HIPNOID
“Chaos”
[CD – Feedback Records]
Sentimo-nos quase que injustiçados por termos que avaliar um disco como este “Chaos”… O segundo trabalho destes paulistas, formados em 1999, cai num poço repleto de detalhes amadores que, veementemente, prejudicam em grande escala o aspecto destes 13 temas. Temos consciência das dificuldades para uma banda conseguir seguir os seus normais passos de desenvolvimento num mundo em défice económico e social como o da cidade de S. Paulo, o que, aliás, é patente na forma apressada como a banda diz ter gravado o seu primeiro disco, “Mankind”, de 2001. Mas com isso a banda arrisca-se a alguns dissabores.
“Chaos”
[CD – Feedback Records]
Sentimo-nos quase que injustiçados por termos que avaliar um disco como este “Chaos”… O segundo trabalho destes paulistas, formados em 1999, cai num poço repleto de detalhes amadores que, veementemente, prejudicam em grande escala o aspecto destes 13 temas. Temos consciência das dificuldades para uma banda conseguir seguir os seus normais passos de desenvolvimento num mundo em défice económico e social como o da cidade de S. Paulo, o que, aliás, é patente na forma apressada como a banda diz ter gravado o seu primeiro disco, “Mankind”, de 2001. Mas com isso a banda arrisca-se a alguns dissabores.
Com “Chaos” o processo de gravação não parece ter sido muito diferente. Como já se disse, principalmente pela gravação, “Chaos” é um disco muito difícil de tragar. Para além disso, sentimo-nos confusos pelo facto de haver já tanta tecnologia “caseira” que facilmente faria evitar um resultado tão medíocre como o que aqui ouvimos. Principalmente em relação à bateria, se bem que também o desempenho do baterista não ajuda minimamente para que o resultado soe um pouco melhor. Inclusive, parece que foi tudo gravado live, o que se em algumas situações nos faz ter um ar orgânico e old school, o mesmo não acontece quando os músicos em questão parecem ter evidentes limitações. A inconsistência no tempo e a imprecisão nas batidas fazem com que o trabalho de bateria soe, por momentos, muito estranho...
Entretanto, não querendo pintar o cenário ainda mais negro, mas ao mesmo tempo não querendo cair em cinismos ou falinhas mansas, a verdade é que banda não cativa também em termos de composição. A maior parte do tempo torna-se demasiado repetitiva – devendo ser mais objectiva e aproveitar aquilo que realmente é o sumo da sua música, evitando esticar solos e riffs que, no fundo, não têm grande brilhantismo – aqui o papel de um verdadeiro produtor seria fulcral.
Em termos técnicos, as guitarras destacam-se em alguns solos, mas, no geral, tudo está minado de falta de inspiração. Ressalva-se a versatilidade da banda que por momentos é feliz na forma como mistura thrash tradicional, hard rock, blues e algum rock progressivo. Há alguma variedade no desempenho dos Hipnoid e acreditamos que com mais alguma maturidade e – muito importante – a acção de um produtor experiente e com um estúdio minimamente apetrechado à disposição, a banda possa causar muito mais impacto no futuro.
Não nos referimos, naturalmente, a este projecto como um total “aborto”, mas é um facto que a banda está uns bons furos abaixo daquilo que é exigido no mercado discográfico hoje em dia. E ainda nos baralha mais as contas se atendermos a que esta possui grande rodagem no Brasil e já correu vários países da Europa. Para não falar na rodagem dos seus videoclips na MTV Brasil entre outras cadeias de televisão nacionais. “Chaos” ganha, no entanto, pontos na sua excelente edição – com faixas multimédia e um livro de banda-desenhada da autoria de Marcella Rangel, ainda completo com contos e as letras do disco. Porém, questionamo-nos de novo: não seria melhor se os Hipnoid tivessem pegado nessa parte do orçamento e tivessem aplicado num melhor estúdio? [4/10] N.C.
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