
Saturday, February 28, 2009
Loud! #97 - Já na gráfica

Friday, February 27, 2009
Assassinner - Concerto no Transmission Bar cancelado

Girls Rock It Better - Noite dedicada ao Metal no feminino

Review
CROSSFAITH
“Mixed Emotional”
[EP – Edição de autor]
Daquilo que conhecemos do percurso da banda, cabe-nos, em primeira instância, dizer que é justo e merecido o alcance deste primeiro trabalho [e neste “invólucro” tão profissional]. Isto porque tem sido notório o seu espírito de luta e entrega desde que se formaram em 2004, fazendo todos os esforços para aparecer o maior número de vezes ao vivo, não olhando a condicionalismos, com o objectivo principal de reforçar a sua promoção em prol da expansão de um nome e de uma identidade.
Assim sendo, “Mixed Emotional” é um honesto manifesto musical e competente nas áreas a que se pressupõe movimentar. De estruturas mais progressivas a banda passou a assumir uma matriz de composição mais directa e declaradamente virada para a eficácia e impacto das canções, com temas como “Give Me A Moment” a revelarem-se altamente viciantes. Podemos até acrescentar que a banda finalmente interpretou com lucidez o seu potencial, a todos os níveis, o que só lhe traz benefícios, já que do querer ao conseguir executar, por vezes, vai uma grande distância. Por esta via, a negligência dos seus ímpetos mais progressivos dão lugar a um elegante Hard Rock melódico, influenciado pelo que se criava especialmente na década de 80, arriscando até a vaporizarem-se num certo perfume glam rock, próximo de uns Poison ou até Bon Jovi mais baladescos.
Todavia, os Crossfaith nem são uma banda de hard rock clássico, pelo que a designação induziria, e a sua aproximação ao Metal faz-se por via do mais light e melódico que este género abrange. Certo também é que sendo sóbrios tecnicamente para aquilo que seria um trabalho progressivo, aqui e ali, muito subtilmente, os Crossfaith fazem-nos sentir um certo vibe Ark, até porque a rouquidão vocal de Ricardo Reis, depois de nos fazer lembrar imediatamente Marvin Lee Aday [Meat Loaf], faz-nos pensar também num Jorn Lande, com os devidos distanciamentos já que o vocalista norueguês é de um talento e capacidades difíceis de recriar. Mesmo assim, fica um rasgado elogio ao vocalista dos Crossfaith, embora deva diligenciar alguns cuidados em termos de afinação. Destaques ainda para atmosfera de “So Far Yet So Close”, uma arrebatadora balada que promete conquistar muito airplay e até corações! O trabalho de teclados é também uma mais valia neste disco, sendo que resulta muito melhor com o som de piano do que com alguns efeitos de gosto duvidoso.
Em suma, os Crossfaith talvez fizeram o melhor trabalho de estreia que se podia esperar deles nesta altura. Ficam, decididamente, as portas entreabertas para um percurso que se pode revelar verdadeiramente auspicioso. [7/10] N.C.
Estilo: Hard’N’Heavy
“Mixed Emotional”
[EP – Edição de autor]

Assim sendo, “Mixed Emotional” é um honesto manifesto musical e competente nas áreas a que se pressupõe movimentar. De estruturas mais progressivas a banda passou a assumir uma matriz de composição mais directa e declaradamente virada para a eficácia e impacto das canções, com temas como “Give Me A Moment” a revelarem-se altamente viciantes. Podemos até acrescentar que a banda finalmente interpretou com lucidez o seu potencial, a todos os níveis, o que só lhe traz benefícios, já que do querer ao conseguir executar, por vezes, vai uma grande distância. Por esta via, a negligência dos seus ímpetos mais progressivos dão lugar a um elegante Hard Rock melódico, influenciado pelo que se criava especialmente na década de 80, arriscando até a vaporizarem-se num certo perfume glam rock, próximo de uns Poison ou até Bon Jovi mais baladescos.
Todavia, os Crossfaith nem são uma banda de hard rock clássico, pelo que a designação induziria, e a sua aproximação ao Metal faz-se por via do mais light e melódico que este género abrange. Certo também é que sendo sóbrios tecnicamente para aquilo que seria um trabalho progressivo, aqui e ali, muito subtilmente, os Crossfaith fazem-nos sentir um certo vibe Ark, até porque a rouquidão vocal de Ricardo Reis, depois de nos fazer lembrar imediatamente Marvin Lee Aday [Meat Loaf], faz-nos pensar também num Jorn Lande, com os devidos distanciamentos já que o vocalista norueguês é de um talento e capacidades difíceis de recriar. Mesmo assim, fica um rasgado elogio ao vocalista dos Crossfaith, embora deva diligenciar alguns cuidados em termos de afinação. Destaques ainda para atmosfera de “So Far Yet So Close”, uma arrebatadora balada que promete conquistar muito airplay e até corações! O trabalho de teclados é também uma mais valia neste disco, sendo que resulta muito melhor com o som de piano do que com alguns efeitos de gosto duvidoso.
Em suma, os Crossfaith talvez fizeram o melhor trabalho de estreia que se podia esperar deles nesta altura. Ficam, decididamente, as portas entreabertas para um percurso que se pode revelar verdadeiramente auspicioso. [7/10] N.C.
Estilo: Hard’N’Heavy
Thursday, February 26, 2009
Band Aid Metal Party - Neurolag juntam-se a Stampkase

Evile - Novo álbum em 2009

Virgil Donati - Realiza workshop em Lisboa

Wednesday, February 25, 2009
Review
EISBRECHER
“Sünde”
[CD – AFM/Recital]
Sendo este duo alemão e praticante de rock industrial, ainda mais cantado na sua língua materna [ao que parece também com um teor lírico minimalista], até podia não acontecer, mas ainda pelas guitarras fortes e pelo tom soturno do vocalista é quase instantânea a comparação com o seus compatriotas Rammstein. E ao avançarmos no disco sentimos também influências daquelas mais óbvias – Nine Inch Nails. Contudo, após algumas audições é também evidente que este projecto acentua muito mais uma veia gótica e electro do que as bandas mencionadas atrás, o que acaba por lhes conferir uma identidade, até certo ponto, própria. Mesmo assim, nada que por aí não se tenha ouvido em trabalhos darkwave. Ainda assim, o que interessa mesmo é a música.
“Sünde” é o terceiro longa-duração de Alexx Wesselsky [voz] e Noel Pix [guitarras, teclados, samples] com o projecto Eisbrecher e pelos vistos a banda é suficientemente bem recebida na Alemanha, representando a importante AFM Records e atingindo lugares de relevo nos tops nacionais de música alternativa. Neste terceiro assalto a banda de Langweid parece assumir definitivamente o peso das guitarras como papel fundamental na mescla de samples e sintetizadores que fazem a sua música, facto que começou a ficar evidenciado com o anterior “Antikörper”. Para quem sofre de qualquer alteração "cutânea" sempre que ouve este tipo de música, mais propícia a soltarmos um pezinho de dança, mas também a abanar a cabeça, é verdade, os Eisbrecher serão uma possibilidade imediatamente a excluir, mas também não será menos justo dizermos que, fora quaisquer gostos pessoais, estes constroem um bom disco e comprovam que percebem do seu “ofício”. Mesmo assim, para os “peso-insaciáveis”, o grupo não poucas vezes incute uma distorção abrasiva aos seus riffs e algumas batidas, ainda que sempre simples e mecânicas, conseguem arrancar-nos ímpetos mais vorazes. Para além disso, alguns refrões foram cirurgicamente concebidos para proporcionar grandes coros ao vivo, como em “This Is Deutsch” - uma prova da eficácia deste trabalho.
Fala-se muito na “Neue Deutsche Härte” [“Nova Dureza Alemã”] que é obviamente imputada a esta vertente mais electrónica do Metal. Longe de estarmos aqui para questionar a sua validade, aconselhamos sim, nos dias que correm e se quiserem deixar de lado alguma ideia preconcebida, a aventurarem-se nesta vertente com os Eisbrecher. Cremos neles como bons anfitriões. [7/10] N.C.
Estilo: Industrial/Electro
Discografia:
- “Eisbrecher” [CD 2004]
- “Antikörper” [CD 2006]
- “Sünde” [CD 2008]
www.eis-brecher.com
www.myspace.com/eisbrecherkommando
“Sünde”
[CD – AFM/Recital]

“Sünde” é o terceiro longa-duração de Alexx Wesselsky [voz] e Noel Pix [guitarras, teclados, samples] com o projecto Eisbrecher e pelos vistos a banda é suficientemente bem recebida na Alemanha, representando a importante AFM Records e atingindo lugares de relevo nos tops nacionais de música alternativa. Neste terceiro assalto a banda de Langweid parece assumir definitivamente o peso das guitarras como papel fundamental na mescla de samples e sintetizadores que fazem a sua música, facto que começou a ficar evidenciado com o anterior “Antikörper”. Para quem sofre de qualquer alteração "cutânea" sempre que ouve este tipo de música, mais propícia a soltarmos um pezinho de dança, mas também a abanar a cabeça, é verdade, os Eisbrecher serão uma possibilidade imediatamente a excluir, mas também não será menos justo dizermos que, fora quaisquer gostos pessoais, estes constroem um bom disco e comprovam que percebem do seu “ofício”. Mesmo assim, para os “peso-insaciáveis”, o grupo não poucas vezes incute uma distorção abrasiva aos seus riffs e algumas batidas, ainda que sempre simples e mecânicas, conseguem arrancar-nos ímpetos mais vorazes. Para além disso, alguns refrões foram cirurgicamente concebidos para proporcionar grandes coros ao vivo, como em “This Is Deutsch” - uma prova da eficácia deste trabalho.
Fala-se muito na “Neue Deutsche Härte” [“Nova Dureza Alemã”] que é obviamente imputada a esta vertente mais electrónica do Metal. Longe de estarmos aqui para questionar a sua validade, aconselhamos sim, nos dias que correm e se quiserem deixar de lado alguma ideia preconcebida, a aventurarem-se nesta vertente com os Eisbrecher. Cremos neles como bons anfitriões. [7/10] N.C.
Estilo: Industrial/Electro
Discografia:
- “Eisbrecher” [CD 2004]
- “Antikörper” [CD 2006]
- “Sünde” [CD 2008]
www.eis-brecher.com
www.myspace.com/eisbrecherkommando
Cold - Regressam aos álbuns este ano

Slob - Veteranos thrashers da Bay Area juntam-se para a paródia

Fetal Incest + Cronaxia + Mechanica Sundown - No próximo sábado
AM Live Festival - The Ransack, Echidna e Thee Orakle em destaque

Rastilho Metal Night - No próximo sábado

Tuesday, February 24, 2009
Review
DAGOBA
“Face The Colossus”
[CD – Season Of Mist/Recital]
Ainda que os quiséssemos considerar, apesar da redundância, uma banda comum de Metalcore, os Dagoba há muito que demonstraram características que os tornam mais personalizados e genuínos do que aquilo que podíamos pensar à partida. “Face The Colossus” é o seu terceiro longa-duração e após muitos concertos por toda a Europa e com honras de abertura para bandas como Machine Head e Metallica, começa-se a sentir com grande clarividência a maturidade crescente desta banda de Marselha. Dentro do seu catálogo este disco esmiuça e eleva a um patamar superior o seu lado mais melódico e sinfónico. Sim, “Face The Colossus” surge com uma ambiência muito negra e até melancólica, com arranjos melódicos que criam momentos deveras pegajosos aliados a uma produção geral esmagadora da autoria do conhecido Tue Madsen.
“Face The Colossus”
[CD – Season Of Mist/Recital]

Tecnicamente o grupo continua igual a si próprio, suficientemente desenvolvido em linhas de groove e velocidade, embora seja, definitivamente, nos arranjos orquestrais e ambientais que esteja a grande identidade de “Face The Colossus”, eventualmente, talvez em exagero. Falamos, portanto, de um ambiente frequentemente black metal sinfónico, à imagem de uns Dimmu Borgir, banda que, aliás, tudo leva a crer que muitos dos membros dos Dagoba veneram [como parece comprovar a participação de ICS Vortex no anterior “What Hell Is About” e o envolvimento de Franky Constanza [baterista] e Izakar [guitarrista] com a banda black metal Blazing War Machine].
De resto, e embora não tenham sido capazes de revalidar um hino como “The Things Within”, o grupo consegue uma boa colecção de temas, onde não faltam potenciais singles como "The World In Between" e "Silence 3#" [talvez os temas mais mellow que a banda compôs até à data], e em que palavra-chave é equilíbrio. Feito para quem é especialmente fã deste estilo de música, é verdade, e da banda que continua a ter uma vertente metalcore bem acentuada, os Dagoba mantém argumentos para agradar à sua sólida base de fãs, mesmo que estejam longes de ser um colosso de originalidade, e demarcam-se da concorrência com uma maneira de estar muito mais sinfónica do que é habitual nesta vertente. [7/10] N.C.
Estilo: Metal Moderno
Discografia:
- “Release The Fury” [EP 2001]
- “Dagoba” [2003]
- “What Hell Is About” [2006]
- “Face The Colossus” [2008]
www.dabogaonline.com
www.myspace.com/dagoba
Monday, February 23, 2009
Neurothing - Concluem álbum de estreia

Entrevista Switchtense

Tendencialmente um viveiro de grandes valores por aquilo que os últimos anos têm indiciado, Portugal vê agora como que o nascer de um grande talento rico em traços que prometem grandes surpresas tanto aqui como além-fronteiras. Apesar do enorme número de concertos, de um EP, um split-CD e sete anos de existência, é neste momento que se reúne e projecta uma carreira que pode moldar-se repleta de memoráveis feitos. E a culpa é de um arrebatador “Confrontation Of Souls”, o álbum de estreia dos Switchtense, que possui uma força invulgar em termos de thrash/hardcore moderno. Não quisemos perder oportunidade de falar com a banda, na pessoa de Hugo Andrade [vocalista], sobre aquele que será, certamente, um dos álbuns nacionais de 2009.
Obviamente não significando isso que subestimasse o vosso valor, mas apetece-me perguntar o que motivou um crescimento tão acentuado da banda nos últimos tempos e que está bem patente em “Confrontation Of Souls”?
Antes de mais obrigado à SounD(/)ZonE pela oportunidade de promovermos o nosso álbum neste espaço e por todo o apoio demonstrado aos Switchtense. A nossa evolução prende-se a vários factores. O primeiro tem a ver, sem dúvida, com o facto de termos acumulado alguma experiência pelos concertos ao vivo que realizámos após o lançamento do EP “Brainwash Show” em 2006 até ao final de 2007. Essa actividade intensa que tivemos a nível de concertos fez-nos crescer enquanto músicos [compositores e executantes], o que ajudou na criação do nosso disco de estreia. Fizemos o percurso normal e as coisas aconteceram no timing perfeito. Outro dos factores essenciais para este crescimento foram as últimas duas mudanças de formação: inicialmente a entrada do segundo guitarrista, Neto, que veio dar outra dimensão à música que nos propúnhamos a fazer, e do novo baterista, Xines, que é, sem dúvida alguma, uma mais valia na nossa secção rítmica que se quer poderosa, rápida e com bastante groove!
Surpreende-vos as reacções tão positivas ao vosso disco de estreia ou ele foi tão escrupulosamente concebido que nem lhe admitiam grande margem de erro?
Honestamente, e sem qualquer tipo de pretensiosismo, sabíamos que tínhamos um bom disco em mãos. Foi fruto de um trabalho intenso e ao vermos as coisas tomar forma fomos cada vez mais acreditando que seria uma óptima aposta gravar este disco nesta altura. O disco foi pré-produzido na nossa sala de ensaios ate à exaustão [no bom sentido] e isso podemos dizer que foi o que nos permitiu desenvolver o trabalho da maneira mais produtiva. Por isso, desde o início acreditámos sempre no potencial do disco e, como tal, as reacções que vão aparecendo são aquelas que esperávamos e queríamos provocar! Contudo, é imensamente reconfortante obter todas estas reacções. É muito positivo conseguirmos surpreender as pessoas! Estamos radiantes com isso...
Aliás, até pelo trabalho de produção de Daniel Cardoso - que aqui volta a ter um papel proeminente – seria fácil apontar-vos como uma banda de uma qualquer potência mundial em termos de Metal, caso não tivéssemos conhecimento do vosso perfil…
[risos] Sem dúvida que o trabalho do Daniel eleva o disco a um patamar superior. Isso a que te referes é extremamente importante para nós, porque esse era realmente o objectivo - assinar uma estreia com todo o "gás" possível! Esforçámo-nos, em conjunto com o Daniel e o Pedro, em fazer um disco com todo o profissionalismo e rigor. Penso que esse objectivo foi conseguido e pelo que temos ouvido de várias pessoas, este trabalho não se fica atrás de produções internacionais e isso é algo que sempre ambicionámos ouvir!
Precisamente por esse motivo acredito que a vossa internacionalização se faça com alguma facilidade. Aliás, consta que existe já interesse de grandes editoras internacionais, estarei correcto?
Consta? [risos] Nós esperamos que sim. Aliás, esse é um passo que queremos dar com toda a certeza, pois é isto que queremos para as nossas vidas! Não esperamos qualquer tipo de facilidades, mas estamos com toda a vontade de o conseguir! Fizemos alguns contactos e estamos agora em fase de envio de discos promocionais para várias editoras. Vamos ver como correm as coisas!
A ligação à Hellxis já se materializou numa maior “agitação” em termos de agenda?
Começámos a trabalhar com a Hellxis há relativamente pouco tempo, mas já estão a ser tratadas datas que futuramente iremos anunciar. Portanto, posso dizer que sim a essa tua questão.
Portanto, ainda não se prevê também nenhuma actuação no estrangeiro…
Andamos a tratar disso. Esperamos anunciar algo em breve.
Desbravar caminho até à vossa actual posição de reconhecimento pressupõe, com toda a certeza, um grande trabalho. Os Switchtense até há bem pouco tempo trabalhavam sozinhos e sempre conseguiram tocar muito e fazerem-se ouvir falar. Como faziam para meter isso tudo a funcionar?
Sempre fomos uma banda activa. Para nós, tocar ao vivo sempre foi o mais importante! É aí que mostramos todo o potencial da banda e onde se fazem amigos, se bebem cervejas com toda a gente, etc. As noites de "álcool & afins" são propícias a tudo! [risos] A nossa postura foi sempre de participar em todo o género de concertos em que estivessem reunidas as condições para proporcionarmos bons espectáculos. Logo, essa atitude de "ir a quase todas" permitiu-nos chegar a muita gente e, na hora da verdade, as pessoas têm reagido muito bem às actuações ao vivo. Penso que a nossa vontade e ambição, a nossa humildade perante as coisas que fazemos e, sobretudo, o gosto que temos por tudo isto faz com que as coisas acabem por correr bem!
Também se interessa muito pela organização de espectáculos, correcto? De onde surge esse interesse?
O interesse surge em promover e dinamizar a cena Metal em Portugal. Anualmente damos o nosso contributo e organizamos o Moita Metal Fest que este ano tem lugar nos dias 27 e 28 Março. Mais informações em www.myspace.com/moitametalfest. Gostamos de receber as pessoas na nossa terra e dar oportunidades às bandas de tocar num festival que consideramos ter bastantes condições.
Até que ponto é bom os músicos acumularem funções, por assim dizer, burocráticas dentro de uma banda?
Penso que essa é uma função que faz com que os músicos se envolvam muito mais nas questões das bandas. Estar em contacto directo com tudo o que nos rodeia, permite-nos um maior conhecimento da "área" e, além do mais, ajuda bastante na divulgação e promoção do nome. No nosso caso, estamos 100% envolvidos nessas questões.
Os Switchtense despendem muito tempo à banda? Agora com mais gente a trabalhar convosco pode ser interessante a sensação de terem que se preocupar só com a música…
Os Switchtense ocupam parte essencial da vida pessoal de cada um de nós. Podemos afirmar que respiramos isto, vivemos para isto! Como disse na resposta anterior, envolvemo-nos a 100% em todas as questões relacionadas com a banda e nao é isso que nos vai retirar tempo para a composição. Nesta altura, todas as energias tao viradas para a maior promoção possível do disco através de concertos ao vivo.
Falar de Switchtense é falar de uma grande atitude e garra? É curioso que mesmo não sendo propriamente inovadores há algo no vosso trabalho que agarra facilmente todas as pessoas…
Temos sentido esse apoio das pessoas das mais diversas formas. É algo que nos motiva fortemente e que nos dá mais vontade e força para continuar. O que fazemos, fazemos com toda a entrega e honestidade, e penso que isso transparece quer na nossa música, quer nos concertos ao vivo. É um condimento muito importante para nós... sermos verdadeiros! Estamos na música pela música e por ser uma grande paixão nossa. Quando vamos para cima de um palco, vamos fazer o que mais gostamos e queremos agarrar o maior número de atenções possíveis. A energia que despejamos com a nossa música é grande e isso contagia as pessoas. Humildemente, é esta a minha opinião.
Em termos conceptuais há algo de especial relevo em “Confrontation Of Souls”? Que almas são essas que se confrontam e porquê?
O título surgiu primeiro e consequentemente todo o universo lírico do álbum foi escrito em redor desse tópico. As "almas", usadas num sentido metafórico, são todas as pessoas, ideias e maneiras de estar que se confrontam em busca de algo melhor. A Humanidade está numa fase cada vez mais caótica e isso espelha-se no nosso dia-a-dia. Vivemos em competição constante e confrontamo-nos cada vez mais... Em diversas ocasiões, estes "confrontos" fazem andar o mundo! O caminho é esse: continuar a evoluir, mas tendo muita atenção ao que vamos fazendo por cá. É que esta é a nossa maior herança e não podemos comprometer o amanhã!
Como uma banda também de forte influência hardcore, a crítica social tende a ganhar predominância. Quais são os maiores alvos da vossa crítica na sociedade actual?
A ganância, o individualismo, o capitalismo, a corrupção, a falta de valores, todos os tipos de regimes ditatoriais e todo o tipo de tentativas de destruir a liberdade pessoal são os aspectos que estão patentes nas nossas letras e na nossa maneira de ver as coisas. Penso que são os alvos maiores da nossa crítica social.
Como acha que se recuperará da desorganização que se vive actualmente? Não falo só da económica, embora esta tenha que vir directamente da consciência e atitudes menos correctas das pessoas…
Penso que só com união e caminhando todos para o mesmo lado se consegue chegar a um bom “porto”. Cada vez mais as pessoas têm os principais valores mais distorcidos e sem uma consciência global de ajuda mútua será muito complicado ultrapassarmos estes enormes desafios com que nos confrontamos diariamente. Os políticos que têm um peso mais importante nas decisões necessitam de perceber que o Homem vem antes de quaisquer interesses pessoais! Quando deixarmos de olhar só para o nosso umbigo e repararmos que o que acontece no outro lado do mundo também nos afecta em grande escala, talvez aí possamos pensar numa melhoria da nossa vida!
Essencialmente, falta um grande sentido de igualdade e justiça, não acha? Por exemplo, numa sociedade conservadora como a portuguesa, os preconceitos tendem a afectar fortemente o nosso crescimento, a todos os níveis. Concorda?
Sim, concordo. Todos os preconceitos que hoje existem atrapalham a nossa evolução enquanto ser humano! Inibem-nos de pensar com maior clareza e de ajuizar melhor o que realmente é importante. Por vezes, preocupamo-nos demais com coisas pequenas e nas situações que são realmente importantes e decisivas para o país andar para a frente, estamos cada um para seu lado!
No Metal isso sente-se?
Sente-se... Mas é para isso que cá estamos, para combater esse vírus e pôr isto a andar para a frente! Temos que ser um foco de resistência a todos estes vícios que estão instalados na nossa sociedade e para isso nada melhor que o Metal para pôr as coisas a nu e combater essa barreira.
Não queria despedir-me sem antes perguntar quais são as expectativas futuras em relação a “Confrontation Of Souls”…
Antes de mais obrigado à SounD(/)ZonE pela oportunidade de promovermos o nosso álbum neste espaço e por todo o apoio demonstrado aos Switchtense. A nossa evolução prende-se a vários factores. O primeiro tem a ver, sem dúvida, com o facto de termos acumulado alguma experiência pelos concertos ao vivo que realizámos após o lançamento do EP “Brainwash Show” em 2006 até ao final de 2007. Essa actividade intensa que tivemos a nível de concertos fez-nos crescer enquanto músicos [compositores e executantes], o que ajudou na criação do nosso disco de estreia. Fizemos o percurso normal e as coisas aconteceram no timing perfeito. Outro dos factores essenciais para este crescimento foram as últimas duas mudanças de formação: inicialmente a entrada do segundo guitarrista, Neto, que veio dar outra dimensão à música que nos propúnhamos a fazer, e do novo baterista, Xines, que é, sem dúvida alguma, uma mais valia na nossa secção rítmica que se quer poderosa, rápida e com bastante groove!
Surpreende-vos as reacções tão positivas ao vosso disco de estreia ou ele foi tão escrupulosamente concebido que nem lhe admitiam grande margem de erro?
Honestamente, e sem qualquer tipo de pretensiosismo, sabíamos que tínhamos um bom disco em mãos. Foi fruto de um trabalho intenso e ao vermos as coisas tomar forma fomos cada vez mais acreditando que seria uma óptima aposta gravar este disco nesta altura. O disco foi pré-produzido na nossa sala de ensaios ate à exaustão [no bom sentido] e isso podemos dizer que foi o que nos permitiu desenvolver o trabalho da maneira mais produtiva. Por isso, desde o início acreditámos sempre no potencial do disco e, como tal, as reacções que vão aparecendo são aquelas que esperávamos e queríamos provocar! Contudo, é imensamente reconfortante obter todas estas reacções. É muito positivo conseguirmos surpreender as pessoas! Estamos radiantes com isso...
Aliás, até pelo trabalho de produção de Daniel Cardoso - que aqui volta a ter um papel proeminente – seria fácil apontar-vos como uma banda de uma qualquer potência mundial em termos de Metal, caso não tivéssemos conhecimento do vosso perfil…
[risos] Sem dúvida que o trabalho do Daniel eleva o disco a um patamar superior. Isso a que te referes é extremamente importante para nós, porque esse era realmente o objectivo - assinar uma estreia com todo o "gás" possível! Esforçámo-nos, em conjunto com o Daniel e o Pedro, em fazer um disco com todo o profissionalismo e rigor. Penso que esse objectivo foi conseguido e pelo que temos ouvido de várias pessoas, este trabalho não se fica atrás de produções internacionais e isso é algo que sempre ambicionámos ouvir!

Consta? [risos] Nós esperamos que sim. Aliás, esse é um passo que queremos dar com toda a certeza, pois é isto que queremos para as nossas vidas! Não esperamos qualquer tipo de facilidades, mas estamos com toda a vontade de o conseguir! Fizemos alguns contactos e estamos agora em fase de envio de discos promocionais para várias editoras. Vamos ver como correm as coisas!
A ligação à Hellxis já se materializou numa maior “agitação” em termos de agenda?
Começámos a trabalhar com a Hellxis há relativamente pouco tempo, mas já estão a ser tratadas datas que futuramente iremos anunciar. Portanto, posso dizer que sim a essa tua questão.
Portanto, ainda não se prevê também nenhuma actuação no estrangeiro…
Andamos a tratar disso. Esperamos anunciar algo em breve.
Desbravar caminho até à vossa actual posição de reconhecimento pressupõe, com toda a certeza, um grande trabalho. Os Switchtense até há bem pouco tempo trabalhavam sozinhos e sempre conseguiram tocar muito e fazerem-se ouvir falar. Como faziam para meter isso tudo a funcionar?
Sempre fomos uma banda activa. Para nós, tocar ao vivo sempre foi o mais importante! É aí que mostramos todo o potencial da banda e onde se fazem amigos, se bebem cervejas com toda a gente, etc. As noites de "álcool & afins" são propícias a tudo! [risos] A nossa postura foi sempre de participar em todo o género de concertos em que estivessem reunidas as condições para proporcionarmos bons espectáculos. Logo, essa atitude de "ir a quase todas" permitiu-nos chegar a muita gente e, na hora da verdade, as pessoas têm reagido muito bem às actuações ao vivo. Penso que a nossa vontade e ambição, a nossa humildade perante as coisas que fazemos e, sobretudo, o gosto que temos por tudo isto faz com que as coisas acabem por correr bem!
Também se interessa muito pela organização de espectáculos, correcto? De onde surge esse interesse?
O interesse surge em promover e dinamizar a cena Metal em Portugal. Anualmente damos o nosso contributo e organizamos o Moita Metal Fest que este ano tem lugar nos dias 27 e 28 Março. Mais informações em www.myspace.com/moitametalfest. Gostamos de receber as pessoas na nossa terra e dar oportunidades às bandas de tocar num festival que consideramos ter bastantes condições.

Penso que essa é uma função que faz com que os músicos se envolvam muito mais nas questões das bandas. Estar em contacto directo com tudo o que nos rodeia, permite-nos um maior conhecimento da "área" e, além do mais, ajuda bastante na divulgação e promoção do nome. No nosso caso, estamos 100% envolvidos nessas questões.
Os Switchtense despendem muito tempo à banda? Agora com mais gente a trabalhar convosco pode ser interessante a sensação de terem que se preocupar só com a música…
Os Switchtense ocupam parte essencial da vida pessoal de cada um de nós. Podemos afirmar que respiramos isto, vivemos para isto! Como disse na resposta anterior, envolvemo-nos a 100% em todas as questões relacionadas com a banda e nao é isso que nos vai retirar tempo para a composição. Nesta altura, todas as energias tao viradas para a maior promoção possível do disco através de concertos ao vivo.
Falar de Switchtense é falar de uma grande atitude e garra? É curioso que mesmo não sendo propriamente inovadores há algo no vosso trabalho que agarra facilmente todas as pessoas…
Temos sentido esse apoio das pessoas das mais diversas formas. É algo que nos motiva fortemente e que nos dá mais vontade e força para continuar. O que fazemos, fazemos com toda a entrega e honestidade, e penso que isso transparece quer na nossa música, quer nos concertos ao vivo. É um condimento muito importante para nós... sermos verdadeiros! Estamos na música pela música e por ser uma grande paixão nossa. Quando vamos para cima de um palco, vamos fazer o que mais gostamos e queremos agarrar o maior número de atenções possíveis. A energia que despejamos com a nossa música é grande e isso contagia as pessoas. Humildemente, é esta a minha opinião.
Em termos conceptuais há algo de especial relevo em “Confrontation Of Souls”? Que almas são essas que se confrontam e porquê?
O título surgiu primeiro e consequentemente todo o universo lírico do álbum foi escrito em redor desse tópico. As "almas", usadas num sentido metafórico, são todas as pessoas, ideias e maneiras de estar que se confrontam em busca de algo melhor. A Humanidade está numa fase cada vez mais caótica e isso espelha-se no nosso dia-a-dia. Vivemos em competição constante e confrontamo-nos cada vez mais... Em diversas ocasiões, estes "confrontos" fazem andar o mundo! O caminho é esse: continuar a evoluir, mas tendo muita atenção ao que vamos fazendo por cá. É que esta é a nossa maior herança e não podemos comprometer o amanhã!

A ganância, o individualismo, o capitalismo, a corrupção, a falta de valores, todos os tipos de regimes ditatoriais e todo o tipo de tentativas de destruir a liberdade pessoal são os aspectos que estão patentes nas nossas letras e na nossa maneira de ver as coisas. Penso que são os alvos maiores da nossa crítica social.
Como acha que se recuperará da desorganização que se vive actualmente? Não falo só da económica, embora esta tenha que vir directamente da consciência e atitudes menos correctas das pessoas…
Penso que só com união e caminhando todos para o mesmo lado se consegue chegar a um bom “porto”. Cada vez mais as pessoas têm os principais valores mais distorcidos e sem uma consciência global de ajuda mútua será muito complicado ultrapassarmos estes enormes desafios com que nos confrontamos diariamente. Os políticos que têm um peso mais importante nas decisões necessitam de perceber que o Homem vem antes de quaisquer interesses pessoais! Quando deixarmos de olhar só para o nosso umbigo e repararmos que o que acontece no outro lado do mundo também nos afecta em grande escala, talvez aí possamos pensar numa melhoria da nossa vida!
Essencialmente, falta um grande sentido de igualdade e justiça, não acha? Por exemplo, numa sociedade conservadora como a portuguesa, os preconceitos tendem a afectar fortemente o nosso crescimento, a todos os níveis. Concorda?
Sim, concordo. Todos os preconceitos que hoje existem atrapalham a nossa evolução enquanto ser humano! Inibem-nos de pensar com maior clareza e de ajuizar melhor o que realmente é importante. Por vezes, preocupamo-nos demais com coisas pequenas e nas situações que são realmente importantes e decisivas para o país andar para a frente, estamos cada um para seu lado!
No Metal isso sente-se?
Sente-se... Mas é para isso que cá estamos, para combater esse vírus e pôr isto a andar para a frente! Temos que ser um foco de resistência a todos estes vícios que estão instalados na nossa sociedade e para isso nada melhor que o Metal para pôr as coisas a nu e combater essa barreira.
Não queria despedir-me sem antes perguntar quais são as expectativas futuras em relação a “Confrontation Of Souls”…
Queremos tocá-lo o maior número de vezes possível ao vivo. Queremos levar este disco a todas as pessoas. Passa pela nossa cabeça uma maior aproximação ao mercado internacional e, como tal, esperamos poder ir o mais longe com este álbum!
Nuno Costa
Headstone - Divulgam novo tema de EP de estreia

Círculo de Fogo - Lança sétima compilação

Arena Metal - Sessão hoje na Moita

Saturday, February 21, 2009
Black Vox- Teatro do Eléctrico apresenta teatro de terror

Friday, February 20, 2009
Especial "Echoes Of A Morbid Death" V

Mais um pouquinho e já vos podemos chamar “dinossauros” se é que já não o podemos! Praticamente duas décadas depois com os Morbid Death como se sente?
Lindamente! Por incrível que pareça, a vontade em continuar com este projecto continua da mesma forma, intacta!
Tenho até em crer que em momentos de um presumível desanimo, manifestações de carinho como esta do tributo dão-vos folgo para mais… 20, ou quase, anos de carreira!
Sim, sem dúvida! Este tipo de manifestação de devoção e carinho dá sempre mais ânimo. Enquanto os Morbid Death agradarem, nem que seja a uma só pessoa, estaremos aqui de “pedra e cal”! Até que não é nossa intenção de arrumar os instrumentos, nem tão cedo.
Tem mais razões de queixa ou para estar agradado com o público açoriano?
Uma das razões principais de os Morbid Death continuarem no activo são todos os fãs que têm acompanhado e apoiado a banda. Ele é que são os “culpados”, no bom sentido, da nossa continuidade.
Com certeza, um dos capítulos mais difíceis de ultrapassar para os Morbid Death foi o de terem o seu primeiro DVD disponível – uma longa e penosa viagem… Sentem neste momento que valeu a pena?
De facto, foi um processo muito longo. A nível financeiro, sabíamos que dificilmente iríamos repor o investimento feito. O objectivo deste DVD foi o de ficar com um registo audiovisual de um concerto nosso que por coincidência calhou no nosso 15º aniversário. Sempre vale a pena e não estamos arrependidos mas sim satisfeitos com o resultado final.
É sabido que o público nem sempre é o mais fiel no seu apoio ao Metal. Sei que se lamentam dos resultados das vendas. Há alguma maneira de conseguir contornar isso? Talvez investindo seriamente em promoção fora de portas…
Este é um tema difícil de contornar e temos a perfeita noção de que vivemos num meio pequeno; pequeno mas organizado. Qualquer banda gostará de ver o seu trabalho promovido fora de portas, embora seja um meio muito competitivo.
Certamente, ainda mais difícil que tudo isto foi a saída recente do baterista Pedro Andrade. Fale-nos deste período difícil.
É verdade. O Andrade, por razões pessoais, deixou de ser o baterista da banda. Foi mais um período difícil mas completamente ultrapassado.
Este episódio não prejudica então de maneira nenhuma o ambiente de trabalho da banda neste momento?
Infelizmente, para os Morbid Death, a saída de um elemento não será novidade ou inédito. Mais uma vez conseguimos contornar a situação e a escolha para novo baterista recaiu sobre Gualter Couto.
Uma escolha que acabou por ser óbvia?
Já conhecíamos as qualidades do Gualter, daí ele ter sido a escolha para novo membro da banda.
Hoje é o dia da sua estreia. Sabe como ele se sente?
Penso que ele deverá estar bem e tranquilo. Além disso, iremos estrear um novo tema já composto na íntegra com ele. 'Madness' é o tema.
Em relação ao CD tributo, até certa altura nunca quis acompanhar o processo ou ouvir as músicas. Quis guardar a grande surpresa para o final?
Nem mais! Decidi ouvir o álbum após o seu lançamento. Até então, só tinha ouvido os teasers que estavam disponibilizados no site Metalicidio.com e fiquei surpreendido pela positiva.
Quando lhe falaram a primeira vez neste projecto, como reagiu?
Um pouco incrédulo! Nunca pensei que algum dia fosse feito um CD tributo a nós! É uma sensação estranha.
Agora ouvidos alguns temas pelo menos, pode dizer se esperava um processo de adaptação musical tão profundo como aquele que as bandas assumiram na concepção deste trabalho?
Cada banda interpretou o tema escolhido à sua maneira. A ideia era mesmo essa! Está muito bom e este CD é a prova da grande qualidade dos músicos que temos por cá.
Agrada-o então mais essa abordagem do que a de covers?
Prefiro como está! Cada tema está com uma 'roupagem nova'. Se fosse simplesmente tocar covers não traria nada de novo. Como está, está divinal!
Já teve tempo para dar uma palavrinha aos músicos e aos coordenadores deste projecto ou ficará para o dia do lançamento? O que pensa dizer-lhes?
Por acaso, ontem houve um jantar-homenagem com o Director Regional da Juventude, algumas bandas participantes e os respectivos responsáveis por este tributo. Nessa altura, transmitimos-lhes a nossa profunda gratidão pelo mesmo. Estamos “sem jeito”. Para nós é uma honra tamanha devoção...
Na sua opinião, que importância efectiva tem este trabalho? É que para além de um tributo pode servir muito bem todas as bandas envolvidas já que conseguir uma gravação na região não é propriamente fácil…
Este trabalho não serve só de tributo e homenagem aos Morbid Death, mas sim a todas as bandas e metaleiros da Região e devemo-nos todos orgulhar por aquilo que nos enche a alma – o Heavy Metal!
2008 terá sido um ano muito especial para os Morbid Death. Registaram talvez o maior número de concertos desde que se formaram, um elemento tão carismático como Rui Frias regressou, lançaram o vosso primeiro DVD… Que balanço faz do ano que agora findou?
Basicamente disseste tudo! [risos] Foi um ano muito produtivo, sem sombra para dúvidas.
Mas quando nada o fazia prever, 2009 parece ter tudo para ser ainda melhor! Os Morbid Death voltam a fazer uma mini-digressão pelo continente e logo com paragem no mítico SWR Barroselas Metal Fest. Fale-me de como se proporcionou essa nova aventura.
Temos que fazer pela vida e ir à procura de “novas aventuras”. Pela primeira vez em 18 anos de existência, a banda está confirmada num Festival 100% Metal, no continente. Não podemos esquecer que a nossa deslocação deve-se ao apoio da Presidência do Governo Regional e da ANIMA. Este concerto será a 2 de Maio. A 3 de Maio, actuaremos com os Desire mais uma banda por confirmar no Excalibar, arredores de Lisboa, e no dia 5 de Maio com os Pitch Black e Headstone no Metal Point, no Porto. E por incrível que pareça, recebemos um convite para actuar no Metal GDL, em Grândola! Só que tivemos que recusar porque, infelizmente, o orçamento não dá para mais...
Esta será, sem dúvida, a maior experiência de sempre ao vivo em 20 anos de Morbid Death. Estarei correcto?
Já demos inúmeros concertos mas penso que esta será a nossa maior experiência ao vivo. Esperemos que o público do continente goste do nosso trabalho.
Para além do gozo de actuar, não haverá nas vossas mentes a grande vontade e interesse de aprender com a forma como as bandas ditas grandes trabalham ou mesmo os festivais de maior envergadura?
Claro que sim. Estamos habituados ao nosso meio e a como as coisas funcionam por cá e seria interessante saber qual a realidade de grandes festivais e de como as grandes bandas funcionam em tour.
Esperam ter um grupinho de açorianos as vos apoiar nas datas no continente? Já se ouviu falar disso…
Já ouvi falar sobre isso e penso que se irá concretizar. Será bom estarmos longe da nossa terra e ver caras conhecidas noutras paragens! Mais um sinal de devoção aos Morbid Death e nunca saberemos como agradecer tal gesto.
Será também em 2009 que podemos registar a entrada dos Morbid Death em estúdio para gravar o seu quarto longa-duração? Quantos temas já têm reunidos com esse intuito?
É nosso objectivo entrar em 2009 em estúdio para registar o nosso quarto álbum. Se calhar, o álbum contará entre 10 a 12 temas e, neste momento, a banda conta com quase 50% deles já compostos.
Será dessa que gravam fora das ilhas?
Penso que não! O mais provável será gravar cá e depois ser misturado e masterizado com um produtor estrangeiro. Chegou o momento de arriscar algo mais e “subir a fasquia”.
Em termos de sonoridade já não é novidade nenhuma que os Morbid Death estão diferentes. Até que ponto pode ir essa metamorfose?
Quando compomos algo de novo nunca é premeditado, mas sim criado com o estado de espírito do momento, embora reconheça que estamos voltando um pouco às raízes, ou seja, ao “peso”.
Confesso que parecem estar de energias renovadas. Parecem até mais jovens e irreverentes! [risos]
You're fuckin' right!
Por fim, a pergunta é um pouco pragmática, mas não resisto a fazê-la em virtude da validade que a sua experiência neste meio pode ter na sua análise. Como vê a situação do Metal actualmente nos Açores?
Penso que o Metal nos Açores está em ebulição e recomenda-se. Excelentes bandas, Olhar Sonoro, SounD(/)ZonE, Metalicidio, Metal Distro, estúdios e público! Temos tudo, claro que à nossa dimensão! Os Morbid Death querem ainda aproveitar a ocasião para agradecer a todas as bandas envolvidas neste projecto, ao Mário Flores, Cristóvão Ferreira, Bruno “Spell” Santos, Independent Records, Recital Records e a todos que partilham connosco “a mórbida visão da morte”. We salute you!
Sim, sem dúvida! Este tipo de manifestação de devoção e carinho dá sempre mais ânimo. Enquanto os Morbid Death agradarem, nem que seja a uma só pessoa, estaremos aqui de “pedra e cal”! Até que não é nossa intenção de arrumar os instrumentos, nem tão cedo.
Tem mais razões de queixa ou para estar agradado com o público açoriano?
Uma das razões principais de os Morbid Death continuarem no activo são todos os fãs que têm acompanhado e apoiado a banda. Ele é que são os “culpados”, no bom sentido, da nossa continuidade.
Com certeza, um dos capítulos mais difíceis de ultrapassar para os Morbid Death foi o de terem o seu primeiro DVD disponível – uma longa e penosa viagem… Sentem neste momento que valeu a pena?
De facto, foi um processo muito longo. A nível financeiro, sabíamos que dificilmente iríamos repor o investimento feito. O objectivo deste DVD foi o de ficar com um registo audiovisual de um concerto nosso que por coincidência calhou no nosso 15º aniversário. Sempre vale a pena e não estamos arrependidos mas sim satisfeitos com o resultado final.

Este é um tema difícil de contornar e temos a perfeita noção de que vivemos num meio pequeno; pequeno mas organizado. Qualquer banda gostará de ver o seu trabalho promovido fora de portas, embora seja um meio muito competitivo.
Certamente, ainda mais difícil que tudo isto foi a saída recente do baterista Pedro Andrade. Fale-nos deste período difícil.
É verdade. O Andrade, por razões pessoais, deixou de ser o baterista da banda. Foi mais um período difícil mas completamente ultrapassado.
Este episódio não prejudica então de maneira nenhuma o ambiente de trabalho da banda neste momento?
Infelizmente, para os Morbid Death, a saída de um elemento não será novidade ou inédito. Mais uma vez conseguimos contornar a situação e a escolha para novo baterista recaiu sobre Gualter Couto.
Uma escolha que acabou por ser óbvia?
Já conhecíamos as qualidades do Gualter, daí ele ter sido a escolha para novo membro da banda.
Hoje é o dia da sua estreia. Sabe como ele se sente?
Penso que ele deverá estar bem e tranquilo. Além disso, iremos estrear um novo tema já composto na íntegra com ele. 'Madness' é o tema.
Em relação ao CD tributo, até certa altura nunca quis acompanhar o processo ou ouvir as músicas. Quis guardar a grande surpresa para o final?
Nem mais! Decidi ouvir o álbum após o seu lançamento. Até então, só tinha ouvido os teasers que estavam disponibilizados no site Metalicidio.com e fiquei surpreendido pela positiva.
Quando lhe falaram a primeira vez neste projecto, como reagiu?
Um pouco incrédulo! Nunca pensei que algum dia fosse feito um CD tributo a nós! É uma sensação estranha.
Agora ouvidos alguns temas pelo menos, pode dizer se esperava um processo de adaptação musical tão profundo como aquele que as bandas assumiram na concepção deste trabalho?
Cada banda interpretou o tema escolhido à sua maneira. A ideia era mesmo essa! Está muito bom e este CD é a prova da grande qualidade dos músicos que temos por cá.

Prefiro como está! Cada tema está com uma 'roupagem nova'. Se fosse simplesmente tocar covers não traria nada de novo. Como está, está divinal!
Já teve tempo para dar uma palavrinha aos músicos e aos coordenadores deste projecto ou ficará para o dia do lançamento? O que pensa dizer-lhes?
Por acaso, ontem houve um jantar-homenagem com o Director Regional da Juventude, algumas bandas participantes e os respectivos responsáveis por este tributo. Nessa altura, transmitimos-lhes a nossa profunda gratidão pelo mesmo. Estamos “sem jeito”. Para nós é uma honra tamanha devoção...
Na sua opinião, que importância efectiva tem este trabalho? É que para além de um tributo pode servir muito bem todas as bandas envolvidas já que conseguir uma gravação na região não é propriamente fácil…
Este trabalho não serve só de tributo e homenagem aos Morbid Death, mas sim a todas as bandas e metaleiros da Região e devemo-nos todos orgulhar por aquilo que nos enche a alma – o Heavy Metal!
2008 terá sido um ano muito especial para os Morbid Death. Registaram talvez o maior número de concertos desde que se formaram, um elemento tão carismático como Rui Frias regressou, lançaram o vosso primeiro DVD… Que balanço faz do ano que agora findou?
Basicamente disseste tudo! [risos] Foi um ano muito produtivo, sem sombra para dúvidas.
Mas quando nada o fazia prever, 2009 parece ter tudo para ser ainda melhor! Os Morbid Death voltam a fazer uma mini-digressão pelo continente e logo com paragem no mítico SWR Barroselas Metal Fest. Fale-me de como se proporcionou essa nova aventura.
Temos que fazer pela vida e ir à procura de “novas aventuras”. Pela primeira vez em 18 anos de existência, a banda está confirmada num Festival 100% Metal, no continente. Não podemos esquecer que a nossa deslocação deve-se ao apoio da Presidência do Governo Regional e da ANIMA. Este concerto será a 2 de Maio. A 3 de Maio, actuaremos com os Desire mais uma banda por confirmar no Excalibar, arredores de Lisboa, e no dia 5 de Maio com os Pitch Black e Headstone no Metal Point, no Porto. E por incrível que pareça, recebemos um convite para actuar no Metal GDL, em Grândola! Só que tivemos que recusar porque, infelizmente, o orçamento não dá para mais...

Já demos inúmeros concertos mas penso que esta será a nossa maior experiência ao vivo. Esperemos que o público do continente goste do nosso trabalho.
Para além do gozo de actuar, não haverá nas vossas mentes a grande vontade e interesse de aprender com a forma como as bandas ditas grandes trabalham ou mesmo os festivais de maior envergadura?
Claro que sim. Estamos habituados ao nosso meio e a como as coisas funcionam por cá e seria interessante saber qual a realidade de grandes festivais e de como as grandes bandas funcionam em tour.
Esperam ter um grupinho de açorianos as vos apoiar nas datas no continente? Já se ouviu falar disso…
Já ouvi falar sobre isso e penso que se irá concretizar. Será bom estarmos longe da nossa terra e ver caras conhecidas noutras paragens! Mais um sinal de devoção aos Morbid Death e nunca saberemos como agradecer tal gesto.
Será também em 2009 que podemos registar a entrada dos Morbid Death em estúdio para gravar o seu quarto longa-duração? Quantos temas já têm reunidos com esse intuito?
É nosso objectivo entrar em 2009 em estúdio para registar o nosso quarto álbum. Se calhar, o álbum contará entre 10 a 12 temas e, neste momento, a banda conta com quase 50% deles já compostos.
Será dessa que gravam fora das ilhas?
Penso que não! O mais provável será gravar cá e depois ser misturado e masterizado com um produtor estrangeiro. Chegou o momento de arriscar algo mais e “subir a fasquia”.
Em termos de sonoridade já não é novidade nenhuma que os Morbid Death estão diferentes. Até que ponto pode ir essa metamorfose?
Quando compomos algo de novo nunca é premeditado, mas sim criado com o estado de espírito do momento, embora reconheça que estamos voltando um pouco às raízes, ou seja, ao “peso”.
Confesso que parecem estar de energias renovadas. Parecem até mais jovens e irreverentes! [risos]
You're fuckin' right!

Penso que o Metal nos Açores está em ebulição e recomenda-se. Excelentes bandas, Olhar Sonoro, SounD(/)ZonE, Metalicidio, Metal Distro, estúdios e público! Temos tudo, claro que à nossa dimensão! Os Morbid Death querem ainda aproveitar a ocasião para agradecer a todas as bandas envolvidas neste projecto, ao Mário Flores, Cristóvão Ferreira, Bruno “Spell” Santos, Independent Records, Recital Records e a todos que partilham connosco “a mórbida visão da morte”. We salute you!
Nuno Costa
Especial "Echoes Of A Morbid Death" IV
Já todos reconhecemos o modelo que os Morbid Death representam para as bandas açorianas. Por esta razão, participar neste tributo foi manifestamente um grande prazer para todos os músicos envolvidos. Seria de todo o interesse recolher alguns testemunhos sobre o balanço da experiência e o que representam os Morbid Death para eles. É precisamente isso que segue nas próximas linhas.
CROSSFAITH
Nem são necessárias palavras para descrever o valor de uma iniciativa como esta que reúne vários artistas para homenagear uma banda. Foi uma sensação positiva a de fazer parte deste trabalho. Nós gostamos do tema e da banda, daí que tenha corrido tudo bem. O tema “My Life” tem um tipo de composição e sonoridade aos quais os Crossfaith se adaptaram bem. Entregamo-nos de alma aberta ao fluir da música. Tivemos disponibilidade de preparar e ensaiar bem o tema e ao iniciarmos as gravações sentimo-nos confortáveis. A partir daí foi “canja”. No nosso ver os Morbid merecem todo o mérito como pioneiros do Heavy Metal açoriano. Bom trabalho de composição, em estúdio e em palco. Enriqueceram a imagem do circuito musical nos Açores com uma postura madura.
ANJOS NEGROS
A sensação de participar neste projecto foi muito gratificante, pois consistia em fazermos uma versão de um tema de uma banda açoriana, ainda mais sendo esta uma referência para todos os músicos de Rock/Heavy Metal locais. O balanço foi muito positivo, uma vez que, inicialmente, nos foi apresentada uma música que não estava de todo enquadrada no universo musical dos Anjos Negros. Contudo, fomos capazes de adaptá-la ao nosso estilo, sendo mesmo esta a intenção, e acho que as bandas fizeram todas um excelente trabalho. Quanto à gravação decorreu toda muito organizada, estava tudo excelente.
Morbid Death – Sem dúvida uma carreira magnífica.
DUHKRISTA
Este foi um projecto bem concebido, apesar de ainda não ter deitado mãos ao trabalho na íntegra. Mas é indiscutível que uma banda como os Morbid Death merecem uma homenagem como esta vinda de grande parte dos músicos de Heavy Metal açorianos. Tínhamos muita vontade de participar neste projecto, dado sermos uma banda recente e que em S. Miguel é muito complicado arranjar uma oportunidade como esta. Traço um balanço muito positivo desta participação ainda mais porque o corpo organizativo deste projecto era do melhor. Queremos agradecer muito ao Bruno Santos, ao Cristóvão Ferreira e a todos os outros envolvidos. Deram, de facto, o seu melhor e fizeram tudo para que as bandas pudessem gravar.
Falar de Morbid Death, para mim, é falar de uma banda original e inimitável nos Açores. Foram, felizmente, capazes de imprimir grande força ao meio musical açoriano. Antigamente não perdia um concerto deles por nada desse mundo, ainda nem tocava. Os Morbid Death são um são um exemplo de persistência e qualidade a seguir, já que nos Açores não é nada fácil de ter um projecto musical durante tantos anos.

Nem são necessárias palavras para descrever o valor de uma iniciativa como esta que reúne vários artistas para homenagear uma banda. Foi uma sensação positiva a de fazer parte deste trabalho. Nós gostamos do tema e da banda, daí que tenha corrido tudo bem. O tema “My Life” tem um tipo de composição e sonoridade aos quais os Crossfaith se adaptaram bem. Entregamo-nos de alma aberta ao fluir da música. Tivemos disponibilidade de preparar e ensaiar bem o tema e ao iniciarmos as gravações sentimo-nos confortáveis. A partir daí foi “canja”. No nosso ver os Morbid merecem todo o mérito como pioneiros do Heavy Metal açoriano. Bom trabalho de composição, em estúdio e em palco. Enriqueceram a imagem do circuito musical nos Açores com uma postura madura.
ANJOS NEGROS
A sensação de participar neste projecto foi muito gratificante, pois consistia em fazermos uma versão de um tema de uma banda açoriana, ainda mais sendo esta uma referência para todos os músicos de Rock/Heavy Metal locais. O balanço foi muito positivo, uma vez que, inicialmente, nos foi apresentada uma música que não estava de todo enquadrada no universo musical dos Anjos Negros. Contudo, fomos capazes de adaptá-la ao nosso estilo, sendo mesmo esta a intenção, e acho que as bandas fizeram todas um excelente trabalho. Quanto à gravação decorreu toda muito organizada, estava tudo excelente.
Morbid Death – Sem dúvida uma carreira magnífica.
DUHKRISTA
Este foi um projecto bem concebido, apesar de ainda não ter deitado mãos ao trabalho na íntegra. Mas é indiscutível que uma banda como os Morbid Death merecem uma homenagem como esta vinda de grande parte dos músicos de Heavy Metal açorianos. Tínhamos muita vontade de participar neste projecto, dado sermos uma banda recente e que em S. Miguel é muito complicado arranjar uma oportunidade como esta. Traço um balanço muito positivo desta participação ainda mais porque o corpo organizativo deste projecto era do melhor. Queremos agradecer muito ao Bruno Santos, ao Cristóvão Ferreira e a todos os outros envolvidos. Deram, de facto, o seu melhor e fizeram tudo para que as bandas pudessem gravar.
Falar de Morbid Death, para mim, é falar de uma banda original e inimitável nos Açores. Foram, felizmente, capazes de imprimir grande força ao meio musical açoriano. Antigamente não perdia um concerto deles por nada desse mundo, ainda nem tocava. Os Morbid Death são um são um exemplo de persistência e qualidade a seguir, já que nos Açores não é nada fácil de ter um projecto musical durante tantos anos.

Este é um projecto válido por vários aspectos; primeiro porque é a rampa de lançamento para algumas bandas menos conhecidas; depois porque vale pela experiência de se gravar algo completamente diferente do que se tinha feito até agora. Foi sem dúvida um grande desafio e, principalmente, porque é uma homenagem enorme a uma banda que tanto deu e tem para dar ao Metal Regional. Fazer parte deste projecto teve uma sensação estranha mas ao mesmo tempo gratificante. Recuando uns anos atrás, via Morbid na RTP-Açores e estava aos pulos no sofá. Anos depois estou a fazer um cover deles, o que era algo impensável. Logo, a sensação predominante é de satisfação, naturalmente. O balanço da gravação também foi muito positivo até porque estávamos já habituados a trabalhar nos SPS. As coisas fluíram naturalmente, o processo de composição foi também extremamente rápido, mesmo tendo em conta que o Rafael [baterista] estava connosco há muito pouco tempo.
Para mim os Morbid Death são um exemplo de luta. Basta lembrar quantos da geração deles se desligaram completamente do Metal com o passar dos anos. A carreira dos Morbid Death serve de exemplo para todos nós, é sinónimo de amor pela música, porque todos nós sabemos que não é um caminho fácil a percorrer. Contudo, quem corre por gosto não cansa! Penso que pela longa carreira deles e por tudo o que fizeram pelo panorama “metálico” regional, este CD tributo é mais que justo.
ZYMOSIS
Os Zymosis entraram neste tributo com muito empenho, o que é sinal da sua importância para nós e para todos. Tivemos mesmo que nos esforçar, pois a banda sofria grandes alterações de line-up na altura. Mas o mais importante é conseguimos atingir os objectivos que nos propuseram. Existia muita vontade de todos nós em participar, pois respeitamos muito os Morbid Death. Em termos de composição não me posso pronunciar muito, pois regressei à banda há pouco tempo e o tema já estava praticamente feito. Só tive que fazer um retoque ou outro. Em termos de gravação, gostei muito da experiência, pois trabalhámos com pessoas espectaculares, muito empenhadas e com gosto naquilo que estavam fazendo – pessoas 5 estrelas!
Sobre os Morbid Death o que poderei dizer? São uma banda de “cartaz”, para mim os embaixadores da música açoriana. Decerto que devem ter passado por momentos menos bons mas foram sempre capazes de ultrapassá-los. Isso faz deles uma banda a seguir, pois a idade que estão atingindo como banda é uma proeza não alcance de qualquer um. Deve-se ascender degrau a degrau para evitarmos grandes “quedas” e acho que nisso eles são um grande exemplo. Que continuem por muitos e muitos anos e sejam sempre um modelo a seguir pelas outras bandas açorianas.

Este projecto mostrou-se válido em vários aspectos. Em primeiro lugar, serve para prestar um tributo merecido aos Morbid Death e, em segundo lugar, serve para projectar as bandas que nele participam, para além de que é útil no sentido em que está a dar a conhecer a nossa região seja para onde o álbum for. E no meio disto tudo contribui para aproximar as bandas. Como responsável pelo projecto e músico participante, foi bastante divertido o participar neste projecto até à sua conclusão. Sinto também uma certa satisfação pessoal por ver este projecto bem concluído, visto andar já há alguns anos a “assombrar-me”. No cômputo geral, correu tudo melhor do que esperava inicialmente. Quanto à composição e gravação, seja com Violent Vendetta ou Spank Lord, correu às mil maravilhas, sem quaisquer dificuldades.
Morbid Death… Dezanove aninhos de amor à arte, persistência e evolução. Vejo-os como a fundação do nosso panorama “metálico” regional e como uma das bandas mais importantes da região. O facto de praticarem um género não muito popular e mesmo assim manterem-se firmes e continuarem sempre sem olhar para os limites torna-os a “verdadeira” banda. Merecem todo o nosso respeito, reconhecimento e, consequentemente, este tributo.
Especial "Echoes Of A Morbid Death" III

Que razões despoletaram a concretização de um projecto desta natureza?
Nós sentíamos que faltava algo que premiasse a devoção, o espírito de sacrifício, a persistência e a carreira invejável dos Morbid Death. Assim sendo decidimos que um CD tributo seria, de facto, a melhor forma de homenagearmos a banda.
Este é um projecto que conta com alguma solidariedade de alguns dos seus intervenientes de forma a que pudesse ser concluído, certo? Refiro-me concretamente à parte orçamental…
Exacto. Este foi um projecto que ocupou muitas horas, muitas mais do que aquelas que estavam previstas; basta dizer que tínhamos as gravações planeadas para terminar a 3 de Setembro e acabámo-las no fim de Dezembro. Sem o apoio de todos os intervenientes, este projecto ascenderia facilmente aos 3 mil euros ou mais.
Escolher bandas para um projecto como este ou similar poderá sempre gerar algumas “dores de cabeça”. Sentiram isso?
Nós vivemos num meio extremamente pequeno e com um grande leque de excelentes bandas. São naturais as dificuldades que sentimos para escolher as várias bandas a participar no CD tributo. Acabámos por escolher aquelas bandas que para nós melhor representavam um determinado estilo na região. Tentámos incluir no CD o maior número de estilos com os seus respectivos representantes. É claro que muitos não concordaram com a participação de determinadas bandas ou mesmo com a não inclusão de outras, mas, como em tudo, tivemos de fazer opções. Já sabíamos de antemão que nem todos iriam ficar contentes, mas também concordarão comigo se referir que seria impossível incluir todas as bandas activas actualmente na região.

Os negativos não interessam, a não ser aqueles que nos servem de ensinamento. Os positivos foram imensos, desde o conhecer músicos com os quais não tinha grande contacto, uma imensa troca de ideias, criar laços de amizade, passando também, como é natural, pela aquisição de novos conhecimentos.
Foi então marcante trabalhar com tantos músicos…
Sim foi. Cada um tem o seu temperamento especial, o seu próprio modo de pensar e ver as coisas. O facto de me conseguir adaptar perfeitamente ao modo de pensar de cada músico, adaptar-me ao estilo musical de cada um, independentemente do meu gosto pessoal, foi para mim muito gratificante.
Na sua opinião, surpreendeu-lhe a postura dos músicos em estúdio ou mesmo o resultado das versões que, pelo que já se ouviu, estão muito personalizadas?
Alguns surpreenderam-me mais que outros, mas devo dizer que já estava à espera de versões personalizadas ao estilo de cada banda. Era exactamente isso o que tínhamos idealizado quando iniciámos este projecto.
Poder-se-á falar de muitas dificuldades ou contratempos na conclusão deste projecto?
Bem, a maior dificuldade foi conseguir organizar a agenda de forma a conseguir levar a cabo as gravações. Algumas bandas tiveram de passar mais tempo em estúdio do que o previsto, outras tiveram imprevistos de última hora e que impediram que houvesse gravações, etc. Tudo isto levou a que o trabalho só tenha terminado no fim de Janeiro e não em Outubro, como estava inicialmente previsto.

Sem dúvida, este é mesmo um “side-effect” deste CD tributo e já o tinhamos previsto quando começámos a talhar este projecto. Espero que este CD consiga levar mais longe o nome dos Morbid Death e o nome das nossas bandas regionais.
Nuno Costa
Especial "Echoes Of A Morbid Death" II

Embora a Bit 9 tenha um estatuto “generalista”, continua muita focada na promoção ao Heavy Metal. Em primeiro lugar, isto parece-me dever-se à grande representatividade que o género tem nos Açores junto dos jovens… Até quando e até que ponto a Associação pretende envolver-se em projectos do género?
Como qualquer associação juvenil a essência das suas actividades reflecte o grupo de jovens que dela faz parte no momento. No caso da Bit 9, ao longo dos últimos anos tem havido um grande número de associados que pertencem a bandas ou que estão ligados à música de alguma forma. O que se pode dizer sobre a longevidade destas iniciativas é que enquanto houver sócios ligados ao Metal na Bit 9, as iniciativas ligadas a este movimento continuarão.
O facto de terem conseguido um espaço como o Teatro Micaelense para o lançamento do CD será um sinal de que os responsáveis pela cultura nos Açores estão mais sensíveis a esta vertente musical e seus músicos?
Temos visto que a sensibilidade em relação ao Metal tem vindo a crescer nos últimos tempos devido a toda a projecção que se tem dado aos eventos deste tipo. Neste caso concreto a Direcção Regional da Juventude tem estado sempre disponível para apoiar este e outro tipo de iniciativas levadas a cabo pelas associações juvenis. Penso que logo que estejamos a fazer um trabalho de qualidade, conseguimos igualmente um apoio de qualidade.

Subirão ao palco sete das bandas que participaram no tributo e a noite será encerrada pelos próprios Morbid Death. Cada banda interpretará um tema seu para apresentação e em seguida o tema com que participaram no tributo. Estima-se uma média de tempo em palco de dez minutos para cada banda.
O CD estará disponível a um preço, eu diria, surpreendentemente simbólico. Quais são os motivos para tal decisão?
Nós conseguimos financiamento para cobrir todas as despesas da produção do CD e sendo a Bit 9 uma entidade sem fins lucrativos, a questão do preço do CD prende-se só em evitar excessos. Temos experiência de outras iniciativas em que o material oferecido depois é desprezado. O preço estabelecido permita a qualquer jovem adquirir um exemplar do CD e evita que encontremos CD’s pelo chão no fim do concerto.
Está confiante na solidariedade do público em relação a este projecto ou, por exemplo, acha que se todo ele não fosse oferecido basicamente [também as entradas para o espectáculo são livres], podia não consumar-se na prática a vaga de interesse que por ele vemos manifestada em vários sítios?
Este é um evento para jovens e se queremos chegar a todos eles há a necessidade de facilitar um pouco, especialmente nesta altura de crise que estamos a passar. Tenho que dizer que o facto das entradas serem gratuitas também se deve ao apoio do Governo Regional através da Direcção Regional da Juventude e do Teatro Micaelense. Não foi uma decisão propriamente da Bit 9.

No ano de 2009 vamos dar continuidade à Metal Bit IX e ao October Loud com novas parcerias e uma outra dinâmica. Estes projectos como foram bem sucedidos, temos intenção de lhes dar maior dimensão neste ano. Existem outras ideias, como a gravação de mais um CD com uma colectânea de bandas dos Açores. Existe um grupo de jovens interessados em realizar o documentário da história do Metal nos Açores durante o ano de 2009, e temos expectativas de que será mesmo lançado.
Nuno Costa
Moita Metal Fest 2009 - 14 bandas em dois dias na Moita

Black Metal Fest - Recebe projectos da Alemanha e Espanha

Especial "Echoes Of A Morbid Death" I

O projecto surgiu de uma ideia de Cristóvão Ferreira e Bruno Santos, membros da Associação de Juventude Bit 9, corria o ano de 2007. Até ao seu arranque ainda se contaram alguns meses “estratégicos” onde se definiram orçamentos e escolheram bandas. As gravações arrancaram em Junho de 2008 com os Neurolag e terminaram em Dezembro com os Violent Vendetta. Fizeram ainda parte deste projecto os A Dream Of Poe, In Peccatum, Hatin' Wheeler, Anjos Negros, Duhkrista, Crossfaith, Zymosis, Spank Lord e Spinal Trip. Pelo meio, muito entusiasmo e dedicação a um trabalho unanimemente considerado de extrema validade não só para os Morbid Death como para todos os seus intervenientes e, consequentemente, para toda uma região. A SounD(/)ZonE abordou muitos dos seus responsáveis numa série de entrevistas breves que passaremos a editar ao longo do dia de amanhã [20 de Fevereiro], dia em que decorre o lançamento oficial do álbum-tributo no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, a partir das 21h00. Esta reportagem culminará com uma conversa mais alargada com Ricardo Santos, vocalista/baixista dos Morbid Death, em que se abordarão muitos aspectos para além de, naturalmente, mais este momento marcante na sua carreira. Para já, para os menos familiarizados, fica uma breve introdução ao percurso da banda micaelense.
MORBID DEATH - Até que a morte nos separe...

Um ano mais tarde o grupo faz a sua primeira actuação ao vivo a abrir para os Wreck-Age na freguesia da Achadinha, no Nordeste, nesta altura com um baterista convidado – Pedro Vale [ex-Passos Pesados]. Este seria o único concerto que a banda dava sem um elemento fixo na bateria. Não demorou muito até Pedro Rodrigues tornar-se dono do drumkit dos Morbid Death. Motivados pela união que se vivia no seu seio, o grupo concorre, em 1992, ao Açores Pop-Rock que decorreu no Coliseu Micaelense, em Ponta Delgada, e que culminou com um animador terceiro lugar para o colectivo de gothic/thrash metal.
Seguiram-se as gravações de duas demo-tapes, “Nomad” [1993] e “Shameless Faith” [1995], esta última um registo ao vivo do concerto da banda, o primeiro no continente, no antigo bar “Johnny Guitar”, propriedade de Zé Pedro dos Xutos & Pontapés.

Já com Pedro Andrade no lugar de baterista, o grupo edita, em 2002, “Secrets” – um trabalho que realça a veia gótica do colectivo e continua a comprovar o seu profissionalismo, sobretudo raro por estas paragens. Este disco sai pela importante Recital Records.
Volvidos dois anos, a banda chega à fasquia do terceiro álbum com “Unlocked”. Novamente demarcam-se algumas mudanças em termos de som e composição. Mais directos e talvez com um peso mais moderno ainda que mantendo bastante melodia. Neste álbum as guitarras foram gravadas a meias entre Rui Frias [que saiu na altura por motivos pessoais] e Ruben Correia [ex-Obscenus]. Eram notórias as características bastante distintas entre os dois músicos – Rui por um lado mais “pesado” e Ruben mais melódico.
Em 2005 a banda realiza um dos seus maiores sonhos e capta em vídeo um concerto realizado no Coliseu Micaelense e que viria a materializar-se no DVD “Spinal Factor: Maintaining aLIVE”. Contudo, o DVD não teve um "parto" fácil e depois de muitas aproximações falhadas a editoras, o grupo acabou por lançá-lo independentemente já em finais de 2008.

Nuno Costa
Thursday, February 19, 2009
Pitch Black - "Hate Division" em Abril

Headstone - Tema de EP de estreia disponível

Pearl Jam - "Ten" reeditado com muitas raridades

Wednesday, February 18, 2009
Review
SWITCHTENSE
“Confrontation Of Souls”
[CD – Rastilho Records]
“Como os rapazes cresceram", é um dos primeiros comentários que nos apetece fazer aos Switchtense em virtude deste trabalho de estreia, embora possa parecer redundante no sentido em que o grupo já com “Brainwash Show” havia mostrado material promissor e, especialmente, para quem acompanha a banda ao vivo saberá do que ela é capaz. Mas mesmo assim, este disco não deixa de ser uma grande surpresa.
[CD – Rastilho Records]

Para os mais incautos, os Switchtense movem-se na fronteira entre o metal, tendencialmente thrash, e o hardcore, numa aproximação modernaça. Pese embora algumas pessoas possam instintivamente torcer o nariz apenas por ver o "rótulo", aconselhamos a que dêm tréguas a qualquer preconceito, pois a força que emana destes dez temas é tão honesta e incisiva que será incapaz de desiludir alguém… para além de garantir saborosas escoriações, principalmente se o estiverem a ouvir ao vivo.
“Confrontation Of Souls” tem uma dinâmica de “esmagamento” imprimida desde o início com uma produção imaculada [é quase impossível não referirmo-nos a Daniel Cardoso, ele merece] e que torna este disco quase que num Panzer a debulhar impetuosamente quem se atravessa no seu caminho. Não há sequer necessidade de falar individualmente de desempenho, isto porque todos os elementos da banda mostram-se à altura uns dos outros e do estilo musical que praticam. Importante será também dizer-se que se até agora importámos material desta natureza, esta necessidade começa a dissipar-se graças a trabalhos como o dos Echidna e agora com o dos Switchtense. É precisamente com rasgos destes que nos começamos a orgulhar cada vez mais do nosso “país” metálico. Projectos assim merecem a oportunidade que muitos outros têm sem, se calhar, merecer, apenas porque um conjunto de factores favorecem as editoras economicamente.
Contudo, estes poderão ser apenas os primeiros dias do resto da vida dos Switchtense - um projecto com grande propensão para “voar” alto e que está agora a nascer, apesar de já por cá estar desde 2002. Parece mesmo que tudo está a começar agora… e não podia começar de melhor forma. [9/10] N.C.
Estilo: Thrash Metal / Hardcore
Discografia:
- “Brainwash Show” [EP 2006]
- “Confrontation Of Souls” [CD 2009]
www.myspace.com/switchtenseportugal
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