EPIDEMIA ORIENTAL
Forjados na prolífera área médio-oriente dos Estados Unidos, os Twelve Tribes, oriundos de Ohio, começaram a perfurar o mundo da música, em 1997, por iniciativa de Adam Jackson [vocalista], Andrew Corpus [guitarrista] e Jason Thompson [baixista], numa altura em que ainda estavam no liceu. Um ano apenas separa a edição das suas duas primeiras demos do seu primeiro álbum – “As Feathers To Flowers And Petals To Wings”. O rompimento com a sua editora original levou-os a uma paragem prolongada e, só em 2004, com a assinatura de contracto com a Ferret Records, a banda voltou com “The Rebirth Of Tragedy”. Este foi o disco que os arrancou do anonimato e os permitiu repentinamente estar em palco ao lado de bandas como Candiria, Lamb Of God, Machine Head e Soulfly. 2006 traz-nos de novo o seu metalcore musculado, embora mais melódico do que antes, na forma de “Midwest Pandemic”. A SounD(/)ZonE entrou em contacto com Andrew Corpus que, entre outros depoimentos, refere de que argamassa se constrói as verdadeiras bandas.
Quase três anos após o lançamento do vosso primeiro disco, devem sentir-se particularmente satisfeitos agora que o vosso novo “rebento” está cá fora...
Sim, estamos satisfeitos. Percorremos um longo percurso até este estar concluído e sabe bem estar na estrada de novo. Estivemos parados todo o ano transacto, trabalhando nos nossos empregos diários, e já estávamos com saudades disto.
O press release de “Midwest Pandemic” comporta uma frase que ressalta à vista e que me parece pertinente: “tempos de incerteza parecem sempre resultar nas melhores formas de arte”. A que tempos se estão a referir?
Bem, mais concretamente nos Estados Unidos, após o 11 de Setembro, foram decretadas uma série de leis novas, restrições à liberdade, na maneira de viajar, etc. O George W. Bush está a aproveitar-se dessa tragédia para promover-se a si e aos que o rodeiam. Muita gente sente que as suas apostas estão fora de questão, percebes? Por isso é neste sentido que mencionamos o medo e a incerteza.
Olhando para o início da vossa carreira, podemos dizer que “The Rebirth Of Tragedy” marcou uma viragem profunda nas vossas vidas. Alguma vez esperaram de um momento para o outro verem-se ligados a uma grande editora, fazer uma grande digressão e estar lado a lado com grandes estrelas do rock?
Bem, esperávamos e ao mesmo tempo não... As tuas perspectivas mudam à medida que o tempo passa e tu estás nesta área, sabes? A coisa mais esquisita para mim foi ver uma série de amigos meus, como o Howard Jones [Killswitch Engage] e o pessoal dos Poison The Well se tornarem estrelas! [risos] Nós tocamos há muito tempo e sabe bem ver que as coisas estão a dar resultados e que conseguimos viajar além-mar para tocar. Fazer tournée pela Europa foi uma experiência fantástica para nós. Mas sentimos que merecemos algum do reconhecimento que estamos a ter ao fim de nove anos de esforço.
Neste momento estão em digressão pelos Estados Unidos. Como está esta a decorrer?
Confesso que estamos um bocadinho cansados de fazer digressões nos Estados Unidos. Ás vezes pode ser um estrondo, mas nós fazemos imensas tournées frente a público muito jovem que parece que não se interessa propriamente com as bandas que estão a ver, parece que lhes é indiferente... A presente digressão que estamos a efectuar com Shai Hulud está a correr muito bem. Uma série de fãs mais velhos tem aparecido, o que é muito aprazível de constatar, mas continuamos a sentir que temos um grande trabalho a fazer pela frente nos Estados Unidos junto dos putos.
Que tipos de comentários têm ouvido em relação a “Midwest Pandemic”?
Até agora as reviews têm sido boas. Também o álbum saiu há relativamente pouco tempo, por isso também ainda não recebemos uma tonelada de comentários. Mas as apreciações via quadro de mensagens ou por e-mail têm sido extremamente positivas.
Musicalmente, podemos descrever “Midwest Pandemic” como um álbum menos melódico, embora mais profundo que “The Rebirth Of Tragedy”?
Não creio que seja um álbum mais melódico do que “The Rebirth Of Tragedy”. Na verdade, temos muito mais partes cantadas em “Midwest Pandemic” do que em qualquer música do nosso segundo álbum.
A sonoridade patente neste novo trabalho reflecte de alguma forma eventuais influências que possam ter assimilado das bandas que andaram convosco em digressão nos dois últimos anos?
Tenho a certeza que reflectem. Aprendemos uma série de coisas em relação a estar em digressão com bandas experientes como Candiria e Soulfly. Esta aprendizagem foi, por isso, mais do que musical. Posso facilmente dizer que fomos influenciados pela maneira como nos trataram. Por exemplo, os Killswitch Engage manifestaram-se as pessoas mais generosas, bondosas e gentis que alguma vez conheci. Nós éramos sempre bem vindos no seu autocarro, quartos, etc. Nunca houve qualquer tipo de desentendimento em relação a horários, aplicar os preços nas t-shirts ou outra coisa qualquer trivial. O mesmo aconteceu com os Lamb Of God. No primeiro dia que estivemos em digressão pelos Estados Unidos, não tínhamos qualquer backstage. Eles convidaram-nos a deixar todo o nosso material nos seus quartos e usar o seu serviço de catering, etc. Nós aprendemos muito sobre como tratar as pessoas e porque algumas bandas duram e outras não.
Quais foram os melhores aspectos de gravar com o Andreas Magnusson?
Antes de mais, o Andreas é baterista. Ele é, na realidade, um grande baterista, por isso, logo à partida, os sons de bateria que ele ia equalizando eram muito bons. Nós gravámos a bateria num estúdio grande em Richmond, na Virginia, onde bandas como os Avail, Denali ou Engine Down já gravaram. Foi uma experiência engraçada gravar com o Andreas.
Quais são os vosso objectivos para um futuro próximo?
Vamos terminar a nossa digressão americana com os Shai Hulud e Dead To Fall e depois partimos para a Europa com os Hatebreed e Unearth. Estamos muito entusiasmados por irmos ter a oportunidade de partilhar o palco com uma banda tão grande como os Hatebreed. Vai ser bom para nós com certeza.
Nuno Costa
Forjados na prolífera área médio-oriente dos Estados Unidos, os Twelve Tribes, oriundos de Ohio, começaram a perfurar o mundo da música, em 1997, por iniciativa de Adam Jackson [vocalista], Andrew Corpus [guitarrista] e Jason Thompson [baixista], numa altura em que ainda estavam no liceu. Um ano apenas separa a edição das suas duas primeiras demos do seu primeiro álbum – “As Feathers To Flowers And Petals To Wings”. O rompimento com a sua editora original levou-os a uma paragem prolongada e, só em 2004, com a assinatura de contracto com a Ferret Records, a banda voltou com “The Rebirth Of Tragedy”. Este foi o disco que os arrancou do anonimato e os permitiu repentinamente estar em palco ao lado de bandas como Candiria, Lamb Of God, Machine Head e Soulfly. 2006 traz-nos de novo o seu metalcore musculado, embora mais melódico do que antes, na forma de “Midwest Pandemic”. A SounD(/)ZonE entrou em contacto com Andrew Corpus que, entre outros depoimentos, refere de que argamassa se constrói as verdadeiras bandas.
Quase três anos após o lançamento do vosso primeiro disco, devem sentir-se particularmente satisfeitos agora que o vosso novo “rebento” está cá fora...
Sim, estamos satisfeitos. Percorremos um longo percurso até este estar concluído e sabe bem estar na estrada de novo. Estivemos parados todo o ano transacto, trabalhando nos nossos empregos diários, e já estávamos com saudades disto.
O press release de “Midwest Pandemic” comporta uma frase que ressalta à vista e que me parece pertinente: “tempos de incerteza parecem sempre resultar nas melhores formas de arte”. A que tempos se estão a referir?
Bem, mais concretamente nos Estados Unidos, após o 11 de Setembro, foram decretadas uma série de leis novas, restrições à liberdade, na maneira de viajar, etc. O George W. Bush está a aproveitar-se dessa tragédia para promover-se a si e aos que o rodeiam. Muita gente sente que as suas apostas estão fora de questão, percebes? Por isso é neste sentido que mencionamos o medo e a incerteza.
Olhando para o início da vossa carreira, podemos dizer que “The Rebirth Of Tragedy” marcou uma viragem profunda nas vossas vidas. Alguma vez esperaram de um momento para o outro verem-se ligados a uma grande editora, fazer uma grande digressão e estar lado a lado com grandes estrelas do rock?
Bem, esperávamos e ao mesmo tempo não... As tuas perspectivas mudam à medida que o tempo passa e tu estás nesta área, sabes? A coisa mais esquisita para mim foi ver uma série de amigos meus, como o Howard Jones [Killswitch Engage] e o pessoal dos Poison The Well se tornarem estrelas! [risos] Nós tocamos há muito tempo e sabe bem ver que as coisas estão a dar resultados e que conseguimos viajar além-mar para tocar. Fazer tournée pela Europa foi uma experiência fantástica para nós. Mas sentimos que merecemos algum do reconhecimento que estamos a ter ao fim de nove anos de esforço.
Neste momento estão em digressão pelos Estados Unidos. Como está esta a decorrer?
Confesso que estamos um bocadinho cansados de fazer digressões nos Estados Unidos. Ás vezes pode ser um estrondo, mas nós fazemos imensas tournées frente a público muito jovem que parece que não se interessa propriamente com as bandas que estão a ver, parece que lhes é indiferente... A presente digressão que estamos a efectuar com Shai Hulud está a correr muito bem. Uma série de fãs mais velhos tem aparecido, o que é muito aprazível de constatar, mas continuamos a sentir que temos um grande trabalho a fazer pela frente nos Estados Unidos junto dos putos.
Que tipos de comentários têm ouvido em relação a “Midwest Pandemic”?
Até agora as reviews têm sido boas. Também o álbum saiu há relativamente pouco tempo, por isso também ainda não recebemos uma tonelada de comentários. Mas as apreciações via quadro de mensagens ou por e-mail têm sido extremamente positivas.
Musicalmente, podemos descrever “Midwest Pandemic” como um álbum menos melódico, embora mais profundo que “The Rebirth Of Tragedy”?
Não creio que seja um álbum mais melódico do que “The Rebirth Of Tragedy”. Na verdade, temos muito mais partes cantadas em “Midwest Pandemic” do que em qualquer música do nosso segundo álbum.
A sonoridade patente neste novo trabalho reflecte de alguma forma eventuais influências que possam ter assimilado das bandas que andaram convosco em digressão nos dois últimos anos?
Tenho a certeza que reflectem. Aprendemos uma série de coisas em relação a estar em digressão com bandas experientes como Candiria e Soulfly. Esta aprendizagem foi, por isso, mais do que musical. Posso facilmente dizer que fomos influenciados pela maneira como nos trataram. Por exemplo, os Killswitch Engage manifestaram-se as pessoas mais generosas, bondosas e gentis que alguma vez conheci. Nós éramos sempre bem vindos no seu autocarro, quartos, etc. Nunca houve qualquer tipo de desentendimento em relação a horários, aplicar os preços nas t-shirts ou outra coisa qualquer trivial. O mesmo aconteceu com os Lamb Of God. No primeiro dia que estivemos em digressão pelos Estados Unidos, não tínhamos qualquer backstage. Eles convidaram-nos a deixar todo o nosso material nos seus quartos e usar o seu serviço de catering, etc. Nós aprendemos muito sobre como tratar as pessoas e porque algumas bandas duram e outras não.
Quais foram os melhores aspectos de gravar com o Andreas Magnusson?
Antes de mais, o Andreas é baterista. Ele é, na realidade, um grande baterista, por isso, logo à partida, os sons de bateria que ele ia equalizando eram muito bons. Nós gravámos a bateria num estúdio grande em Richmond, na Virginia, onde bandas como os Avail, Denali ou Engine Down já gravaram. Foi uma experiência engraçada gravar com o Andreas.
Quais são os vosso objectivos para um futuro próximo?
Vamos terminar a nossa digressão americana com os Shai Hulud e Dead To Fall e depois partimos para a Europa com os Hatebreed e Unearth. Estamos muito entusiasmados por irmos ter a oportunidade de partilhar o palco com uma banda tão grande como os Hatebreed. Vai ser bom para nós com certeza.
Nuno Costa
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