ARSONISTS GET ALL THE GIRLS
“The Game Of Life”
[CD – Century Media/EMI]
Já começa a ser apanágio das jovens bandas norte-americanas com designações estilísticas que terminam em core aplicarem nomes estranhos e longos aos seus álbuns, temas ou mesmo ao seu próprio nome. Este colectivo da Califórnia segue esta tendência e o produto musical não foge a toda esta imponderação lírica.
“The Game Of Life”
[CD – Century Media/EMI]
Já começa a ser apanágio das jovens bandas norte-americanas com designações estilísticas que terminam em core aplicarem nomes estranhos e longos aos seus álbuns, temas ou mesmo ao seu próprio nome. Este colectivo da Califórnia segue esta tendência e o produto musical não foge a toda esta imponderação lírica.
Outros pormenores também indicam a afinidade com esta tendência cada vez mais descomprometida, ensaiada ou não, de como este tipo de bandas se gera – brincadeira de amigos numa garagem a compor temas de temperamento desenfreado que de um momento para o outro se transforma numa fórmula “milionária” e os transporta das suas “rústicas” salas de ensaio para os mais variados palcos por esse mundo fora. Podíamos invocar nomes como See You Next Tuesday quer pelas semelhanças musicais, quer pela história da sua origem, para estabelecer comparações, mas outros grupos como Despised Icon, Cryptopsy, Psyopus ou Between The Buried são necessários também para ajudar a descrever a insanidade sónica que por aqui vai.
Não tão arrojados tecnicamente, mas de certa forma imprevisíveis como uns Psyopus, não tão crus como uns Despised Icon mas com uma equiparável pujança death/grindcore, os Arsonists Get All The Girls comprovam que não se amarram em grandes conceitos para criarem a sua música nem estão muito preocupados com os ouvintes mais macios.
Contudo, os estranhos sintetizadores são o maior dístico dos AGATG, levando a que a editora reclame Dream Theater como uma das influências da banda. Exageros à parte, a verdade é que este elemento até torna a música dos AGATG mais difícil de compreender, já que por vezes empresta um ar tirolês, psicadélico e dançável a alguns destes 12 temas. Porém, todo o resto é salpicado com uma agressividade corrosiva.
Os AGATG não serão com certeza um dos projectos mais criativos neste tipo de cocktail, muito longe disso, mas ainda assim convencem pela sua atitude e relativa audácia na mistura de certos elementos. Conseguem assim uma considerável exposição e até uma tournée europeia com o lançamento de “The Game Of Life”. Período que só fica marcado negativamente pelo trágico desaparecimento de Patrick Mason, baixista da banda, que morre por causa indeterminada a 30 de Novembro do ano passado na noite em que completava 21 anos. Um desolador acontecimento que, no entanto, não deita por terra o projecto que já prometeu continuar segundo a vontade do malogrado Pat. E ainda bem, porque a banda tem o seu valor. [7/10] N.C.
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