Wednesday, January 31, 2007

Review

TOTAL DEVASTATION
"Wreck"

[CD - Firebox/Recital]

Ainda me recordo do sentimento que "Reclusion" me transmitiu quando me foi dado a escutar em 2005. O segundo disco destes finlandeses afigurava-se como uma autêntica máquina fria e devastadora, claro está, em que não se vislumbrava propósito algum de agradar a mentes mais sensíveis. Um ano depois, os Total Devastation reuniram-se de novo em estúdio para registar a sua sequela e, acrescente-se até, para assentar novas ideias.

Aos primeiros minutos de "Some Random", o tema de abertura de "Wreck", notamos que a força da banda mantém-se intacta, também graças à boa produção de Janne Saksa, nos estúdios Sound Supreme, e à masterização de Minerva Pappi nos famosos Finnvox Studios. Pese embora isto, a consistência musical de que nos vamos apercebendo passados poucos temas, parece mesmo vir de um considerável amadurecimento a nível de personalidade. As densas guitarras de "Wreck", com um ataque mais down tuned, são aprazivelmente contagiantes e toda a raiva visceral da voz de Jaakko Heinonen e Lauri Pikka e as batidas furiosas de Jarmi Pikka tornam os 45 minutos deste disco num período temporal simpático de se passar. Acrescente-se a isso alguma variedade que os Total Devastation incutiram a "Wreck", provavelmente também dedo do seu produtor, nomeadamente alguma melodia, embora longe de ser melosa, de temas como "The Great Revelation", "Surveillance" ou "Massive Manmade Burning" e temos aqui um trabalho muito mais fluído e cativante. Contudo, os Total Devastation não perdem em momento algum os trejeitos musicais que os caracterizaram até agora, As guitarras continuam a ser a maior força motriz deste sexteto de Death Metal de Karhula que transpira rebeldia.

"Wreck" é somente um limar de arestas e um sinal de crescimento saúdavel e que só lhes traz benefícios. As suas 11 malhas soam muito mais bem estruturadas e têm um poder, estranho por serem tão brutais, de prender o ouvinte. Para além do mais, tudo aqui é servido muito directo e, uma vez assim sendo, não há tempo para perdermos a nossa concentração. Este é um sólido regresso assente num peso extremista que só nos enche de adrenalina e vontade de soltar um valente headbanging. [8/10] N.C.

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