MURDERING TRIPPING BLUES
“Knocking At The Backdoor Music”
[CD – Raging Planet]
É cada vez mais saboroso degustar o catálogo da nacional Raging Planet. Tanto aberta a peso moderno como a coisas mais experimentais e vintage [neste caso], pegar em “Knocking At The Backdoor Music” é, para além da constatação de mais uma feliz aposta editorial, a prova da qualidade dos músicos nacionais. Rock na sua essência [e produção, aqui tão importante] com uma veia stoner e bluesy é o que se nos encosta aqui à cara e invade o espírito com sensações nostálgicas e vibrantes. A imagem e som retro da banda lisboeta, impregnada ainda numa deteriorante veia “homicida” e no declínio de um estilo de vida regado de sexo, drogas e rock’n’roll, criam um universo ainda mais peculiar.
O travo a fumo e álcool quase se faz sentir na medida dos dez temas que aqui rolam. A voz distorcida mas quente de Henry Leone Johnson encaixa na perfeição com os riffs de guitarra plenos de espírito sessentista que o próprio executa e isto aliado a uma secção rítmica simples, mas muito eficaz, tornam os Murdering Tripping Blues em algo de aditivo.
As cadências ao longo do disco também são um primor. Se no tema título e “Extramentalisticnoisyfucksticating” temos umas guitarras rock bastante cheias e pesadas, em “Man That Never Was” temos uma dose analgésica de blues muito lento e quase decadente [ao jeito de uns The Doors] que nos faz imaginar naquelas alturas em que o mundo desabou sobre nossas cabeças e o único remédio é entregarmo-nos a algo que altere o nosso estado de consciência.
“Knocking At The Backdoor Music”
[CD – Raging Planet]
É cada vez mais saboroso degustar o catálogo da nacional Raging Planet. Tanto aberta a peso moderno como a coisas mais experimentais e vintage [neste caso], pegar em “Knocking At The Backdoor Music” é, para além da constatação de mais uma feliz aposta editorial, a prova da qualidade dos músicos nacionais. Rock na sua essência [e produção, aqui tão importante] com uma veia stoner e bluesy é o que se nos encosta aqui à cara e invade o espírito com sensações nostálgicas e vibrantes. A imagem e som retro da banda lisboeta, impregnada ainda numa deteriorante veia “homicida” e no declínio de um estilo de vida regado de sexo, drogas e rock’n’roll, criam um universo ainda mais peculiar.
O travo a fumo e álcool quase se faz sentir na medida dos dez temas que aqui rolam. A voz distorcida mas quente de Henry Leone Johnson encaixa na perfeição com os riffs de guitarra plenos de espírito sessentista que o próprio executa e isto aliado a uma secção rítmica simples, mas muito eficaz, tornam os Murdering Tripping Blues em algo de aditivo.
As cadências ao longo do disco também são um primor. Se no tema título e “Extramentalisticnoisyfucksticating” temos umas guitarras rock bastante cheias e pesadas, em “Man That Never Was” temos uma dose analgésica de blues muito lento e quase decadente [ao jeito de uns The Doors] que nos faz imaginar naquelas alturas em que o mundo desabou sobre nossas cabeças e o único remédio é entregarmo-nos a algo que altere o nosso estado de consciência.
E é sob uma abordagem revivalista e algo descomprometida, mas muito empenhada e sem soar datada, que os Murdering Tripping Blues constroem um trabalho de estreia viciante e rebelde. É importante o aparecimento de projectos destes para o alargar do raio de oferta criativa dos músicos portugueses. E é com vontade de ser cúmplices dessa jornada “assassina” que ficamos depois de escutar “Knocking At The Backdoor Music”. [8/10] N.C.
Estilo: Rock/Blues
Álbuns:
- "Knocking At The Backdoor Music" [2008]
- "Knocking At The Backdoor Music" [2008]
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