IN THA UMBRA
“Thvs Open Thine Eerie Wings Like An Eagle And Soar The Winds Of Chaos”
[CD – Agonia Records]
Paradoxalmente, vindos do ponto mais solarengo de Portugal, os veteranos In Tha Umbra continuam a ser uma das bandas mais obscuras e íntegras do underground nacional. Como tal, uma invejável carreira, sempre marcada pela autonomia das suas ideias e ideais, atinge mais um ano e acrescenta mais um álbum à sua “prateleira”. Com o complexo nome “Thvs Open Thine Eerie Wings Like An Eagle And Soar The Winds Of Chaos”, o, agora, trio vindo de Estombar, no Algarve, descobre a sua costela mais progressiva e aplica-a com pompa e circunstância neste quarto longa-duração. Embora não tenham abandonado parte das características que os enalteceram ao longo de já 12 anos de carreira, os In Tha Umbra são hoje uma banda muito mais moderna e progressiva e experimental no sentido do espírito aventureiro que agora se lhes configura.
Peso distorcido e ritmos acelerados ainda aqui se testemunham, mas a melodia, ambientes serenos e detalhes complexos de composição sobressaem como a “nova” cara destes algarvios. E ainda bem que assim o é. Se há pouco falávamos de personalidade, com este novo tomo o grupo comprova que é uma entidade virada para si própria e a alimentar-se absolutamente da singularidade da sua conjectura criativa. Não deixa os seus créditos por mãos alheias, portanto. Outra coisa não seria de esperar de um grupo já com muita experiência. Mas mesmo assim não nos deixam de surpreender, quer pelos pormenores que já enunciámos, quer pelo facto de agora até cantarem e vociferarem em português.
Grande destaque vai ainda para os ambientes de teclado, da responsabilidade de Fernando E. [amigo próximo do grupo] que aceitou o convite para participar nesta obra e para seu enorme benefício, diga-se. O músico foi capaz de costurar uma roupagem progressiva impressionante que, por vezes, nos remete para o universo excêntrico de uns Opeth ou para o psicadelismo de um qualquer grupo de rock avantgard, dando-se ainda ao sarcasmo de ir alternando com paisagens orquestrais. As várias vezes em que Célia Ramos [Mons Lunae] empresta a sua voz graciosa a temas de “Thvs Open Thine Eerie Wings…” são outros dos pontos mais válidos deste regresso. Dá-nos a entender que Os In Tha Umbra tiveram a preocupação de tornar este disco minimamente “interactivo”, e se, não raras vezes, se convida por convidar, aqui a aposta foi perfeitamente válida e justificada.
São nove novas composições de um grupo de quem o público português se orgulha há bastante tempo. E, com certeza, assim vai continuar a sentir-se. [7/10] N.C.
Estilo: Death/Black/Progressive Metal
Discografia:
“Thvs Open Thine Eerie Wings Like An Eagle And Soar The Winds Of Chaos”
[CD – Agonia Records]
Paradoxalmente, vindos do ponto mais solarengo de Portugal, os veteranos In Tha Umbra continuam a ser uma das bandas mais obscuras e íntegras do underground nacional. Como tal, uma invejável carreira, sempre marcada pela autonomia das suas ideias e ideais, atinge mais um ano e acrescenta mais um álbum à sua “prateleira”. Com o complexo nome “Thvs Open Thine Eerie Wings Like An Eagle And Soar The Winds Of Chaos”, o, agora, trio vindo de Estombar, no Algarve, descobre a sua costela mais progressiva e aplica-a com pompa e circunstância neste quarto longa-duração. Embora não tenham abandonado parte das características que os enalteceram ao longo de já 12 anos de carreira, os In Tha Umbra são hoje uma banda muito mais moderna e progressiva e experimental no sentido do espírito aventureiro que agora se lhes configura.
Peso distorcido e ritmos acelerados ainda aqui se testemunham, mas a melodia, ambientes serenos e detalhes complexos de composição sobressaem como a “nova” cara destes algarvios. E ainda bem que assim o é. Se há pouco falávamos de personalidade, com este novo tomo o grupo comprova que é uma entidade virada para si própria e a alimentar-se absolutamente da singularidade da sua conjectura criativa. Não deixa os seus créditos por mãos alheias, portanto. Outra coisa não seria de esperar de um grupo já com muita experiência. Mas mesmo assim não nos deixam de surpreender, quer pelos pormenores que já enunciámos, quer pelo facto de agora até cantarem e vociferarem em português.
Grande destaque vai ainda para os ambientes de teclado, da responsabilidade de Fernando E. [amigo próximo do grupo] que aceitou o convite para participar nesta obra e para seu enorme benefício, diga-se. O músico foi capaz de costurar uma roupagem progressiva impressionante que, por vezes, nos remete para o universo excêntrico de uns Opeth ou para o psicadelismo de um qualquer grupo de rock avantgard, dando-se ainda ao sarcasmo de ir alternando com paisagens orquestrais. As várias vezes em que Célia Ramos [Mons Lunae] empresta a sua voz graciosa a temas de “Thvs Open Thine Eerie Wings…” são outros dos pontos mais válidos deste regresso. Dá-nos a entender que Os In Tha Umbra tiveram a preocupação de tornar este disco minimamente “interactivo”, e se, não raras vezes, se convida por convidar, aqui a aposta foi perfeitamente válida e justificada.
São nove novas composições de um grupo de quem o público português se orgulha há bastante tempo. E, com certeza, assim vai continuar a sentir-se. [7/10] N.C.
Estilo: Death/Black/Progressive Metal
Discografia:
- "Descend Supreme Sunset" [CD 1998]
- "The Goatblöd 666" [EP 7' 1999]
- "Midnight In The Garden Of Hell" [CD 2000]
- "The Goatblöd 666" [EP 7' 1999]
- "Midnight In The Garden Of Hell" [CD 2000]
- "Pentagramma" [EP 2002]
- "Nigrium Nigrius Nigro" [CD 2005]
- “Thvs Open Thine Eerie Wings Like An Eagle And Soar The Winds Of Chaos” [CD 2008]
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