BLOOD CEREMONY
“Blood Ceremony”
[CD – Rise Above Records/Recital]
Chega a ser arrepiante a forma como, com o século XXI a avançar, ainda continuamos a poder ouvir discos como este que salta directamente do ouvido para o espírito ao primeiro riff. Para além disso, sentimo-nos a perder a completa noção de espaço e tempo e embarcamos num transe de memórias que nos leva aos anos 60 e 70, épocas douradas para o firmamento daquilo que temos hoje como Rock e Heavy Metal.
A culpa é, certo, destes canadianos, mas também de Lee Dorian [Cathedral, ex-Napalm Death] que continua a apostar no material menos ortodoxo imaginável num panorama mercantil actual com a sua Rise Above Records. Há aqui uma herança seminal e tão nobre quanto possam imaginar e este quarteto presta-lhe vassalagem com uma devoção religiosa. Enfeitiçados pela mística ríffica de Tony Iommi e pelo encantamento da flauta de Ian Andersson [Jethro Tull], em profana aliança com o ritualismo oculto dos Witchcraft e Pentagram, juntando ainda a isso uma obsessiva devoção por filmes “série Z” de magia negra e horror, temos aqui um quadro que pode estar claramente deslocado no tempo, mas que ficará, certamente, para marcar o presente e recordar no futuro. Pelo seu espírito tradicional, este é um disco com um poder altamente hipnótico. Até mesmo a produção está em perfeita sintonia com a sua música. Sendo uma autêntica raridade nos dias que correm, não admira que “Blood Ceremony” seja, unanimemente, considerado uma enorme surpresa e um trabalho de extensiva aura.
Ficamos, ao certo, sem saber se estes naturais de Ontário venderem a sua alma ao diabo, mas a verdade é que a tocar assim, nenhum dos precursores do género se podem envergonhar, mesmo aqueles que já não estão entre nós, estando, aliás, certamente orgulhosos pelo efeito que o seu legado teve em seus discípulos. Podiam ter nascido noutra época, mas é plenamente reconfortante tê-los no novo século a transportar o “Santo Graal” do Rock/Metal. [8/10] N.C.
“Blood Ceremony”
[CD – Rise Above Records/Recital]
Chega a ser arrepiante a forma como, com o século XXI a avançar, ainda continuamos a poder ouvir discos como este que salta directamente do ouvido para o espírito ao primeiro riff. Para além disso, sentimo-nos a perder a completa noção de espaço e tempo e embarcamos num transe de memórias que nos leva aos anos 60 e 70, épocas douradas para o firmamento daquilo que temos hoje como Rock e Heavy Metal.
A culpa é, certo, destes canadianos, mas também de Lee Dorian [Cathedral, ex-Napalm Death] que continua a apostar no material menos ortodoxo imaginável num panorama mercantil actual com a sua Rise Above Records. Há aqui uma herança seminal e tão nobre quanto possam imaginar e este quarteto presta-lhe vassalagem com uma devoção religiosa. Enfeitiçados pela mística ríffica de Tony Iommi e pelo encantamento da flauta de Ian Andersson [Jethro Tull], em profana aliança com o ritualismo oculto dos Witchcraft e Pentagram, juntando ainda a isso uma obsessiva devoção por filmes “série Z” de magia negra e horror, temos aqui um quadro que pode estar claramente deslocado no tempo, mas que ficará, certamente, para marcar o presente e recordar no futuro. Pelo seu espírito tradicional, este é um disco com um poder altamente hipnótico. Até mesmo a produção está em perfeita sintonia com a sua música. Sendo uma autêntica raridade nos dias que correm, não admira que “Blood Ceremony” seja, unanimemente, considerado uma enorme surpresa e um trabalho de extensiva aura.
Ficamos, ao certo, sem saber se estes naturais de Ontário venderem a sua alma ao diabo, mas a verdade é que a tocar assim, nenhum dos precursores do género se podem envergonhar, mesmo aqueles que já não estão entre nós, estando, aliás, certamente orgulhosos pelo efeito que o seu legado teve em seus discípulos. Podiam ter nascido noutra época, mas é plenamente reconfortante tê-los no novo século a transportar o “Santo Graal” do Rock/Metal. [8/10] N.C.
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