Dezanove anos de carreira, três álbuns, um DVD, duas demo-tapes e muitos marcas deixadas pelos palcos açorianos. Os Morbid Death reúnem à sua volta um enorme respeito, quer pela sua capacidade musical, quer pelo palpitar guerreiro das suas convicções que os faz guarnecer uma carreira duradoira e exemplar. É por isso com enorme nobreza e justiça que surge um disco tributo à seminal banda açoriana, concebido com grande mérito pela Associação de Juventude Bit 9 em conjunto com onze bandas e quase 50 músicos. Pelos excertos que foram sendo publicados gradualmente pelos responsáveis do projecto, pode-se adivinhar um trabalho surpreendente que rasga com a monotonia de muitos outros lançamentos deste género, já que o esforço foi notório em dar a clássicos dos Morbid Death uma nova cara.
O projecto surgiu de uma ideia de Cristóvão Ferreira e Bruno Santos, membros da Associação de Juventude Bit 9, corria o ano de 2007. Até ao seu arranque ainda se contaram alguns meses “estratégicos” onde se definiram orçamentos e escolheram bandas. As gravações arrancaram em Junho de 2008 com os Neurolag e terminaram em Dezembro com os Violent Vendetta. Fizeram ainda parte deste projecto os A Dream Of Poe, In Peccatum, Hatin' Wheeler, Anjos Negros, Duhkrista, Crossfaith, Zymosis, Spank Lord e Spinal Trip. Pelo meio, muito entusiasmo e dedicação a um trabalho unanimemente considerado de extrema validade não só para os Morbid Death como para todos os seus intervenientes e, consequentemente, para toda uma região. A SounD(/)ZonE abordou muitos dos seus responsáveis numa série de entrevistas breves que passaremos a editar ao longo do dia de amanhã [20 de Fevereiro], dia em que decorre o lançamento oficial do álbum-tributo no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, a partir das 21h00. Esta reportagem culminará com uma conversa mais alargada com Ricardo Santos, vocalista/baixista dos Morbid Death, em que se abordarão muitos aspectos para além de, naturalmente, mais este momento marcante na sua carreira. Para já, para os menos familiarizados, fica uma breve introdução ao percurso da banda micaelense.
MORBID DEATH - Até que a morte nos separe...
O projecto surgiu de uma ideia de Cristóvão Ferreira e Bruno Santos, membros da Associação de Juventude Bit 9, corria o ano de 2007. Até ao seu arranque ainda se contaram alguns meses “estratégicos” onde se definiram orçamentos e escolheram bandas. As gravações arrancaram em Junho de 2008 com os Neurolag e terminaram em Dezembro com os Violent Vendetta. Fizeram ainda parte deste projecto os A Dream Of Poe, In Peccatum, Hatin' Wheeler, Anjos Negros, Duhkrista, Crossfaith, Zymosis, Spank Lord e Spinal Trip. Pelo meio, muito entusiasmo e dedicação a um trabalho unanimemente considerado de extrema validade não só para os Morbid Death como para todos os seus intervenientes e, consequentemente, para toda uma região. A SounD(/)ZonE abordou muitos dos seus responsáveis numa série de entrevistas breves que passaremos a editar ao longo do dia de amanhã [20 de Fevereiro], dia em que decorre o lançamento oficial do álbum-tributo no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, a partir das 21h00. Esta reportagem culminará com uma conversa mais alargada com Ricardo Santos, vocalista/baixista dos Morbid Death, em que se abordarão muitos aspectos para além de, naturalmente, mais este momento marcante na sua carreira. Para já, para os menos familiarizados, fica uma breve introdução ao percurso da banda micaelense.
MORBID DEATH - Até que a morte nos separe...
Ricardo Santos e Dinis Costa, vocalista/baixista e guitarrista, respectivamente, tomaram a decisão de criar uma banda em 1990, presumivelmente inspirados pelos dias em que foram roadies dos Wreck-Age, banda açoriana de Heavy Metal. O sonho materializou-se pouco depois, mas ainda levou algum tempo até os dois companheiros arranjarem um line-up completo e ganharem experiência como executantes. As primeiras sugestões para nome da banda foram Mortuary e Asphyx, mas ao constatar que já haviam bandas com este nome, puseram as ideias de parte. Ainda assim, Mortuary serviu para baptizar o primeiro tema de sempre da banda. Um pouco mais tarde convencem Veríssimo Pereira, mais conhecido como “Miguelito”, a assumir uma segunda guitarra. Foi também ele que sugeriu, por fim, o nome Morbid Death.
Um ano mais tarde o grupo faz a sua primeira actuação ao vivo a abrir para os Wreck-Age na freguesia da Achadinha, no Nordeste, nesta altura com um baterista convidado – Pedro Vale [ex-Passos Pesados]. Este seria o único concerto que a banda dava sem um elemento fixo na bateria. Não demorou muito até Pedro Rodrigues tornar-se dono do drumkit dos Morbid Death. Motivados pela união que se vivia no seu seio, o grupo concorre, em 1992, ao Açores Pop-Rock que decorreu no Coliseu Micaelense, em Ponta Delgada, e que culminou com um animador terceiro lugar para o colectivo de gothic/thrash metal.
Seguiram-se as gravações de duas demo-tapes, “Nomad” [1993] e “Shameless Faith” [1995], esta última um registo ao vivo do concerto da banda, o primeiro no continente, no antigo bar “Johnny Guitar”, propriedade de Zé Pedro dos Xutos & Pontapés.
Pelas entusiasmantes reacções à sonoridade da banda, chega-nos em 1997 o primeiro álbum da banda. Para além de ser dos discos do seu catálogo que continua a reunir maior consenso junto dos seus fãs, “Echoes Of Solitude” é sinónimo de um enorme simbolismo já que foi o primeiro disco profissional de sempre a ser lançado por uma banda de Heavy Metal açoriana. Na altura, vinculados contratualmente à Independent Records, proporcionou-se então a sua primeira mini-tournée no continente português.
Já com Pedro Andrade no lugar de baterista, o grupo edita, em 2002, “Secrets” – um trabalho que realça a veia gótica do colectivo e continua a comprovar o seu profissionalismo, sobretudo raro por estas paragens. Este disco sai pela importante Recital Records.
Volvidos dois anos, a banda chega à fasquia do terceiro álbum com “Unlocked”. Novamente demarcam-se algumas mudanças em termos de som e composição. Mais directos e talvez com um peso mais moderno ainda que mantendo bastante melodia. Neste álbum as guitarras foram gravadas a meias entre Rui Frias [que saiu na altura por motivos pessoais] e Ruben Correia [ex-Obscenus]. Eram notórias as características bastante distintas entre os dois músicos – Rui por um lado mais “pesado” e Ruben mais melódico.
Em 2005 a banda realiza um dos seus maiores sonhos e capta em vídeo um concerto realizado no Coliseu Micaelense e que viria a materializar-se no DVD “Spinal Factor: Maintaining aLIVE”. Contudo, o DVD não teve um "parto" fácil e depois de muitas aproximações falhadas a editoras, o grupo acabou por lançá-lo independentemente já em finais de 2008.
O curioso é que numa terra cheia de contingências a banda, actualmente formada por Ricardo Santos, Rui Frias, Paulo Bettencourt e Gualter Couto, continua a somar feitos 19 anos depois. Com 2008 a ser o ano mais produtivo de sempre em termos de concertos ao vivo, a banda já prepara uma nova viagem ao continente para mais uma mini-digressão, desta vez com uma paragem merecida no carismático SWR Barroselas Metal Fest, um novo álbum e, para já, recebe com grande lisonja “Echoes of a Morbid Death”.
Nuno Costa
1 comment:
Longa viva para os Morbid Death!
Post a Comment