A VERDADEIRA FACE
Longos vão os anos em que os intervenientes dos Seven Stitches se começaram a mover no underground nacional. No entanto, só em 2004, quando ultrapassadas muitas indefinições e mudanças de line-up, o quinteto de Grandôla começa a trilhar o seu caminho e a buscar a sua sorte. Uma série de prémios em concursos ajudou-os a emergir na cena nacional e hoje, com uma demo e um EP editados, são uma das entidades respeitáveis do nosso underground. “The Face Alone Does Not Reveal The Man” é o seu segundo trabalho, editado no Verão de 2006, e traz-nos uma banda a amadurecer, mas sempre fiel aos seus ideais. Thrash, Death, modernidade e muita fibra, perfazem a atitude deste colectivo que nos falou na pessoa de Pica [vocalista].
Até porque neste momento não é fácil encontrar informação sobre os Seven Stitches na net gostaria que explicasses melhor a origem da banda.
Os Seven Stitches surgem das cinzas dos Fullheads, uma banda de rock de nuances grunge. Em 2001, entrei para a banda e o nome actual surge quando, em 2004, o Pedro entra para o lugar de baixista. Desde então gravámos uma demo e o EP que estamos a promover agora.
A banda atravessou um período inicial de alguma instabilidade, certo?
Pode dizer-se que sim, não por problemas com os membros da banda, mas mais no sentido de encontrar a personalidade e o som que queríamos impor e nos desse real prazer. As trocas de elementos - vocalista e baixista – deram-se por incompatibilidades com a actividade da banda, nada mais. Ainda somos todos grandes amigos.
As vitórias em alguns concursos valeram-vos de impulso?
Sim, os concursos deram-nos hipótese de tocarmos muito e em locais diferentes. Foram acontecimentos importantes, mas não tanto como as oportunidades que nos deram de tocar. Nessa altura precisávamos de nos dar a conhecer e nada melhor do que tocar ao vivo. Era importante que nos vissem em palco e percebessem toda a energia e prazer com que o fazemos. De facto, é uma realidade que o caminho para este fim foi os concursos, uma vez que não haviam tantas portas abertas para tocar como temos hoje.
Contudo, apesar de falares de uma sinuosa busca de personalidade e sonoridade, creio que se mantiveram muito lineares entre “While We Don’t Take Over Death” e o novo “The Face Alone Does Not Reveal The Man”. És da mesma opinião?
À primeira vista pode parecer que sim, mas experimentámos coisas novas neste segundo trabalho. Considero este mais trabalhado a nível instrumental e as músicas mostram uma maior diversidade. Olhando para os cinco temas de “The Face Alone Does Not Reveal The Man” não encontro dois que sejam semelhantes, tanto a nível estrutural como musical.
Já agora, porquê títulos tão grandes para os vossos trabalhos? (risos)
Porque são títulos que reflectem bem as músicas, sentimentos e mensagens de cada um.
Igualmente, soam pertinentes. Queres explicar-nos os seus significados?
“While We Don’t Take Over Death” é um “gritar” pela vida, pela grande força de viver que temos. Por isso, e tal como diz o titulo, nós não queremos simplesmente morrer e pronto! Queremos viver ao máximo para quando chegar à altura, como diz o título, sejamos nós a tomar posse da morte e não o contrário. Assim podemos morrer descansados! (risos) “Folllow The Destiny” é uma música que projecta bem alto o quanto queremos viver esta vida. “The Face Alone Does Not Reveal The Man” é um trabalho mais intimista, com mais mistério e polémica, pois o que alguém te mostra pode não ser o que representa realmente. Aí reside o grande mistério de tudo o que envolve as nossas vidas. São cinco letras e pontos de vista que merecem alguma atenção, pelo menos para nós foram uma inspiração.
Como foi gravar e compor estes novos temas?
Excitante! Tivemos muito tempo para limar as arestas de cada música. Este EP foi composto durante o ano de 2005 e no início de 2006 fomos para estúdio já com algumas musicas rodadas ao vivo. Já tinham sido feitas as alterações necessárias, tanto que o Miguel Cristo (produtor) só propôs dois ou três pequenas alterações a nível de interpretação, não a nível estrutural. A parte da gravação foi a loucura! (risos) Uma semana seguida de muito trabalho, muita cerveja [muita mesmo] e peripécias que nos vão ficar na memória para sempre. Tal como uma saída à noite que acabou no hospital depois de sermos atacados pelos “rangers”, pessoas simpáticas e civilizadas! (risos) Enfim...
Estão contentes com o resultado sonoro, bem como com os próprios temas?
Sim, o resultado sonoro satisfaz-nos apesar de no próximo trabalho querermos explorar mais coisas. Mas o EP soa bem, está de acordo com a altura em que foi gravado.
Que bandas vos servem de inspiração?
Ui! (risos) É a pergunta mais simples de responder, mas ao mesmo tempo mais complexa e “ingrata”, pois temos tantas. Haverá sempre algumas influências que ficarão esquecidas quando apontamos nomes. Há gostos distintos na banda, mas Slayer, Pantera, Metallica, Lamb of God, Testament, Opeth, Sepultura penso que são unânimes. Pelo menos são, para mim, as maiores inspirações.
Como tem decorrido a promoção a “The Face Alone Does Not Reveal The Man”? O disco está a ser bem aceite?
As opiniões têm sido boas, tanto em concertos como no nosso site. Vamos ver o que o futuro nos reserva...
O contracto com a Recital é certamente um sintoma disso mesmo e representa, sem dúvida, um excelente passo na vossa carreira. Como foi que este surgiu?
Bom, foi mais um passo... No final de 2005 tínhamos as músicas prontas para entrar em estúdio e lançar uma edição de autor mas, entretanto, a Recital apareceu com uma proposta e achámos que seria benéfico juntarmo-nos a eles. Pode-se dizer que tem sido positivo até agora para ambas as partes, mas no futuro esperamos mais da editora como ela também tem o direito de esperar mais de nós. A nível promocional sentimos que se pode fazer mais pelo metal nacional e pelos Seven Stitches. Conhecendo como conheço as pessoas da Recital, sei que não vão recear os nossos desafios, tal como não receamos os deles e assim manteremos mais facilmente a excelente relação que temos uns com os outros. O que interessa é a música e, no nosso caso, o Metal!
Isso já assegura perspectivas em relação a um futuro longa-duração?
Sim, vamos promover este EP ate Julho, sensivelmente, e depois vamos começar a compor um disco. Apesar de já termos temas novos, vamos hibernar nessa altura para nos concentrarmos no álbum.
Como surgiu a ideia de incluírem três temas bónus no vosso novo EP?
Como a primeira demo não foi comercializada, achámos que este EP se tornaria mais apetecível acrescentado-lhe três músicas. Assim, também dava hipótese a quem o comprasse de seguir a evolução da banda.
Sentem neste momento que atingiram algumas das metas a que se propuseram quando se formaram?
Sim, algumas, mas queremos mais. Ainda há muita coisa que os Seven Stitches querem fazer, disso estou convicto.
Qual o grande passo a dar a seguir?
O álbum é um dos muitos próximos passos.
Nuno Costa
www.sevenstitches.net
www.myspace.com/sevenstitchespt
Longos vão os anos em que os intervenientes dos Seven Stitches se começaram a mover no underground nacional. No entanto, só em 2004, quando ultrapassadas muitas indefinições e mudanças de line-up, o quinteto de Grandôla começa a trilhar o seu caminho e a buscar a sua sorte. Uma série de prémios em concursos ajudou-os a emergir na cena nacional e hoje, com uma demo e um EP editados, são uma das entidades respeitáveis do nosso underground. “The Face Alone Does Not Reveal The Man” é o seu segundo trabalho, editado no Verão de 2006, e traz-nos uma banda a amadurecer, mas sempre fiel aos seus ideais. Thrash, Death, modernidade e muita fibra, perfazem a atitude deste colectivo que nos falou na pessoa de Pica [vocalista].
Até porque neste momento não é fácil encontrar informação sobre os Seven Stitches na net gostaria que explicasses melhor a origem da banda.
Os Seven Stitches surgem das cinzas dos Fullheads, uma banda de rock de nuances grunge. Em 2001, entrei para a banda e o nome actual surge quando, em 2004, o Pedro entra para o lugar de baixista. Desde então gravámos uma demo e o EP que estamos a promover agora.
A banda atravessou um período inicial de alguma instabilidade, certo?
Pode dizer-se que sim, não por problemas com os membros da banda, mas mais no sentido de encontrar a personalidade e o som que queríamos impor e nos desse real prazer. As trocas de elementos - vocalista e baixista – deram-se por incompatibilidades com a actividade da banda, nada mais. Ainda somos todos grandes amigos.
As vitórias em alguns concursos valeram-vos de impulso?
Sim, os concursos deram-nos hipótese de tocarmos muito e em locais diferentes. Foram acontecimentos importantes, mas não tanto como as oportunidades que nos deram de tocar. Nessa altura precisávamos de nos dar a conhecer e nada melhor do que tocar ao vivo. Era importante que nos vissem em palco e percebessem toda a energia e prazer com que o fazemos. De facto, é uma realidade que o caminho para este fim foi os concursos, uma vez que não haviam tantas portas abertas para tocar como temos hoje.
Contudo, apesar de falares de uma sinuosa busca de personalidade e sonoridade, creio que se mantiveram muito lineares entre “While We Don’t Take Over Death” e o novo “The Face Alone Does Not Reveal The Man”. És da mesma opinião?
À primeira vista pode parecer que sim, mas experimentámos coisas novas neste segundo trabalho. Considero este mais trabalhado a nível instrumental e as músicas mostram uma maior diversidade. Olhando para os cinco temas de “The Face Alone Does Not Reveal The Man” não encontro dois que sejam semelhantes, tanto a nível estrutural como musical.
Já agora, porquê títulos tão grandes para os vossos trabalhos? (risos)
Porque são títulos que reflectem bem as músicas, sentimentos e mensagens de cada um.
Igualmente, soam pertinentes. Queres explicar-nos os seus significados?
“While We Don’t Take Over Death” é um “gritar” pela vida, pela grande força de viver que temos. Por isso, e tal como diz o titulo, nós não queremos simplesmente morrer e pronto! Queremos viver ao máximo para quando chegar à altura, como diz o título, sejamos nós a tomar posse da morte e não o contrário. Assim podemos morrer descansados! (risos) “Folllow The Destiny” é uma música que projecta bem alto o quanto queremos viver esta vida. “The Face Alone Does Not Reveal The Man” é um trabalho mais intimista, com mais mistério e polémica, pois o que alguém te mostra pode não ser o que representa realmente. Aí reside o grande mistério de tudo o que envolve as nossas vidas. São cinco letras e pontos de vista que merecem alguma atenção, pelo menos para nós foram uma inspiração.
Como foi gravar e compor estes novos temas?
Excitante! Tivemos muito tempo para limar as arestas de cada música. Este EP foi composto durante o ano de 2005 e no início de 2006 fomos para estúdio já com algumas musicas rodadas ao vivo. Já tinham sido feitas as alterações necessárias, tanto que o Miguel Cristo (produtor) só propôs dois ou três pequenas alterações a nível de interpretação, não a nível estrutural. A parte da gravação foi a loucura! (risos) Uma semana seguida de muito trabalho, muita cerveja [muita mesmo] e peripécias que nos vão ficar na memória para sempre. Tal como uma saída à noite que acabou no hospital depois de sermos atacados pelos “rangers”, pessoas simpáticas e civilizadas! (risos) Enfim...
Estão contentes com o resultado sonoro, bem como com os próprios temas?
Sim, o resultado sonoro satisfaz-nos apesar de no próximo trabalho querermos explorar mais coisas. Mas o EP soa bem, está de acordo com a altura em que foi gravado.
Que bandas vos servem de inspiração?
Ui! (risos) É a pergunta mais simples de responder, mas ao mesmo tempo mais complexa e “ingrata”, pois temos tantas. Haverá sempre algumas influências que ficarão esquecidas quando apontamos nomes. Há gostos distintos na banda, mas Slayer, Pantera, Metallica, Lamb of God, Testament, Opeth, Sepultura penso que são unânimes. Pelo menos são, para mim, as maiores inspirações.
Como tem decorrido a promoção a “The Face Alone Does Not Reveal The Man”? O disco está a ser bem aceite?
As opiniões têm sido boas, tanto em concertos como no nosso site. Vamos ver o que o futuro nos reserva...
O contracto com a Recital é certamente um sintoma disso mesmo e representa, sem dúvida, um excelente passo na vossa carreira. Como foi que este surgiu?
Bom, foi mais um passo... No final de 2005 tínhamos as músicas prontas para entrar em estúdio e lançar uma edição de autor mas, entretanto, a Recital apareceu com uma proposta e achámos que seria benéfico juntarmo-nos a eles. Pode-se dizer que tem sido positivo até agora para ambas as partes, mas no futuro esperamos mais da editora como ela também tem o direito de esperar mais de nós. A nível promocional sentimos que se pode fazer mais pelo metal nacional e pelos Seven Stitches. Conhecendo como conheço as pessoas da Recital, sei que não vão recear os nossos desafios, tal como não receamos os deles e assim manteremos mais facilmente a excelente relação que temos uns com os outros. O que interessa é a música e, no nosso caso, o Metal!
Isso já assegura perspectivas em relação a um futuro longa-duração?
Sim, vamos promover este EP ate Julho, sensivelmente, e depois vamos começar a compor um disco. Apesar de já termos temas novos, vamos hibernar nessa altura para nos concentrarmos no álbum.
Como surgiu a ideia de incluírem três temas bónus no vosso novo EP?
Como a primeira demo não foi comercializada, achámos que este EP se tornaria mais apetecível acrescentado-lhe três músicas. Assim, também dava hipótese a quem o comprasse de seguir a evolução da banda.
Sentem neste momento que atingiram algumas das metas a que se propuseram quando se formaram?
Sim, algumas, mas queremos mais. Ainda há muita coisa que os Seven Stitches querem fazer, disso estou convicto.
Qual o grande passo a dar a seguir?
O álbum é um dos muitos próximos passos.
Nuno Costa
www.sevenstitches.net
www.myspace.com/sevenstitchespt
1 comment:
"Só" cá faltava esta entrevista!!É do Best!! :)
Keep Up The Good Work!!
VIVA O METAL!!
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