WITCHBREED
“Heretic Rapture”
“Heretic Rapture”
[CD – Ascendance Records]
São daquelas bandas que basta conferir uma nota de imprensa para ficarmos com o apetite aguçado em relação ao seu conteúdo musical. Constatando que aqui figuram personalidades como Ares [ex-baixista de Moonspell, Filli Nigrantium Infernalium] e Dikk [guitarrista de Ira, Rita Guerra; baixista de Gonçalo Pereira, Blister], bem como um baterista que com apenas 19 anos gravou a primeira demo dos Witchbreed, em 2006, e ainda uma figura feminina na voz, reúnem-se todos os argumentos para que não deixemos passar despercebido este disco. Posto a tocar, aos primeiros minutos, notamos a tal coesão que seria de prever. Como já perceberam esta é uma banda portuguesa… embora a qualidade dos lançamentos nacionais tenham disparado há algum tempo, ainda nos surpreende um disco com esta apresentação gráfica e sonora. Se atentarmos a que Ruby Roque já várias vezes foi chamada a “Doro portuguesa” e que a sua voz é, no fundo, bem mais pujante do que a da “rainha” alemã, embora os timbres não sejam comparáveis, a coisa passa de interessante a surpreendente. Estrear-se numa “casa” inglesa, a Ascendance Records, é então o culminar de uma ideia de que o talento dos Witchbreed não se podia confinar a uma pequena porção de terra no extremo ocidental da Europa.
Para que percebamos a matriz sonora que os conduz temos que imaginar o peso e ambiente negro/progressista de uns Evergrey com um sentimento quase “fadista” face à voz maciça e muito bem colocada de Ruby. Aliás, percebe-se esse sentimento nacionalista e também algo folclórico quando esta canta uma passagem em português em “Heretica”.
Ora mais épicos, ora mais directos e modernos, os Witchbreed são, essencialmente, uma força que a natureza nacional foi capaz de gerar e que promete surpreender muito boa gente. Contudo, o pouco tempo em que a banda toca junta, provavelmente, ainda não chegou para definirem certos aspectos tão importantes como a dinâmica entre temas e equilíbrio entre tonalidades e cadências. Por mais que pareça paradoxal, “Heretic Rapture” carece de alguma garra e escutá-lo na totalidade é muito diferente de escutá-lo tema a tema. Apesar de “Rebel Blood” ter toda a aparência de single, um refrão com o impacto deste não se volta a repetir ao longo deste álbum, nem de longe… o que, reconheça-se, também não era tarefa fácil, já que é praticamente perfeito! Alguns riffs e acordes caiem também no previsível e banal, o que até acaba por deixar-nos um quanto incrédulos face aos créditos destes músicos. A voz de Ruby, embora exemplar e cheia de potencialidades técnicas, tem também que ser controlada na sua “pigmentação” para que não soe repetitiva e cansativa.
Porém, isto tudo não mancha uma estreia que, para portuguesa, está ao nível das melhores de sempre e que em termos internacionais deixa também muita gente “corada”. Os pequenos detalhes aqui a apontar não passam disso mesmo e não preocupam muito, atendendo ao potencial que aqui se regista e que acreditamos que, com mais alguma rodagem, vai fazer os Witchbreed tornarem-se numa máquina a roçar a perfeição. [7/10] N.C.
Estilo: Dark/Progressive Metal
Discografia:
- “Descending Fires” [Demo CD 2006]
- “Heretic Rapture” [CD 2009]
www.myspace.com/witchbreed
São daquelas bandas que basta conferir uma nota de imprensa para ficarmos com o apetite aguçado em relação ao seu conteúdo musical. Constatando que aqui figuram personalidades como Ares [ex-baixista de Moonspell, Filli Nigrantium Infernalium] e Dikk [guitarrista de Ira, Rita Guerra; baixista de Gonçalo Pereira, Blister], bem como um baterista que com apenas 19 anos gravou a primeira demo dos Witchbreed, em 2006, e ainda uma figura feminina na voz, reúnem-se todos os argumentos para que não deixemos passar despercebido este disco. Posto a tocar, aos primeiros minutos, notamos a tal coesão que seria de prever. Como já perceberam esta é uma banda portuguesa… embora a qualidade dos lançamentos nacionais tenham disparado há algum tempo, ainda nos surpreende um disco com esta apresentação gráfica e sonora. Se atentarmos a que Ruby Roque já várias vezes foi chamada a “Doro portuguesa” e que a sua voz é, no fundo, bem mais pujante do que a da “rainha” alemã, embora os timbres não sejam comparáveis, a coisa passa de interessante a surpreendente. Estrear-se numa “casa” inglesa, a Ascendance Records, é então o culminar de uma ideia de que o talento dos Witchbreed não se podia confinar a uma pequena porção de terra no extremo ocidental da Europa.
Para que percebamos a matriz sonora que os conduz temos que imaginar o peso e ambiente negro/progressista de uns Evergrey com um sentimento quase “fadista” face à voz maciça e muito bem colocada de Ruby. Aliás, percebe-se esse sentimento nacionalista e também algo folclórico quando esta canta uma passagem em português em “Heretica”.
Ora mais épicos, ora mais directos e modernos, os Witchbreed são, essencialmente, uma força que a natureza nacional foi capaz de gerar e que promete surpreender muito boa gente. Contudo, o pouco tempo em que a banda toca junta, provavelmente, ainda não chegou para definirem certos aspectos tão importantes como a dinâmica entre temas e equilíbrio entre tonalidades e cadências. Por mais que pareça paradoxal, “Heretic Rapture” carece de alguma garra e escutá-lo na totalidade é muito diferente de escutá-lo tema a tema. Apesar de “Rebel Blood” ter toda a aparência de single, um refrão com o impacto deste não se volta a repetir ao longo deste álbum, nem de longe… o que, reconheça-se, também não era tarefa fácil, já que é praticamente perfeito! Alguns riffs e acordes caiem também no previsível e banal, o que até acaba por deixar-nos um quanto incrédulos face aos créditos destes músicos. A voz de Ruby, embora exemplar e cheia de potencialidades técnicas, tem também que ser controlada na sua “pigmentação” para que não soe repetitiva e cansativa.
Porém, isto tudo não mancha uma estreia que, para portuguesa, está ao nível das melhores de sempre e que em termos internacionais deixa também muita gente “corada”. Os pequenos detalhes aqui a apontar não passam disso mesmo e não preocupam muito, atendendo ao potencial que aqui se regista e que acreditamos que, com mais alguma rodagem, vai fazer os Witchbreed tornarem-se numa máquina a roçar a perfeição. [7/10] N.C.
Estilo: Dark/Progressive Metal
Discografia:
- “Descending Fires” [Demo CD 2006]
- “Heretic Rapture” [CD 2009]
www.myspace.com/witchbreed
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