"Sick Sounds Of Disorder"
[MCD – Edição de Autor/No Records]
Se fossemos tentar descobrir quem são os Probation ou ajuizar sobre o seu estatuto recorrendo ao layout e à produção de "Sick Sounds Of Disorder", de certo estaríamos longe de pensar que esta seria uma banda muito jovem do nosso underground e a lançar a sua primeira maqueta. Mas é precisamente isto que esta banda de Alenquer é e está fazendo, embora tudo aqui tenha um aspecto muito cuidado, moderno e profissional. Uma produção acima da média, responsabilidade de Ricardo Espinha [que já trabalhou com More Than A Thousand e Icon & The Black Roses] e as participações de David Rosado [vocalista dos Prime] em "Way Home" e "Wakening Mind" fazem-nos, no entanto, crer que esta é uma banda que sabe muito bem o que quer e detém o respeito de alguns.
No entanto, e partindo daquilo que conhecemos dos Probation, este não deixa de ser um nome novo para nós e talvez para muitos. Isto acresce, é verdade, o factor surpresa, mas devemos aqui centrar-nos no mais importante – a música. Aí os Probation não surpreendem. Aqui talha-se nu-metal balançado, com groove e com alguma melodia. Os clichés estão aqui todos presentes e revelam alguma incapacidade da banda em se reinventar, revigorar e se desprender da camada de mofo que cobre o estilo há muito. A intenção pode até nem ser essa, mas pelas premissas deste género musical, de fronteiras criativas limitadas, deparamo-nos com riffs na sua maioria muito previsíveis e que, consequentemente, esgotam rapidamente o interesse do ouvinte em repetir a dose.
Contudo, é preciso que aqui se sublinhe que os Probation não soam a cópia descarada de nenhum símbolo do nu-metal. É verdade que, por breves instantes, as abordagens vocais de Tiago Pedro nos faz pensar em Ill Niño ou alguns riffs soem a Soulfly ou Deftones, mas as composições de "Sick Sounds Of Disorder" erguem-se muito coesas e suficientemente bem estruturadas para não as julgarmos oriundas de um mero grupo de "putos" wannabes. Toda a forma como este trabalho nos é apresentado e contabilizando os factores que enunciámos no início desta escritura, faz-nos olhar para este quinteto com respeito, pois nota-se profissionalismo na maneira de encarar o trabalho e o papel de uma banda. A hora para terem surgido é que talvez não tenha sido a mais feliz, mas com toda a certeza fica aqui um testemunho de credibilidade de uma banda que parece ter consistência para voos mais altos. [7/10] N.C.
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