ANATOMIA GRINDER
A cirurgia “sonora” sueca nunca mais foi a mesma desde que os General Surgery surgiram, já se passaram 21 anos. Contudo, o percurso desta banda de Estocolmo viu a sua natural prossecução altamente comprometida já que questões internas levaram-na a uma paragem que durou dez anos. Ainda assim, a sede “sanguinária” deste colectivo nunca se extinguiu e assim que as condições se reuniram, o grupo voltou ao activo em 2006 lançando o seu álbum de estreia, “Left Hand Pathology”. Uma mistura de grindcore e death metal old school que agora vê a sua versão um pouco mais técnica no novíssimo “Corpus In Extremis: Analysing Necrocriticism”. Fomos saudar o regresso de uma das bandas pioneiras do metal mais extremo da Suécia junto do guitarrista Johan Wallin, preferencialmente prefixado por Dr..
Cerca de três dias para captarem quase na totalidade “Corpus In Extremis…”. Nada mau! Entraram em qualquer tipo de concurso de rapidez também na gravação? [risos]
Gravámos realmente em três dias? Isso soa-me estranho. Eu diria que tinham sido à volta de dez dias e talvez quatro ou cinco para as misturas. Mas quem sou eu para saber? [risos]
Bem sei que devem estar cansados dessa pergunta, mas como se sentem, actualmente, em relação à situação interna da banda? Isto porque, realmente, a banda sempre se habituou a conviver com uma série de alterações e pausas na sua carreira.
Não acho que tenhamos passado assim por tantas alterações. A banda esteve, de facto, “congelada” entre 1991 e 2001, mas depois disso acho que temos estado bastante estáveis. Entretanto, sinto hoje, mais do que nunca, que nos comportamos como uma banda e que todos os nossos membros estão em sintonia em relação aos objectivos que queremos atingir. Atravessamos momentos muito divertidos!
Este é o vosso primeiro álbum com o Erik Sahlström nas vozes. É uma pessoa bem comportada a trabalhar? [risos]
Eu conheço o Erik [Dr. Sahlström] há dez anos a partir de amigos que tínhamos em comum. Penso que foi o baterista da antiga banda do Dr. Carlsson, os Face Down, [também antigo baterista da minha antiga banda, Repugnant] que nos indicou o contacto do Dr. Sahlström quando testávamos outros vocalistas há um par de anos. É muito agradável trabalhar com ele, pois cumpre o seu trabalho muito bem. Eu diria até que com ele estamos mais letais do que nunca ao vivo. Uma vénia para o "cirurgião-da-frente"! [risos]
Lembro-me de ouvir um álbum dos Maze of Torment e Serpent Obscene onde o Erik costumava cantar. Sabe se continuam activos?
Penso que ambas desistiram de tocar, por agora.
Para além da estreia do Erik, este é o vosso segundo álbum sem paragens pelo meio. É assim que sentem que devia ter sido desde o início?
Sim e não temos intenções de desistir. Estou certo que ainda vamos gravar mais um álbum antes de ficarmos velhos! [risos] No início tudo era feito por brincadeira e a maioria dos nossos elementos tinha bandas “reais” em que se concentrar. Portanto, não era esta a maneira mais correcta de proceder. Por outro lado, já se passaram 20 “malvados” anos e muita coisa já mudou.
A cirurgia “sonora” sueca nunca mais foi a mesma desde que os General Surgery surgiram, já se passaram 21 anos. Contudo, o percurso desta banda de Estocolmo viu a sua natural prossecução altamente comprometida já que questões internas levaram-na a uma paragem que durou dez anos. Ainda assim, a sede “sanguinária” deste colectivo nunca se extinguiu e assim que as condições se reuniram, o grupo voltou ao activo em 2006 lançando o seu álbum de estreia, “Left Hand Pathology”. Uma mistura de grindcore e death metal old school que agora vê a sua versão um pouco mais técnica no novíssimo “Corpus In Extremis: Analysing Necrocriticism”. Fomos saudar o regresso de uma das bandas pioneiras do metal mais extremo da Suécia junto do guitarrista Johan Wallin, preferencialmente prefixado por Dr..
Cerca de três dias para captarem quase na totalidade “Corpus In Extremis…”. Nada mau! Entraram em qualquer tipo de concurso de rapidez também na gravação? [risos]
Gravámos realmente em três dias? Isso soa-me estranho. Eu diria que tinham sido à volta de dez dias e talvez quatro ou cinco para as misturas. Mas quem sou eu para saber? [risos]
Bem sei que devem estar cansados dessa pergunta, mas como se sentem, actualmente, em relação à situação interna da banda? Isto porque, realmente, a banda sempre se habituou a conviver com uma série de alterações e pausas na sua carreira.
Não acho que tenhamos passado assim por tantas alterações. A banda esteve, de facto, “congelada” entre 1991 e 2001, mas depois disso acho que temos estado bastante estáveis. Entretanto, sinto hoje, mais do que nunca, que nos comportamos como uma banda e que todos os nossos membros estão em sintonia em relação aos objectivos que queremos atingir. Atravessamos momentos muito divertidos!
Este é o vosso primeiro álbum com o Erik Sahlström nas vozes. É uma pessoa bem comportada a trabalhar? [risos]
Eu conheço o Erik [Dr. Sahlström] há dez anos a partir de amigos que tínhamos em comum. Penso que foi o baterista da antiga banda do Dr. Carlsson, os Face Down, [também antigo baterista da minha antiga banda, Repugnant] que nos indicou o contacto do Dr. Sahlström quando testávamos outros vocalistas há um par de anos. É muito agradável trabalhar com ele, pois cumpre o seu trabalho muito bem. Eu diria até que com ele estamos mais letais do que nunca ao vivo. Uma vénia para o "cirurgião-da-frente"! [risos]
Lembro-me de ouvir um álbum dos Maze of Torment e Serpent Obscene onde o Erik costumava cantar. Sabe se continuam activos?
Penso que ambas desistiram de tocar, por agora.
Para além da estreia do Erik, este é o vosso segundo álbum sem paragens pelo meio. É assim que sentem que devia ter sido desde o início?
Sim e não temos intenções de desistir. Estou certo que ainda vamos gravar mais um álbum antes de ficarmos velhos! [risos] No início tudo era feito por brincadeira e a maioria dos nossos elementos tinha bandas “reais” em que se concentrar. Portanto, não era esta a maneira mais correcta de proceder. Por outro lado, já se passaram 20 “malvados” anos e muita coisa já mudou.
Tiveram que “autopsiar” muitos corpos para se inspirarem a escrever este novo álbum?
[risos] Nós inspiramo-nos em bandas como Dissection e pensamos: “Raios, isto é exactamente como não devemos soar”, mas damos por nós a fazer exactamente o oposto!
Digo isso porque, por exemplo, o Sven dos Aborted costumava trabalhar numa morgue, o que lhe dava muita inspiração para escrever…
[risos] Com certeza, o Sven é muito fixe e escreve boas letras!
O Grindcore preserva a sua essência desde que surgiu. Como se sentem a compor temas sem ter, à partida, aquela preocupação de inovar?
A inovação é boa para quem gosta, mas até eu, o elemento mais novo da banda, sente o metal extremo e o grind como um “velho peido” e não gosto, sinceramente, de inovações neste tipo de música. Acredito piamente que se consegue escrever música interessante sem renovar qualquer conceito dentro do género. Os General Surgery são uma prova viva disso, digo eu. Obviamente, é muito difícil surgir com algo que nunca tenha sido feito e levado aos limites, mas é isso que distingue os profissionais dos amadores.
Que bandas mais admiram dentro desta corrente, actualmente?
Uma pergunta difícil… Eu penso que velhas bandas como Regurgitate e Dead Infection continuam a criar material muito bom. Os Machetazo também começam a tornar-se veteranos e o seu último trabalho é um autêntico “pontapé nos tomates”! Os Impaled continuam uma boa banda e os Butcher ABC são fantásticos. Os Abcess também não são maus. Continua a haver muito bom gore à moda antiga por aí para quem gosta dele.
“Corpus In Extremis…” foi totalmente produzido por vós. Uma questão financeira ou acham que vocês são as pessoas certas para saber o que o vosso som requer em estúdio?
No fundo, foram as duas. Nunca tivemos, propriamente, um produtor e o Dr. Eriksson [baixista] sabe como comandar as sessões de gravação. Portanto, o que fizemos foi excluir os produtores externos e deixá-lo assumir as rédeas da gravação, o que nos fez poupar dinheiro e poder passar mais tempo em estúdio. Tínhamos planos para ter o Fred Estby [ex-Dismember] a produzir o nosso novo álbum, mas acabámos por desistir por ele estar muito ocupado. De qualquer maneira, sabemos muito bem o que queremos e a gravação acabou por ficar “matadora”. Acho que fizemos a escolha mais acertada.
Em termos de orientação musical, este regresso marca uma predisposição mais técnica. Concorda?
Sim, este trabalho está mais técnico e um pouco mais intrincado. Embora eu dissesse que está longe de ser muito complexo, ele acaba por não ser tão “vanguardista” como o “Left Hand Pathology”. Desde que o Dr. Eriksson passou a escrever grande parte do nosso material as coisas começaram a soar assim, mas todos nós gostámos da ideia de nos esforçarmos mais para atingirmos uma maior destreza técnica. Isso tornou o álbum mais interessante.
Ao mesmo tempo, este pode ser também um álbum mais obscuro, agressivo e… menos sarcástico.
O Dr. McWilliams [ex-vocalista] contribuiu com algumas letras, mas o Dr. Sahlström escreveu a maior parte delas. Embora ele tenha um sentido de humor doentio, ele talvez seja um pouco mais realista que o Dr. McWilliams.
Confessam-se então pessoas muito divertidas? Apreciam, por exemplo, algum comediante em particular?
Eu diria que somos, de facto, pessoas muito divertidas e, sobretudo, alegres. Divertimo-nos todos os dias e todas as noites. Somos os nossos próprios comediantes, mas o Dr. Eriksson gosta muito do Roony Chutney. [risos]
Recentemente, lançaram mais um split-CD, desta feita com os japoneses Butcher ABC. Este é qualquer coisa como o vosso quinto split. Têm algum gosto especial por este formato?
Nós decidimos lançar este split-CD em 2003 mas acontece que ele levou uma eternidade “infernal” até ficar pronto. Sempre que o timing for propício e a banda achar bem, vamos editar mais splits, mas não se trata, realmente, de uma prioridade. Porém, é uma coisa muito divertida de se fazer!
Este ano marcará a vossa segunda presença no conceituado Maryland Deathfest. Ainda se lembram bem da primeira vez?
Na verdade, esta é a nossa terceira presença no festival. Tocámos lá em 2005 e 2007. Começamos a sentir-nos em casa! [risos] Fizemos grandes amizades com os organizadores e três de nós foram lá o ano passado apenas para passar um bom bocado. É um festival muito fixe, têm bom Red Bull e boa Vodka. A primeira vez que lá estivemos foi super fixe, ainda mais por ser a nossa primeira vez nos Estados Unidos como banda, mas a velha sala onde faziam o festival era má. Estou muito ansioso em relação à edição deste ano. Estivemos também no Japão e foi fantástico. Foi um verdadeiro marco para a banda. Demos três concertos com os Butcher ABC e Impaled e passámos óptimos momentos a sair e a beber quantidades ridículas de álcool!
Como é o movimento grindcore em Estocolmo? Pode-se dizer que vocês foram pioneiros na vossa área?
Estocolmo é mais conhecido pelos Sunlight… Talvez esteja incorrecto, mas acho que os General Surgery nunca tocaram grindcore óbvio e simples. Mas pode-se dizer que fomos uma das primeiras bandas a tocar este estilo aqui na área. Existem inúmeras bandas de grindcore em Estocolmo, mas distantes daquilo que fazemos. Diria que nos situamos entre o grindcore e o death metal old school de uns Entombed, Dismember, etc.
Agora que a banda parece ter encontrado a estabilidade necessária para trabalhar, sentem que é altura de recuperar todo o “tempo perdido”?
Eu acho que é altura de beber uma cerveja! [risos]
Por falar nisso, o vosso antigo vocalista deixou a banda por problemas com o álcool. Sabe alguma coisa sobre o seu actual estado de saúde?
Sim, vi-o recentemente em Gubbängentorget sentado com uns amigos. Ele estava a beber vodka com leite achocolatado e pareceu-me saudável. [risos] Ele berrou qualquer coisa para mim mas não consegui perceber sem o “pitch shifter”! [risos]
[risos] Nós inspiramo-nos em bandas como Dissection e pensamos: “Raios, isto é exactamente como não devemos soar”, mas damos por nós a fazer exactamente o oposto!
Digo isso porque, por exemplo, o Sven dos Aborted costumava trabalhar numa morgue, o que lhe dava muita inspiração para escrever…
[risos] Com certeza, o Sven é muito fixe e escreve boas letras!
O Grindcore preserva a sua essência desde que surgiu. Como se sentem a compor temas sem ter, à partida, aquela preocupação de inovar?
A inovação é boa para quem gosta, mas até eu, o elemento mais novo da banda, sente o metal extremo e o grind como um “velho peido” e não gosto, sinceramente, de inovações neste tipo de música. Acredito piamente que se consegue escrever música interessante sem renovar qualquer conceito dentro do género. Os General Surgery são uma prova viva disso, digo eu. Obviamente, é muito difícil surgir com algo que nunca tenha sido feito e levado aos limites, mas é isso que distingue os profissionais dos amadores.
Que bandas mais admiram dentro desta corrente, actualmente?
Uma pergunta difícil… Eu penso que velhas bandas como Regurgitate e Dead Infection continuam a criar material muito bom. Os Machetazo também começam a tornar-se veteranos e o seu último trabalho é um autêntico “pontapé nos tomates”! Os Impaled continuam uma boa banda e os Butcher ABC são fantásticos. Os Abcess também não são maus. Continua a haver muito bom gore à moda antiga por aí para quem gosta dele.
“Corpus In Extremis…” foi totalmente produzido por vós. Uma questão financeira ou acham que vocês são as pessoas certas para saber o que o vosso som requer em estúdio?
No fundo, foram as duas. Nunca tivemos, propriamente, um produtor e o Dr. Eriksson [baixista] sabe como comandar as sessões de gravação. Portanto, o que fizemos foi excluir os produtores externos e deixá-lo assumir as rédeas da gravação, o que nos fez poupar dinheiro e poder passar mais tempo em estúdio. Tínhamos planos para ter o Fred Estby [ex-Dismember] a produzir o nosso novo álbum, mas acabámos por desistir por ele estar muito ocupado. De qualquer maneira, sabemos muito bem o que queremos e a gravação acabou por ficar “matadora”. Acho que fizemos a escolha mais acertada.
Em termos de orientação musical, este regresso marca uma predisposição mais técnica. Concorda?
Sim, este trabalho está mais técnico e um pouco mais intrincado. Embora eu dissesse que está longe de ser muito complexo, ele acaba por não ser tão “vanguardista” como o “Left Hand Pathology”. Desde que o Dr. Eriksson passou a escrever grande parte do nosso material as coisas começaram a soar assim, mas todos nós gostámos da ideia de nos esforçarmos mais para atingirmos uma maior destreza técnica. Isso tornou o álbum mais interessante.
Ao mesmo tempo, este pode ser também um álbum mais obscuro, agressivo e… menos sarcástico.
O Dr. McWilliams [ex-vocalista] contribuiu com algumas letras, mas o Dr. Sahlström escreveu a maior parte delas. Embora ele tenha um sentido de humor doentio, ele talvez seja um pouco mais realista que o Dr. McWilliams.
Confessam-se então pessoas muito divertidas? Apreciam, por exemplo, algum comediante em particular?
Eu diria que somos, de facto, pessoas muito divertidas e, sobretudo, alegres. Divertimo-nos todos os dias e todas as noites. Somos os nossos próprios comediantes, mas o Dr. Eriksson gosta muito do Roony Chutney. [risos]
Recentemente, lançaram mais um split-CD, desta feita com os japoneses Butcher ABC. Este é qualquer coisa como o vosso quinto split. Têm algum gosto especial por este formato?
Nós decidimos lançar este split-CD em 2003 mas acontece que ele levou uma eternidade “infernal” até ficar pronto. Sempre que o timing for propício e a banda achar bem, vamos editar mais splits, mas não se trata, realmente, de uma prioridade. Porém, é uma coisa muito divertida de se fazer!
Este ano marcará a vossa segunda presença no conceituado Maryland Deathfest. Ainda se lembram bem da primeira vez?
Na verdade, esta é a nossa terceira presença no festival. Tocámos lá em 2005 e 2007. Começamos a sentir-nos em casa! [risos] Fizemos grandes amizades com os organizadores e três de nós foram lá o ano passado apenas para passar um bom bocado. É um festival muito fixe, têm bom Red Bull e boa Vodka. A primeira vez que lá estivemos foi super fixe, ainda mais por ser a nossa primeira vez nos Estados Unidos como banda, mas a velha sala onde faziam o festival era má. Estou muito ansioso em relação à edição deste ano. Estivemos também no Japão e foi fantástico. Foi um verdadeiro marco para a banda. Demos três concertos com os Butcher ABC e Impaled e passámos óptimos momentos a sair e a beber quantidades ridículas de álcool!
Como é o movimento grindcore em Estocolmo? Pode-se dizer que vocês foram pioneiros na vossa área?
Estocolmo é mais conhecido pelos Sunlight… Talvez esteja incorrecto, mas acho que os General Surgery nunca tocaram grindcore óbvio e simples. Mas pode-se dizer que fomos uma das primeiras bandas a tocar este estilo aqui na área. Existem inúmeras bandas de grindcore em Estocolmo, mas distantes daquilo que fazemos. Diria que nos situamos entre o grindcore e o death metal old school de uns Entombed, Dismember, etc.
Agora que a banda parece ter encontrado a estabilidade necessária para trabalhar, sentem que é altura de recuperar todo o “tempo perdido”?
Eu acho que é altura de beber uma cerveja! [risos]
Por falar nisso, o vosso antigo vocalista deixou a banda por problemas com o álcool. Sabe alguma coisa sobre o seu actual estado de saúde?
Sim, vi-o recentemente em Gubbängentorget sentado com uns amigos. Ele estava a beber vodka com leite achocolatado e pareceu-me saudável. [risos] Ele berrou qualquer coisa para mim mas não consegui perceber sem o “pitch shifter”! [risos]
Nuno Costa
* Disponível o tema "Necronomics" no nosso player.
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