CINEMUERTE
“Aurora Core”
[CD – Raging Planet]
Os Cinemuerte bem se puderam recostar, pelo menos por instantes, com o impacto positivo que teve “Born From Ashes”, o seu álbum de estreia editado em 2006. Estava desbravado, com apenas um registo, o caminho normalmente austero e sinuoso da afirmação de um nome. Mas nestes casos há um natural revés: a responsabilidade de dar seguimento a um arranque auspicioso. Talvez por isso os Cinemuerte devam ter abordado este novo trabalho com uma atenção redobrada… ou talvez não, já que se tratam de músicos muito experientes e que sabem lidar com a pressão.
Especulações à parte, uma das verdades indiscutíveis em relação a este segundo disco é que grandes eram as expectativas em seu torno. Atendendo às capacidades artísticas inatas da dupla Sophia Vieira e João Vaz, a qualidade mantém-se mas desta vez é notório o assédio a vertentes musicais mais “duras” numa presumível tentativa de evitar a estagnação. Com a voz de Sophia sempre encantadora, é mesmo na opção da distorção em vez da electrónica que reside a grande diferença entre “Aurora Core” e o seu antecessor. Vinca-se também um ambiente melancólico e obscuro, por vezes quase gótico [prestem atenção a “The House Of Past”] que, aliás, é também uma das características dos Cinemuerte. Esta aproximação faz todo o sentido já que Sophia mantém uma próxima relação com os Moonspell [participando em “Night Eternal” com as The Crystal Mountain Singers] e temos aqui Fernando Ribeiro a assinar a letra para “The Night Of Every Day” e Ricardo Amorim responsável pela gravação das guitarras, bem como Waldemar Sorychta a misturar e masterizar “Aurora Core”.
Contudo, como falávamos atrás, superar uma estreia como “Born From Ashes” não se antevia tarefa fácil. Embora seja louvável a tentativa da banda em não oferecer mais do mesmo, o que só prova da capacidade de gestão de uma carreira e maturidade dos seus responsáveis, talvez falte aqui só alguma da excentricidade do seu antecessor e claramente um sucessor para o hino que é “Underwater”. De resto, “Aurora Core” está longe de ser um passo atrás na carreira destes lisboetas. Aliás, a roupagem mais roqueira de “Aurora Core” só lhes fica bem. São uns Cinemuerte, contidamente, mais rebeldes. E dúvidas não restam de que é por passos inteligentes e convincentes que se concebem as grandes carreiras. Os Cinemuerte são um claro manifesto de independência e know-how. Mantemos [toda] a confiança neles. [8/10] N.C.
“Aurora Core”
[CD – Raging Planet]
Os Cinemuerte bem se puderam recostar, pelo menos por instantes, com o impacto positivo que teve “Born From Ashes”, o seu álbum de estreia editado em 2006. Estava desbravado, com apenas um registo, o caminho normalmente austero e sinuoso da afirmação de um nome. Mas nestes casos há um natural revés: a responsabilidade de dar seguimento a um arranque auspicioso. Talvez por isso os Cinemuerte devam ter abordado este novo trabalho com uma atenção redobrada… ou talvez não, já que se tratam de músicos muito experientes e que sabem lidar com a pressão.
Especulações à parte, uma das verdades indiscutíveis em relação a este segundo disco é que grandes eram as expectativas em seu torno. Atendendo às capacidades artísticas inatas da dupla Sophia Vieira e João Vaz, a qualidade mantém-se mas desta vez é notório o assédio a vertentes musicais mais “duras” numa presumível tentativa de evitar a estagnação. Com a voz de Sophia sempre encantadora, é mesmo na opção da distorção em vez da electrónica que reside a grande diferença entre “Aurora Core” e o seu antecessor. Vinca-se também um ambiente melancólico e obscuro, por vezes quase gótico [prestem atenção a “The House Of Past”] que, aliás, é também uma das características dos Cinemuerte. Esta aproximação faz todo o sentido já que Sophia mantém uma próxima relação com os Moonspell [participando em “Night Eternal” com as The Crystal Mountain Singers] e temos aqui Fernando Ribeiro a assinar a letra para “The Night Of Every Day” e Ricardo Amorim responsável pela gravação das guitarras, bem como Waldemar Sorychta a misturar e masterizar “Aurora Core”.
Contudo, como falávamos atrás, superar uma estreia como “Born From Ashes” não se antevia tarefa fácil. Embora seja louvável a tentativa da banda em não oferecer mais do mesmo, o que só prova da capacidade de gestão de uma carreira e maturidade dos seus responsáveis, talvez falte aqui só alguma da excentricidade do seu antecessor e claramente um sucessor para o hino que é “Underwater”. De resto, “Aurora Core” está longe de ser um passo atrás na carreira destes lisboetas. Aliás, a roupagem mais roqueira de “Aurora Core” só lhes fica bem. São uns Cinemuerte, contidamente, mais rebeldes. E dúvidas não restam de que é por passos inteligentes e convincentes que se concebem as grandes carreiras. Os Cinemuerte são um claro manifesto de independência e know-how. Mantemos [toda] a confiança neles. [8/10] N.C.
Estilo: Rock Alternativo
Discografia:
- “Born From Ashes” [CD 2006]
- “Aurora Core” [CD 2008]
www.cinemuerte.net
www.myspace.com/cinemuerte
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