"Alone"
[CD – Massacre/Recital]
Talvez a par dos Candlemass, um dos maiores símbolos do Doom Metal, os veteranos texanos Solitude Aeternus presentearam os seu fãs com um regresso aguardado, em finais do ano passado, na forma de "Alone". A operar desde 1987, muito graças à persistência e dedicação do guitarrista John Perez, os Solitude Aeternus são um daqueles casos de culto que, embora as tremendas adversidades que enfrentou – quer seja por trocas de elementos, troca de nome no início de carreira, problemas de produção ou até mesmo neste último álbum em que alguns nomes das faixas saíram trocados na primeira edição – sempre conseguiu, no entanto, sobrepor o seu talento e personalidade perante todas as forças negativas que se lhes iam deparando pelo caminho.
Libertos de um jejum que se prolongou desde 1998 – altura em que tinham acabado de lançar "Adagio" – até à edição deste "Alone", este colectivo comprova neste novo trabalho que continua a comportar uma classe distintiva e própria de quem já trilha um caminho que conhece muito bem há muitos anos. Apesar de termos presente que será muito difícil superar a excelência de "Through The Darkest Hour", "Alone" é um disco que não desilude os fãs mais acérrimos dos Solitude Aeternus ou do Doom Metal na veia de uns Candlemass. Aliás, e como muitos já saberão, o vocalista Robert Lowe vai render Messiah Marcolin, o carismático frontman dos suecos, que abandonou a banda há alguns meses por irremediáveis divergências. O que podemos dizer é que, certamente, os Candlemass ficarão bem servidos. Robert Lowe continua a cantar como poucos neste disco, senhor de uma ampla e verstátil entoação, cheia de emotividade e melodia, que lhe vale uma marca característica.
Para além dele, Perez é, no campo da composição, o grande pilar desta banda de Dallas, capaz de riffs com um arrastanço extremamente contagiante e solos de enorme categoria. "Is There" pelo seu peso viciante, "Tomorrow Deads" pelo sua melodia mais orelhuda e "Sightless" pela forma como injecta elementos Heavy e Thrash no seu Doom Metal são três dos melhores momentos deste regresso [digno] que serve também de apresentação dos seus dois novos elementos - James Martins no baixo e Steve Nichols na bateria.
Esta é mais uma etapa importante na já longa e respeitosa vida deste grupo que continua a ser um dos actos de maior referência no panorama Doom mundial... merecidamente. [8/10] N.C.
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