UMA VIDA DEDICADA À MÚSICA
Apesar de se considerar fã acima de tudo, José F. Andrade começou a pisar os trilhos da imprensa musical por intermédio de uma fanzine tradicional e de baixo orçamento intitulada “Reino Metálico” [mais tarde transformada em programa de rádio] e, posteriormente, estreou-se numa publicação oficial no jornal Correio dos Açores, a convite de Jorge Medeiros, corria o ano de 1991.
Ao nível da escrita José F. Andrade encontrou as suas primeiras inspirações nos textos de Paulo Simões [actual director do jornal Açoriano Oriental] que possuía uma página de música chamada “Rock Rendez Vous”, a qual coleccionava conjuntamente com o jornal Blitz. A partir de então surgiu a admiração por António Freitas [Antena 3, Loud!, Sic Radical], mas o seu espólio de influências não se fica por aqui ou por um género. Miguel Sousa Tavares é outra das grandes referências literárias de José F. Andrade.
A nível de entrevistas o jornalista considera a entrevista ao guitar virtuoso sueco Yngwie J. Malmsteen como o seu primeiro grande momento jornalístico. “Foi um dos momentos mais marcantes da minha carreira por dois motivos: primeiro, porque era um grande nome da música internacional e, segundo, porque revelou-se uma pessoa muito arrogante. Tinha uma imagem completamente oposta dele”, exclama José F. Andrade. “A minha segunda grande entrevista foi a Anneke Van Giersbergen, dos holandeses The Gathering, e, após isso, veio muitos nomes, entre eles King Diamond – uma pessoa muito acessível com quem passei duas horas ao telefone”.
Ainda antes disso, José F. Andrade estreou-se na rádio com o programa “Rock Station” na então Rádio Açores, em 1990. Tudo se desenrolou de forma “inadvertida”, pois o jornalista não detinha qualquer experiência na área. “Eu tinha um colega, que hoje em dia trabalha numa rádio na Madeira, com quem trocava LP’s e que, em determinado dia, propôs-me fazer um programa de rádio. Sondámos junto da estação as hipóteses de fazer um programa de rock e, na mesma semana, arrancámos com as emissões. Mas começámos a fazer rádio sem saber nada, sem dicas nenhumas, apenas pelo nosso conhecimento empírico como ouvintes”, enfatiza. Posteriormente, seguiu-se o programa “Stage Diving” e, mais recentemente, o “Overdose” que culminou com o encerramento da Rádio Académica da Universidade dos Açores.

Como ouvinte José F. Andrade faz ainda questão de sublinhar que é um pessoa de “horizontes abertos” e efectua entrevistas a artistas dos mais variados quadrantes musicais. “Já realizei entrevistas a artistas Pimba, a um senhor de 72 anos que gravou recentemente um disco, etc. Para ouvir gosto também de Strauss, Beatles e Blues – o meu segundo género. Não é preciso ser Rock para que eu faça notícia”. Neste momento, é responsável pela página semanal “Notas Soltas” editada no Açoriano Oriental às terças-feiras. No entanto, os projectos não se ficam por aqui. “Quero escrever um livro! Comecei há quatro anos, mas a falta de tempo não me permite tê-lo concluído ainda”, confessa José F. Andrade. Segundo o jornalista o livro pretende ser um misto de auto-biografia e uma retrospectiva ao Heavy Metal açoriano.

Nuno Costa
2 comments:
I loved the interview on this great jornalist and his passion of music,particularly rock.
Thanks to him and others like him, S.Miguel is no longer in the dark regarding music selections,and rather part of a growing music industry ,by promoting diversety.
Sincerely
Maria E.
Hi Maria
Glad to see someone (I wonder) living out of Portugal visiting our blog. Glad you like the interview too.
Cheers
Nuno Costa
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