Friday, December 01, 2006

Review

HALO OF SHADOWS
“Manifesto”

[CD – Massacre Records/Recital]

Os finlandeses Halo Of Shadows são uma jovem banda de power/death metal melódico formada no início de 2005. Ao arremessar este rótulo aos Halo Of Shadows é preciso que se tenha em consciência que esta é uma abordagem sucinta ao som que brota do imaginário de Antti Matilainen [voz] Teemu Hänninen [guitarras] Teemu Anttila [teclas] e Jari Huttunen [bateria]. Confesso que quando peguei neste disco, estava à espera de mais um fascículo de “warrior” power metal característico da germânica Massacre Records. No entanto, o peso das guitarras do [pálido] tema de abertura e a austera voz de Anti Matilainen cedo vieram dissipar esta ideia. Mesmo assim, quando as coisas parecem muito lineares, os Halo Of Shadows são capazes de nos surpreender, ora com temas mais compassados, ora com investidas furiosas de bateria, ora com acordes frios característicos do black metal e teclados dinâmicos que, por vezes, conferem um ar progressivo aos temas.

Influências são muitas nos cerca de 50 minutos de música de “Manifesto”. Logo no segundo tema ficamos com a certeza de que os Arch Enemy são uma das maiores musas inspiradoras dos Halo Of Shadows, principalmente do vocalista Antii Matilainen [sempre muito próximo do registo de Ângela Gossow], bem como os Children Of Bodom, Amorphis, Dimmu Borgir [escutem o final de “Burn In Depths”] ou mesmo Symphony X nas partes em que a banda envereda por campos mais clássicos. Os Halo Of Shadows revelam-se bons executantes e alguns temas conseguem-nos pôr de ouvido atento como, por exemplo, o tema-título ou o mais experimental e progressivo “Drowned In Ashes”. Por outro lado, algumas passagens ou riffs incorpóreos e com pouco carácter e alma [“Whore” ou “Follow And Fall” são exemplos disso] fazem-nos alguma espécie e repelem-nos inevitavelmente para fora do eixo deste trabalho.

O que se pode e deve enaltecer relativamente nos Halo Of Shadows é a sua postura. Estes quatro finlandeses ao menos fizeram questão de mostrar alguma ousadia e extrapolar o seu trabalho para além de um único sentido musical. Apesar de não ser um grande disco, “Manifesto” consegue ser minimamente diversificado ao ponto de nos manter curiosos em relação ao seu desenrolar. Porém, todos os pormenores de composição que isto implica terão ainda que ser muito bem delapidados, pois tão repentina chegada ao primeiro álbum foi insuficiente para os Halo Of Shadows granjearem a consistência ideal. [6/10] N.C.

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