REALIDADE DEPRAVADA
“O sistema económico é o que é... uma porcaria”
Continuam a ser das bandas mais importantes do death metal actual e até das mais particulares. Do passado grindcore, à forte mensagem intervencionista, passando pelo death metal recheado de groove e breakdowns que influenciou determinantemente o deathcore, concretamente com o álbum “Destroy The Opposition”, os Dying Fetus continuam em grande forma 18 anos após a sua formação como comprova o novo “Descend Into Depravity”. E o principal responsável por essa força e vitalidade é John Gallagher, vocalista e guitarrista da banda de Maryland, que acedeu a falar-nos deste regresso... pouco antes de sabermos que marcariam presença no próximo SWR Barroselas Metal Fest.
Poderiamos facilmente dizer que este é o vosso álbum mais complexo e técnico até à data. O que o poderá ter tornado assim?
Obrigado pelo elogio. Eu acho que cada um de nós coloca muita pressão sobre si de forma a ajudar a criar um álbum devastador. Praticamos, aprendemos novas técnicas e refinamos os nossos próprios talentos para atingir um produto de que todos nos orgulhamos. Sabíamos que este ia ser o nosso melhor álbum assim que começámos a compor. Estamos felizes por este ter correspondido às nossas expectativas, dos fãs e dos críticos.
Compor com apenas uma guitarra tornou a tarefa mais difícil?
Há bastante tempo que sou o principal compositor dos Dying Fetus. Já o Mike [Kimball] escrevia as letras até sair… mas não tem sido diferente ou mais difícil.
Como têm feito para preencher a falta de um segundo guitarrista ao vivo?
Na maioria das vezes, nada. Costumo tocar sozinho, mas às vezes uso dois equipamentos de guitarra - um com delay e outro normal - e assim eu posso desligar o que tem atraso durante os solos e ligá-lo novamente quando a banda regressa à acção.
Talvez já chegaram à conclusão de que trabalhar com uma equipa pequena é melhor…
Sim, pode haver uma redução de conflitos quando há menos pessoas envolvidas. Como banda, sempre tirámos partido das capacidades de todo e qualquer membro dos Dying Fetus. Artisticamente, é importante que todos estejam a ler a mesma “página do manual”, enquanto continuam a contribuir com as suas ideias para o projecto. Se nos mantivermos assim estaremos em grande forma.
Então que coisas “estranhas” podem ter levado à saída de uma série de músicos de uma banda tão importante como os Dying Fetus?
As pessoas tomam as suas próprias decisões com base no que se passa nas suas vidas. Não existiram coisas estranhas ou acontecimentos “loucos” a desencadear separações. As nossas metas e maneiras de ver as coisas, pessoal e profissionalmente, é que mudaram com o tempo. A solução está em saber lidar com essa situação.
Em relação à música deste novo trabalho, diria que andou a ouvir bandas de thrash em pleno processo de composição. Terá sido assim?
Eu ouço thrash, nomeadamente Dark Angel, Sacrifice e Kreator. Há tanto que se pode fazer quando se escreve um disco de death metal. Nós gostamos de incorporar sons e estilos diferentes de thrash, usar o groove, o slam, o tecnicismo e a brutalidade. Este podia ser considerado um álbum mais diversificado, mas talvez apenas da perspectiva de que fizemos um álbum mais “in your face” em termos de composição e gravação.
São também conhecidos pela vossa mensagem política e intervencionista. Desta vez o que vos inspirou a escrever as letras?
“O sistema económico é o que é... uma porcaria”
Continuam a ser das bandas mais importantes do death metal actual e até das mais particulares. Do passado grindcore, à forte mensagem intervencionista, passando pelo death metal recheado de groove e breakdowns que influenciou determinantemente o deathcore, concretamente com o álbum “Destroy The Opposition”, os Dying Fetus continuam em grande forma 18 anos após a sua formação como comprova o novo “Descend Into Depravity”. E o principal responsável por essa força e vitalidade é John Gallagher, vocalista e guitarrista da banda de Maryland, que acedeu a falar-nos deste regresso... pouco antes de sabermos que marcariam presença no próximo SWR Barroselas Metal Fest.
Poderiamos facilmente dizer que este é o vosso álbum mais complexo e técnico até à data. O que o poderá ter tornado assim?
Obrigado pelo elogio. Eu acho que cada um de nós coloca muita pressão sobre si de forma a ajudar a criar um álbum devastador. Praticamos, aprendemos novas técnicas e refinamos os nossos próprios talentos para atingir um produto de que todos nos orgulhamos. Sabíamos que este ia ser o nosso melhor álbum assim que começámos a compor. Estamos felizes por este ter correspondido às nossas expectativas, dos fãs e dos críticos.
Compor com apenas uma guitarra tornou a tarefa mais difícil?
Há bastante tempo que sou o principal compositor dos Dying Fetus. Já o Mike [Kimball] escrevia as letras até sair… mas não tem sido diferente ou mais difícil.
Como têm feito para preencher a falta de um segundo guitarrista ao vivo?
Na maioria das vezes, nada. Costumo tocar sozinho, mas às vezes uso dois equipamentos de guitarra - um com delay e outro normal - e assim eu posso desligar o que tem atraso durante os solos e ligá-lo novamente quando a banda regressa à acção.
Talvez já chegaram à conclusão de que trabalhar com uma equipa pequena é melhor…
Sim, pode haver uma redução de conflitos quando há menos pessoas envolvidas. Como banda, sempre tirámos partido das capacidades de todo e qualquer membro dos Dying Fetus. Artisticamente, é importante que todos estejam a ler a mesma “página do manual”, enquanto continuam a contribuir com as suas ideias para o projecto. Se nos mantivermos assim estaremos em grande forma.
Então que coisas “estranhas” podem ter levado à saída de uma série de músicos de uma banda tão importante como os Dying Fetus?
As pessoas tomam as suas próprias decisões com base no que se passa nas suas vidas. Não existiram coisas estranhas ou acontecimentos “loucos” a desencadear separações. As nossas metas e maneiras de ver as coisas, pessoal e profissionalmente, é que mudaram com o tempo. A solução está em saber lidar com essa situação.
Em relação à música deste novo trabalho, diria que andou a ouvir bandas de thrash em pleno processo de composição. Terá sido assim?
Eu ouço thrash, nomeadamente Dark Angel, Sacrifice e Kreator. Há tanto que se pode fazer quando se escreve um disco de death metal. Nós gostamos de incorporar sons e estilos diferentes de thrash, usar o groove, o slam, o tecnicismo e a brutalidade. Este podia ser considerado um álbum mais diversificado, mas talvez apenas da perspectiva de que fizemos um álbum mais “in your face” em termos de composição e gravação.
São também conhecidos pela vossa mensagem política e intervencionista. Desta vez o que vos inspirou a escrever as letras?
Depois do Mike ter saído o Sean Beasley assumiu a escrita das letras. Eu e o Trey apenas demos umas dicas aqui e ali. Quanto ao conteúdo lírico não aborda a política de algum modo. Fala apenas de violência, o quão doentia é a realidade e a humanidade de hoje, etc.
Voltaram a produzir um disco vosso. Sentiram que a experiência vos facilitou o trabalho?
Fizemos pré-produção no Cell Block Studios e já tínhamos o álbum totalmente escrito quando entrámos nos Wright Way Studios, onde a produção final foi feita. Nós não fizemos nada de diferente durante o último processo de gravação. O que fizemos foi apenas tirar partido do material para os nossos instrumentos e amplificadores. Estávamos, sobretudo, centrados na criação do melhor álbum dos Dying Fetus. O resultado deixou-nos muito satisfeitos.
Ainda procuram inovação, tanto em termos de gravação/produção como de composição ou estão já conscientes de que têm a sua marca e não há qualquer necessidade de mudar?
Voltaram a produzir um disco vosso. Sentiram que a experiência vos facilitou o trabalho?
Fizemos pré-produção no Cell Block Studios e já tínhamos o álbum totalmente escrito quando entrámos nos Wright Way Studios, onde a produção final foi feita. Nós não fizemos nada de diferente durante o último processo de gravação. O que fizemos foi apenas tirar partido do material para os nossos instrumentos e amplificadores. Estávamos, sobretudo, centrados na criação do melhor álbum dos Dying Fetus. O resultado deixou-nos muito satisfeitos.
Ainda procuram inovação, tanto em termos de gravação/produção como de composição ou estão já conscientes de que têm a sua marca e não há qualquer necessidade de mudar?
Tentamos melhorar sempre que podemos. O nosso som terá sempre a marca dos Dying Fetus; o groove e a brutalidade. Todos fazemos esforços para aprender e aperfeiçoar as nossas técnicas. Para além disso, trabalhar com o fenomenal produtor Steve Wright impulsionou o nosso rendimento e a capacidade de chegarmos mais longe individual e colectivamente. O tecnicismo neste novo álbum é impressionante.
Imagino que façam algum esforço para tentar não gravar o mesmo álbum repetidamente, como acontece alegadamente com os AC/DC, por exemplo?
Nós tentamos manter-nos como uma banda fresca e sempre à procura de inovar. Apresentamo-nos em cada espectáculo sempre como se fosse o nosso primeiro. Nunca perderemos a vontade de mudar as coisas e expandir os nossos talentos na condição de fazer boa música. Sabendo-se que no death metal há tanto que pode ser feito, então é uma questão de incorporar diferentes estilos para nos conseguirmos distinguir entre a multidão.
Pode dizer-se que se sentem como em 1991?
Nós nunca perdemos a união e dedicação. Sem isso, não seríamos nada. Posso garantir que ainda mantenho o mesmo entusiasmo e devoção que tinha em relação aos Dying Fetus quando estes ainda não passavam de uma ideia na minha cabeça.
Alguma vez imaginou chegar até aqui com os Dying Fetus, embora ainda não tenha conseguido comprar um avião para as digressões?
Não sei se alguma vez me questionei se os Dying Fetus estariam no activo em 2009 ou 2010. A verdade é que a nossa união e o apoio dos fãs mantêm-nos onde estamos. Mas acho que precisamos de um avião! [risos]
Essa conversa fez-lhe pensar em capitalismo?
Eu realmente deixei de prestar atenção a isso. O sistema económico é o que é... uma porcaria, mas continua lá. Da nossa parte, queremos apenas continuar a fazer o que gostamos: música.
Maryland tem também uma estreita relação histórica com a guerra da independência americana. Seu exército era muito conhecido e elogiado. Sente ter herdado um espírito guerreiro?
Não...
Concorda com uma maneira drástica de lidar com as diferenças intelectuais, religiosas e económicas entre as pessoas? Refiro-me a guerras, concretamente.
"A guerra… é fantástica"! Agora a sério: eu não concordo nem discordo. Alguns acontecimentos que decorrem das ditas diferenças podem ser demasiado ignorantes ou extremos, mas eu não sou responsável por isso. Todavia, quando tudo falhar que comece a chacina…
Voltando aos Dying Fetus, como decorreu a vossa [intensiva] digressão norte-americana? Passaram por Las Vegas e Hollywood… Aconselham as pessoas a irem lá passear?
Terminámos recentemente a Planetary Depravity Tour com os The Faceless, Beneath The Massacre e Vital Remains. Esse foi um período muito bem sucedido. Sim, Las Vegas e Hollywood são sítios muito porreiros e temos sempre grande apoio dos fãs nessas cidades… aliás, como em todo o sítio. Nós admiramos muito os nossos fãs. Vale sempre a pena por eles.
Quais são as vossas prioridades para os próximos meses?
Viajar até à Europa para encabeçar a Thrash And Burn Tour com os Origin, Beneath The Massacre, Revocation e Man Must Die. Esta digressão terá início a 9 de Abril de 2010 e vai durar sensivelmente um mês.
Imagino que façam algum esforço para tentar não gravar o mesmo álbum repetidamente, como acontece alegadamente com os AC/DC, por exemplo?
Nós tentamos manter-nos como uma banda fresca e sempre à procura de inovar. Apresentamo-nos em cada espectáculo sempre como se fosse o nosso primeiro. Nunca perderemos a vontade de mudar as coisas e expandir os nossos talentos na condição de fazer boa música. Sabendo-se que no death metal há tanto que pode ser feito, então é uma questão de incorporar diferentes estilos para nos conseguirmos distinguir entre a multidão.
Pode dizer-se que se sentem como em 1991?
Nós nunca perdemos a união e dedicação. Sem isso, não seríamos nada. Posso garantir que ainda mantenho o mesmo entusiasmo e devoção que tinha em relação aos Dying Fetus quando estes ainda não passavam de uma ideia na minha cabeça.
Alguma vez imaginou chegar até aqui com os Dying Fetus, embora ainda não tenha conseguido comprar um avião para as digressões?
Não sei se alguma vez me questionei se os Dying Fetus estariam no activo em 2009 ou 2010. A verdade é que a nossa união e o apoio dos fãs mantêm-nos onde estamos. Mas acho que precisamos de um avião! [risos]
Essa conversa fez-lhe pensar em capitalismo?
Eu realmente deixei de prestar atenção a isso. O sistema económico é o que é... uma porcaria, mas continua lá. Da nossa parte, queremos apenas continuar a fazer o que gostamos: música.
Maryland tem também uma estreita relação histórica com a guerra da independência americana. Seu exército era muito conhecido e elogiado. Sente ter herdado um espírito guerreiro?
Não...
Concorda com uma maneira drástica de lidar com as diferenças intelectuais, religiosas e económicas entre as pessoas? Refiro-me a guerras, concretamente.
"A guerra… é fantástica"! Agora a sério: eu não concordo nem discordo. Alguns acontecimentos que decorrem das ditas diferenças podem ser demasiado ignorantes ou extremos, mas eu não sou responsável por isso. Todavia, quando tudo falhar que comece a chacina…
Voltando aos Dying Fetus, como decorreu a vossa [intensiva] digressão norte-americana? Passaram por Las Vegas e Hollywood… Aconselham as pessoas a irem lá passear?
Terminámos recentemente a Planetary Depravity Tour com os The Faceless, Beneath The Massacre e Vital Remains. Esse foi um período muito bem sucedido. Sim, Las Vegas e Hollywood são sítios muito porreiros e temos sempre grande apoio dos fãs nessas cidades… aliás, como em todo o sítio. Nós admiramos muito os nossos fãs. Vale sempre a pena por eles.
Quais são as vossas prioridades para os próximos meses?
Viajar até à Europa para encabeçar a Thrash And Burn Tour com os Origin, Beneath The Massacre, Revocation e Man Must Die. Esta digressão terá início a 9 de Abril de 2010 e vai durar sensivelmente um mês.
Nuno Costa
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