BIOMECHANICAL
"Cannibalised"
[CD - Earache Records]
"Cannibalised"
[CD - Earache Records]
O nome da banda deixava antever algo de inorgânico, mas a surpresa não deixou de se consumar. “Cannibalised” é o terceiro disco do projecto megalómano e excêntrico do vocalista e teclista britânico John K, que apresenta-se neste regresso, em termos de line-up, completamente renovado, após o músico se ter tentado “apoderar” dos comandos absolutos dos Biomechanical, o que resultou no abandono dos restantes membros fundadores da banda no ano passado.
Entretanto, o espírito de John não descansou e rapidamente rodeou-se de músicos de calibre, nomeadamente Adrian Lambert [ex-Intense, Dragonforce e Son Of Science], no baixo, e Chris Van Hayden [Chaosgenesis e Dismal Gale], numa das guitarras. Contudo, bastam um ou dois temas para percebermos que este é, de facto, o projecto de John K, pois toda a “armada” foi renovada e o som da banda continua a face espelhada de sua mente criativa trepidante.
Para quem ainda não a experienciou pode pelo menos já ter percebido que o produto em questão não é de fácil digestão. E isto porque “Cannibalised” é esquizofrénico em termos de execução, conceito e composição. Influências desde Judas Priest, Strapping Young Lad, Pantera, Beyond Twilight a bandas sonoras de filmes servem para conceber a máquina debulhadora que são os Biomechanical, envoltos num denso manto negro, graças a suas magníficas orquestrações, que de forma pouco ortodoxa, se misturam com a agressividade distorcida e a desenfreada cadência rítmica dos seus temas. Os solos são outro dos atractivos deste trabalho. Exímios nas cordas, oferecem-nos solos cortantes tanto em termos de rapidez como de técnica. Os préstimos de John K na voz são igualmente marcantes. O músico deambula entre falsetes halfordianos e berros arranhados, mas de dicção bem perceptível, ao jeito de um Phil Anselmo. O descanso só vem mesmo nos temas “Breathing Silence” e “Consumed”, ainda que só nos instantes “limpos” iniciais. Aliás, este último tema é mesmo uma das peças mais geniais de todo o disco e marcante para qualquer ouvinte de mente mais aberta.
Entretanto, o espírito de John não descansou e rapidamente rodeou-se de músicos de calibre, nomeadamente Adrian Lambert [ex-Intense, Dragonforce e Son Of Science], no baixo, e Chris Van Hayden [Chaosgenesis e Dismal Gale], numa das guitarras. Contudo, bastam um ou dois temas para percebermos que este é, de facto, o projecto de John K, pois toda a “armada” foi renovada e o som da banda continua a face espelhada de sua mente criativa trepidante.
Para quem ainda não a experienciou pode pelo menos já ter percebido que o produto em questão não é de fácil digestão. E isto porque “Cannibalised” é esquizofrénico em termos de execução, conceito e composição. Influências desde Judas Priest, Strapping Young Lad, Pantera, Beyond Twilight a bandas sonoras de filmes servem para conceber a máquina debulhadora que são os Biomechanical, envoltos num denso manto negro, graças a suas magníficas orquestrações, que de forma pouco ortodoxa, se misturam com a agressividade distorcida e a desenfreada cadência rítmica dos seus temas. Os solos são outro dos atractivos deste trabalho. Exímios nas cordas, oferecem-nos solos cortantes tanto em termos de rapidez como de técnica. Os préstimos de John K na voz são igualmente marcantes. O músico deambula entre falsetes halfordianos e berros arranhados, mas de dicção bem perceptível, ao jeito de um Phil Anselmo. O descanso só vem mesmo nos temas “Breathing Silence” e “Consumed”, ainda que só nos instantes “limpos” iniciais. Aliás, este último tema é mesmo uma das peças mais geniais de todo o disco e marcante para qualquer ouvinte de mente mais aberta.
A banda mostra, portanto, que não pretende dar descanso aos neurónios dos ouvintes e pela viagem alucinogénia que nos proporciona faz-nos ficar com a imagem gravada de um génio “com pouco cabelo” a expurgar toda a sua loucura. “Cannibalised” é a amostra de que se todas as mentes menos sãs conseguissem obras como essa, o mundo poderia se tornar um hospício cheio de virtudes. NR: Se querem testemunhar a insanidade de John K e Cª, apareçam no dia 12 de Setembro no festival Caos Emergente, em Recarei, Paredes. [8/10] N.C.
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