NEUROTHING
“Murder Book”
[CD – Edição de autor]
Quando “Vanishing Celestial Bodies”, o E.P. de estreia destes polacos, foi lançado independentemente em 2005, gerou no mundo do metal moderno e matemático uma agradável agitação. A complexidade e coerência que mostravam para um nome tão jovem e desconhecido era acima da média e as expectativas começaram a crescer em seu torno. Passados quatro anos numa terra de “santidades”, os Neurothing, determinados e novamente em nome próprio, lançam a sua primeira “longa-escritura” num regime de suplemento que nos ameaça “lavar” o cérebro.
“Murder Book” confirma que ainda há espaço para devaneios matemáticos com originalidade. E por falar nesses termos, Meshuggah é uma comparação inevitável, mas este quinteto não se resume a tentar ser um mero clone dos citados suecos, como por aí já vimos, e, sensatamente, ousam caminhos de espasmos musicais até mais ecléticos, sempre com cada batida e compasso calculado em laboratório e uma intensa negritude. Mas o principal pólo de distinção dos Neurothing é o estreante vocalista Mikolaj Fajfer que nos faz imaginar uma máquina circuitada programada com ficheiros vocais de um Jens Kidman [Meshuggah], Wayne Static [Static-X] e Mike Patton, ainda que a neurose rítmica destes 11 temas impressione qualquer um habituado a consumir este tipo de música.
Todavia, discutível será sempre a questão da eficácia deste tipo de material. Ninguém espera que um disco de math metal seja um “osso” fácil de roer, mas por casos como os de Mnemic e Textures já se comprovou que a “aritmética” arrojada na música pode tornar-se… musical, precisamente.Devaneios à parte, a verdade mais saborosa sobre os Neurothng é que estes procuram, e sabem como fazê-lo, o seu próprio universo. Não será isso mais do que o suficiente para lhes darmos o mínimo de atenção? De digestão difícil e intermitente, “Murder Book” é, por isso, um desafio e um autêntico manual sarcástico de desconstrução mental que, para além das enxaquecas, será capaz de causar muitas dores cervicais. [8/10] N.C.
Estilo: Math Metal
Discografia:
- “Vanishing Celestial Bodies” [EP 2005]
- “Murder Book” [CD 2009]
“Murder Book”
[CD – Edição de autor]
Quando “Vanishing Celestial Bodies”, o E.P. de estreia destes polacos, foi lançado independentemente em 2005, gerou no mundo do metal moderno e matemático uma agradável agitação. A complexidade e coerência que mostravam para um nome tão jovem e desconhecido era acima da média e as expectativas começaram a crescer em seu torno. Passados quatro anos numa terra de “santidades”, os Neurothing, determinados e novamente em nome próprio, lançam a sua primeira “longa-escritura” num regime de suplemento que nos ameaça “lavar” o cérebro.
“Murder Book” confirma que ainda há espaço para devaneios matemáticos com originalidade. E por falar nesses termos, Meshuggah é uma comparação inevitável, mas este quinteto não se resume a tentar ser um mero clone dos citados suecos, como por aí já vimos, e, sensatamente, ousam caminhos de espasmos musicais até mais ecléticos, sempre com cada batida e compasso calculado em laboratório e uma intensa negritude. Mas o principal pólo de distinção dos Neurothing é o estreante vocalista Mikolaj Fajfer que nos faz imaginar uma máquina circuitada programada com ficheiros vocais de um Jens Kidman [Meshuggah], Wayne Static [Static-X] e Mike Patton, ainda que a neurose rítmica destes 11 temas impressione qualquer um habituado a consumir este tipo de música.
Todavia, discutível será sempre a questão da eficácia deste tipo de material. Ninguém espera que um disco de math metal seja um “osso” fácil de roer, mas por casos como os de Mnemic e Textures já se comprovou que a “aritmética” arrojada na música pode tornar-se… musical, precisamente.Devaneios à parte, a verdade mais saborosa sobre os Neurothng é que estes procuram, e sabem como fazê-lo, o seu próprio universo. Não será isso mais do que o suficiente para lhes darmos o mínimo de atenção? De digestão difícil e intermitente, “Murder Book” é, por isso, um desafio e um autêntico manual sarcástico de desconstrução mental que, para além das enxaquecas, será capaz de causar muitas dores cervicais. [8/10] N.C.
Estilo: Math Metal
Discografia:
- “Vanishing Celestial Bodies” [EP 2005]
- “Murder Book” [CD 2009]
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