ZERO GENERATIVO
Aos 37 anos e com aproximadamente 20 anos de uma carreira coroada de êxitos, já se justificava plenamente um álbum a solo para o norte-americano Jeff Loomis. Sobretudo conhecido pela sua brilhante carreira nos Nevermore e pelas suas capacidades técnicas de proa, aliada a uma insigne forma de visionar riffs e texturas musicais, eis que chegou a hora do “pássaro” sair do “ninho” e voar em nome próprio. “Zero Order Phase” é o primeiro capítulo da aventura a solo do músico de Seattle que volta a confirmar um virtuosismo sublime e um peso a quem todos lhe reconhecerão as raízes. Fã confesso de Jason Becker, Marty Friedman e Yngwie J. Malmsteen, o ex-guitarrista dos Sanctuary conta-nos porque é saudável este momento na sua carreira e porque, apesar do estatuto, não se considera um “guitar hero”.
A conclusão deste projecto é uma ideia de longa data ou representa uma forma de ocupar-se com algo produtivo enquanto os Nevermore atravessam uma pausa nas suas actividades?
Sim, eu desejava fazer algo como isto há muito tempo. Após a tournée do “This Godless Endeavour” tivemos muito tempo sem nada para fazer, daí que tenha aproveitado a oportunidade para consumar este projecto. Também tive que assinar um contracto separado com a Century Media, por isso as coisas levaram mais algum tempo até estarem prontas. Digamos apenas que estou contente por lançar o meu primeiro disco a solo e estar a dar entrevistas para ele.
De facto, a pausa com os Nevermore tem-se revelado muito produtiva para os seus membros. Depois do Warren é a sua vez de se lançar em nome próprio…
Eu acho bom mantermo-nos ocupados a fazer música. Os Nevermore estão juntos há muito tempo e eu queria muito fazer algo diferente. Pela mesma razão o Warrel decidiu lançar o seu primeiro trabalho a solo. Ambos tivemos a hipótese de pôr em prática um trabalho que soasse diferente dos Nevermore. Isto é algo muito saudável para a banda. Far-nos-á voltar ainda mais fortes para um próximo CD dos Nevermore. Aliás, neste momento, já tenho metade do material para o próximo CD dos Nevermore composto. Contamos entrar em estúdio no início do Inverno.
Será só pelo facto de quererem experimentar sons novos que acharam saudável incitar esta paragem com os Nevermore? Imagino que o excesso de tempo em tournée e o stress que lhe é inerente tenha forçado também este hiato…
Exactamente! Havia algumas questões “médicas” dentro da banda a resolver. Por isso, tornou-se importante tirarmos uns dias de folga e restabelecer algumas coisa para decidirmos o que vamos fazer no futuro. Esses dias separados têm sido bons, mas vamos continuar a actuar ao vivo mesmo durante este período, para continuarmos a manter-nos unidos. É engraçado, muitas pessoas pensam que nos estamos a separar por causa do meu projecto a solo e do do Warrel, mas isto não corresponde minimamente à verdade. Os Nevermore serão sempre a nossa maior prioridade.
Desde muito pequeno revelou um grande potencial técnico. Porém, alguma vez lhe passou pela cabeça que se pudesse tornar naqueles “guitar heroes” referenciais para os putos e que gravam os seus próprios álbuns?
Eu não olho para esta questão de forma tão intensa. Eu penso que se algo como isso acontece, é porque é suposto acontecer. Simplesmente, toco o que sinto. Se as pessoas ou os fãs dos Nevermore gostam da minha forma de tocar fico contente. Tenho tido pessoas a chamarem-me “guitar hero”, especialmente putos. Isso só me leva a querer praticar mais e aperfeiçoar-me. Se eu consigo ser alguém para um puto que toca ao ponto de ele olhar para mim como um “guitar hero”, então isto é muito mais do que eu alguma vez podia pedir. Eu penso que praticar e trabalhar arduamente é realmente a chave para se ter sucesso. Ambos levaram-me a onde estou hoje em dia.
São então estes os conselhos que dá aos jovens que estão acabando de pegar num instrumento para aprender…
Número um: tentem não ouvir apenas um estilo de música. Abram as vossas mentes para o Jazz, a Música Clássica, etc. Pratiquem também devagar e a partir daí trabalhem a vossa velocidade. Muitos guitarristas querem tocar depressa de um momento para o outro e isso, simplesmente, não funciona. Toquem também com outros músicos o máximo possível. Podem aprender muito apenas fazendo jams com outros bons músicos.
A ideia inicial com este projecto foi sempre gravar um álbum integralmente instrumental? Alguma vez sentiu que isso o pudesse tornar de alguma forma indigesto para algumas pessoas?
Claro, é muito desafiador escrever um álbum instrumental e conseguir que seja excitante durante toda a sua duração. Eu poderia ter posto algumas vozes em “Zero Order Phase”, mas a minha decisão de não as colocar foi, simplesmente, porque não quis. Foi apenas uma escolha pessoal. Quem sabe se o meu próximo álbum não pode soar muito diferente? Trata-se tudo, apenas, de uma questão de como me estou a sentir no momento. Tenho esperanças de que os fãs dos Nevermore vão gostar de ouvir este disco.
Na sua opinião este disco agradará tanto ao público comum como a músicos?
Eu penso que agradará um pouco mais a músicos mas, como disse, penso que os fãs dos Nevermore vão gostar muito dele também. É um disco muito diversificado, com muitas texturas musicais.
Foi preciso muito tempo para ter “Zero Order Phase” composto? Oiço tantas notas nele que me pergunto se não terá sido preciso um “grande plano” para o conceber! [risos]
Comecei a escrever para ele há oito meses atrás, portanto, tudo é muito novo. Eu encarei este processo de composição como se estivesse a compor para os Nevermore. Eu compus todos os dias e juntei tudo como peças de um puzzle. É um processo de composição que me consome muito tempo, mas, para ser honesto, foi concluído em poucos meses!
O que acha que um álbum a solo pode oferecer à carreira de Jeff Loomis?
Espero que sirva para mostrar outra faceta da minha forma de tocar guitarra, não apenas que sou bom tecnicamente, mas que também consigo escrever bons temas.
Caracteriza-se como aquele tipo de guitarrista que passa muitas horas a praticar técnicas ou que prefere dedicar todo o seu tempo à composição?
Eu não costumo passar muito tempo a aperfeiçoar técnicas. Isto aborrece-me. Eu prefiro muito mais despender o meu tempo a escrever uma peça musical. É assim que passo a maior parte dos meus dias a tocar guitarra.
Será que já não está nos seus planos a edição de um DVD instrucional?
Sim, estou a trabalhar no sentido de fechar um contracto com uma companhia para este propósito. Apenas não sei quando será lançado. Vamos esperar que esteja disponível no início do próximo ano.
No tema “Miles Of Machines” penso que é evidente a sua admiração por Yngwie Malmsteen. Que opinião tem da sua carreira nos últimos tempos e que qualidades mais admira no músico sueco?
O Yngwie sempre foi uma influência para mim. Fiquei completamente deslumbrado na primeira vez que o vi ao vivo. Lembro-me de ver alguém a chorar na plateia porque ele era tão bom! Estou muito ansioso por ouvir material novo dele. Eu tendo a pensar que ele repete-se um pouco hoje em dia, por isso, vamos esperar que o seu material novo seja um pouco mais “refrescante”. Yngwie “Fucking” Malmsteen!
Embora as suas influências mais clássicas, consegue ter um toque muito moderno na sua forma de tocar. Talvez o facto de tocar com uma guitarra de sete cordas ajude-o a atingir um som mais pesado e actual…
Não sei… Apenas toco o que me vai na alma. Eu sou um músico do “momento”, por assim dizer.
Embora “Zero Order Phase” seja um álbum sem letras, estou certo que existem motivações por trás dele. Que nos pode adiantar em relação a este aspecto?
Para dizer a verdade, não. Este é, de facto, um álbum completamente instrumental. Trata-se pura e simplesmente de nos sentarmos e deixarmos elevar tudo a um nível totalmente musical. Os títulos dos temas foram a última coisa com que me preocupei durante a concepção do álbum. A questão de escrever letras não é bem para mim. Apenas tentei criar títulos que encaixassem bem com cada tema.
Para quando prevê estar novamente a 100% dedicado aos Nevermore?
Os Nevermore são a nossa principal preocupação neste momento. Planeio fazer alguns workshops para promover “Zero Order Phase” nos Estados Unidos e fora dele, mas, para já, estamos muito empenhados na composição do novo álbum dos Nevermore.
E quando se pode esperar um novo capítulo da sua aventura a solo?
Eu assinei com a Century Media para três discos, por isso, certamente aparecerei com mais trabalhos instrumentais no futuro. Quem sabe se será com a mesma vibração do “Zero Order Phase”? Dependerá apenas do que estiver a sentir no momento.
Nuno Costa
www.jeffloomis.com
www.myspace.com/jeffloomis
Aos 37 anos e com aproximadamente 20 anos de uma carreira coroada de êxitos, já se justificava plenamente um álbum a solo para o norte-americano Jeff Loomis. Sobretudo conhecido pela sua brilhante carreira nos Nevermore e pelas suas capacidades técnicas de proa, aliada a uma insigne forma de visionar riffs e texturas musicais, eis que chegou a hora do “pássaro” sair do “ninho” e voar em nome próprio. “Zero Order Phase” é o primeiro capítulo da aventura a solo do músico de Seattle que volta a confirmar um virtuosismo sublime e um peso a quem todos lhe reconhecerão as raízes. Fã confesso de Jason Becker, Marty Friedman e Yngwie J. Malmsteen, o ex-guitarrista dos Sanctuary conta-nos porque é saudável este momento na sua carreira e porque, apesar do estatuto, não se considera um “guitar hero”.
A conclusão deste projecto é uma ideia de longa data ou representa uma forma de ocupar-se com algo produtivo enquanto os Nevermore atravessam uma pausa nas suas actividades?
Sim, eu desejava fazer algo como isto há muito tempo. Após a tournée do “This Godless Endeavour” tivemos muito tempo sem nada para fazer, daí que tenha aproveitado a oportunidade para consumar este projecto. Também tive que assinar um contracto separado com a Century Media, por isso as coisas levaram mais algum tempo até estarem prontas. Digamos apenas que estou contente por lançar o meu primeiro disco a solo e estar a dar entrevistas para ele.
De facto, a pausa com os Nevermore tem-se revelado muito produtiva para os seus membros. Depois do Warren é a sua vez de se lançar em nome próprio…
Eu acho bom mantermo-nos ocupados a fazer música. Os Nevermore estão juntos há muito tempo e eu queria muito fazer algo diferente. Pela mesma razão o Warrel decidiu lançar o seu primeiro trabalho a solo. Ambos tivemos a hipótese de pôr em prática um trabalho que soasse diferente dos Nevermore. Isto é algo muito saudável para a banda. Far-nos-á voltar ainda mais fortes para um próximo CD dos Nevermore. Aliás, neste momento, já tenho metade do material para o próximo CD dos Nevermore composto. Contamos entrar em estúdio no início do Inverno.
Será só pelo facto de quererem experimentar sons novos que acharam saudável incitar esta paragem com os Nevermore? Imagino que o excesso de tempo em tournée e o stress que lhe é inerente tenha forçado também este hiato…
Exactamente! Havia algumas questões “médicas” dentro da banda a resolver. Por isso, tornou-se importante tirarmos uns dias de folga e restabelecer algumas coisa para decidirmos o que vamos fazer no futuro. Esses dias separados têm sido bons, mas vamos continuar a actuar ao vivo mesmo durante este período, para continuarmos a manter-nos unidos. É engraçado, muitas pessoas pensam que nos estamos a separar por causa do meu projecto a solo e do do Warrel, mas isto não corresponde minimamente à verdade. Os Nevermore serão sempre a nossa maior prioridade.
Desde muito pequeno revelou um grande potencial técnico. Porém, alguma vez lhe passou pela cabeça que se pudesse tornar naqueles “guitar heroes” referenciais para os putos e que gravam os seus próprios álbuns?
Eu não olho para esta questão de forma tão intensa. Eu penso que se algo como isso acontece, é porque é suposto acontecer. Simplesmente, toco o que sinto. Se as pessoas ou os fãs dos Nevermore gostam da minha forma de tocar fico contente. Tenho tido pessoas a chamarem-me “guitar hero”, especialmente putos. Isso só me leva a querer praticar mais e aperfeiçoar-me. Se eu consigo ser alguém para um puto que toca ao ponto de ele olhar para mim como um “guitar hero”, então isto é muito mais do que eu alguma vez podia pedir. Eu penso que praticar e trabalhar arduamente é realmente a chave para se ter sucesso. Ambos levaram-me a onde estou hoje em dia.
São então estes os conselhos que dá aos jovens que estão acabando de pegar num instrumento para aprender…
Número um: tentem não ouvir apenas um estilo de música. Abram as vossas mentes para o Jazz, a Música Clássica, etc. Pratiquem também devagar e a partir daí trabalhem a vossa velocidade. Muitos guitarristas querem tocar depressa de um momento para o outro e isso, simplesmente, não funciona. Toquem também com outros músicos o máximo possível. Podem aprender muito apenas fazendo jams com outros bons músicos.
A ideia inicial com este projecto foi sempre gravar um álbum integralmente instrumental? Alguma vez sentiu que isso o pudesse tornar de alguma forma indigesto para algumas pessoas?
Claro, é muito desafiador escrever um álbum instrumental e conseguir que seja excitante durante toda a sua duração. Eu poderia ter posto algumas vozes em “Zero Order Phase”, mas a minha decisão de não as colocar foi, simplesmente, porque não quis. Foi apenas uma escolha pessoal. Quem sabe se o meu próximo álbum não pode soar muito diferente? Trata-se tudo, apenas, de uma questão de como me estou a sentir no momento. Tenho esperanças de que os fãs dos Nevermore vão gostar de ouvir este disco.
Na sua opinião este disco agradará tanto ao público comum como a músicos?
Eu penso que agradará um pouco mais a músicos mas, como disse, penso que os fãs dos Nevermore vão gostar muito dele também. É um disco muito diversificado, com muitas texturas musicais.
Foi preciso muito tempo para ter “Zero Order Phase” composto? Oiço tantas notas nele que me pergunto se não terá sido preciso um “grande plano” para o conceber! [risos]
Comecei a escrever para ele há oito meses atrás, portanto, tudo é muito novo. Eu encarei este processo de composição como se estivesse a compor para os Nevermore. Eu compus todos os dias e juntei tudo como peças de um puzzle. É um processo de composição que me consome muito tempo, mas, para ser honesto, foi concluído em poucos meses!
O que acha que um álbum a solo pode oferecer à carreira de Jeff Loomis?
Espero que sirva para mostrar outra faceta da minha forma de tocar guitarra, não apenas que sou bom tecnicamente, mas que também consigo escrever bons temas.
Caracteriza-se como aquele tipo de guitarrista que passa muitas horas a praticar técnicas ou que prefere dedicar todo o seu tempo à composição?
Eu não costumo passar muito tempo a aperfeiçoar técnicas. Isto aborrece-me. Eu prefiro muito mais despender o meu tempo a escrever uma peça musical. É assim que passo a maior parte dos meus dias a tocar guitarra.
Será que já não está nos seus planos a edição de um DVD instrucional?
Sim, estou a trabalhar no sentido de fechar um contracto com uma companhia para este propósito. Apenas não sei quando será lançado. Vamos esperar que esteja disponível no início do próximo ano.
No tema “Miles Of Machines” penso que é evidente a sua admiração por Yngwie Malmsteen. Que opinião tem da sua carreira nos últimos tempos e que qualidades mais admira no músico sueco?
O Yngwie sempre foi uma influência para mim. Fiquei completamente deslumbrado na primeira vez que o vi ao vivo. Lembro-me de ver alguém a chorar na plateia porque ele era tão bom! Estou muito ansioso por ouvir material novo dele. Eu tendo a pensar que ele repete-se um pouco hoje em dia, por isso, vamos esperar que o seu material novo seja um pouco mais “refrescante”. Yngwie “Fucking” Malmsteen!
Embora as suas influências mais clássicas, consegue ter um toque muito moderno na sua forma de tocar. Talvez o facto de tocar com uma guitarra de sete cordas ajude-o a atingir um som mais pesado e actual…
Não sei… Apenas toco o que me vai na alma. Eu sou um músico do “momento”, por assim dizer.
Embora “Zero Order Phase” seja um álbum sem letras, estou certo que existem motivações por trás dele. Que nos pode adiantar em relação a este aspecto?
Para dizer a verdade, não. Este é, de facto, um álbum completamente instrumental. Trata-se pura e simplesmente de nos sentarmos e deixarmos elevar tudo a um nível totalmente musical. Os títulos dos temas foram a última coisa com que me preocupei durante a concepção do álbum. A questão de escrever letras não é bem para mim. Apenas tentei criar títulos que encaixassem bem com cada tema.
Para quando prevê estar novamente a 100% dedicado aos Nevermore?
Os Nevermore são a nossa principal preocupação neste momento. Planeio fazer alguns workshops para promover “Zero Order Phase” nos Estados Unidos e fora dele, mas, para já, estamos muito empenhados na composição do novo álbum dos Nevermore.
E quando se pode esperar um novo capítulo da sua aventura a solo?
Eu assinei com a Century Media para três discos, por isso, certamente aparecerei com mais trabalhos instrumentais no futuro. Quem sabe se será com a mesma vibração do “Zero Order Phase”? Dependerá apenas do que estiver a sentir no momento.
Nuno Costa
www.jeffloomis.com
www.myspace.com/jeffloomis
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