo, estas podem ser estranhas, mas não necessariamente desestimulantes, ainda assim discutíveis… mas já lá vamos. Este novo projecto do prolífero guitarrista mexicano é formado em 2006 após anos de composição repartidos com as suas actividades nos Fear Factory, Brujeria e Asesino. Chegou então a hora de olear a máquina e metê-la a funcionar e no Verão de 2007 cá temos o regresso, bem às origens, do influente Dino Cazares.
Em dez temas de uma oblíqua fúria, rápida, cirúrgica e a rasgar a frieza das máquinas que parecem forjadas a uma “fábrica” que o próprio bem conhece, encontramos a alma de um guitarrista em estado puro que, no entanto, choca com um passado que lhe pode ser prejudicial… ou não! Aí está o dilema deste trabalho. “Bleed The Fifth” contém extractos de uma personalidade própria, mas é também uma evidente recuperação do som que popularizou os Fear Factory. Como grande responsável pelo caminho musical que seguiu a banda mais importante que Dino já teve quando lançaram “Souls Of A New Machine” ou “Demanufacture”, o músico deverá sentir toda a legitimidade em tocar segundo a estrutura que encontramos em “Bleed The Fifth”. Aí, quer censuremos ou não, a verdade é que a natureza deste seu novo projecto é resultado directo de uma marca única e própria que o músico espalhou com a sua antiga banda e que, compreensivelmente, não poderá ignorar.
Mesmo assim, “Bleed The Fifth” é um exercício com características próprias e com reminiscências contemporâneas. Não é metalcore mas possui alguns refrões e melodias [poucas] que até podiam ser característicos desta tendência. Não é death metal, mas possui uma rapidez de execução e uma brutalidade rítmica de uns Nile, ou não estivesse sentado na bateria um dos bateristas mais rápidos do mundo – Tim Yeung. Contudo, mantém-se por demais acessível e faz-nos prever um brilhante sucesso para esta nova criações de Dino Cazares. As composições de “Bleed The Fifth” tocam em aspectos de peso e estrutura que vulgarmente não deixarão ninguém indiferente. São do mais directo que possam imaginar, incidindo principalmente na rapidez dos seus reconhecidos riffs acoplados com um bombo ultra-sónico e preciso, balanço, solos [!] e ainda alguma melodia. A fúria aqui é tanta que até nos faz pensar que Dino ensaia aqui alguma “vingança” ou tenta calar alguém. Talvez pela inclusão de um baterista como Tim Yeung – um galáctico, sem dúvida – conseguimos perceber aqui, mais desenvolvida e incisiva, a essência da maneira de tocar de Dino Cazares. A brutalidade acentua-se pela velocidade e a melodia também surge, muito digna, aqui e ali, graças a uma versátil prestação de um surpreendente Tommy Vext que, ora canta limpo num tom altivo, ora berra num tom mais raivoso e hardcore.
São nestes pequeninos pormenores que Dino Cazares consegue-se distanciar do legado mais antigo dos seminais Fear Factory [ah, temos também, a fechar, uma power ballad que até soa bem, mas choca com toda a brutalidade do disco], mesmo que a partir do terceiro ou quarto temas comecemos a perceber que a “sombra” Fear Factory dificilmente deixará este trabalho. Aliás, para seu bem ou para seu mal, cabe apenas aos ouvintes decidirem. A verdade indiscutível é que a música de “Bleed The Fifth” soa muito bem e tem tudo para nos contagiar. Se colocarmos de parte algum preconceito veremos que temos aqui, facilmente, uma das estreias mais auspiciosas do ano. [8/10] N.C.
www.myspace.com/divineheresyband
Em dez temas de uma oblíqua fúria, rápida, cirúrgica e a rasgar a frieza das máquinas que parecem forjadas a uma “fábrica” que o próprio bem conhece, encontramos a alma de um guitarrista em estado puro que, no entanto, choca com um passado que lhe pode ser prejudicial… ou não! Aí está o dilema deste trabalho. “Bleed The Fifth” contém extractos de uma personalidade própria, mas é também uma evidente recuperação do som que popularizou os Fear Factory. Como grande responsável pelo caminho musical que seguiu a banda mais importante que Dino já teve quando lançaram “Souls Of A New Machine” ou “Demanufacture”, o músico deverá sentir toda a legitimidade em tocar segundo a estrutura que encontramos em “Bleed The Fifth”. Aí, quer censuremos ou não, a verdade é que a natureza deste seu novo projecto é resultado directo de uma marca única e própria que o músico espalhou com a sua antiga banda e que, compreensivelmente, não poderá ignorar.
Mesmo assim, “Bleed The Fifth” é um exercício com características próprias e com reminiscências contemporâneas. Não é metalcore mas possui alguns refrões e melodias [poucas] que até podiam ser característicos desta tendência. Não é death metal, mas possui uma rapidez de execução e uma brutalidade rítmica de uns Nile, ou não estivesse sentado na bateria um dos bateristas mais rápidos do mundo – Tim Yeung. Contudo, mantém-se por demais acessível e faz-nos prever um brilhante sucesso para esta nova criações de Dino Cazares. As composições de “Bleed The Fifth” tocam em aspectos de peso e estrutura que vulgarmente não deixarão ninguém indiferente. São do mais directo que possam imaginar, incidindo principalmente na rapidez dos seus reconhecidos riffs acoplados com um bombo ultra-sónico e preciso, balanço, solos [!] e ainda alguma melodia. A fúria aqui é tanta que até nos faz pensar que Dino ensaia aqui alguma “vingança” ou tenta calar alguém. Talvez pela inclusão de um baterista como Tim Yeung – um galáctico, sem dúvida – conseguimos perceber aqui, mais desenvolvida e incisiva, a essência da maneira de tocar de Dino Cazares. A brutalidade acentua-se pela velocidade e a melodia também surge, muito digna, aqui e ali, graças a uma versátil prestação de um surpreendente Tommy Vext que, ora canta limpo num tom altivo, ora berra num tom mais raivoso e hardcore.
São nestes pequeninos pormenores que Dino Cazares consegue-se distanciar do legado mais antigo dos seminais Fear Factory [ah, temos também, a fechar, uma power ballad que até soa bem, mas choca com toda a brutalidade do disco], mesmo que a partir do terceiro ou quarto temas comecemos a perceber que a “sombra” Fear Factory dificilmente deixará este trabalho. Aliás, para seu bem ou para seu mal, cabe apenas aos ouvintes decidirem. A verdade indiscutível é que a música de “Bleed The Fifth” soa muito bem e tem tudo para nos contagiar. Se colocarmos de parte algum preconceito veremos que temos aqui, facilmente, uma das estreias mais auspiciosas do ano. [8/10] N.C.
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