SOUL STEALER
“Soul Stealer”
[CD – Ledo Takas]
Graças à Ledo Takas ficamos a conhecer melhor como se movimenta o underground lituano. Com um catálogo maioritariamente composto por bandas de black metal, a editora irrompe, entretanto, com um projecto bem mais translúcido e “soft” - os Soul Stealer. 2003 viu-os nascer para o mundo e com a projecção que o vocalista Jeronimas Millius concedeu ao projecto, com uma vitoriosa participação no concurso nacional da Eurovisão, o grupo deu o salto para a gravação do seu primeiro longa-duração. Esquivando-se à fase de gravação de maquetas, o quinteto muniu-se da experiência de Enrikas [guitarrista dos Obtest] e Vytautas [teclista dos Ruination e Shadowdance] e rapidamente subiu para o top das bandas de Hard’N’Heavy mais importantes dos países de leste.
Todavia, prestando atenção à sua estreia homónima é difícil fugir-se ao desalento que é encontrar um típico trabalho de Power Metal, fortemente inspirado na herança germânica e com todas as agravantes que fizeram o estilo estagnar há longos anos. Há quem alegue que depois dos Helloween tudo o resto são tentativas de clonagem. Talvez não seríamos tão drásticos, até porque este é, por outro lado, bem capaz de ser um dos estilos que gera mais lealdade por parte dos fãs. É, de facto, uma questão de paixão ou ódio e aí não há como discutir sentimentos.
Interessa talvez, sim, encontrar o ponto em que os Soul Stealer se poderão ancorar para sobressair no meio de tamanha concorrência, sendo que mesmo após quase 30 anos de o estilo ter vivido o seu apogeu continua a “fabricar” para o universo Power Metal um leque enfartado de bandas. O país dos Soul Stealer também, e pelo que se conhece, não possui raízes neste espectro, o que sempre poderia ajudar se analisarmos que a forte tradição que países como a Alemanha ou a Finlândia têm no Power Metal concede de forma quase preconceituosa um dístico de qualidade aos seus projectos, mesmo que isso não passe de um complexo “virtual”.
Os Soul Stealer estão, por assim dizer, sozinhos nessa luta. Contudo, não ficam atrás de muitas bandas que por aí andam, a não ser na produção. Outro invólucro sonoro ajudaria bastante a que este material tivesse outro impacto. Grande voz de Jeronimas, solos competentes, um teclado inteligente e uma adequada secção rítmica pautam este material. Alguns desvarios melódicos/ambientais ajudam a quebrar a típica velocidade cavalgada deste tipo de sonoridade que é sempre susceptível de criar algum aborrecimento.
“Soul Stealer”
[CD – Ledo Takas]
Graças à Ledo Takas ficamos a conhecer melhor como se movimenta o underground lituano. Com um catálogo maioritariamente composto por bandas de black metal, a editora irrompe, entretanto, com um projecto bem mais translúcido e “soft” - os Soul Stealer. 2003 viu-os nascer para o mundo e com a projecção que o vocalista Jeronimas Millius concedeu ao projecto, com uma vitoriosa participação no concurso nacional da Eurovisão, o grupo deu o salto para a gravação do seu primeiro longa-duração. Esquivando-se à fase de gravação de maquetas, o quinteto muniu-se da experiência de Enrikas [guitarrista dos Obtest] e Vytautas [teclista dos Ruination e Shadowdance] e rapidamente subiu para o top das bandas de Hard’N’Heavy mais importantes dos países de leste.
Todavia, prestando atenção à sua estreia homónima é difícil fugir-se ao desalento que é encontrar um típico trabalho de Power Metal, fortemente inspirado na herança germânica e com todas as agravantes que fizeram o estilo estagnar há longos anos. Há quem alegue que depois dos Helloween tudo o resto são tentativas de clonagem. Talvez não seríamos tão drásticos, até porque este é, por outro lado, bem capaz de ser um dos estilos que gera mais lealdade por parte dos fãs. É, de facto, uma questão de paixão ou ódio e aí não há como discutir sentimentos.
Interessa talvez, sim, encontrar o ponto em que os Soul Stealer se poderão ancorar para sobressair no meio de tamanha concorrência, sendo que mesmo após quase 30 anos de o estilo ter vivido o seu apogeu continua a “fabricar” para o universo Power Metal um leque enfartado de bandas. O país dos Soul Stealer também, e pelo que se conhece, não possui raízes neste espectro, o que sempre poderia ajudar se analisarmos que a forte tradição que países como a Alemanha ou a Finlândia têm no Power Metal concede de forma quase preconceituosa um dístico de qualidade aos seus projectos, mesmo que isso não passe de um complexo “virtual”.
Os Soul Stealer estão, por assim dizer, sozinhos nessa luta. Contudo, não ficam atrás de muitas bandas que por aí andam, a não ser na produção. Outro invólucro sonoro ajudaria bastante a que este material tivesse outro impacto. Grande voz de Jeronimas, solos competentes, um teclado inteligente e uma adequada secção rítmica pautam este material. Alguns desvarios melódicos/ambientais ajudam a quebrar a típica velocidade cavalgada deste tipo de sonoridade que é sempre susceptível de criar algum aborrecimento.
Numa análise conjectural poder-se-á dizer, com à vontade, que o forte deste estilo continua a estar na mestria das suas composições e no magnetismo dos seus riffs e refrões. Com todas as capacidades técnicas que os Soul Stealer se podem orgulhar de ostentar, faltam aqui apenas mais uns “pozinhos” de imaginação na forma de erigir a sua música. Resta ainda mencionar – e elogiar, já agora – o facto da banda não se intimidar minimamente com o facto do lituano ser uma das línguas menos faladas no mundo. Aqui esperaram-nos muitos versos na sua língua báltica. Complica a absorção da mensagem, mas confere-lhes, indiscutivelmente, identidade. Embora toda e qualquer nota de cansaço que o Power Metal tenha dado até hoje, estamos, ainda assim, convictos de que os Soul Stealer não defraudarão os fãs incondicionais do género, principalmente do interminável contingente teutónico. [6/10] N.C.
Estilo: Power Metal
Discografia: "Soul Stealer" [CD 2008]
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