SINAIS REFLECTIDOS
O percurso dos Misery Signals foi tudo menos sereno. Os 7 Angels 7 Plagues e os Compromise, as bandas que lhes deram origem, tiveram que superar inúmeros abandonos inesperados e até mesmo a morte de dois elementos, no caso dos Compromise, num acidente de viação. Para além disso, a banda teve que se sujeitar durante algum tempo a uma viagem de 24 horas para se juntar, compor e ensaiar. Entretanto, um primeiro sinal de prosperidade manifestou-se quando, em 2004, membros da Ferret Records os viram actuar e quiseram imediatamente assinar contracto. O primeiro grande momento dos Misery Signals veio depois então com o lançamento do seu primeiro álbum – “Of Malice And The Magnum Heart” – [gravado com Devin Townsend] despertando grandes reacções por parte da imprensa especializada. Em 2006 chega-nos o seu segundo tomo, intitulado “Mirrors”, que mostra um acentuar inteligente de melodia em contraste com a usual força musculada do metalcore. Ryan Morgan, um dos membros fundadores da banda, fala-nos sobre este novo trabalho que nos traz também em estreia o vocalista Karl Schubach.
Acabados que estão de vir da digressão com os Dead To Fall, como se sentem?
A digressão com os Dead To Fall foi muito boa. Divertimo-nos imenso. Nós conhecemo-los há muito tempo, por isso passámos tempos muito bons nesta tournée.
O público tem reagido melhor ao vivo a “Mirrors” em relação ao anterior “Of Malice And The Magnum Heart”?
Sim. Por outro lado, o disco saiu há pouco tempo e os putos ainda estão a aprender os temas, mas a resposta tem crescido rapidamente.
“Mirrors” fala dos vários lados da personalidade humana e de como as pessoas se encaram umas às outras. Eu quase me assustei quando virava as páginas do seu booklet! Muito simples, mas muito revelador...
(risos) Eu sinto que não te consigo explicar bem o conteúdo do disco, mas o “Mirrors” foca a avaliação de cada personalidade e os efeitos que as suas acções têm nas outras pessoas e coisas.
Hoje em dia, creio que vocês apresentam uma sonoridade mais diversificada. Quais foram as intenções, propriamente ditas, com esta mudança?
Bem, em cada disco que compomos gostamos de melhorar em relação ao seu antecessor. Estamos constantemente a crescer como músicos, personalidades e como grupo. Eu penso que é uma espécie de progresso natural para os Misery Signals.
Já agora, que bandas vos inspiram? Efectivamente, após visitar a vossa página no MySpace, fiquei a compreender algumas ligações com certas influências que apontam, como é o caso dos Deftones ou Shai Hulud, mas uma grande parte delas não achei assim tão explícitas. Eu situo-vos muito mais no plano de bandas como os Zao, Twelve Tribes, Mastodon ou Converge...
Quer dizer, existem influências sólidas no nosso som, mas ao mesmo tempo somos influenciados por um leque muito vasto de bandas, as quais creio que nem nos apercebemos. Os Converge, por exemplo, foram uma das bandas que nos “empurraram” para o mundo do metal. Bandas como os Zao ou Twelve Tribes, que estiveram ao nosso lado ao longo de várias digressões, acabaram por incutir o seu som no nosso subconsciente sem que nos apercebêssemos disso.
Há quanto tempo o Karl Schubach [vocalista] está na formação dos Misery Signals?
Neste momento, está a fazer um ano...
Consta que ele era guitarrista e, no entanto, nunca tinha cantado. Eu não acredito nisso... (risos)
(risos) É verdade. É difícil de acreditar que alguém com tanto talento para cantar nunca tenha cantado, mas é uma realidade! Os Misery Signals são a primeira banda em que o Karl é vocalista.
E porque foi que o Jesse abandonou a banda?
Existem várias razões. Um deles foi que ele queria passar mais tempo em casa. Por outro lado, ele também tinha pontos de vista e ideias diferentes das nossas em relação à banda e o seu futuro. De qualquer forma, ele já não se estava a dedicar devidamente à banda, por isso a sua saída foi o melhor para ambas as partes.
Qual foi o sentimento ao compor “Mirrors”?
Dá-nos sempre um grande prazer compor um novo álbum. Tu acabas por te fartar tanto do teu material antigo e aprendes tanto à medida que o tempo passa relativamente à forma como podias ter feito melhor que, quando chega essas alturas, não queres desperdiçar a oportunidade de fazer o melhor possível!
Esta foi a primeira vez que estiveram em estúdio com o Ben Schigel. Gostaram da experiência?
Sim, o Ben é um gajo muito fixe. Tivemos um mês e meio a trabalhar com ele e tudo correu muito bem.
Quais foram as maiores diferenças que sentiram nos métodos do Ben em relação ao Devin Townsend?
Bem, o Devin é único! É um individuo cheio de talento e tem muito boas ideias. Eu não diria que foi melhor trabalhar com ele, mas tinha, definitivamente, as suas vantagens.
Já agora, têm se mantido em contacto com ele? Eu li recentemente que o Devin andava muito cansado e que provavelmente iria congelar as actividades dos Strapping Young Lad por tempo indeterminado...
Nós mantemo-nos em contacto com o engenheiro dele que normalmente vem aos nossos espectáculos quando tocamos perto da sua zona. Ele mantém-nos informado sobre, mas em relação aos seus planos profissionais não sei nada.
Quais são as vossas ambições para o futuro?
Bem, eu penso que o principal é continuarmos a fazer o que temos feito e conseguir viajar pelo maior número de sítios possível para forjarmos a nossa inspiração. Queremos escrever música criativa!
Algum comentário final para os portugueses?
Obrigado a todos os nossos fãs pelo apoio e não percam um concerto nosso quando passarmos por aí!
Nuno Costa
O percurso dos Misery Signals foi tudo menos sereno. Os 7 Angels 7 Plagues e os Compromise, as bandas que lhes deram origem, tiveram que superar inúmeros abandonos inesperados e até mesmo a morte de dois elementos, no caso dos Compromise, num acidente de viação. Para além disso, a banda teve que se sujeitar durante algum tempo a uma viagem de 24 horas para se juntar, compor e ensaiar. Entretanto, um primeiro sinal de prosperidade manifestou-se quando, em 2004, membros da Ferret Records os viram actuar e quiseram imediatamente assinar contracto. O primeiro grande momento dos Misery Signals veio depois então com o lançamento do seu primeiro álbum – “Of Malice And The Magnum Heart” – [gravado com Devin Townsend] despertando grandes reacções por parte da imprensa especializada. Em 2006 chega-nos o seu segundo tomo, intitulado “Mirrors”, que mostra um acentuar inteligente de melodia em contraste com a usual força musculada do metalcore. Ryan Morgan, um dos membros fundadores da banda, fala-nos sobre este novo trabalho que nos traz também em estreia o vocalista Karl Schubach.
Acabados que estão de vir da digressão com os Dead To Fall, como se sentem?
A digressão com os Dead To Fall foi muito boa. Divertimo-nos imenso. Nós conhecemo-los há muito tempo, por isso passámos tempos muito bons nesta tournée.
O público tem reagido melhor ao vivo a “Mirrors” em relação ao anterior “Of Malice And The Magnum Heart”?
Sim. Por outro lado, o disco saiu há pouco tempo e os putos ainda estão a aprender os temas, mas a resposta tem crescido rapidamente.
“Mirrors” fala dos vários lados da personalidade humana e de como as pessoas se encaram umas às outras. Eu quase me assustei quando virava as páginas do seu booklet! Muito simples, mas muito revelador...
(risos) Eu sinto que não te consigo explicar bem o conteúdo do disco, mas o “Mirrors” foca a avaliação de cada personalidade e os efeitos que as suas acções têm nas outras pessoas e coisas.
Hoje em dia, creio que vocês apresentam uma sonoridade mais diversificada. Quais foram as intenções, propriamente ditas, com esta mudança?
Bem, em cada disco que compomos gostamos de melhorar em relação ao seu antecessor. Estamos constantemente a crescer como músicos, personalidades e como grupo. Eu penso que é uma espécie de progresso natural para os Misery Signals.
Já agora, que bandas vos inspiram? Efectivamente, após visitar a vossa página no MySpace, fiquei a compreender algumas ligações com certas influências que apontam, como é o caso dos Deftones ou Shai Hulud, mas uma grande parte delas não achei assim tão explícitas. Eu situo-vos muito mais no plano de bandas como os Zao, Twelve Tribes, Mastodon ou Converge...
Quer dizer, existem influências sólidas no nosso som, mas ao mesmo tempo somos influenciados por um leque muito vasto de bandas, as quais creio que nem nos apercebemos. Os Converge, por exemplo, foram uma das bandas que nos “empurraram” para o mundo do metal. Bandas como os Zao ou Twelve Tribes, que estiveram ao nosso lado ao longo de várias digressões, acabaram por incutir o seu som no nosso subconsciente sem que nos apercebêssemos disso.
Há quanto tempo o Karl Schubach [vocalista] está na formação dos Misery Signals?
Neste momento, está a fazer um ano...
Consta que ele era guitarrista e, no entanto, nunca tinha cantado. Eu não acredito nisso... (risos)
(risos) É verdade. É difícil de acreditar que alguém com tanto talento para cantar nunca tenha cantado, mas é uma realidade! Os Misery Signals são a primeira banda em que o Karl é vocalista.
E porque foi que o Jesse abandonou a banda?
Existem várias razões. Um deles foi que ele queria passar mais tempo em casa. Por outro lado, ele também tinha pontos de vista e ideias diferentes das nossas em relação à banda e o seu futuro. De qualquer forma, ele já não se estava a dedicar devidamente à banda, por isso a sua saída foi o melhor para ambas as partes.
Qual foi o sentimento ao compor “Mirrors”?
Dá-nos sempre um grande prazer compor um novo álbum. Tu acabas por te fartar tanto do teu material antigo e aprendes tanto à medida que o tempo passa relativamente à forma como podias ter feito melhor que, quando chega essas alturas, não queres desperdiçar a oportunidade de fazer o melhor possível!
Esta foi a primeira vez que estiveram em estúdio com o Ben Schigel. Gostaram da experiência?
Sim, o Ben é um gajo muito fixe. Tivemos um mês e meio a trabalhar com ele e tudo correu muito bem.
Quais foram as maiores diferenças que sentiram nos métodos do Ben em relação ao Devin Townsend?
Bem, o Devin é único! É um individuo cheio de talento e tem muito boas ideias. Eu não diria que foi melhor trabalhar com ele, mas tinha, definitivamente, as suas vantagens.
Já agora, têm se mantido em contacto com ele? Eu li recentemente que o Devin andava muito cansado e que provavelmente iria congelar as actividades dos Strapping Young Lad por tempo indeterminado...
Nós mantemo-nos em contacto com o engenheiro dele que normalmente vem aos nossos espectáculos quando tocamos perto da sua zona. Ele mantém-nos informado sobre, mas em relação aos seus planos profissionais não sei nada.
Quais são as vossas ambições para o futuro?
Bem, eu penso que o principal é continuarmos a fazer o que temos feito e conseguir viajar pelo maior número de sítios possível para forjarmos a nossa inspiração. Queremos escrever música criativa!
Algum comentário final para os portugueses?
Obrigado a todos os nossos fãs pelo apoio e não percam um concerto nosso quando passarmos por aí!
Nuno Costa
www.miserysignals.net
www.myspace.com/miserysignals
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