KHOLD
“Hundre År Gammal”
[CD – Tabu Recordings / Recital]
Após o anúncio do congelamento da banda em 2006, justificado pelos planos de Gard e Sarke em reavivar os seus Tulus [banda anterior aos Khold] e de Rinn construir o seu próprio estúdio e continuar com os Sensa Anima, eis que, com alguma surpresa, o infame projecto norueguês, conhecido pela sua incaracterística forma de debitar black metal de forma rudimentar e groovy, “quebra o gelo” para mais um trabalho bem ao seu jeito – único até, diríamos.
É precisamente por esse prisma que podemos destacar imediatamente os Khold como uma identidade autónoma até pela sua atitude anti-progressista. Enquanto que nos dias que correm o black metal assume-se em várias ramificações exaltadas pela técnica, rapidez, experimentalismo e produções cheias, o grupo liderado por Gard continua, obstinadamente, a defender a “bandeira” do minimalismo e do misantropismo que caracterizavam os primórdios do género. No entanto, o seu som não fica arredado a acomodar-se no quadro do século XXI já que, cada vez mais, o destaque faz-se pela diferença e em volta dos Khold acreditamos que haja um “culto” que lhes permitirá ter quem os apoie durante muito tempo. Para além disso, o seu som não é demasiado extremo, apenas em atitude, e embora apelando a uma postura primitiva, a verdade é que nem a gravação dos seus discos apresenta a sujidade daqueles clássicos underground que nos intimidavam [ou causavam alguma dor de ouvido] pelas débeis produções. Sem dúvida que o trunfo dos Khold são os seus riffs básicos e as suas batidas, normalmente, pausadas [raramente aqui se ouve um blast beat], em alguns casos a atingirem uma dinâmica doom.
Num balanço geral, podemos dizer que “Hundre År Gammal” não afasta os Khold um milímetro que seja do caminho que tomaram em 2000, mas verdade seja dita que este novo rebento, tal como o seu antecessor, não conseguiu igualar o potencial de obras como “Masterpiss Of Pain” ou “Phantom”. Avaliando apenas num plano pessoal, naturalmente, susceptível a discussões, o grupo continua mesmo assim a impressionar já que não parece minimamente interessado em olhar para o “lado” quando compõe, resumindo-se o seu prazer ao facto de estar numa sala de ensaio, com os amigos, de preferência num bosque norueguês, como que sorvendo a mística e os genes da essência black metal. Enquanto assim for, será difícil um disco dos Khold desiludir. [7/10] N.C.
Estilo: Black Metal
Discografia:
- “Masterpiss Of Pain” [2001]
- “Phantom” [2002]
- “Mørke Gravers Kammer” [2004]
- “Krek” [2005]
- “Hundre År Gammal” [2008]
www.khold.com
www.myspace.com/kholdblackmetal
“Hundre År Gammal”
[CD – Tabu Recordings / Recital]
Após o anúncio do congelamento da banda em 2006, justificado pelos planos de Gard e Sarke em reavivar os seus Tulus [banda anterior aos Khold] e de Rinn construir o seu próprio estúdio e continuar com os Sensa Anima, eis que, com alguma surpresa, o infame projecto norueguês, conhecido pela sua incaracterística forma de debitar black metal de forma rudimentar e groovy, “quebra o gelo” para mais um trabalho bem ao seu jeito – único até, diríamos.
É precisamente por esse prisma que podemos destacar imediatamente os Khold como uma identidade autónoma até pela sua atitude anti-progressista. Enquanto que nos dias que correm o black metal assume-se em várias ramificações exaltadas pela técnica, rapidez, experimentalismo e produções cheias, o grupo liderado por Gard continua, obstinadamente, a defender a “bandeira” do minimalismo e do misantropismo que caracterizavam os primórdios do género. No entanto, o seu som não fica arredado a acomodar-se no quadro do século XXI já que, cada vez mais, o destaque faz-se pela diferença e em volta dos Khold acreditamos que haja um “culto” que lhes permitirá ter quem os apoie durante muito tempo. Para além disso, o seu som não é demasiado extremo, apenas em atitude, e embora apelando a uma postura primitiva, a verdade é que nem a gravação dos seus discos apresenta a sujidade daqueles clássicos underground que nos intimidavam [ou causavam alguma dor de ouvido] pelas débeis produções. Sem dúvida que o trunfo dos Khold são os seus riffs básicos e as suas batidas, normalmente, pausadas [raramente aqui se ouve um blast beat], em alguns casos a atingirem uma dinâmica doom.
Num balanço geral, podemos dizer que “Hundre År Gammal” não afasta os Khold um milímetro que seja do caminho que tomaram em 2000, mas verdade seja dita que este novo rebento, tal como o seu antecessor, não conseguiu igualar o potencial de obras como “Masterpiss Of Pain” ou “Phantom”. Avaliando apenas num plano pessoal, naturalmente, susceptível a discussões, o grupo continua mesmo assim a impressionar já que não parece minimamente interessado em olhar para o “lado” quando compõe, resumindo-se o seu prazer ao facto de estar numa sala de ensaio, com os amigos, de preferência num bosque norueguês, como que sorvendo a mística e os genes da essência black metal. Enquanto assim for, será difícil um disco dos Khold desiludir. [7/10] N.C.
Estilo: Black Metal
Discografia:
- “Masterpiss Of Pain” [2001]
- “Phantom” [2002]
- “Mørke Gravers Kammer” [2004]
- “Krek” [2005]
- “Hundre År Gammal” [2008]
www.khold.com
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